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1.

a) De facto o que caracteriza as colectividades, é o tipo de relações que os membros da mesma


desenvolvem, e não as pessoas que a compõem (baseado em raça, religião, partido político ou
status económico, etc.). Se dentro de uma colectividade, os indivíduos têm um líder, ou alguém
que por eles responda, desenvolvem laços afectivos duradouros, de certeza estaremos perante
uma colectividade estruturada. Em contrapartida, se os membros de uma colectividade se
encontram de maneira casual, ligados por um propósito comum de curto prazo o qual não
possibilite a criação de laços afectivos duradouros, esta colectividade diz-se não estruturada.

Exemplo1: Colectividade estruturada- Os membros de uma igreja desenvolvem relações


duradouras, têm um líder (um ancião ou pastor no caso do cristianismo), desenvolvem laços
afectivos que são demonstrados pela empatia e ajuda mútua.

Exemplo2: Colectividade não estruturada- Indivíduos que se encontram ao acaso na fila do


registo académico pretendendo se inscrever a cursos diferentes. De certeza estes estarão ligados
por um propósito comum a alcançar, e esta relação será de curto prazo (dura até o momento da
realização da inscrição), o que não vai possibilitar a criação de laços afectivos, e não terá na
presença deles um líder (ou seja, minguem tomará por eles suas decisões).

1.b) A sociologia é uma ciência que estuda os factos sócias. Tais factos derivam das relações que
os indivíduos de uma sociedade mantem. A sociologia se interessa das relações entre sujeitos
(relações intersubjectivas), e não da relação que o individuo tem com ele mesmo. A socialização
vai se construindo através dos pequenos contactos entre sujeitos membros de uma colectividade,
estes contactos possibilitam o enriquecimento qualitativo e quantitativo da pessoa como membro
de uma colectividade, e do grupo em geral como a colectividade propriamente dita.

A socialização ocorre através das relações que um grupo de pessoas (colectividade) tem, dos
comportamentos que uma determinada colectividade manifesta. Dai que, a sociologia se
interessa das relações e dos frutos dessas relações como uma colectividade, o porquê de uma
decisão grupal ter sido tomada, a forma como foi tomada, e as repercussões que esta decisão
trouxe, nisto, a sociologia está interessada.

2.a) Os processos dissociativos de sociabilidade são descritas por todo e qualquer


comportamento que não intenciona unir os indivíduos num mesmo propósito, mas, afasta-los
dado que ambas partes visam atingir um objectivo particular, inda que isto signifique
“aniquilação” da outra parte.

Na oposição- o individuo, ou um grupo de pessoas entram em contacto com a outra parte


“oponente”, visando impedi-la de alcançar seus propósitos. Exemplo: As associações a favor da
vida humana e não ao aborto, interagem com as clinicas médicas visando impedi-las de
continuarem permitindo que mães se desfaçam de vidas humanas como se desfazem de objectos.

No conflito- cada interveniente tenta destruir ou aniquilar a outra parte. Exemplo: O conflito
entre os E.U.A e o Iraque, em que cada parte esforça-se incansavelmente para aniquilar a outra.

Na competição- A competição é passível de regras, aqui, as partes visam superar uma a outra na
execução de suas metas. As partes aplicam os seus recursos visando alcançar suas metas e
superar a concorrência. Exemplo: A competição entre vendedores de uma dada empresa visando
a bonificação e o reconhecimento que a empresa dá ao melhor vendedor (vendedor do ano).

2.b) Os processos associativos e dissociativos que melhor contribuem para a coesão em


Moçambique são:

Associativos- cooperação e acomodação. E necessário que os Moçambicanos cooperem, ou seja,


juntem forças para que se verifique uma sociedade justa, prospera e na qual os indivíduos não
estejam apenas centrados no próprio bem-estar, mas, no bem-estar do outro também. Muito mais
do que cooperar, os indivíduos com ideias, comportamentos diferentes do que é aceite dentro
desta sociedade, devem acomodar-se ao que é correcto, renunciando qualquer comportamento
que possa colocar em risco o equilíbrio que emana numa sociedade coesa.

Dissociativos- Competição e oposição. O país precisa de pessoas engajadas em superar metas e


barreiras, através da inovação e uma visão macroeconómica, pessoas que compitam umas com as
outras visando o crescimento da colectividade. Muito mais do que competir, é necessário que
haja oposição aos que agem intencionando comprometer o equilíbrio que dita a coesão social,
para tal o país precisa de pessoas que impeçam esse grupo de prosperar em seus objectivos.

3.a) O subtipo de colectividade subjacente é: agregado social. Essa colectividade é não


estruturada, na qual os seus membros se encontram numa interacção na qual os seus membros
não criam laços sócias entre eles. Estas mulheres que assistem a um concerto, não comunicam-se
entre elas, mas estão motivadas pelo mesmo interesse (assistir ao concerto), e assim, estas
apresentam-se como um agregado fisicamente muito próximo, mas, de com duração provisória.

4.a) Os grupos primários são colectividades geralmente restritas, os seus membros interagem
normalmente e espontaneamente, esses são grupos nos quais os seus valores culturais básicos são
fáceis de identificar. O protótipo dos grupos primários é a família.

E nos grupos primários onde a componente ética e moral do individuo bem como a sua
personalidade são formados e desenvolvidos. A famosa frase “diga-me de onde vens, que eu te
digo quem tu és”, ilustra melhor essa importância dos grupos primários. A família na qual o
individuo nasce, será responsável por ensinar o individuo o certo e o errado, dai que crianças que
vem de grupos primários ricos em valores éticos e morais, estarão mais preparadas para
contribuírem na criação de um ambiente harmonioso e coeso em qualquer lugar em que estejam
inseridos, diferentemente de crianças que cresceram em famílias nas quais, a ética e a moral, não
são transmitidos de geração para geração. Importa referir que as famílias são responsáveis por
ensinarem aos indivíduos a saberem se comportar, e a enxergarem o mundo numa óptica mais
acurada. Famílias que ensinam os filhos a batalharem pelas coisas que realmente desejam,
poderão formar indivíduos resilientes.

5.a) Interacção social é o nome que se da aos contactos que os indivíduos mantêm uns com os
outros. O ser humano é por natureza um ser social, por isso desde o seu nascimento ele manifesta
uma dependência pelos outros, uma forte necessidade de estar em contacto constante com os
outros, interagindo e contribuindo não só em seu próprio desenvolvimento físico, cognitivo, mas
também, no desenvolvimento dos outros nas mesmas esferas. A interacção social é um factor de
extrema importância na criação de vínculos afectivos entre sujeitos, o que culmina na expressão
de empatia e ajuda mútua (reciprocidade).

5.b) Para Tornniës, a comunidade é baseada em características comuns entre os indivíduos, como
parentesco, língua, religião e território. A sociedade por sua vez é baseada em critérios e
constituições que podem ser comuns a várias comunidades.

De facto a comunidade diz respeito a um conjunto de indivíduos que partilham alguns aspectos
em comum como os supracitados, todavia, é possível que indivíduos partilhem alguns dos
aspectos acima e não pertencerem a mesma comunidade, pois, é necessário que muito mais do
que aspectos regionais, territoriais e culturais, para que se considerem indivíduos pertencentes a
mesma comunidade, é importante que estas pessoas mantenham relações intersubjectivas, e que
através da comunicação possam criar vínculos duradouros.

6. Aculturação- é o conjunto das mudanças que se produzem nos modelos culturais originais,
quando grupos de indivíduos de culturas diferentes entram em contacto directo e contínuo. Esta
definição implica que cada cultura constitua um sistema, cujos vários elementos se reelaboram
por ocasião desses contactos.

Classe social ou grupo social- O termo é utilizado, num sentido geral, para designar todo o
conjunto de indivíduos que manifestam características e comportamentos idênticos ou
comparáveis. Em sentido restrito, a classe opõe-se às castas, estados ou ordens, marcados pela
transmissão hereditária e uma fraca ou nula mobilidade social. Designando as grandes linhas das
divisões sociais, o termo "classe" levanta questões essenciais concernentes à natureza dos grupos
assim designados e das suas relações.

Estratificação social- A estratificação social é a diferenciação das funções ao mesmo tempo


hierarquizada e avaliada segundo critérios específicos de cada sociedade. Em toda a sociedade,
seja ela escravista, de castas, de estados, de ordens ou de classes, verificam-se repartições
desiguais de recursos.

Grupo de pressão- Grupo organizado com o fim de defender objectivos colectivos, exercendo
pressões - de maneira directa ou mediata - sobre o sistema político. Porque mantêm com o
Estado relações específicas, estes grupos pertencem à vida pública.

Interacção social- Refere-se a todas as acções recíprocas entre dois, ou até mais indivíduos
durante as quais há compartilhamento de informações.

Intersubjectividade- É a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objecto. O relacionamento


entre indivíduos no ambiente localiza-se no campo da acção, ou na liberdade de acção, o que
implica a negociação com o outro. Segundo Martin Buber, é a capacidade do ser humano de se
relacionar com o seu semelhante. 

Utilitarismo- O utilitarismo é uma filosofia moral e política conceptualizada na Grã-Bretanha,


no decurso da industrialização, entre o fim do séc. XVIII e o do séc. XIX. Esta corrente de
pensamento reporta-se a um princípio único: o principio de utilidade, que é o meio pelo qual
devem harmonizar-se os interesses privados e os interesses públicos, e graças ao qual serão
alcançadas tanto a felicidade individual como a prosperidade pública.

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