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O HIV-SIDA é um vírus que tem dizimado muitas vidas mundialmente. Estima-se que o actual
sistema de notificação de casos de SIDA nas Unidades Sanitárias do país, apenas capta cerca de
9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão, as melhores estimativas que temos de
incidência de novos casos de SIDA, baseiam-se nas projecções contidas nas publicações
periódicas de impacto demográfico do SIDA. O número real de óbitos devido ao SIDA, não é
conhecido no país, concorrem para esta Situação, vários factores, incluindo, a multiplicidade de
diagnósticos possíveis nos casos de SIDA, bem como o estigma associado a esta doença, facto
que leva, quer aos familiares do defunto, quer aos médicos, a optarem por um sigilo que
impedem a devida notificação das mortes por SIDA.
O HIV-SIDA é um vírus que tem dizimado muitas vidas mundialmente. Estima-se que o actual
sistema de notificação de casos de SIDA nas Unidades Sanitárias do país, apenas capta cerca de
9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão, as melhores estimativas que temos de
incidência de novos casos de SIDA, baseiam-se nas projecções contidas nas publicações
periódicas de impacto demográfico do SIDA. O número real de óbitos devido ao SIDA, não é
conhecido no país, concorrem para esta Situação, vários factores, incluindo, a multiplicidade de
diagnósticos possíveis nos casos de SIDA, bem como o estigma associado a esta doença, facto
que leva, quer aos familiares do defunto, quer aos médicos, a optarem por um sigilo que
impedem a devida notificação das mortes por SIDA. A tudo isto adiciona-se o facto de grande
parte dos poucos casos de SIDA notificados pelas Unidades Sanitárias, serem depois devolvidos
às suas casas, onde morrem, não sendo portanto notificados como óbitos hospitalares de SIDA.
Contudo, já é evidente que o SIDA constitui uma das principais causas de morte em
Moçambique. Com efeito, estima-se que nos últimos 5 anos, mais de 300 mil pessoas
sucumbiram à esta doença. Em uma erra de inovação tecnológica e disponibilidade de testes,
anti-retrovirais, e profissionais disponíveis a conduzirem secções de psicoterapias, o que levaria
a queda nos números de óbitos por HIV-SIDA, se tem verificado um cenário completamente
diferente, em que os indivíduos recusam-se primeiro a testar e saber do seu estado de saúde, e
quando chegam a testar, abandonam as secções de psicoterapia e em casos mais graves, o
tratamento. Devido a esta situação paradoxal, nos propusemos a fazer a seguinte questão:
Quais os motivos que levam os indivíduos a não aderirem a testagem do HIV-SIDA?
Objectivos
Geral:
Analisar os diversos tipos de testagem utilizados pelo SNS
Específicos:
Identificar pacientes interessados em testar ao HIV-SIDA;
Seleccionar os testes adequados para a testagem:
Documentar os resultados obtidos;
Conduzir secções de apoio psicossocial aos pacientes.
Justificativa
O interesse por esse tema nasce do convívio diário com indivíduos, alguns sãos e outros
infectados pelo vírus do SIDA, e comum observar neste uma constante relutância em testar e
conhecer seu estado de saúde, facto esse que impulsionou a necessidade de pesquisar sobre essa
temática.
Mais do que uma realização académica, a concretização deste trabalho será de facto um motivo
de realização pessoal.
Do ponto de vista académico, espera-se que este trabalho possa enriquecer este campo de estudo
de tal modo que os futuros pesquisadores deste tema, encontrem nele uma ferramenta bastante
útil e facilitadora no âmbito de suas pesquisas.
Do ponto de vista social, que este trabalho possa estimular a qualquer leitor a aderir a testagem e
os posteriores procedimentos.
Referencial Teórico
Introdução e Antecedentes
.
Taxa de Prevalência do HIV entre a população adulta (15 – 49 anos)
A taxa de prevalência ponderada nacional do HIV em adultos, (15 – 49 anos), estimada com base
nos dados dos PsS, no ano 2002, foi de 13,6%24. Contudo, por ser ponderada, esta taxa deve ser
interpretada com cuidado; pois, ela é fortemente influenciada pelas taxas de prevalência
relativamente mais baixas nas duas províncias mais populosas do país. A maior parte das
províncias apresentava taxas de prevalência ponderada, muito acima da “média” nacional,
chegando a atingir, níveis tão assustadores como o de Sofala, 26%, o que significa, que em 2002,
dos cerca de 1.500.000 habitantes desta província, cerca de 400.000 já estavam infectados, ou
ainda que, em 2002, em cada 4 adultos de 15-49 anos de idade, desta província, pelo menos um
já estava infectado. Esta análise mostra que, mesmo as províncias com taxas de prevalência do
HIV, relativamente baixas, como as de Nampula e Zambézia, o número absoluto de seropositivos
nas duas províncias combinadas, já rondava os 700.000 no ano 2002.
Figura 2: Projecção de prevalência do HIV em adultos (15-49 anos) por regiões
Aconselhamento e testagem
Melhorar os serviços,
Integrar os programas,
Expandir tratamentos,
Desta maneira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, como forma de enfrentar a
severa situação de crescimento da epidemia, maior ênfase em estratégias que dêem oportunidade
de conhecimento do estado serológico para a expansão do tratamento e cuidados, através de
sessões de Aconselhamento e Testagem. (WHO, 2013)
Breve historial do aconselhamento e testagem em Moçambique
Estes serviços cobriam apenas uma pequena fracção da população-alvo, considerando que até
2003 apenas 101.163 utentes tiveram acesso aos serviços de Aconselhamento e Testagem (AT).
Por outro lado, a distribuição geográfica destes serviços revelou uma iniquidade entre as
diferentes províncias, sendo necessário corrigir estas disparidades. Surge então a necessidade de
massificar o aconselhamento e testagem, aproveitando todos os recursos disponíveis nos sectores
públicos e privado.
No ano de 2004, a avaliação do sector de Saúde indica a necessidade de novas acções com vista
a conceber uma nova abordagem no combate às doenças endémicas e melhorar a prestação dos
serviços de saúde em Moçambique.
Assim sendo, no período 2005-2009 propõe-se a criação do aconselhamento e testagem fora das
unidades sanitárias, nomeadamente o Aconselhamento e Testagem na Comunidade (AT-C),
como forma de maximizar a cobertura nacional e atingir as populações residentes em zonas mais
recônditas. Em 2008-2009, inicia a integração do AT em outros serviços clínicos, estratégia
acompanhada pela necessidade de direccionar o aconselhamento para uma abordagem não só de
testagem para o HIV, mas, sim, de saúde no seu todo. Surge então o Aconselhamento e Testagem
em Saúde (ATS). Desta forma, os GATV’s tornam-se Unidades de Aconselhamento e Testagem
em Saúde (UATS). Sendo um dos objectivos do ATS identificar precocemente HIV e criar uma
ligação melhor estruturada com os serviços de cuidados e tratamento.
A presente Directriz Nacional para o ATS é formulada com o objectivo de definir orientações
para a implementação no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A Directriz surge com a necessidade
de integrar orientações com base em recomendações internacionais e evidências actuais, assim
como fundir os quatro (4) documentos orientadores de AT, implementados anteriormente:
Segundo a WHO (2015) um serviço de Aconselhamento e Testagem para ser efectivo e com
qualidade tem que responder a 5 componentes ou princípios éticos indispensáveis:
1.Consentimento informado- O teste do HIV é livre, isto é, os utentes nunca deverão ser
forçados a receber aconselhamento ou a fazer a testagem para o HIV. Por este motivo, é
essencial que recebam orientações que sirvam de base para o seu consentimento informado.
O consentimento informado é o princípio ético mestre no AT, pois é aquele que garante a
autonomia da decisão do utente, respeitando-o como sujeito e cidadão de direito. O
consentimento informado estabelece-se através de um processo de diálogo entre o utente e o
provedor de saúde em que o primeiro é informado acerca das questões sobre o HIV e testagem,
para então tomar a decisão de fazer ou não o teste. Na República de Moçambique, o teste do HIV
não é obrigatório;
2. Confidencialidade- Deve-se manter o sigilo acerca das informações reveladas pelo utente
durante o aconselhamento, bem como aquelas fornecidas para o utente referente ao seu estado
serológico. Este é um dos pontos essenciais para que a população confie na qualidade do AT
oferecida pelo Serviço Nacional de Saúde. A garantia da confidencialidade do teste é crucial para
a tomada de decisão segura pelo utente. É princípio do AT o compromisso de sigilo sobre
qualquer informação trocada na sessão de aconselhamento, bem como durante o procedimento
da testagem;
3. Aconselhamento- É o processo de escuta activa, individualizada, que envolve a interacção
entre o utente e o provedor de saúde, estabelecendo uma relação de troca, refere-se ao modo
como o provedor de saúde constrói com o utente uma relação de confiança de modo a apoiá-lo
na adopção de comportamentos saudáveis. O aconselhamento está baseado no respeito e ética, e
consiste em ajudar o utente a compreender a importância do conhecimento do seu estado
serológico para o HIV e oferecer informações para a tomada de decisões em relação à sua saúde.
O processo é dividido em três partes: aconselhamento pré-teste, aconselhamento durante a
testagem e, por último, o aconselhamento pós-teste;
4. Resultado correcto dos testes- O provedor deve garantir a qualidade durante a execução dos
testes que irá executar, oferecer ao utente a possibilidade de acompanhar activamente o
procedimento, assim como garantir a entrega de resultados correctos. A execução do teste e a
entrega do resultado devem ser acompanhadas pelo processo de aconselhamento, sendo que se
orienta para que seja o mesmo provedor a iniciar e a finalizar o processo de AT;
5. Ligação entre os serviços de AT e os de cuidados e tratamento- O provedor de saúde deve
garantir a referência dos utentes para os serviços de cuidados e tratamento com consentimento do
utente. Para os utentes com resultado positivo, é indispensável garantir não só as referências, mas
também o seguimento/acompanhamento nos serviços de TARV.
Aconselhamento pré-teste
Em locais ou serviços com grande afluxo de pacientes, pode-se priorizar o Aconselhamento Pré-
teste em grupo na sala de espera, de forma a maximizar o tempo e garantir que todos os utentes a
testar tenham acesso ao aconselhamento. Contudo, é de considerar o aconselhamento individual
no momento em que o provedor está apenas com o utente, pois este é o momento de avaliar
comportamentos de risco e garantir que o utente percebeu o que se pretende com o AT.
Com base nos procedimentos operacional padrão de testagem, explicar ao utente como
deve ser feito o procedimento de testagem, e como se interpretam os possíveis resultados;
Oferecer o apoio psicossocial para enfrentar o resultado do teste;
Realizar imediatamente a testagem, e com o utente proceder à leitura dos seus resultados
utilizando o algoritmo de testagem;
Esclarecer sobre todas as implicações de cada resultado: negativo, positivo ou
indeterminado;
Discutir o resultado do teste com o utente.
Aconselhamento pós-teste
É o momento em que o provedor de testagem faz a leitura e a interpretação do resultado do teste
do HIV com o utente, de modo a que este seja considerado como um sujeito activo no processo.
O aconselhamento pós-teste deve ser acompanhado de orientações que ajudem o utente a tomar
decisões seguras no que se refere à sua saúde. Seu conteúdo deve destacar além da revelação do
resultado, a importância e a manutenção da continuidade de cuidados e tratamento, no caso de
resultado positivo, os resultados dos testes devem ser entregues individualmente e nunca em
grupo, no entanto os casais devem ser encorajados a receber o AT juntos. O mesmo provedor que
conduziu o aconselhamento pré-teste deve fazer o aconselhamento pós-teste e deve ainda abordar
questões sobre:
Testes rápidos
A ampliação do acesso ao diagnóstico é um desafio aos programas de saúde pública.
Os testes laboratoriais convencionais são operacionalmente complexos, requerem profissionais
especializados e infra-estrutura laboratorial apropriada. Além disso, o prazo para entrega dos
resultados desses testes pode ser longo, levando o indivíduo a se desinteressar pelo resultado do
teste e à consequente perda deste pelo sistema de saúde.
Ao final da década de 1980, uma nova estratégia diagnóstica surgiu. Chegaram ao mercado, os
testes rápidos. Com o avanço das tecnologias de desenvolvimento e produção, esses testes
revelaram-se eficientes na investigação de doenças infecto-contagiosas. Desde 2005, a utilização
dos testes rápidos permite atender à crescente demanda pelo diagnóstico de agravos relevantes à
saúde pública, visto que sua utilização aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite
seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento.
Testes rápidos- são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos resultados são feitas em,
no máximo, 30 minutos. Além disso, são de fácil execução e não necessitam de estrutura
laboratorial.
Testes rápidos são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. Podem ser feitos
com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da polpa digital, ou com amostras de
fluido oral. Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e (ou) plasma.
A execução dos testes rápidos, habitualmente, é muito simples e a capacitação de pessoal pode
ser realizada presencialmente, ou por meio de ensino a distância (EAD).