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Indice

Lista de Figuras
Abreviaturas

GATVS- Gabinete de Aconselhamento e Testagem Voluntária

HDD- Hospital de Dia

IO- Infecções oportunistas

UATS- Unidade de Aconselhamento e Testagem de Saúde

TS- Trabalhadoras de Sexo

HSH- Homens que fazem sexo com outros homens


Resumo

O HIV-SIDA é um vírus que tem dizimado muitas vidas mundialmente. Estima-se que o actual
sistema de notificação de casos de SIDA nas Unidades Sanitárias do país, apenas capta cerca de
9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão, as melhores estimativas que temos de
incidência de novos casos de SIDA, baseiam-se nas projecções contidas nas publicações
periódicas de impacto demográfico do SIDA. O número real de óbitos devido ao SIDA, não é
conhecido no país, concorrem para esta Situação, vários factores, incluindo, a multiplicidade de
diagnósticos possíveis nos casos de SIDA, bem como o estigma associado a esta doença, facto
que leva, quer aos familiares do defunto, quer aos médicos, a optarem por um sigilo que
impedem a devida notificação das mortes por SIDA.

Em Moçambique, a notificação das ITS/SIDA faz-se de duas formas, designadamente, a passiva


(em unidades sanitárias) e a activa (Vigilância Sentinela do HIV em Mulheres Grávidas). Na
forma passiva, todas as unidades sanitárias devem notificar mensalmente, as ITS/SIDA para o
nível distrital, deste para o provincial, o qual finalmente reporta para o PNCDTS/SIDA em
Maputo. Contudo, comparando o total de casos de SIDA notificados por esta via, com o total
esperado, segundo estimativas obtidas através da forma activa, constata-se que o sistema de
notificação passiva, apenas capta cerca de 9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão,
para fins programáticos, usam-se as estimativas de prevalência obtidas pela forma activa que a
seguir se descrevem.

O Aconselhamento e Testagem em Saúde surge da necessidade e urgência de permitir o acesso


ao diagnóstico de HIV para a população em geral. Para que o Ministério da Saúde (MISAU)
optasse pela implementação do Aconselhamento e Testagem em Saúde, foram determinantes
alguns aspectos: Melhorar os serviços, Integrar os programas, Incluir o aconselhamento em
outras áreas, combater as doenças transmissíveis, expandir tratamentos, prevenir e promover a
saúde.

Palavras-chave: HIV-SIDA, Aconselhamento, Testagem.


Introdução

O presente trabalho surge da necessidade de intervenção na vida de pacientes vivendo com o


HIV-SIDA, sobre tudo no que diz respeito a testagem e apoio psicossocial. O número de pessoas
aderindo ao teste tem vindo a crescer no país, todavia, existem ainda indivíduos que se mantêm
relutantes quanto a testagem por diversos motivos, sendo o maior de todos o medo de testarem
positivo, talvez devido o possível estigma que estes poderão vir a sofrer, a mudança no estilo de
vida, e talvez ainda pela ideia do senso comum que sugere que um individuo pode viver anos
com o vírus do HIV-SIDA sem que ele se manifeste até que teste positivo. Esta temática Surgiu
de várias discussões após ter sido apresentada em forma de trabalho na sala de aulas do curso de
psicologia do 2° ano na Universidade Save-Maxixe.
Problematização

O HIV-SIDA é um vírus que tem dizimado muitas vidas mundialmente. Estima-se que o actual
sistema de notificação de casos de SIDA nas Unidades Sanitárias do país, apenas capta cerca de
9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão, as melhores estimativas que temos de
incidência de novos casos de SIDA, baseiam-se nas projecções contidas nas publicações
periódicas de impacto demográfico do SIDA. O número real de óbitos devido ao SIDA, não é
conhecido no país, concorrem para esta Situação, vários factores, incluindo, a multiplicidade de
diagnósticos possíveis nos casos de SIDA, bem como o estigma associado a esta doença, facto
que leva, quer aos familiares do defunto, quer aos médicos, a optarem por um sigilo que
impedem a devida notificação das mortes por SIDA. A tudo isto adiciona-se o facto de grande
parte dos poucos casos de SIDA notificados pelas Unidades Sanitárias, serem depois devolvidos
às suas casas, onde morrem, não sendo portanto notificados como óbitos hospitalares de SIDA.
Contudo, já é evidente que o SIDA constitui uma das principais causas de morte em
Moçambique. Com efeito, estima-se que nos últimos 5 anos, mais de 300 mil pessoas
sucumbiram à esta doença. Em uma erra de inovação tecnológica e disponibilidade de testes,
anti-retrovirais, e profissionais disponíveis a conduzirem secções de psicoterapias, o que levaria
a queda nos números de óbitos por HIV-SIDA, se tem verificado um cenário completamente
diferente, em que os indivíduos recusam-se primeiro a testar e saber do seu estado de saúde, e
quando chegam a testar, abandonam as secções de psicoterapia e em casos mais graves, o
tratamento. Devido a esta situação paradoxal, nos propusemos a fazer a seguinte questão:
Quais os motivos que levam os indivíduos a não aderirem a testagem do HIV-SIDA?

Objectivos
Geral:
 Analisar os diversos tipos de testagem utilizados pelo SNS
Específicos:
 Identificar pacientes interessados em testar ao HIV-SIDA;
 Seleccionar os testes adequados para a testagem:
 Documentar os resultados obtidos;
 Conduzir secções de apoio psicossocial aos pacientes.
Justificativa
O interesse por esse tema nasce do convívio diário com indivíduos, alguns sãos e outros
infectados pelo vírus do SIDA, e comum observar neste uma constante relutância em testar e
conhecer seu estado de saúde, facto esse que impulsionou a necessidade de pesquisar sobre essa
temática.
Mais do que uma realização académica, a concretização deste trabalho será de facto um motivo
de realização pessoal.
Do ponto de vista académico, espera-se que este trabalho possa enriquecer este campo de estudo
de tal modo que os futuros pesquisadores deste tema, encontrem nele uma ferramenta bastante
útil e facilitadora no âmbito de suas pesquisas.
Do ponto de vista social, que este trabalho possa estimular a qualquer leitor a aderir a testagem e
os posteriores procedimentos.
Referencial Teórico

Introdução e Antecedentes

O primeiro caso de SIDA em Moçambique foi diagnosticado em 19861. Tratava-se de um


cidadão estrangeiro que já vinha infectado quando entrou no nosso País.
Já em 1985 um Comité de Especialistas da OMS, reunido em Banguí, tinha feito a definição de
caso clínico de SIDA em África. A Organização Mundial da Saúde passou então a recomendar
aos países membros a constituição de comités nacionais de luta contra o SIDA. Nesse quadro é
criado em Moçambique, em Agosto de 1986, o primeiro organismo de combate ao SIDA, com a
designação de Comissão Nacional do SIDA, esta Comissão ficou sediada no Instituto Nacional
de Saúde (INS).
A partir de Março de 1987 e durante vários meses foi levado a cabo em várias cidades do país
um inquérito sero-epidemiológico, aliás, um dos primeiros jamais realizados, que detectou
infecções sobretudo pelo HIV (Taxa de prevalência de 2% da população estudada), mas também
pelo HIV 1 (Taxa de prevalência de 1,2% da população estudada). A Cidade mais afectada era
Nampula, com taxas de prevalência de 2,8% de HIV 2 e 2,2 % de HIV 1, logo seguida por
Lichinga e Inhambane. Nesta última já predominava o HIV 1, do mesmo modo que em Chimoio,
Quelimane e Pemba. As Cidades menos afectadas eram Pemba e Xai-Xai.
Entretanto no decurso de 1987 são notificados os primeiros 5 casos clínicos em cidadãos
nacionais. No período que se segue, até 1989, o número de casos duplica em cada ano, tendo em
Julho de 1989 chegando ao total de 415. O grupo etário mais atingido é o dos 20 aos 29 anos,
como sucede noutras partes do Mundo, mas as crianças também figuram de maneira significativa
no total de casos arrolados, com 5 casos. Já se sabia nessa altura que estes números estavam
longe de traduzir a situação real do país.
Em Fevereiro de 1988, foram reorganizadas as estruturas de combate ao SIDA, sendo formada
no MISAU, uma Comissão Nacional de Combate ao SIDA, com 39 membros. A maior parte dos
integrantes da Comissão (21 membros) é do próprio MISAU, mas conta-se também com
representantes de organizações democráticas de massas, de confissões religiosas, da Cruz
Vermelha (CVM), do Centro de Estudos Africanos da UEM e também de 5 Ministérios (Defesa,
Interior, Educação, Justiça e Informação). Preside à Comissão o Director do INS, Pela mesma
ocasião, é instituído na Direcção Nacional de Saúde do MISAU um Programa Nacional de
Prevenção e Controlo do SIDA (PNPCS) donde são provenientes muitos dos membros do
MISAU na referida Comissão Nacional.
Indicadores de Medida da Doença
Em Moçambique, a notificação das ITS/SIDA faz-se de duas formas, designadamente, a passiva
(em unidades sanitárias) e a activa (Vigilância Sentinela do HIV em Mulheres Grávidas). Na
forma passiva, todas as unidades sanitárias devem notificar mensalmente, as ITS/SIDA para o
nível distrital, deste para o provincial, o qual finalmente reporta para o PNCDTS/SIDA em
Maputo. Contudo, comparando o total de casos de SIDA notificados por esta via, com o total
esperado, segundo estimativas obtidas através da forma activa, constata-se que o sistema de
notificação passiva, apenas capta cerca de 9% do número real de casos de SIDA. Por esta razão,
para fins programáticos, usam-se as estimativas de prevalência obtidas pela forma activa que a
seguir se descrevem.
Taxa de Prevalência do HIV nas mulheres grávidas dos 15 – 49 anos
Através de um sistema de vigilância epidemiológica (VE), estabelecido em 1988, em unidades
sanitárias seleccionadas, designadas por Postos Sentinela (PsS), o Programa Nacional de
Controlo das DTS/HIV/SIDA (PNC-DTS/SIDA), tem vindo a medir as prevalências do HIV ao
longo do tempo. Os dados são colhidos em mulheres grávidas que se apresentam
consecutivamente na sua primeira consulta pré-natal. Estas taxas são consideradas
representativas da população adulta de 15-49 anos de idade23 e, por isso, servem de base para
estimar as prevalências provinciais e nacional do HIV e o impacto demográfico do HIV/SIDA no
pais.
Figura1: Localização dos 36 postos de sentinela em Moçambique até 2001

.
Taxa de Prevalência do HIV entre a população adulta (15 – 49 anos)
A taxa de prevalência ponderada nacional do HIV em adultos, (15 – 49 anos), estimada com base
nos dados dos PsS, no ano 2002, foi de 13,6%24. Contudo, por ser ponderada, esta taxa deve ser
interpretada com cuidado; pois, ela é fortemente influenciada pelas taxas de prevalência
relativamente mais baixas nas duas províncias mais populosas do país. A maior parte das
províncias apresentava taxas de prevalência ponderada, muito acima da “média” nacional,
chegando a atingir, níveis tão assustadores como o de Sofala, 26%, o que significa, que em 2002,
dos cerca de 1.500.000 habitantes desta província, cerca de 400.000 já estavam infectados, ou
ainda que, em 2002, em cada 4 adultos de 15-49 anos de idade, desta província, pelo menos um
já estava infectado. Esta análise mostra que, mesmo as províncias com taxas de prevalência do
HIV, relativamente baixas, como as de Nampula e Zambézia, o número absoluto de seropositivos
nas duas províncias combinadas, já rondava os 700.000 no ano 2002.
Figura 2: Projecção de prevalência do HIV em adultos (15-49 anos) por regiões
Aconselhamento e testagem

O Aconselhamento e Testagem em Saúde surge da necessidade e urgência de permitir o acesso


ao diagnóstico de HIV para a população em geral. Para que o Ministério da Saúde (MISAU)
optasse pela implementação do Aconselhamento e Testagem em Saúde, foram determinantes
alguns aspectos:

 Melhorar os serviços,

 Integrar os programas,

 Incluir o aconselhamento em outras áreas,

 Combater as doenças transmissíveis,

 Expandir tratamentos,

 Prevenir e Promover a saúde,

 Enfrentar o desafio de diminuir os riscos das doenças,

 Melhorar os sistemas de referência em saúde,

 Estimular e fortalecer a construção de redes sociais e de participação da população no


cuidado com sua própria saúde.

Sendo que a Qualidade de execução para os diferentes determinantes é a principal prioridade, o


Aconselhamento e Testagem em Saúde é uma componente que fortalece o vínculo entre o utente
e o provedor, garantindo a passagem de mensagens de prevenção, apoiando na adesão aos
cuidados e tratamentos e criando condições para a melhoria da qualidade de vida do
utente/paciente, seus parceiros, filhos e familiares.

Com a iniciativa da criação do Aconselhamento e Testagem em Saúde, o funcionamento da rede


de saúde altera, pois surge a necessidade da inclusão do Aconselhamento e Testagem para o HIV
em todos os programas e serviços clínicos, nas Unidades de Aconselhamento e Testagem em
Saúde e na Comunidade, contribuindo para o aumento do acesso ao teste de HIV e,
consequentemente, para o aumento da prevenção do HIV.
O vírus de imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA)
afectam as pessoas em todas as dimensões da sua vida pessoal, familiar, comunitária e social.
Controlar a propagação do HIV em Moçambique exige mudanças nas normas sociais e
comportamentais e também intervenções de natureza política e social.

O Aconselhamento e Testagem em Saúde (ATS) é actualmente compreendido como uma


estratégia através da qual a população em geral possa conhecer o seu estado de saúde em relação
a certas condições, com maior ênfase para o HIV.

Desta maneira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, como forma de enfrentar a
severa situação de crescimento da epidemia, maior ênfase em estratégias que dêem oportunidade
de conhecimento do estado serológico para a expansão do tratamento e cuidados, através de
sessões de Aconselhamento e Testagem. (WHO, 2013)
Breve historial do aconselhamento e testagem em Moçambique

Em 1999, inicia o AT em simultâneo com o funcionamento dos Gabinetes de Aconselhamento e


Testagem Voluntária (GATV’s) e os Hospitais de Dia (HDD) que na altura ofereciam apenas
tratamento para infecções oportunistas (IO). Até ao ano de 2003, existiam 80 GATV’s em
funcionamento no país. Estes serviços foram criados com o objectivo de proporcionar à
comunidade em geral uma oportunidade para o acesso à informação básica sobre a prevenção do
HIV/SIDA e o conhecimento sobre o seu estado serológico, permitir o diagnóstico de infecção
por HIV e o início atempado dos cuidados e tratamento de HIV.

Estes serviços cobriam apenas uma pequena fracção da população-alvo, considerando que até
2003 apenas 101.163 utentes tiveram acesso aos serviços de Aconselhamento e Testagem (AT).
Por outro lado, a distribuição geográfica destes serviços revelou uma iniquidade entre as
diferentes províncias, sendo necessário corrigir estas disparidades. Surge então a necessidade de
massificar o aconselhamento e testagem, aproveitando todos os recursos disponíveis nos sectores
públicos e privado.

No ano de 2004, a avaliação do sector de Saúde indica a necessidade de novas acções com vista
a conceber uma nova abordagem no combate às doenças endémicas e melhorar a prestação dos
serviços de saúde em Moçambique.
Assim sendo, no período 2005-2009 propõe-se a criação do aconselhamento e testagem fora das
unidades sanitárias, nomeadamente o Aconselhamento e Testagem na Comunidade (AT-C),
como forma de maximizar a cobertura nacional e atingir as populações residentes em zonas mais
recônditas. Em 2008-2009, inicia a integração do AT em outros serviços clínicos, estratégia
acompanhada pela necessidade de direccionar o aconselhamento para uma abordagem não só de
testagem para o HIV, mas, sim, de saúde no seu todo. Surge então o Aconselhamento e Testagem
em Saúde (ATS). Desta forma, os GATV’s tornam-se Unidades de Aconselhamento e Testagem
em Saúde (UATS). Sendo um dos objectivos do ATS identificar precocemente HIV e criar uma
ligação melhor estruturada com os serviços de cuidados e tratamento.

Actualmente, as várias abordagens e estratégias de implementação visam alcançar as PVHIVS,


através de:

Identificação e testagem de parceiros e filhos de pessoas com HIV:

 Identificação e testagem precoce de parceiros de mulheres grávidas; Identificação e


testagem de população-chave (trabalhadoras de sexo (TS), homens que fazem sexo com
homens (HSH), usuários de drogas injectáveis) e população vulnerável (reclusos,
população em constante mobilidade e raparigas com idade compreendida entre 15 e 24
anos).
Objectivos

A presente Directriz Nacional para o ATS é formulada com o objectivo de definir orientações
para a implementação no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A Directriz surge com a necessidade
de integrar orientações com base em recomendações internacionais e evidências actuais, assim
como fundir os quatro (4) documentos orientadores de AT, implementados anteriormente:

 Guião Para o Aconselhamento e Testagem Iniciados Pelo Provedor no Contexto Clínico


2008;

 Guião Estratégico-Operacional para a Implementação das Unidades de Aconselhamento e


Testagem em Saúde (UATS) 2008;

 Directrizes para a Implementação e Monitoria do Aconselhamento e Testagem em Saúde


na Comunidade, 2009;

 Directriz para a Melhoria de Qualidade de Testagem Rápida de HIV em Moçambique.


Princípios orientadores do AT
O mais importante princípio para os provedores de saúde nos serviços deve ser fazer sempre o
que é o melhor para o interesse do paciente. Isto requer a provisão de informação suficiente para
uma decisão informada e voluntária para realizar o teste, incluindo ainda a oportunidade de
recusar a testagem. O aconselhamento pós-teste e as referências aos serviços apropriados são
essenciais para todos os pacientes, independentemente do resultado do teste e a
confidencialidade deve ser mantida. (OMS, 2006).

Segundo a WHO (2015) um serviço de Aconselhamento e Testagem para ser efectivo e com
qualidade tem que responder a 5 componentes ou princípios éticos indispensáveis:
1.Consentimento informado- O teste do HIV é livre, isto é, os utentes nunca deverão ser
forçados a receber aconselhamento ou a fazer a testagem para o HIV. Por este motivo, é
essencial que recebam orientações que sirvam de base para o seu consentimento informado.
O consentimento informado é o princípio ético mestre no AT, pois é aquele que garante a
autonomia da decisão do utente, respeitando-o como sujeito e cidadão de direito. O
consentimento informado estabelece-se através de um processo de diálogo entre o utente e o
provedor de saúde em que o primeiro é informado acerca das questões sobre o HIV e testagem,
para então tomar a decisão de fazer ou não o teste. Na República de Moçambique, o teste do HIV
não é obrigatório;
2. Confidencialidade- Deve-se manter o sigilo acerca das informações reveladas pelo utente
durante o aconselhamento, bem como aquelas fornecidas para o utente referente ao seu estado
serológico. Este é um dos pontos essenciais para que a população confie na qualidade do AT
oferecida pelo Serviço Nacional de Saúde. A garantia da confidencialidade do teste é crucial para
a tomada de decisão segura pelo utente. É princípio do AT o compromisso de sigilo sobre
qualquer informação trocada na sessão de aconselhamento, bem como durante o procedimento
da testagem;
3. Aconselhamento- É o processo de escuta activa, individualizada, que envolve a interacção
entre o utente e o provedor de saúde, estabelecendo uma relação de troca, refere-se ao modo
como o provedor de saúde constrói com o utente uma relação de confiança de modo a apoiá-lo
na adopção de comportamentos saudáveis. O aconselhamento está baseado no respeito e ética, e
consiste em ajudar o utente a compreender a importância do conhecimento do seu estado
serológico para o HIV e oferecer informações para a tomada de decisões em relação à sua saúde.
O processo é dividido em três partes: aconselhamento pré-teste, aconselhamento durante a
testagem e, por último, o aconselhamento pós-teste;
4. Resultado correcto dos testes- O provedor deve garantir a qualidade durante a execução dos
testes que irá executar, oferecer ao utente a possibilidade de acompanhar activamente o
procedimento, assim como garantir a entrega de resultados correctos. A execução do teste e a
entrega do resultado devem ser acompanhadas pelo processo de aconselhamento, sendo que se
orienta para que seja o mesmo provedor a iniciar e a finalizar o processo de AT;
5. Ligação entre os serviços de AT e os de cuidados e tratamento- O provedor de saúde deve
garantir a referência dos utentes para os serviços de cuidados e tratamento com consentimento do
utente. Para os utentes com resultado positivo, é indispensável garantir não só as referências, mas
também o seguimento/acompanhamento nos serviços de TARV.

Etapas do processo de aconselhamento e testagem


O aconselhamento deve ser efectuado por provedores previamente e devidamente capacitados. É
no pacote de formação do ATS (Aprovado pelo MISAU) onde se encontram todos os
instrumentos necessários e capazes de oferecer ao provedor as habilidades básicas para o
exercício do aconselhamento.

Aconselhamento pré-teste

É o momento em que o provedor de testagem solicita ao utente o consentimento para a realização


do teste para HIV, aborda sobre aspectos relacionados à prevenção e cuidados e tratamento,
avalia comportamentos de risco do utente, incluindo a violência baseada no género; elucida sobre
os possíveis serviços de apoio que o utente poderá ter, independentemente do resultado e sobre a
importância de testagem de familiares, com prioridade para parceiros e filhos.

Em locais ou serviços com grande afluxo de pacientes, pode-se priorizar o Aconselhamento Pré-
teste em grupo na sala de espera, de forma a maximizar o tempo e garantir que todos os utentes a
testar tenham acesso ao aconselhamento. Contudo, é de considerar o aconselhamento individual
no momento em que o provedor está apenas com o utente, pois este é o momento de avaliar
comportamentos de risco e garantir que o utente percebeu o que se pretende com o AT.

Aconselhamento durante a testagem


É fundamental que nesta etapa o provedor de testagem tenha o foco nas seguintes questões:

 Com base nos procedimentos operacional padrão de testagem, explicar ao utente como
deve ser feito o procedimento de testagem, e como se interpretam os possíveis resultados;
 Oferecer o apoio psicossocial para enfrentar o resultado do teste;
 Realizar imediatamente a testagem, e com o utente proceder à leitura dos seus resultados
utilizando o algoritmo de testagem;
 Esclarecer sobre todas as implicações de cada resultado: negativo, positivo ou
indeterminado;
 Discutir o resultado do teste com o utente.
Aconselhamento pós-teste
É o momento em que o provedor de testagem faz a leitura e a interpretação do resultado do teste
do HIV com o utente, de modo a que este seja considerado como um sujeito activo no processo.
O aconselhamento pós-teste deve ser acompanhado de orientações que ajudem o utente a tomar
decisões seguras no que se refere à sua saúde. Seu conteúdo deve destacar além da revelação do
resultado, a importância e a manutenção da continuidade de cuidados e tratamento, no caso de
resultado positivo, os resultados dos testes devem ser entregues individualmente e nunca em
grupo, no entanto os casais devem ser encorajados a receber o AT juntos. O mesmo provedor que
conduziu o aconselhamento pré-teste deve fazer o aconselhamento pós-teste e deve ainda abordar
questões sobre:

 Necessidade de testar seus parceiros e filhos, caso o resultado seja positivo;


 No caso de utentes com resultado negativo e que não demonstrem nenhum
comportamento de risco, encorajá-los a doar sangue no banco de sangue mais próximo;
 Mesmo com o resultado negativo, o utente deve ser encorajado a convidar seu/sua
parceiros (as) para o teste;
 Utentes com resultado negativo podem ser referenciados para outros serviços clínicos, de
acordo com a necessidade do utente (ex. circuncisão masculina, consultas externas,
planeamento familiar, etc.);
 Nos casos de utentes que tenham sido vítimas de violência sexual, devem ser
encaminhados ao Serviço de Atendimento Integrado às Vítimas de Violência ou seguir o
fluxo de atendimento a vítimas de violência estabelecido na unidade sanitária;
 Nos casos de trabalhadores de saúde que tenham sido expostos à infecção pelo HIV,
devem prontamente comunicar ao supervisor designado na US, conforme preconiza o
MISAU através do Guião de Profilaxia Pós-Exposição – PPE;

Testes rápidos
A ampliação do acesso ao diagnóstico é um desafio aos programas de saúde pública.
Os testes laboratoriais convencionais são operacionalmente complexos, requerem profissionais
especializados e infra-estrutura laboratorial apropriada. Além disso, o prazo para entrega dos
resultados desses testes pode ser longo, levando o indivíduo a se desinteressar pelo resultado do
teste e à consequente perda deste pelo sistema de saúde.
Ao final da década de 1980, uma nova estratégia diagnóstica surgiu. Chegaram ao mercado, os
testes rápidos. Com o avanço das tecnologias de desenvolvimento e produção, esses testes
revelaram-se eficientes na investigação de doenças infecto-contagiosas. Desde 2005, a utilização
dos testes rápidos permite atender à crescente demanda pelo diagnóstico de agravos relevantes à
saúde pública, visto que sua utilização aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite
seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento.

Testes rápidos- são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos resultados são feitas em,
no máximo, 30 minutos. Além disso, são de fácil execução e não necessitam de estrutura
laboratorial.
Testes rápidos são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. Podem ser feitos
com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da polpa digital, ou com amostras de
fluido oral. Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e (ou) plasma.
A execução dos testes rápidos, habitualmente, é muito simples e a capacitação de pessoal pode
ser realizada presencialmente, ou por meio de ensino a distância (EAD).

Vantagens dos testes rápidos


A primeira vantagem significativa dos testes rápidos é que eles possibilitam a liberação dos
resultados e a assistência ao paciente em uma única consulta.
Os testes rápidos não necessitam de estruturas laboratoriais ou de profissionais graduados para
sua execução, assim como dispensam o transporte de amostras e a necessidade de colecta de
sangue venoso. Além disso, a aplicação de testes rápidos auxilia na prevenção da transmissão
vertical, facilita o diagnóstico em populações-chave e promove o acolhimento imediato, dentro
da estrutura assistencial do SUS.
Esses testes, que podem ser realizados durante atendimento ou consulta em qualquer local,
aumentam a resolutividade do SUS ao facilitar, ao indivíduo, o conhecimento de sua situação
imunológica.
A seguir, estão listadas situações e locais em que se indica a utilização dos testes rápidos:

 Rede de serviços de saúde sem infra-estrutura laboratorial, ou localizados em regiões de


difícil acesso;
 Programas do Ministério da Saúde (MS), como o Rede Cegonha, o Programa de Saúde da
Família, o Consultório na Rua e o Quero Fazer, dentre outros;
 Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidade de Testagem Móvel (UTM).
 Segmentos populacionais flutuantes;
 Laboratórios que realizam pequenas rotinas (rotinas com até cinco amostras diárias para
diagnóstico);
 Prontos-socorros;
 Maternidades;
 Segmentos populacionais mais vulneráveis;
 Parcerias sexuais.
Tipos de testes rápidos
Existem vários formatos de TR. Os mais frequentemente utilizados são:
 Imunocromatografia de fluxo lateral;
 Imunocromatografia de dupla migração (ou de duplo percurso – DPP);
 Dispositivos de imunoconcentração;
 Fase sólida.
Figura3: Tipos de testes
Análise e Discussão de Resultados
O trabalho de campo teve uma duração de 60 dias, tendo tido inicio no dia 18 de Setembro a 18
de Novembro do ano de 2022. Este trabalho decorreu no centro de Saúde de Jangamo, localizado
no distrito de Jangamo. Nos primeiros dias, o grupo deslocou-se a unidade sanitária, com o
intuito de se apresentar junto do seu tutor. Neste dia, o grupo conheceu a instituição, os
funcionários (uma parte deles), foram estabelecidas normas de como o trabalho deveria ser
realizado, onde os estagiários deveriam conhecer as regras da instituição de modo a manter a
integridade da instituição como pessoa colectiva.
Nos dias seguintes houve um processo de busca de material por parte dos estagiários, todavia
com o andar dos dias junto com o docente em sala de aulas, foi consensual que o grupo deveria
procurar saber da instituição se teriam algum material, especificamente testes, guiões de
entrevista, testes de cotação, etc.
No que diz respeito aos testes utilizados para a testagem do HIV, após uma busca na literatura
constatou-se o seguinte:
Selecção dos testes
A selecção dos testes a serem adquiridos no país será orientada pelos critérios descritos na figura
seguinte:
Figura4
Conclusão
. Critérios para selecção dos testes para a auto-testagem de HIV

Local de disponibilização do auto-teste


Numa primeira fase, o autoteste HIV estará disponível no Sistema Nacional de Saúde em
farmácias privadas que irão comercializar para quem pretenda adquirir, com idade igual ou
superior a 15 anos (idade de assentimento). Esta abordagem será implementada até que
evidências sobre outras estratégias estejam disponíveis e haja uma posição do Ministério que
superintende a área da Saúde sobre a sua implementação no país. A disponibilização dos
autotestes de HIV nas farmácias, pode ser uma ferramenta de grande importância para o
diagnóstico precoce da infecção por HIV. Sob o ponto de vista do estabelecimento, a farmácia é
o local onde se prestam serviços de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação
individual e colectiva.
Quantificação e aquisição
As farmácias irão quantificar as necessidades de autotestes conforme a procura e adquiri-los
através dos mecanismos estabelecidos para aquisição comercial de dispositivos médicos in vitro.
O número de autotestes importados deve ser comunicado à Entidade Reguladora de
Medicamentos.
Abordagem de oferta do auto-teste para o HIV
O auto-teste de HIV será oferecido como uma abordagem adicional aos serviços de testagem do
HIV. A oferta do auto-teste deve ser feita com o objectivo de alcançar casos positivos, que
deverão ser confirmados (diagnóstico definitivo) a posterior na Unidade Sanitária. O mesmo
deve ser oferecido com intuito de alcançar populações de difícil acesso à testagem.
A adopção da abordagem de auto-testagem para o HIV em Moçambique irá seguir os modelos
operacionais descritos abaixo, sempre considerando que os utentes interessados em usar o
autoteste terão que se dirigir a uma farmácia para comprá-los.
Baseado nas informações acima, ficou claro que a selecção de testes é um processo complexo, e
que os mesmos devem respeitar certos aspectos éticos, ou seja, na relação entre o profissional e o
testando, o profissional deve usar os testes de confiabilidade máxima possível, de modo a que o
resultado seja preciso. Porque erros no teste podem levar a situações devastadoras na vida do
paciente.
Após muito tempo de observação, aprendendo como é o processo de aconselhamento e aplicação
dos testes, chegou a vez de intervir de forma directa, através da aplicação dos testes aos
pacientes, conforme foi mencionado no corpo deste trabalho, é necessário que o profissional
conduza uma secção de aconselhamento pré-teste de modo a perceber o estado emocional do
paciente nesse dia, a sensibilidade, e os possíveis comportamentos que podem advir do
conhecimento de seu estado de saúde caso seja positivo ou negativo.
Foram conduzidas secções de aconselhamento pré-teste, que consistiram numa conversa
conduzida pelo avaliador, num primeiro momento de modo a quebrar o gelo, esta conversa era
inteiramente aleatória, mas de forma gradual foi se trazendo aspectos da vida do paciente, como
o possível histórico médico de doença.
Aconselhamento
Processo de escuta activa, centrado na realidade e nas necessidades do utente, pressupondo a
capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre o provedor e o paciente (aliança
terapêutica).
Aconselhamento para a testagem
Geralmente a testagem é a porta de entrada para outros serviços. Todo o utente que faz o teste de
HIV na unidade sanitária deve em primeiro lugar receber aconselhamento. O provedor de saúde
deve estabelecer uma relação de confiança e de confidencialidade e que seja proporcionado um
ambiente favorável e de acolhimento ao utente. Também deve-se ter em conta que a testagem
não é obrigatória. Deve existir uma boa interacção com o utente, permitindo que ele fale e
coloque as suas questões.
NB: A sessão deve ser conduzida no sentido de redução de riscos!
Foi observável no meio de alguns pacientes alguma relutância em se abrir, ou seja, manter a
conversa. Para tal, as secções de aconselhamento pré-teste tornaram-se de certa forma
complexas, porque o profissional (estagiário) em certos momentos se achava numa posição de
dúvida, se testava o paciente ou não. Todavia, foi aplicado o teste, e durante o memento de
espera dos resultados, o estagiário ia novamente conduzindo secções de escuta. Após a saída dos
resultados, uma secção de aconselhamento pós- teste era novamente conduzida, visando deixar o
paciente a par do seu resultado, e possível sensibilização, independentemente do seu resultado,
sensibilização que consistia em reforçar o uso de métodos de protecção, ida ao centro de saúde
mais próximo de três em três meses para saber do seu estado de saúde, etc.
Importa também dizer que, um aspecto bastante importante neste processo, é a observância de
questões éticas. A ética diz respeito a acções que podem ou na ser em feitas. Como o aplicador
do teste, é necessário primeiro compreender que se trata de um trabalho delicado que consiste em
de certa forma manter um vínculo afectivo entre profissional e paciente. Foi importante também
entender que o resultado do teste fica entre o paciente e o profissional.
Durante os 60 dias de trabalho, ficou percebido que grande parte dos pacientes que se dirigiam
ao centro de saúde, levava muito tempo vivendo com o vírus, com medo de saber da sua real
situação, e das mudanças que essa nova realidade traria no seu estilo de vida, alguns até
chegavam a unidade sanitária intencionando testar, mas, após alguns minutos desistiam e
regressavam a suas casas sem a materialização do objectivo que os trouxe a instituição,
Recomendações
Como recomendações se trazem as seguintes:
 E necessário que sejam promovidas campanhas nos bairros de consciencialização sobre a
adesão a testagem do HIV-SIDA;
 Os estudantes de psicologia deveriam cada vez mais aderir a estágios que sejam de
contacto, ou intervenção na vida de pessoas vivendo com HIV-SIDA de modo a que estes
se sintam consciencializados e entendam que a vida é preciosa e que um resultado
positivo para o HIV-SIDA, não é como muitos pensam, sentença de morte.
Metodologia
Quanto ao método a pesquisa é Indutiva. A pesquisa indutiva parte de premissas particulares, a
premissas universais (LAKATOS; MARCONI, 1993);
Quanto a abordagem do problema a presente pesquisa é Qualitativa. A pesquisa qualitativa
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido
em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. (GIL, 2008);
Quanto aos objectivos a pesquisa é descritiva. A pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva
intenciona descrever as características de determinadas populações ou fenómenos. Uma das suas
peculiaridades esta na utilização de técnicas de colecta de dados tais como o questionário e a
observação sistemática. (GIL, 2008)
População e Amostra
A população de estudo foi de 96 pacientes.
Amostra: A amostra para esse estudo foi de 4 pacientes.
Informações da instituição
A unidade sanitária de Jangamo, conta com 109 funcionários, dos quais 10 trabalham no TARV,
2 técnicos de Medicina Geral,1 Psicólogo, 1 Técnico de Psiquiatria, 3 Conselheiros, 2
Recepcionistas.
Conclusão
Aconselhamento pré-teste é o momento em que o provedor de testagem solicita ao utente o
consentimento para a realização do teste para HIV, aborda sobre aspectos relacionados à
prevenção e cuidados e tratamento, avalia comportamentos de risco do utente, incluindo a
violência baseada no género; elucida sobre os possíveis serviços de apoio que o utente poderá
ter, independentemente do resultado e sobre a importância de testagem de familiares, com
prioridade para parceiros e filhos.
Em locais ou serviços com grande afluxo de pacientes, pode-se priorizar o Aconselhamento Pré-
teste em grupo na sala de espera, de forma a maximizar o tempo e garantir que todos os utentes a
testar tenham acesso ao aconselhamento. Contudo, é de considerar o aconselhamento individual
no momento em que o provedor está apenas com o utente, pois este é o momento de avaliar
comportamentos de risco e garantir que o utente percebeu o que se pretende com o AT.
Testes rápidos a ampliação do acesso ao diagnóstico é um desafio aos programas de saúde
pública. Os testes laboratoriais convencionais são operacionalmente complexos, requerem
profissionais especializados e infra-estrutura laboratorial apropriada. Além disso, o prazo para
entrega dos resultados desses testes pode ser longo, levando o indivíduo a se desinteressar pelo
resultado do teste e à consequente perda deste pelo sistema de saúde.
Ao final da década de 1980, uma nova estratégia diagnóstica surgiu. Chegaram ao mercado, os
testes rápidos. Com o avanço das tecnologias de desenvolvimento e produção, esses testes
revelaram-se eficientes na investigação de doenças infecto-contagiosas. Desde 2005, a utilização
dos testes rápidos permite atender à crescente demanda pelo diagnóstico de agravos relevantes à
saúde pública, visto que sua utilização aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite
seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento.
Após muito tempo de observação, aprendendo como é o processo de aconselhamento e aplicação
dos testes, chegou a vez de intervir de forma directa, através da aplicação dos testes aos
pacientes, conforme foi mencionado no corpo deste trabalho, é necessário que o profissional
conduza uma secção de aconselhamento pré-teste de modo a perceber o estado emocional do
paciente nesse dia, a sensibilidade, e os possíveis comportamentos que podem advir do
conhecimento de seu estado de saúde caso seja positivo ou negativo.
Foram conduzidas secções de aconselhamento pré-teste, que consistiram numa conversa
conduzida pelo avaliador, num primeiro momento de modo a quebrar o gelo, esta conversa era
inteiramente aleatória, mas de forma gradual foi se trazendo aspectos da vida do paciente, como
o possível histórico médico de doença.
Referências Bibliográficas
MISAU, Plano de Aceleração da Resposta ao HIV e SIDA em Moçambique 2013 - 2015,
Maputo, Moçambique, 2013
Bosteels, K. e Goetgherbuer, D. (2008) Apoio psicossocial à Criança HIV+. Médicos sem
Fronteiras
BRANSON, B. M. Point-of-Care Rapid Tests for HIV Antibodies.2003.

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