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Análise da ocorrência de infecção pelo vírus HIV/AIDS em jovens de 15 a

22 anos no Brasil no período de 1980 à 2022

Fernanda Valente Gomes1


Daiana Gomes da Silva2
Alana Rodrigues Ferreira3
Elaine Costa Almeida Barbosa4

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Discente do Curso de Farmácia. UNINASSAU - João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: nandavalente01@gmail.com
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Discente do Curso de Farmácia. UNINASSAU - João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: daianagomessilva99@gmail.com
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Docente Orientadora Ma. UNINASSAU. João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: alanina.rf@gmail.com
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Docente Coorientadora Ma. UNINASSAU. João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: tccfarmaciauninassau@gmail.com
2022.1
1 INTRODUÇÃO

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (UNAIDS) e a


Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava que aproximadamente 38 milhões de pessoas
vivem com HIV/AIDS a partir de 2020. Estimativas brutas, aproximadamente um a dois
milhões dessas pessoas estão infectadas com HIV, incluindo alguns que estão duplamente
infectados com ambos os vírus (GOTTLIEB; RAUGI; SMITH, 2018).
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids
(da sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), acomete o sistema
imunológico, responsável por resguardar o organismo das patologias. Aids é a Síndrome da
Imunodeficiência Humana, disseminado pelo vírus HIV, enfermidades que são responsáveis
por atingir às células de maneira irreversível (BRASIL, 2016).
Atualmente o HIV é conhecido por dois tipos, sendo eles o tipo 1 e 2, onde o
HIV-1 o mais virulento e responsável pela maioria dos casos de AIDS no mundo, enquanto o
HIV-2 é endêmico na África Ocidental e se dissemina na Índia. No Brasil, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a cada ano o país tem 110.000 novos
casos de AIDS. Estes números demonstram que a AIDS configura um dos grandes problemas
de saúde pública no plano nacional, não diferindo do mundial (SOUZA, et al., 2015).
O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae, pertence ao
grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que necessitam, para multiplicar-se
compartilham de um longo período de incubação antes do surgimento dos sintomas da
doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune
(BRASIL, 2016).
O vírus tem transmissão fluidos corporais, através de relações sexuais
desprotegidas, sendo eles oral, anal ou vaginal, transfusão de sangue, compartilhamento de
seringas infectadas ou vertical qual o contágio ocorre de mãe para filho durante a gestação,
em qualquer fase do período intra-uterino, parto ou aleitamento. Inúmeras pessoas com o
vírus HIV podem passar anos sem apresentar quaisquer sintomas e evolução da doença.
Entretanto é como que na fase sintomática inicial o indivíduo com HIV apresente sinais e
sintomas inespecíficos de intensidade variável, como sudorese noturna, fadiga,
emagrecimento e trombocitopenia, além de processos oportunistas de menor gravidade,
principalmente na pele e nas mucosas, como candidíase oral e, nas mulheres, orovaginal
(BRASIL, 2018).
A baixa de imunidade é condição ao aparecimento de infecções oportunistas
como: tuberculose, neurotoxoplasmose, neurocriptococose e algumas neoplasias (linfomas
não Hodgkin e sarcoma de Kaposi) define a aids em sua forma mais avançada. Isso porque o
ciclo de vida do vírus HIV na célula humana ocorre a partir da ligação de glicoproteínas virais
(gp120) ao receptor específico da superfície celular, principalmente os linfócitos T-CD4),
promovendo a fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira a partir da
liberação do "core" do vírus para o citoplasma da célula hospedeira, por meio da transcrição
do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa, levando
ao transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no
genoma celular (provírus), dependente da enzima integrase, ou a permanência em forma
circular, isoladamente de modo a fazer com que o provírus seja reativado, produzindo o RNA
mensageiro viral, indo para o citoplasma da célula (SABIN; LUDGREN, 2013).
As proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades, por intermédio da
enzima protease, sendo essas que regulam a síntese de novos genomas virais, e formam a
estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira, onde o vírion
recém-formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, podendo permanecer
no fluído extracelular, ou infectar novas células. Portanto qualquer interferência no processo

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de o ciclo de vida do vírus impede a multiplicação e liberação de novos vírus, entretanto,
atualmente os fármacos existentes e disponíveis no tratamento, interferem apenas na fase dos
inibidores da transcriptase reversa e a fase dos inibidores proteases (BRASIL, 2015).
A AIDS, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), teve o seu
primeiro caso registrado no início da década de 80. No Brasil, os primeiros casos confirmados
ocorreram em 1982, no estado de São Paulo. Inicialmente, foi associada, de forma acusadora,
a “grupos de risco”, tais como homossexuais, profissionais do sexo, dependentes químicos e
hemofílicos, localizados em grandes centros urbanos. A associação da doença aos “grupos de
risco” disseminou a falsa noção de que as pessoas não pertencentes a estes “grupos” estariam
“a salvo da ameaça”. Por outro lado, reforçou preconceitos e estigmas vigentes contra
algumas minorias (SANTOS; SANTOS, 1999).
Desta forma, segundo Greco (2016) a resposta brasileira à Aids foi iniciada em
1985, quando o estado brasileiro, a sociedade civil e a academia se associaram com objetivos
comuns. Esta se fortaleceu com a criação do SUS em 1988, imprescindível para implementar
o programa nacional de Controle das DST/AIDS, baseado nos direitos humanos, visando
equidade, inclusão, integralidade e contra o preconceito e a discriminação. O Brasil foi dos
primeiros a disponibilizar, já em 1996, na saúde pública, tratamento adequado para todas as
PVHA.
Pode-se afirmar que há condições para eliminar o preconceito, a discriminação e
diminuir a disparidade, pano de fundo para a disseminação da AIDS e de outras epidemias.
Estão disponíveis instrumentos para tratar adequadamente as PVHA, para eliminar a
transmissão do HIV e proteger os direitos de todos. Entretanto, para que isso aconteça, é
necessária a ampliação do acesso à educação, incluindo educação sexual, e cuidados de saúde
de qualidade. Necessário ainda o enfrentamento diuturno do conservadorismo e de toda
violência e discriminação contra pessoas em risco ou vivendo com HIV. A experiência
brasileira nestes mais de 30 anos é inestimável alavanca para alcançar o fim da epidemia
(GRECO, 2016).
Segundo informações do Ministério da Saúde (2022) a Articulação Nacional de
Aíds (Anaids), a cada 15 minutos protocola um novo caso de Aids no Brasil e nos mesmos
15 minutos 34 pessoas vão a óbito, diariamente, por causa dessa enfermidade. Os dados até
então indicam que os jovens estão se contaminando cada vez com maior intensidade. Em 10
anos, os casos de Aids na faixa etária de 15 a 24 anos dobraram. A sigla utilizada atualmente
pelo Ministério da Saúde para pessoas vivendo com HIV é PVHIV. Entre tanto ainda assim, a
Anaids defende a continuidade da sigla PVHA (Pessoas Vivendo com HIV/Aids), para que a
Aids não saia do contexto do HIV e para que doentes de Aids tenham acesso e segurança de
tratamento adequado. Para a Ainaids, a exclusão da sigla Aids pode enfraquecer a luta
daqueles que vivem com a doença, diferente de quem vive com HIV, mas é intransmissível
por estar em tratamento.
A melhor técnica de evitar a Aids / HIV é a prevenção combinada, que consiste no
uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para
responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de
determinadas formas de transmissão do HIV. São ações voltadas à redução do risco de
exposição, mediante intervenção na interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção
(GUTIERREZ; et al., 2019)
As estratégias podem ser divididas em dois grupos: intervenções biomédicas
clássicas, que empregam métodos de barreira física ao vírus, já largamente utilizados no
Brasil; e intervenções biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais (ARV). Primeiro grupo
tem-se a distribuição de preservativos masculinos e femininos e de gel lubrificante e o
segundo grupo inclui o Tratamento para Todas as Pessoas – TTP; a Profilaxia Pós-Exposição
– PEP; e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP (BRASIL, 2022).

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O objetivo geral é fazer um levantamento bibliográfico sobre os casos de
infecções por HIV/AIDS em jovens com idade entre 15 a 24 anos, no Brasil dos anos 1980 à
2022, verificando a Contaminação de jovens entre 15 à 24 anos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. "Aids: etiologia, clínica,


diagnóstico e tratamento" Unidade de Assistência. 2015. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf/.
Acesso em: 16 mai.2022.

BRASIL. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. HIV e Aids. 2016. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/hiv-e-aids/. Acesso em: 16 mai.2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de doenças de condições crônicas e infecções


sexualmente transmissíveis. 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/hiv-e-aids/.
Acesso em: 16 mai.2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e
das Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico HIV/Aids. Brasília, DF; 2018. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/system/tdf/pub/2016/66196/boletim_hiv_aids_12_2018.pdf?
file=1&type=node&id=66196&force=1

GOTTLIEB GS, RAUGI DN, SMITH RA. 90-90-90 para HIV-2? Acabar com a epidemia de
HIV-2, melhorando o atendimento e o manejo clínico de pacientes infectados pelo HIV-2.
Lancet 2018; 5:e390.

GRECO, D.B. Trinta anos de enfrentamento à epidemia da Aids no Brasil, 1985-2015.


OPINIÃO • Ciênc. saúde coletiva. V.21, N.5. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/.
Acesso em: 23 abr.2022.

GUTIERREZ, E.B. et al. Fatores associados ao uso de preservativo em jovens - inquérito de base
populacional. 2019. Revista Brasileira de Epidemiologia. v.22, 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbepid/ Acesso em: 22 abr.2022.

SABIN CA, LUNDGREN JD. A história natural da infecção pelo HIV. Curr Opin HIV
AIDS. 2013 jul;8(4):311-7. doi: 10.1097/COH.0b013e328361fa66. PMID:
23698562; PMCID: PMC4196796.

SANTOS, V.L.; SANTOS, C.E. Adolescentes, jovens e AIDS no Brasil. 2019. Disponível em:
https:// www.bvsms.saude.gov.br/. Acesso em: 22 abr.2022.

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SOUZA, T.S.P. et al. Prescrição e efeitos do treinamento de força em pessoas vivendo com
HIV/Aids. Revista Baiana de Saúde Pública. v.39, n.3, p.655-667 jul./set. 2015.

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