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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO

Eduarda Nayuri de Souza Costa


Henry Gabriel Capucho Gonçalves

PROJETO INTEGRADOR
O Profissional Psicólogo: uma construção a partir da perspectiva técnica e humana.
A saúde mental das pessoas que estão expostas ao vírus HIV e seus desafios
encontrados durante o dia-a-dia. Uma proposta humanizada a fim de promover
melhor qualidade de vida diante a doença. Uma síntese dos conteúdos da grade
curricular do 7˚ semestre de Psicologia.

Lorena - SP
2023
Eduarda Nayuri de Souza Costa
Henry Gabriel Capucho Gonçalves

PROJETO INTEGRADOR
O Profissional Psicólogo: uma construção a partir da perspectiva técnica e humana.
A saúde mental das pessoas que estão expostas ao vírus HIV e seus desafios
encontrados durante o dia-a-dia. Uma proposta humanizada a fim de promover
melhor qualidade de vida diante a doença. Uma síntese dos conteúdos da grade
curricular do 7˚ semestre de Psicologia.

Projeto de intervenção apresentado na


disciplina de Projeto Integrador, no sétimo
semestre de Psicologia, orientado
pela professora Carine Naldi Sawtschenko
Victorino.

Lorena - SP
2023
Introdução

O presente trabalho é desenvolvido a partir de um levantamento das


estatísticas brasileiras sobre o HIV/AIDS e as pessoas que convivem com essa
doença. Além de se basear em pesquisas bibliográficas sobre a história do vírus ao
longo dos anos até o presente momento. Assim oferecendo e coletando informações
necessárias para que seja possível a elaboração de uma campanha que visa a
promoção da qualidade de saúde mental dessas pessoas, em prol de um
enfrentamento mais humanizado diante o vírus, e uma possível política de
prevenção, utilizando de recursos como, entrevista com profissionais na linha de
frente ao um grupo de pessoas portadoras do vírus em uma Instituição de Saúde da
cidade de Lorena através do SAE (Serviço de Atendimento Especializado em
ISTs/HIV/AIDS/HEPATITES VIRAIS), realizando uma aplicação de questionários
através do Google Forms para levantamento de dados estatísticos e folhetos
informativos elaborado e entregue após a finalização do trabalho.

Justificativa

Levando em consideração o tema do Projeto Integrador do sétimo semestre


“O Profissional Psicológico: uma construção a partir da perspectiva técnica e
humana”, o presente trabalho tem o intuito de realizar uma pesquisa bibliográfica a
fim de promover uma maior compreensão sobre o vírus HIV/AIDS e em como a
saúde dos portadores é afetada, além de suas privações e saúde física. Através de
fundamentações teóricas sobre quais os desafios e cuidados são enfrentados na
vida particular e social dos mesmos. Além disso, a vivência de uma entrevista com
dois profissionais que estão inseridos dentro da Instituição de Saúde de Lorena
(SAE - Serviço de Atendimento Especializado). Sendo um Enfermeiro e uma
Psicóloga que estão à frente de um grupo de atendidos portadores do vírus,
trazendo sua perspectiva técnica e humana direta com esse público, para
proporcionar um momento de reflexão e observação da saúde mental e
enfrentamento psicológico após o recebimento do diagnóstico.

Objetivo

Pesquisar e coletar dados para realizar uma campanha a fim de promover


qualidade de saúde mental, e uma política de prevenção, para que assim, seja
possível prever uma proposta de intervenção juntamente com o (SAE - Serviço de
Atendimento Especializado) com o objetivo de desenvolver melhorias no cotidiano
de portadores de HIV/AIDS, além de abrir um leque preventivo no pré-diagnóstico e
após.

Referencial Teórico

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus que infecta e


compromete o sistema imunológico humano. O HIV/AIDS é uma doença viral crônica
causada por esse vírus. A sigla "HIV" refere-se ao vírus em si, enquanto "AIDS"
significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immunodeficiency
Syndrome, em inglês), que é a condição avançada da infecção pelo HIV. O HIV é
transmitido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, contato com
sangue infectado, compartilhamento de agulhas contaminadas (principalmente no
contexto do uso de drogas injetáveis) e de mãe para filho durante a gravidez, parto
ou amamentação. Uma vez que o HIV entra no organismo, ele invade as células do
sistema imunológico, especialmente os linfócitos T CD4+, que são responsáveis
pela coordenação e fortalecimento da resposta imunológica. O vírus se replica
dentro dessas células, enfraquecendo gradualmente o sistema imunológico e
tornando-o incapaz de combater efetivamente outras infecções e doenças.
A AIDS é o estágio avançado da infecção pelo HIV, caracterizada por uma
queda significativa na contagem de células CD4 e pelo desenvolvimento de doenças
oportunistas, como infecções bacterianas, virais, fúngicas e neoplasias. Sem
intervenção e tratamento adequados, a infecção pelo HIV progride gradualmente
para a AIDS, resultando em um sistema imunológico gravemente comprometido.
Embora o HIV/AIDS não tenha cura, os avanços médicos nas últimas décadas têm
permitido o desenvolvimento de terapias antirretrovirais altamente eficazes. Esses
medicamentos ajudam a suprimir a replicação viral, preservar a função imunológica
e melhorar a qualidade e a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Sendo assim, o (SAE - Serviço de Atendimento Especializado) da Instituição de
Saúde de Lorena tem como fonte principal a missão de diagnosticar e realizar o
manejo clínico das ISTs, com foco na qualidade de vida do usuário SUS, com
respeito ao sigilo e à diversidade sexual. A missão do (SAE - Serviço de
Atendimento Especializado) é também apoiar toda a atenção básica e hospitais do
município, além de propagar a educação sexual. Além disso, estratégias de
prevenção, como o uso de preservativos, testagem regular e educação em saúde,
desempenham um papel fundamental na redução da disseminação do HIV.
A transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV) ocorre por meio
de diferentes vias. As principais formas de transmissão incluem:
Relações sexuais desprotegidas: O HIV pode ser transmitido durante o contato
sexual sem o uso de preservativos, principalmente por meio do contato de mucosas
(genitais, retais ou orais) com fluidos corporais infectados, como o esperma (semen)
e as secreções vaginais. O risco de transmissão é maior em relações sexuais anais e
vaginais desprotegidas, especialmente se houver feridas, úlceras ou inflamações nas
mucosas.
Contato com sangue infectado: O HIV pode ser transmitido por meio do
contato direto com sangue infectado. Isso pode ocorrer ao compartilhar agulhas e
seringas contaminadas durante o uso de drogas injetáveis, ao compartilhar objetos
cortantes contaminados, como lâminas de barbear ou seringas não esterilizadas, ou
em situações de acidentes com instrumentos perfurocortantes contaminados.
Transmissão de mãe para filho: O HIV pode ser transmitido de uma mãe
infectada para seu filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. A
transmissão vertical ocorre quando o vírus passa da mãe para o feto em
desenvolvimento através da placenta, durante o trabalho de parto, quando o bebê
entra em contato com fluidos maternos infectados, e por meio do leite materno
durante a amamentação. No entanto, medidas de prevenção, como a utilização de
terapia antirretroviral durante a gravidez e o parto, cesariana e a não amamentação,
podem reduzir significativamente o risco de transmissão. É importante ressaltar que
o HIV não pode ser transmitido por meio de contatos casuais do dia a dia, como
apertos de mão, abraços, compartilhamento de alimentos ou utensílios, ou pelo ar,
água ou picadas de insetos.
A conscientização sobre as formas de transmissão do HIV é fundamental
para a prevenção da infecção. O uso consistente de preservativos em relações
sexuais, a não compartilhamento de agulhas e seringas e o acesso a testes de HIV
durante a gravidez são medidas eficazes para prevenir a transmissão do vírus. Além
disso, programas de educação em saúde e acesso a serviços de saúde adequados
desempenham um papel fundamental na prevenção da propagação do HIV/AIDS.
Em face do cenário atual, existem alguns dados epidemiológicos globais e regionais
sobre a prevalência e incidência do HIV/AIDS. É importante observar que esses
números são aproximados e podem variar de acordo com os relatórios e fontes
utilizados:
Estatísticas globais do HIV/AIDS: Segundo a pesquisa mais recente
disponibilizada no site da UNAIDS, em 2021, aproximadamente 38,4 milhões
de pessoas estavam vivendo com HIV em todo o mundo. Destas, 5,9 milhões
de pessoas não sabiam que viviam com o HIV em 2021. No mesmo ano, 1,5
milhão de pessoas foram recém infectadas por HIV. 54% de todas as
pessoas vivendo com o HIV neste ano, eram mulheres e meninas. Dentre
estes números, 28,7 milhões de pessoas estavam acessando a terapia
antirretroviral (em 2010, esse número estimava ser de 7,8 milhões). 76% das
pessoas acima de 15 anos tiveram acesso ao tratamento, assim como em
média de 52% de crianças de 0 a 14 anos. O número resulta em maior
quantidade em mulheres adultas, sendo 80% delas em tratamento e apenas
70% em homens adultos. Em média de 81% de mulheres grávidas com HIV
tiveram acesso a antirretrovirais para prevenir a transmissão em duas
gestações.
Em 2021, hoube em média de 650 mil mortes por doenças relacionadas à
AIDS. Comparado ao pico em 2004, obteve redução de 68% de mortes e 52%
desde 2010.
Com isso, desde o início da epidemia de HIV/AIDS, em torno de 84,2 milhões
de pessoas foram infectadas e cerca de 40,1 milhões de pessoas morreram
de doenças relacionadas à AIDS.
Em outros estudos sobre a prevalência regional do HIV/AIDS, cita-se:
África Subsaariana: A África Subsaariana é a região mais afetada pelo
HIV/AIDS no mundo. Segundo a UNAIDS, em 2020, cerca de 67% de todas as
pessoas vivendo com HIV estavam nessa região. Aproximadamente 26 milhões de
pessoas viviam com HIV na África Subsaariana em 2020.
Ásia: A Ásia também possui uma alta prevalência de HIV/AIDS,
especialmente em países como Índia, China, Indonésia e Tailândia. Estima-se que,
em 2020, cerca de 5,7 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV na Ásia.
Américas: Na América Latina e no Caribe, a prevalência varia de país para
país. Estima-se que, em 2020, cerca de 2,1 milhões de pessoas viviam com HIV na
região das Américas.
Europa: A Europa Ocidental e Central apresentam uma prevalência
relativamente baixa de HIV/AIDS. Em 2020, estima-se que cerca de 2,5 milhões de
pessoas estavam vivendo com HIV na região europeia.
Oriente Médio e Norte da África: Essa região apresenta uma prevalência
relativamente baixa de HIV/AIDS. Estima-se que, em 2020, cerca de 260.000 pessoas
estavam vivendo com HIV no Oriente Médio e Norte da África. Esses números
destacam a significativa carga global do HIV/AIDS e a necessidade contínua de
programas de prevenção, tratamento e cuidados abrangentes em todo o mundo. É
importante acompanhar os dados epidemiológicos atualizados de fontes confiáveis,
como a UNAIDS e as autoridades de saúde locais, para ter uma compreensão mais
precisa e atualizada sobre a prevalência e incidência do HIV/AIDS em diferentes
regiões.
Ainda segundo a UNAIDS, ao que se refere à investimentos, em 2021 foram
disponibilizados US $21,4 bilhões para enfrentamento da AIDS em países de baixa e
média renda, cerca de 60% foram recursos domésticos. Para 2025, estima ser
necessário US $29 bilhões, incluindo países que já foram considerados como de alta
renda, para que possa promover de forma mais eficaz o caminho certo para que não
seja mais uma ameaça à saúde pública global.
Muito se tem sobre as estratégias de prevenção para o HIV/AIDS, no próprio
site da UNAIDS, utilizado como maior referência para o presente trabalho,
encontra-se informações sobre a chamada “Prevenção Combinada” que inclui tanto
a prevenção primária (pessoas que são HIV-negativas) quanto a prevenção da
transmissão do vírus (pessoas que vivem com HIV ao tratamento antirretroviral),
consiste em estratégias comportamentais como participar de programas de
educação sobre saúde sexual, testagem regular, adesão à terapia antirretroviral, uso
de preservativos, etc; as estratégias estruturais, que envolvem mudanças no
ambiente social, econômico e político, como acesso a todo e qualquer tipo de
serviço de saúde de qualidade sem discriminação, políticas públicas que promovam
igualdade de gênero, proteção de direitos humanos e combate ao estigma de
pessoas que vivem com HIV, e programas de prevenção adaptados a realidade das
necessidades de cada região; as estratégias biomédicas que envolvem o uso de
tecnologias para a prevenção, como preservativos e lubrificantes, profilaxia
pré-exposição ((PrEP) uso diário de medicamentos antirretrovirais para previnir a
infecção), profilaxia pós-exposição ((PEP) uso diário de medicamentos
antirretrovirais após qualquer situação que exista exposição ao HIV).
Apesar de toda uma estrutura para a prevenção da infecção e transmissão
do HIV/AIDS, é estaticamente comprovado que foi reduzido as novas infecções do
HIV em 54% desde o seu pico em 1996, os números ainda são considerados
alarmantes, causando preocupação no contexto da saúde global. Os estigmas e
discriminação a pessoas de soro positivo e até com a possibilidade de exposição ao
vírus, geram ainda muita polêmica e problemas estruturais, sociais.
O intuito da campanha promovida por este trabalho é justamente a
promoção do olhar humanizado a esse público, tendo em vista que muitos são os
desafios enfrentados por essas pessoas no seu cotidiano, desde sociais, culturais,
como o principal, a aceitação do diagnóstico e a maneira de seguir em frente. Como
o indivíduo se enxerga após o contágio, e como molda a sua vida, não só tendo os
cuidados físicos, mas a parte interna do ser, as questões emocionais, singulares, da
sua autoimagem.
O estigma e a discriminação associados ao HIV/AIDS têm um impacto
significativo na vida das pessoas que vivem com a doença. Esses fenômenos são
baseados em atitudes negativas, preconceitos e estereótipos que envolvem o
HIV/AIDS, resultando em exclusão social, marginalização e violações dos direitos
humanos. Em face do cenário atual, existem algumas das principais formas pelas
quais o estigma e a discriminação afetam as pessoas vivendo com HIV, sendo eles:
Isolamento social: O estigma relacionado ao HIV/AIDS pode levar ao
isolamento social das pessoas vivendo com o vírus. O medo do julgamento, da
rejeição e da discriminação pode fazer com que elas se sintam excluídas de suas
comunidades, amigos e familiares, resultando em solidão e isolamento emocional.
Barreiras no acesso aos cuidados de saúde: O estigma e a discriminação
podem dificultar o acesso das pessoas vivendo com HIV/AIDS aos serviços de
saúde. O medo de ser estigmatizado e discriminado pelos profissionais de saúde
pode levar à evitação de cuidados médicos, atrasos na busca por tratamento
adequado e falta de adesão às terapias antirretrovirais.
Impacto emocional e psicológico: O estigma e a discriminação têm um
impacto negativo na saúde mental das pessoas vivendo com HIV/AIDS. O constante
medo de ser julgado, rejeitado ou discriminado pode levar à ansiedade, depressão,
baixa autoestima e outros problemas emocionais.
Violência e abuso: Em alguns casos, o estigma relacionado ao HIV/AIDS
pode levar à violência física, emocional e sexual contra as pessoas vivendo com a
doença. Isso pode ocorrer tanto no âmbito pessoal, dentro das relações
interpessoais, quanto no âmbito institucional, por exemplo, através de práticas
discriminatórias por parte das autoridades.
Restrições de direitos e discriminação no local de trabalho: O estigma e a
discriminação podem resultar em restrições dos direitos das pessoas vivendo com
HIV/AIDS, como a negação de emprego, demissões injustificadas, restrições de
acesso a serviços públicos e discriminação no local de trabalho.
Em razão do cenário atual, para combater o estigma e a discriminação
associados ao HIV/AIDS, é fundamental promover a conscientização e a educação
para desafiar mitos e estereótipos. Ações devem ser tomadas para proteger os
direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS, implementar políticas
antidiscriminação, treinar profissionais de saúde para oferecer um atendimento livre
de estigma e promover campanhas que incentivem a empatia, a solidariedade e o
respeito.
É importante envolver as pessoas vivendo com HIV/AIDS no planejamento e
implementação de estratégias de combate ao estigma e à discriminação, garantindo
que suas vozes sejam ouvidas e que seus direitos sejam respeitados. Somente
através de esforços coletivos e de uma mudança cultural podemos enfrentar o
estigma e a discriminação relacionados ao HIV/AIDS e criar sociedades mais
inclusivas e acolhedoras para todas as pessoas.

Metodologia

Para a realização desse trabalho e consequente para a aplicação desta


campanha de saúde mental, a metodologia utilizada será dividida em duas partes.
A primeira consiste em uma entrevista com um enfermeiro e uma psicóloga
que atuam com pacientes da rede do SUS que são positivados para o HIV/AIDS. O
contato com esses pacientes é de contrato sigiloso, impossibilitando que assim,
nós, idealizadores da campanha, tenha contato direto com os mesmos, a entrevista
então fará a ponte além de proporcionar troca de experiências e relatos de
vivências dos profissionais. O intuito principal vai ser coletar o maior número de
informações necessárias sobre como de fato é as diferentes visões de como uma
pessoa com HIV/AIDS vive em diferentes contextos e quais são os principais
desafios encontrados em diferentes campos. Será disponibilizado um questionário
(Google Forms), também cumprindo com o contrato de sigilo e proteção de dados
dos envolvidos, a fim de proporcionar um breve contato entre os participantes do
projeto e o público alvo. O questionário tem o objetivo de “escutar” dos próprios
pacientes como eles se enxergam, e a suas perspectivas perante a realidade que
estão expostos.
A segunda parte, é desenvolver uma campanha em promoção à saúde
mental, feita através de folhetos que tenham destino tanto a prevenção primária
(pessoas HIV-NEGATIVAS), como para prevenção de transmissão, com o foco de
proporcionar mais conhecimento sobre o tratamento e possibilidades de lidar com o
vírus intimamente no dia-a-dia e em outros contextos gerais.

Prática

Resultados

Considerações Finais

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