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I. Introdução

A vida das pessoas ao redor do mundo até hoje é ser caracterizada por uma série de eventos que
colocam a população em situação de permanente mobilidade. Esta mobilidade se tem trazido
ganhos através das remessas (em produtos e em dinheiro), e também tem trazido consequências
nefastas dentre elas o alastramento do índice do HIV.

Apesar de hoje em dia ser comum a abordagem de aspectos relacionados ao HIV/SIDA como
características que envolvem as formas de tratamento ou prevenção, este é um assunto que ainda
é considerado tabu em muitas regiões ao redor do mundo, como é o caso da América do Sul e
muitos países do terceiro mundo, um dos factores que consideramos como sendo contribuinte
para a expansão do vírus. A taxa de infecção pelo vírus da imunodeficiência, em várias regiões
ao longo dos anos, tem-se mostrado variável segundo estudos, mais agravantes para os países do
terceiro e menos para os países mais desenvolvidos. Neste âmbito o presente documento, faz
referências as diversas características envolventes os países do 1º, 2º e 3º mundo quanto ao
HIV/SIDA, olhando primeiramente as diferenças entre as três categorias, para a taxa de
propagação e seus factores, formas de prevenção.
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II. Objectivos

1.Geral

 Descrever a situação do HIV nos países do 1º, 2º e 3º mundo.

2.Específicos

 Descrever as características sociais e económicas dos países do 1º, 2º e 3º mundo;


 Apresentar as diferenças nas formas de tratamento e prevenção do HIV entre as três
categorias;
 Apresentar os factores de propagação do HIV nos países do 3º mundo

III. Metodologia

Para a realização do trabalho, o grupo fez uso do método de recolha de dados, um método que
consiste na revisão de artigos, ficheiros, manuais, áudios, vídeos dentre outras fontes para
recolha de dados. Esse método foi empregue no sentido de obtenção e revisão de artigos,
ficheiros, relatórios que englobam abordagens sobre o HIV em diferentes países quanto as
formas de tratamento, prevenção e taxas de prevalência.
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IV. Situação do HIV nos Países Desenvolvidos em via de Desenvolvimento e Pobres

1. HIV/SIDA

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) foi


reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da
identificação de um número elevado de pacientes adultos
do sexo masculino, homossexuais e moradores de São
Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma de
Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e
Imagem (1): Esboço do Vírus comprometimento do sistema imune, o que levou à
do HIV
conclusão de que se tratava de uma nova doença, ainda
Fonte:https://images.app.goo.gl/
PBwAGZzMFKVocfCCYA não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e
transmissível.

Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV, sabe-se que uma grande família de
retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos (Chimpanzés). O vírus da
imunodeficiência símia (SIV), que infecta uma subespécie de chimpanzés africanos, é 98%
similar ao HIV observado em Humanos. Olhando para o cenário nacional, O primeiro caso de
SIDA em Moçambique foi diagnosticado em 1986, até Março de 1996 o Ministério da Saúde
(MISAU) já notificara cerca de 4,906 casos à Organização Mundial da Saúde (OMS).

O SIDA tornou-se na última década num dos mais importantes problemas de saúde a nível
mundial e em particular nos países Africanos e do terceiro mundo, dadas as suas características
epidemiológicas peculiares: é uma doença que afecta maioritariamente a população
economicamente activa, é invariavelmente fatal, e actualmente contribui significativamente no
peso global da doença no continente Africano.

2. Ponto de Situação do HIV/SIDA nos Países Desenvolvidos

Quando se faz referência a países desenvolvidos ou países do 1º mundo, trata-se de países que
apresentam características comuns, como economias fortalecidas, altos índices de
industrialização, elevado nível tecnológico, além de suas populações apresentarem indicadores
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sociais elevados, tais como: Boa qualidade de vida, bons rendimentos, baixos níveis de
analfabetismo, boa expectativa de vida (FREITAS, s/d). Como os Estados Unidos, Canadá,
países da Europa Ocidental, Japão e Austrália.

A situação do HIV em países desenvolvidos varia de acordo com vários factores, como acesso a
serviços de saúde, níveis de educação, conscientização da população e disponibilidade de
prevenção e tratamento. Em geral, os países desenvolvidos têm sistemas de saúde bem
estabelecidos e acesso a medicamentos anti-retrovirais eficazes para o tratamento do HIV. Isso
resultou em uma redução significativa das mortes relacionadas à SIDA nessas nações.gf

No entanto, ainda existem desafios a serem enfrentados. A falta de educação em relação à


prevenção, o estigma social em torno do HIV e a falta de acesso a serviços de saúde podem
dificultar a prevenção e o tratamento eficazes.

Embora a taxa de novas infecções pelo HIV tenha diminuído em alguns países desenvolvidos,
como é o caso dos EUA onde pesquisas apontam a redução da taxa de infecção de 36,7 milhões
para 32,4 milhões no período de 2017 á 2021. Apesar dos números demonstrarem bons
resultados quanto ao combate ao HIV, ainda existem grupos vulneráveis, referencialmente aos
homossexuais, usuários de drogas injectáveis e profissionais do sexo, estes têm maior
probabilidade de contrair o vírus.

É fundamental que os países desenvolvidos continuem investindo em programas de educação,


prevenção e tratamento do HIV, bem como na redução do estigma e da discriminação
relacionados à doença. Os Estados Unidos e o Canadá, destacam-se como um dos países
pertencentes a esta classe com baixos níveis de infecção pelo HIV comparado com as classes
subsequentes.

2.1. Estados Unidos e Canadá

Como referido anteriormente, a situação do HIV nos Estados Unidos e no Canadá é mais
controlada e apresenta uma melhor resposta em comparação com muitos países em via de
desenvolvimento. Ambos os países têm programas consolidados de prevenção, testagem e
tratamento do HIV, além de acesso adequado a medicamentos anti-retrovirais. Por exemplo, nos
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Estados Unidos segundo Presse 2021, o índice de pessoas infectadas pelo HIV, entre 1981 e
2019 baixou em 73%, de acordo com a análise das autoridades de saúde dos EUA.

2.1.1 Estados Unidos da América (EUA)

Nos Estados Unidos, embora as taxas de infecção pelo HIV tenham diminuído ao longo dos
anos, ainda são significativas, com aproximadamente 37.000 novos casos reportados anualmente.
Certos grupos populacionais, como homens homossexuais e bissexuais, afro-americanos e
hispânicos sendo desproporcionalmente afectados pelo HIV (HIV/AIDS in Developing
Countries: Public Health Policies).

Segundo Presse 2021, os grupos mais vulneráveis ao HIV, abrangem o sul do país, onde existem
mais tabus sobre o sexo e menos abertura para saúde sexual.

O país possui uma ampla rede de serviços de saúde sexual e reprodutiva, programas de educação
sobre o HIV e acesso a medicamentos anti-retrovirais. Além disso, o governo federal tem
implementado estratégias focadas, como o Plano Nacional de HIV/SIDA, para reduzir a
disseminação do vírus e melhorar o cufsidado e a qualidade de vida das pessoas vivendo com
HIV.

Uma avaliação dos dados levantados em relação as condições que o país oferece para redução
dos casos de infecção nos últimos anos, mostram-se positivos quanto ao combate do HIV quando
comparado com outras nações: no ano de 2021 estima-se que 1.2 milhões de pessoas viviam com
HIV das quais 87% conheciam o seu estado de seropositividade e apenas 68% desse número
recebia tratamento para o seu caso.

2.1.2. Estratégia Implementadas pelo País para o Combate do HIV/SIDA

Os Estados Unidos têm implementado várias estratégias para diminuir o índice de HIV no país.
Algumas dessas estratégias incluem:
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a) Promoção do Teste de HIV: Os Estados Unidos têm enfatizado a importância do teste


de HIV como uma forma de detectar precocemente a infecção. Eles promovem o teste
regularmente e encorajam todas as pessoas de alto risco a se submeterem ao teste;

b) Educação em Saúde: O governo dos Estados Unidos investe em programas abrangentes


de educação em saúde para conscientizar as pessoas sobre o HIV e suas formas de
transmissão. Esses programas fornecem informações precisas e actualizadas sobre
prevenção, tratamento e os riscos associados à infecção;
c) Acesso e Uso de Preservativos: Os Estados Unidos promovem o acesso gratuito a
preservativos e incentivam o seu uso como uma forma eficaz de prevenção do HIV. Eles
também incentivam o uso de preservativos em todas as relações sexuais desprotegidas;

d) Uso de Medicamentos Anti-retrovirais (ARVs): Os Estados Unidos têm ampliado o


acesso aos medicamentos anti-retrovirais, que são usados para tratar o HIV e prevenir a
transmissão do vírus de uma pessoa para outra. Eles têm se esforçado para tornar os
ARVs mais acessíveis e garantir que todas as pessoas infectadas tenham acesso a esses
medicamentos;

e) Programas de Redução de Danos: Os Estados Unidos também implementaram


programas de redução de danos para pessoas que usam drogas injectáveis, uma população
de alto risco para o HIV. Esses programas fornecem acesso a seringas e agulhas limpas,
educação sobre redução de danos e tratamento para dependência de drogas;

f) Apoio aos Grupos Vulneráveis: Os Estados Unidos fornecem apoio e serviços


específicos para grupos populacionais vulneráveis, como homens que fazem sexo com
homens, profissionais do sexo, pessoas transgénico e pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Isso inclui a disponibilidade de serviços de prevenção, testagem, tratamento e apoio
psicossocial.
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Essas estratégias têm sido eficazes na redução do índice de HIV nos Estados Unidos, porém, é
importante ressaltar que a luta contra o HIV/SIDA é contínua e requer esforços contínuos para
prevenção, tratamento e educação em saúde.

2.1.3. Canadá

No Canadá, as taxas de infecção pelo HIV também diminuíram ao longo dos anos, embora ainda
exista um número significativo de novos casos a cada ano, com cerca de 2.300 novas infecções
reportadas em 2018. Homens homossexuais, e pessoas que usam drogas injectáveis permanecem
como os grupos mais afectados. O Canadá possui um sistema de saúde universal e programas de
prevenção e tratamento do HIV bem estabelecidos em todo o país. O acesso aos anti-retrovirais é
garantido para todos os residentes canadenses, sem custo directo.

Imagem (2): Taxa de diagnóstico de HIV, todas idades, por faixa etária e ano (2010-2019) em canadá.

Fonte: Haddad,N; Weeks.A; Robert.A; Totten.S… HIV in Canada. Canadá, 2019.

O Canadá se encontra focado nas estratégias de prevenção, como o uso de profilaxia pré-
exposição (PrEP) e tratamento como prevenção. Além disso, as campanhas de conscientização, a
educação sobre o HIV e a eliminação do estigma e da discriminação continuam sendo áreas-
chave de actuação. Dados estatísticos publicados em 2023 em relação ao índice do HIV no
Canadá referentes ao ano de 2022 mostram que 360 mil pessoas vivem com o HIV.

Com base na imagem ao lado podemos perceber


que em quase todos os casos os indivíduos do sexo
masculino é que apresentam mais índices de HIV/
SIDA.
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Imagem (3): Taxa de diagnóstico de Hiv, todas idades, por sexo e faixa etária, Canadá, 2019.

Fonte: Haddad,N; Weeks.A; Robert.A; Totten.S… HIV in Canada. Canadá, 2019.

2.1.3.1. Estratégias Implementadas pelo Canadá

O Canadá adopta uma série de estratégias para diminuir o índice de HIV. Algumas das principais
estratégias incluem:

a) Prevenção: O governo canadense investe em programas de prevenção que promovem o


uso de preservativos, redução de danos, educação sexual abrangente e testagem regular
do HIV. Além disso, são realizadas campanhas de conscientização e informação sobre a
prevenção do HIV;
b) Tratamento: O Canadá oferece acesso universal e gratuito a tratamento anti-retroviral
para pessoas vivendo com HIV. Essa estratégia é conhecida como “Tratamento como
Prevenção” (TasP) e tem como objectivo reduzir a transmissão do vírus, pois o
tratamento efectivo reduz significativamente a carga viral e torna menos provável a
transmissão sexual do HIV;
c) Testagem: O governo canadense promove a testagem regular e voluntária do HIV,
incentivando as pessoas a conhecer seu status sorológico. Também são realizadas
campanhas de conscientização sobre a importância de fazer o teste e oferecidos serviços
de testagem em clínicas e centros de saúde;
d) Redução de estigma e discriminação: O Canadá realiza esforços para combater o
estigma e a discriminação associados ao HIV. Isso inclui a promoção do respeito aos
direitos humanos das pessoas vivendo com HIV, a educação sobre os mitos e concepções
erróneas em relação ao HIV e a defesa de políticas inclusivas;

e) Parcerias comunitárias: O Canadá trabalha em estreita colaboração com organizações


da sociedade civil, agências comunitárias e pessoas vivendo com HIV para desenvolver e
implementar estratégias eficazes de prevenção e resposta ao HIV. Essa parceria permite
que as estratégias sejam adaptadas às necessidades e realidades locais.
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2.2 Ponto de Situação do HIV/SIDA em Países em via de Desenvolvimento

Os países em via de desenvolvimento são constituídos por um grupo de países que apresentam
um nível de vida, renda, desenvolvimento socioeconómico inferior e em relação aos do 1º
mundo. Como Brasil, México, Argentina, Índia, China e Rússia (FREITAS, s/d).

A situação do HIV nos países em via de desenvolvimento é complexa e apresenta desafios


significativos. Embora haja variações entre os países, muitos enfrentam altas taxas de infecção
pelo HIV e uma maior carga da doença em comparação com os países desenvolvidos.

Um dos principais factores que contribuem para a disseminação do HIV nos países em via de
desenvolvimento é a falta de acesso a informações precisas e serviços de saúde. A educação
sobre o HIV e a prevenção são essenciais para reduzir a taxa de infecção, mas muitas vezes são
limitadas devido à pobreza, à falta de recursos financeiros e ao acesso inadequado aos cuidados
de saúde.

Além disso, esses países muitas vezes enfrentam desafios estruturais, como a falta de infra-
estrutura de saúde adequada, carência de profissionais de saúde qualificados e falta de recursos
para abordar a prevenção, teste e tratamento do HIV. Isso pode levar a um atraso no diagnóstico
e no início do tratamento, o que aumenta o risco de transmissão do vírus e complicações
relacionadas à saúde. Outro desafio importante é a estigmatização e a discriminação associadas
ao HIV. Em muitos países em desenvolvimento, o estigma social em relação à doença ainda é
prevalente, o que muitas vezes leva a uma falta de apoio social e a barreiras para buscar os
cuidados necessários.

Apesar desses desafios, muitos países em via de desenvolvimento têm feito esforços
significativos para combater o HIV/SIDA. Por meio de parcerias internacionais, programas de
prevenção, tratamento e cuidados têm sido implementados, muitas vezes com o apoio de
organizações não-governamentais e doadores internacionais.

Enfrentar o HIV nos países em via de desenvolvimento requer um investimento contínuo em


programas de prevenção, acesso a medicamentos anti-retrovirais, educação e conscientização,
assim como o combate ao estigma e à discriminação. Além disso, o fortalecimento dos sistemas
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de saúde e o aumento dos recursos financeiros para lidar com a epidemia são fundamentais para
enfrentar esse desafio de saúde pública.

2.2.1 Brasil e México

A situação do HIV/SIDA no Brasil e no México apresenta desafios significativos, mas também


foram implementadas estratégias e programas eficazes para lidar com a epidemia
(HIV/SIDA:PERSPECTIVAGLOBAL).

No Brasil, existem aproximadamente 920.000 pessoas vivendo com HIV/SIDA, sendo um dos
países mais afectados pelo vírus no mundo. As taxas de prevalência do HIV têm se mantido
estáveis nos últimos anos. Diferentes grupos populacionais são afectados de forma
desproporcional, com destaque para os homossexuais, trabalhadores do sexo, pessoas que usam
drogas injectáveis e populações vulneráveis, como migrantes e pessoas em situação de rua.

No país, o acesso ao tratamento anti-retroviral é universal, fornecido gratuitamente pelo Sistema


Único de Saúde (SUS). Além disso, o Brasil adopta a estratégia “Testar, Tratar e Prevenir”,
visando a ampliação do diagnóstico precoce, tratamento imediato e prevenção combinada do
HIV.

No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a estigmatização e discriminação das pessoas
vivendo com HIV, dificuldades de acesso à testagem regular, diagnóstico tardio e desigualdades
socioeconómicas que afectam o acesso aos cuidados de saúde em determinadas regiões.

O México possui um sistema público de saúde que oferece acesso gratuito ao tratamento anti-
retroviral para pessoas vivendo com HIV/SIDA. No entanto, assim como no Brasil, existem
desafios relacionados ao estigma e discriminação, barreiras de acesso a serviços de saúde em
áreas remotas e há necessidade de aumentar os esforços de prevenção e educação sobre o
HIV/SIDA. Ambos os países estão implementando estratégias de prevenção combinada, que
incluem o uso de preservativos, educação em saúde sexual, testagem regular, profilaxia pré-
exposição (PrEP) e tratamento como prevenção.

No geral, tanto o Brasil quanto o México têm trabalhado para fornecer cuidados e tratamento
adequados a pessoas vivendo com HIV/AIDS, mas ainda há desafios a serem superados para
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melhorar a prevenção, reduzir o estigma e garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde em
todo o país.

2.2.2 México

O México adopta várias estratégias para diminuir o índice de HIV. Algumas das principais
estratégias são:

1. Prevenção: O governo mexicano implementa programas de prevenção do HIV, incluindo


campanhas de conscientização, educação sexual abrangente e distribuição gratuita de
preservativos. Essas acções visam promover comportamentos de risco reduzido, como o
uso de preservativos e a prática de relações sexuais seguras;

2. Testagem e diagnóstico precoce: O México incentiva a testagem regular do HIV para


identificar casos positivos o mais cedo possível. São realizadas campanhas de testagem
gratuita e confidencial, e os serviços de testagem estão disponíveis em clínicas e centros
de saúde em todo o país. Além disso, há um foco especial em alcançar grupos de risco,
como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas
injectáveis;
3. Acesso ao tratamento: O México oferece acesso universal e gratuito a tratamento anti-
retroviral para pessoas vivendo com HIV. Isso inclui a distribuição de medicamentos
anti-retrovirais e acompanhamento médico regular. A adesão ao tratamento é incentivada
e apoiada por meio de programas de retenção no cuidado, garantindo que as pessoas
vivendo com HIV possam receber tratamento adequado e contínuo;

4. Redução de estigma e discriminação: O México trabalha para combater o estigma e a


discriminação associados ao HIV. São realizadas campanhas de informação e
conscientização para desmantelar mitos e estereótipos sobre o HIV. Além disso, existem
leis e políticas de proteção aos direitos das pessoas vivendo com HIV, para garantir sua
igualdade de tratamento e evitar a discriminação;
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5. Parcerias comunitárias: O México busca parcerias com organizações da sociedade civil,


grupos comunitários e pessoas vivendo com HIV para desenvolver e implementar
estratégias eficazes. Isso envolve o trabalho conjunto na elaboração de campanhas de
prevenção, disseminação de informações e apoio psicossocial para as pessoas afectadas
pelo HIV.

2.2.3 Brasil

O Brasil adopta diversas estratégias para diminuir o índice de HIV. Algumas das principais
estratégias são:

a) Prevenção: O governo brasileiro investe em programas de prevenção do HIV, incluindo


a distribuição gratuita de preservativos, educação sexual abrangente nas escolas,
campanhas de conscientização e promoção do uso de métodos de prevenção, como a
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) para pessoas em grupos mais vulneráveis;

b) Testagem e diagnóstico precoce: O Brasil possui uma política de testagem ampla e


gratuita para o HIV. São realizadas campanhas de testagem em diferentes contextos,
como unidades de saúde, postos móveis e eventos específicos. Além disso, o diagnóstico
precoce é incentivado para garantir o acesso rápido ao tratamento e à adopção de medidas
preventivas;
c) Acesso ao tratamento: O Brasil oferece acesso universal e gratuito ao tratamento anti-
retroviral para pessoas vivendo com HIV. O tratamento é disponibilizado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) e inclui a distribuição de medicamentos anti-retrovirais,
acompanhamento médico regular e apoio psicossocial. O país também adopta a estratégia
conhecida como “tratamento como prevenção”, que consiste em oferecer o tratamento
imediatamente após o diagnóstico para reduzir a carga viral e a transmissão do HIV;

d) Redução de estigma e discriminação: O Brasil busca combater o estigma e a


discriminação associados ao HIV. São realizadas campanhas de informação e
conscientização, além de acções para garantir os direitos das pessoas vivendo com HIV.
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Existem leis que protegem contra a discriminação e garantem o acesso a serviços de


saúde sem discriminação;

e) Parcerias comunitárias: O Brasil valoriza parcerias com organizações da sociedade


civil, grupos comunitários e pessoas vivendo com HIV. Essas parcerias são fundamentais
para a implementação de programas de prevenção, testagem, tratamento e apoio a pessoas
afectadas pelo HIV. As organizações da sociedade civil desempenham um papel
importante na mobilização social, na oferta de informações e na promoção dos direitos
das pessoas vivendo com HIV.

É importante ressaltar que essas estratégias são adaptadas ao longo do tempo, à medida que
novas evidências e desafios surgem. O Brasil também conta com políticas específicas para
grupos mais vulneráveis, como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens,
pessoas trans e pessoas que usam drogas injectáveis, visando atender às suas necessidades
específicas de prevenção, testagem e tratamento do HIV.

2.3. Ponto de Situação do HIV/SIDA em Países Pobres

Países pobres são aqueles que apresentam nível de vida, renda, desenvolvimento económico,
industrial, altos índices de analfabetismo, como países América Latina, África e Ásia (FREITAS,
s/d).

A situação do HIV nos países pobres é geralmente mais desafiadora do que nos países
desenvolvidos. Esses países enfrentam uma série de desafios, incluindo a falta de acesso a
serviços de saúde adequados, recursos limitados, educação precária, pobreza e infra-estrutura
deficiente.

Em muitos países pobres, a taxa de infecção pelo HIV é alta e a incidência continua a crescer. A
falta de acesso consistente a medicamentos anti-retrovirais e a serviços de prevenção adequados
dificulta o controlo da epidemia. Além disso, a falta de conscientização e educação sobre o HIV,
juntamente com o estigma social associado à doença, podem dificultar a prevenção, o
diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Os recursos financeiros limitados também podem
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afectar a disponibilidade de assistência médica e suporte social para pessoas vivendo com
HIV/AIDS. Isso pode levar a uma maior vulnerabilidade, especialmente entre os grupos mais
marginalizados, como mulheres, jovens, trabalhadores migrantes, profissionais do sexo e
usuários de drogas injectáveis.

Para lidar com esses desafios, os países pobres precisam de investimentos significativos em
programas de prevenção e tratamento do HIV, bem como em educação e conscientização. É
fundamental fortalecer os sistemas de saúde, melhorar o acesso a medicamentos anti-retrovirais,
realizar campanhas de prevenção e combater o estigma e a discriminação relacionados à doença.
Além disso, a parceria com organizações internacionais, doadores e agências de saúde é crucial
para enfrentar essa situação complexa.

2.3.1. Moçambique e Malawi

A situação do HIV/AIDS em Moçambique e no Malawi apresenta desafios significativos, uma


vez que ambos os países têm altas taxas de prevalência do vírus.

2.3.2 Moçambique

Em Moçambique, estima-se que haja cerca de 2,2 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS, o
que faz do país um dos mais afectados do mundo. A prevalência do vírus é mais elevada entre as
mulheres jovens, com cerca de 13,1% entre as mulheres de 15 a 49 anos. Existem também
desigualdades regionais, com algumas províncias apresentando taxas de prevalência mais altas
do que outras.
Com o gráfico ao lado pretendemos ilustram o
número de testes feitos à população por
província e a taxa de positividade. As províncias
de Nampula, Zambézia e Tete contribuirão com
50.7% dos testes feitos a nível nacional. A
província de Niassa apresentou o menor número
Imagem (4): Taxa de testes realizados em 2019 de testes feitos neste período de implementação
em Moçambique
CUCO et al 2019).
Fonte: Relatório Semestral 2019, pág.18
15

A taxa de positividade nacional neste grupo populacional foi de 12%. As províncias de Maputo,
Gaza, Inhambane e Niassa registaram taxas de positividade acima da nacional. Tendo em conta a
população, as pessoas que injectam drogas apresentaram os níveis mais altos de positividade a
nível nacional.

De acordo com Cuco 2019, o acesso ao tratamento anti-retroviral em Moçambique teve um


aumento significativo na última década, sendo oferecido gratuitamente pelo Sistema Nacional de
Saúde. No entanto, existem desafios relacionados à adesão ao tratamento, diagnóstico tardio,
estigma e discriminação.

Imagem (5): Taxa de testes realizados em 2019 Imagem (6): Indice de acessos ao tratamento
abtiretroviral
e acesso ao tratamento em Moçambique
Fonte: Relatório Semestral 2019, pág.18
Fonte: Relatório Semestral 2019, pág.18

Na componente de aconselhamento e testagem em saúde, o número de testes feitos aumentou de


2.204.272 (1º semestre 2013) para 4.576.274 (1º semestre 2019), o correspondente a um
incremento de 106% de testes feitos.

Ilustra-se no gráfico a direita, a distribuição das profilaxias mais eficazes oferecidas às mulheres
grávidas seropositivas . Entre Janeiro e Junho 2019, 54% das mulheres grávidas seropositivas
estavam em tratamento anti-retroviral.

2.3.3. Malawi

No Malawi, estima-se que aproximadamente 10,6% da população adulta viva com HIV/AIDS, o
que também representa uma alta taxa de prevalência. O vírus afecta principalmente as mulheres
jovens, com cerca de 13,6% das mulheres de 15 a 49 anos vivendo com HIV. Em 2017, 90% das
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pessoas vivendo com HIV no país conheciam seu estado serológico para o vírus, 71% das
pessoas que vivam com HIV tinham acesso ao tratamento e 61% das pessoas vivendo com HIV
tinham a carga viral suprimida. Cerca de 1 milhão de pessoas vivem com HIV no Malawi. Entre
2010 e 2017, o número de novas infecções pelo vírus caiu 40%. No entanto, as infecções por
HIV entre mulheres jovens e adolescentes de 15 a 24 anos permanecem altas e representam mais
de uma em quatro novas infecções por ano (UNAIDS, 2019).

O país implementou programas de prevenção e tratamento eficazes, incluindo o acesso gratuito


ao tratamento anti-retroviral (UNAIDS, 2019).

Tanto em Moçambique quanto no Malawi, intervenções de prevenção combinada são


implementadas, incluindo o uso de preservativos, programas de educação em saúde sexual,
testagem regular, profilaxia pré-exposição (PrEP) e tratamento como prevenção. Ambos os
países têm feito esforços para melhorar a resposta ao HIV/AIDS, como aumentar a testagem,
promover a adesão ao tratamento e combater o estigma. No entanto, ainda é necessário investir
em recursos de saúde, educação e prevenção para melhorar a situação do HIV/AIDS nessas
nações.

2.3.4. Moçambique e Malawi

Moçambique também adopta diversas estratégias para diminuir o índice de HIV. Algumas das
principais estratégias de acordo com SOLOMON, são:

a) Educação e conscientização: Moçambique investe em programas de educação sexual


abrangente nas escolas, com foco na prevenção do HIV. Também são realizadas
campanhas de conscientização em comunidades, medias e espaços públicos para
disseminar informações sobre o HIV, métodos de prevenção e importância do teste de
HIV;
b) Acesso ao teste de HIV: O país oferece acesso gratuito ao teste de HIV em diferentes
pontos de atendimento, postos de saúde e unidades móveis. Além disso, também são
realizadas campanhas de testagem em locais estratégicos, como mercados, eventos
comunitários e bairros rurais, para alcançar o maior número possível de pessoas;
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c) Acesso ao tratamento anti-retroviral: Moçambique tem como prioridade garantir o


acesso universal ao tratamento anti-retroviral para pessoas vivendo com HIV. O país
adopta a estratégia conhecida como “Testar e Tratar”, que consiste em oferecer o
tratamento imediato para todas as pessoas diagnosticadas com HIV, independentemente
do seu nível de contagem de células CD4. Além do tratamento em si, também são
oferecidos serviços de monitoramento e acompanhamento médico;

d) Prevenção de transmissão vertical do HIV: Moçambique tem implementado medidas


para prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho. Isso inclui a oferta gratuita de
testes de HIV para mulheres grávidas e o fornecimento de tratamento anti-retroviral para
gestantes que vivem com HIV. Também são realizadas acções de sensibilização e
capacitação para profissionais de saúde sobre as melhores práticas de prevenção e
tratamento da transmissão vertical.

3. Observações Sobre o Ponto de Situação do HIV

Os aspectos descritos acima, nos leva a conclusão que o nível de desenvolvimento de um país
estabelece uma relação de directa proporcionalidade com a taxa de infecção por HIV. Como
visto o índice de infectados mostrou-se elevado exclusivamente para países do 3º mundo e
alguns países do 2º segundo mundo.

o O acesso ao tratamento;
o Acesso aos medicamentos anti-retrovirais;
o A disseminação e sensibilização;
o Valorização das vias de prevenção e tratamento;
o Medo ao estigma e descriminação;

Consideramos como ponto chave para o sucesso de todas condições seja, acesso ao tratamento,
vias de prevenção, o último factor acima, pois por mais que existam várias formas de prevenção
contra o HIV, as mesmas devem ser valorizadas para serem aderidas, é necessário que se
quebram os mitos e tabus em torno da saúde sexual. Anthony Giddens (2001:160) citado por
Taela 2004 (pág.11-16), define o estigma como qualquer característica que coloca um indivíduo
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ou grupo à parte da maioria da população, resultando daí que o indivíduo ou grupo é tratado com
suspeição ou hostilidade. De acordo com a ONUSIDA (2000:10), “A discriminação ocorre
quando é feita uma distinção em relação a uma pessoa, em consequência da qual ela é tratada
incorrecta e injustamente, por pertencer, ou por se presumir que pertence, a determinado grupo.”
As pessoas ou grupos discriminados não têm os direitos e recursos que estão ao alcance dos
outros.

Por exemplo um estudo qualitativo realizado em Chókwè na província de Gaza- Moçambique.


Consistiu em entrevistas semiestruturadas com mulheres gestantes ou lactantes que vivem com
HIV, com seus parceiros sexuais e com profissionais de saúde em 2021. As entrevistas e os
encontros foram gravados com gravador de voz e transcritas na íntegra (BORGES et al, 2023).

Os resultados foram os seguintes: Participaram dez mulheres gestantes ou lactantes seropositivas


e um parceiro sexual; treze mães mentoras e dois pais mentores; duas enfermeiras de Saúde
Materno Infantil e uma psicóloga. Os achados revelam que as participantes associam o
diagnóstico do HIV ao teste de gravidez ou ao parto, e o período da gestação e da amamentação
é marcado pelo medo de infectar o filho com o vírus. As mulheres escondem seu estado
serológico do marido, da família e da comunidade por medo das consequências relacionadas com
normas sociais rígidas e interferência de factores culturais. Os resultados dos profissionais de
saúde trouxeram aspectos similares aos das mulheres vivendo com HIV, entretanto, ressaltam a
falta de profissionais para oferecer atendimento de qualidade. Constatou-se que na unidade de
saúde e na comunidade utilizam palestras como única estratégia de educação em saúde, apesar da
pouca eficácia (BORGES et al, 2023).
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V. Conclusão

A realização do seguinte trabalho foi satisfatório para o grupo, pois através do mesmo pudemos
conciliar os nossos conhecimentos quanto ao nível de propagação do HIV, e diferentes factores
que contribuem para a extensão do vírus da imunodeficiência entre diferentes grupos sociais. O
que constatamos como sendo um dos factores que contribui para a alta propagação e índice de
mortalidade por via do HIV, é a falta de sensibilização para os grupos mais vulneráveis pois
como pudemos ver, a África do Sul faz parte de um dos países mais desenvolvidos de África,
contudo apresenta maior taxa de infecção e não tratamento do HIV, devido a falta de
disseminação de informações relativas ao HIV, situação semelhante se verifica com o Malawi
onde o grupo mais infectado esta na faixa idosa. Por tanto, a divulgação de informações sobre a
importância de cuidar da saúde sexual, aderir ao tratamento em caso de seropositividade é
crucial, mais tais actos só terão efeito sob valorização dos mesmos, quebrando os tabus e mitos
sobre a vida sexual.
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VI. Bibliografia

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