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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

FACULDADE DE FISIOTERAPIA

O AVANÇO DA AIDS EM IDOSOS

FÁBIO VENAS FIGUEIREDO


LEILA DE ALBUQUERQUE

SALVADOR
2011
INTRODUÇÃO
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É uma patologia
infecto-contagiosa que tem por agente etiológico o retrovírus HIV que
acomete linfócitos T CD4+ responsáveis pela linha de defesa do sistema
imunológico humano.

Ministério da Saúde1, 2011

O crescente número de casos de doenças sexualmente transmissíveis


como as infecções pelo vírus HIV em idosos, constitui um dos novos
problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.

Ministério da Saúde, 2010; UNAIDS, 2002


INTRODUÇÃO

• 1982 - Primeiro caso de AIDS em pessoas de 50 anos ou mais


• 1982 - Junho 2008: Identificados 47.437 casos. (9% do total)
• 34% = Mulheres e 66%=Homens

O aumento do nº de casos AIDS em adultos acima de 50 anos devido:

• Aumento da população idosa

IBGE, 2008

• Vulnerabilidade física e psicológica


Freitas, 2002
INTRODUÇÃO

• Uso de medicamentos para disfunção erétil


Saldanha e Araújo, 2006; Ribeiro e Jesus, 200
Sousa et al, 2007

• Limitado acesso aos serviços de saúde e à informações sobre HIV/AIDS


Saldanha, 2006

• Negligência com que é tratada sua exposição aos riscos


Ribeiro, 2006; Oliveira, 2006
JUSTIFICATIVA

 Este estudo poderá colaborar para a elaboração de políticas de saúde


dos idosos e adultos acima de 50 anos, bem como para área de educação
em saúde.
OBJETIVO

 Sistematizar o conhecimento científico acerca do avanço da AIDS em


indivíduos na faixa etária de 50 anos ou mais.
MATERIAL E MÉTODOS
Desenho de estudo: Revisão de literatura
Bases de Dados: Lilacs, Pubmed, Medline
Período de Coleta: Agosto de 2010 a Abril de 2011
Palavras Chaves: SIDA, HIV, Idoso, Envelhecimento
MATERIAL E MÉTODOS

Critérios de Inclusão:
 Artigos indexados publicados a partir de 2006
 Artigos sobre o HIV/AIDS na população idosa
 Livros com dados relevantes ao assunto

Critérios de Exclusão
 Artigos de Revisão de literatura
RESULTADOS
DISCUSSÃO
Abstenção ao uso do preservativo

Bertocini et a1, 2008 constataram que dentre 22


entrevistados soropositivos:
42,9% mantiveram as relações sexuais sem uso do
preservativo
4,5% afirmaram usar casualmente
52,4% passaram a usar a proteção após a descoberta do
diagnóstico
100% não faziam uso da camisinha antes da descoberta
DISCUSSÃO
Dentre as 510 pessoas participantes de 47 grupos de
convivência da terceira idade em 14 cidades do Rio
Grande do Sul:

86,3% não faziam uso de preservativos

11% apenas haviam feito teste anti-HIV

Lazzarotto et al, 2008


DISCUSSÃO
Olivi et al publicaram que dentre 165 individuos
pesquisados:

 78,2% tiveram relações sexuais nos últimos 6 meses


 13,3% fizeram uso de preservativos
DISCUSSÃO
Lacunas no conhecimento: Idosos

Pereira & Borges , 2010, constataram que dentre 224


idosos participantes de um centro de convivência em
Anápolis, Goiás:
79,9% picada de mosquito
62,1% compartilhamento de sabonetes e toalhas
62,1% compartilhamento de pratos, copos e talheres
DISCUSSÃO
Souza et al, 2009, entrevistaram 23 idosos de um grupo de
convivência em Santa Maria onde:

90% tiveram duvidas sobre a doença


 50% tiveram consciência da exposição ao risco
DISCUSSÃO
Lacunas no conhecimento: Profissionais de Saúde

Saldanha & Araújo, 2006, e Oliveira et al, 2006


observaram uma:

• associação da AIDS na velhice a temáticas negativas


como decepção e preconceito
 como vias de infecção, os procedimentos médicos e
práticas sexuais promiscuas
DISCUSSÃO
Segundo Brasileiro & Freitas, 2006, e Araújo et al, 2006:

• Sexualidade e uso de drogas foram tratadas como


tabus
• Idoso como individuo assexuado e livre da exposição
aos riscos
• Diagnóstico tardio da doença
• Atraso do tratamento na fase assintomática
• Diminuindo a sobrevida ao HIV/AIDS
DISCUSSÃO
Avanço da Epidemia no Idoso

Pottes et al , 2007, analisaram 3.565 casos registrados


no SINAN, no periodo de 01/01/1990 a 31/12/2000 em
Pernambuco

Godoy et al ,2008, analisaram 7.955 casos de AIDS, em


idosos, registrados no DATASUS entre 1995 e 2005
DISCUSSÃO
Apesar da baixa porcentagem de casos da doença na
faixa etária pesquisada em comparação as outras
faixas etárias, este número cresce continuamente a
cada ano.
DISCUSSÃO
Souza et al9, 2007, relataram ainda que entre 1990 e
1997 as taxas de crescimento da AIDS eram as
maiores, coincidindo com a época de lançamento e
popularização dos medicamentos para disfunção
erétil no Brasil
• não possuíam o hábito de lidar com métodos
preventivos
• não se sentem vulneráveis à DST’s
• resistência quanto ao uso de preservativos
DISCUSSÃO
Prevenção à doença e promoção à saúde.

 Campanha para o carnaval de 2009 intitulada "Sexo


não tem idade para acabar. Proteção também não"

Pesquisa de comportamento realizada pelo Ministério


da Saúde em 2008: 
 72% das brasileiras com mais de 50 anos não usam
preservativo com parceiros casuais
DISCUSSÃO
Programa Nacional de DST/AIDS é considerado hoje
um dos melhores do mundo:

• Acesso universal e gratuito à Terapia Anti-retroviral


no Brasil
• Forma com que desenvolve ações articuladas de
prevenção e tratamento da doença
DISCUSSÃO
Prevenção à doença e promoção à saúde.

 Campanha para o carnaval de 2009 intitulada "Sexo


não tem idade para acabar. Proteção também não"

Pesquisa de comportamento realizada pelo Ministério


da Saúde em 2008: 
 72% das brasileiras com mais de 50 anos não usam
preservativo com parceiros casuais
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
Vantagens:

Contribuição científica
Elaboração de políticas de promoção e educação em
saúde

Limitações:

Dificuldade em encontrar artigos


CONSIDERAÇÕES FINAIS
O número de casos de AIDS em adultos com 50 anos ou mais, se
encontra em expansão. A epidemia possui como maior fator de
propagação as relações heterossexuais sem proteção. Apesar dos
esforços governamentais no intuito de reverter esse crescimento, as
políticas de prevenção atualmente não são direcionadas a população
estudada. É necessário um aprofundamento dos estudos relacionados
a sexualidade e bem estar dos adultos mais velhos e idosos bem como
campanhas educativas direcionadas a esta população. Assim uma
autopercepção com relação à exposição ao HIV nesta população,
poderá levar a uma possível mudança comportamental diante dos
riscos de infecção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Ministério da Saúde. Governo Federal (BR). [Atualizada em 2010 abril 23, acesso em 2011 março 15 . Disponível em
http://www.aids.gov.br/
 
 Goldman, Ansiello.Cecil Medicina. 23ªed. Rio de Janeiro (RJ). Sauders Elsevier; 2008

 UNAIDS - Joint United Nations Program on HIV/AIDS. Impact of AIDS on Older Populations [Atualizada em 2002 abril, acesso
em 2011 março 14]. Disponível em: http://data.unaids.org/publications/Fact-Sheets02/fs_older_en.pdf

 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Governo Federal (BR)
[Atualizada em 2008 nov 27, acesso em 2011 março 14]. Disponível em http://www.ibge.gov.br

 Departamento de Censo dos EUA. An Aging World: 2008 International Population Reports [Atualizada em 2008 junho, acesso
em 2011 março 14]. Disponível em: http://www.census.gov/prod/2009pubs/p95-09-1.pdf

 Freitas EV, Py L, Neri Al, Cançado FAX. Gorzononi ML, Rocha SM. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro (RJ).
Guanabara Koogan; 2002

 Saldanha AAW, Araújo LF. A AIDS na Terceira Idade na Perspectiva dos Idosos, Cuidadores e Profissionais de saúde (2006). VII
Congresso Virtual HIV/AIDS (Clinical Science and Care). [acessado 2011 Mar 14]. Disponível em:
http://www.aidscongress.net/html/pdf/294.pdf?id_comunicacao=294

 Ribeiro LCC, Jesus MVN. Avaliando a Incidência dos casos notificados de AIDS em Idosos no Estado de Minas Gerais no período
de 1999 a 2004. Cogitare Enferm 2006; 11(2):113-6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Sousa JL, Silva MDP, Montarroyos UR .Tendência de AIDS no grupo etário de 50 anos e mais no período anterior e posterior
à introdução de medicamentos para disfunção erétil: Brasil, 1990 a 2003. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol.2007 v.10 n.2. 

 Oliveira ICV, Araújo L F e Saldanha AAW. Percepções dos Profissionais de Saúde acerca da Aids na Velhice. Jornal Brasileiro
de Doenças Sexualmente Transmissíveis 2006;18(2), 143-147.

 Silva. J. Fontes K. S.. Saldanha AAW, Araujo LF. AIDS – Estigma e preconceito: A percepção da Terceira Idade.(2008) 9º
Congresso - Comunicação - Tema: Estigma e Discriminação (Stigma and Discrimination). [acesso em 2011 Março 14].
Disponível em: http://www.aidscongress.net/pdf/383.pdf
 
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Latino-am Enfermagem. V.16, n.4, 2006, set.

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Epidemiologia. v. 10,n.3, p.338-351 2008

 Godoy SV, Ferreira MD, Silva EC, GIR, E, Canini SRMS. O perfil epidemiológico da AIDS em idosos utilizando sistema de
informações em saúde do DATASUS: Realidades e Desafios, Ribeirão Preto, São Paulo, 2008. Disponível em: http://
www.datasus.gov.br. Acesso em 2011 Mar 14.
 Lazzaroto AR, Kramer AS, Hadrich M, Tonin M, Caputo P, Sprinz E, et al. O conhecimento de HIV/AIDS na terceira
idade:estudo epidemiológico no vale do Sino, Rio Grande do Sul, Brasil Ciência & Saúde Coletiva. V.13 , n.6, p.1833-1840, 2008.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasil. Revista brasileira de epidemiologia. V.10 n,4 2006.

 Menezes RL, Gonçalves BS, Castro CC. Perfil epidemiológico de idosos portadores de HIV/AIDS atendidos no hospital de doenças tropicais (HDT)
em Goiania. Mar/Abr 2007.

 Olivi M, Santana RG, Mathias TAF. Behavior, Knowledge and perception of risks sexually transmitted diseases in a group of people over 50 years old.
Rev. Latino-am. Enfermagem. V.16, n.4, p.679-685, 2008

 Pottes FA, Brito AM, Gouveia GC, Araújo EC, Carneiro RM. Aids e envelhecimento: características dos casos com idade igual ou maior que 50 anos em
Pernambuco, de 1990 a 2000. Rev Bras Epidemiol 2007; 10(3): 338-51.

 Souza MHT, Backes DS, Pereira ADA, Ferreira CLL, Medeiros HMF, Marchiori MRCT. Nível de conhecimento de um número de idosos em relação à
síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Avances em enfermería 2009 Janeiro-Junho; 27(1).

 Andrade HAS, Silva SK, Santos MIPO. AIDS em idosos: Vivência dos doentes. Esc Anna Nery 2010 out-dez; 14(4): 712-719.

 Toledo LSG, Maciel ELN, Rodrigues LCM, Tristão-Sá R, Fregona G. Características e tendências da AIDS entre idosos no Estado do Espírito Santo. Rev
Soc Brás Med Trop 2010 mai-jun; 43(3): 264-267.

 Pereira GS, Borges CI. Conhecimento sobre HIV/AIDS de pacientes de um grupo de idosos, em Anápolis-Goiás. Esc Anna Nery 2010 out-dez; 14(4):
720-25.

 Masgrau R. Campanha de Prevenção à Aids foca mulheres acima de 50 anos. JusBrasil Política 2009. [acesso em 2001 Mai 6]. Disponível
em: http://www.jusbrasil.com.br/politica/1611449/campanha-de-prevencao-a-aids-foca-mulheres-acima-de-50-anos.

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