Você está na página 1de 46

0

FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCARIA

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE HIV - AIDS EM ARAUCÁRIA PARANÁ

ARAUCÁRIA
2015
1

Dedico este trabalho a vocês que sempre


me fizeram acreditar na realização dos
meus sonhos e trabalharam muito para
que eu pudesse realizá-los. A você meu
esposo João Marcos e minha filha Taís,
companheiros no amor, na vida e nos
sonhos, e compartilham comigo as
alegrias.
2

AGRADECIMENTO

Sem dúvida, não poderia chegar ao fim deste trabalho sem fazer meu
agradecimento às pessoas sem as quais este trabalho não seria possível. A todas
as pessoas que, de forma direta ou indireta, fizeram parte deste processo, que me
ajudaram neste longo e difícil percurso, gostaria de dizer ―Muito Obrigada!‖
Em especial, primeiramente agradecerei a Deus, pelos vários momentos de
felicidade em minha vida, pela saúde, fé, coragem e pela minha família.
Agradeço também pelos momentos difíceis, pois com eles me torno cada
vez mais forte para enfrentar qualquer obstáculo sem medo.
À minha mãe, Silvia, que sempre se preocupou, incondicionalmente, com
seus treze filhos, presença constante com seu jeito solidário, compreensivo e
incentivador.
Ao meu pai João (in memorian), um exemplo de pessoa honesta, justa,
ética, que se sacrificou para me proporcionar esta formação, educou-me e me
passou todos os seus valores que os levarei para toda vida.
Aos meus irmãos, sempre amorosos e dispostos a ajudar, a descontrair e
levantar o astral em todos os momentos.
Ao meu esposo, João Marcos, pacientemente sempre me dando conselhos,
força, coragem e incentivo.
A minha filha, Taís, que chegou para alegrar as nossas vidas. Hoje a minha
vitória é dela também.
A todos os meus colegas de Faculdade, pelos tantos momentos de estudo,
companheirismo e felicidade que passamos juntas durante esta jornada.
Aos minhas orientadoras, Izabela e Maria Matilde, pela sua dedicação e
paciência dispostas na realização deste estudo.
3

“Conheça todas as teorias, domine


todas as técnicas, mas ao tocar uma alma
humana, seja apenas outra alma
humana”.
Carl Gustav Jung
4

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE HIV/AIDS EM ARAUCÁRIA P ARANÁ

Eli Cristina Barros Moreira


Graduanda em Enfermagem da Faculdade Educacional de Araucária
Araucária/PR- Brasil. E-mail: elibarros12@hotmail.com

Isabela Andréa da Silva


Docente da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente
Titulação: Mestre em Educação
Araucária/ PR- Brasil, E-mail: izabelaandreadasilva@hotmail.com

Maria Matilde Zraik Baracat


Docente da disciplina de Epidemiologia
Titulação: Mestre em Administração
Araucária/ PR- Brasil, E-mail: mariamatildezb@gmail.com
5

RESUMO

Esta pesquisa buscou comparar e analisar os dados epidemiológicos no Brasil, no


estado do Paraná e no município de Araucária. Trata-se de um estudo descritivo-
retrospectivo, da evolução da epidemia de AIDS no Brasil, no estado do Paraná e no
município de Araucária, do período de 2004 a 2014. A busca pelas fontes de dados
ocorreu por meio de dados secundários no site do Ministério da Saúde (MS) e da
Secretaria Estadual do Paraná, além de Boletins Epidemiológicos, livros e artigos
relativos ao tema AIDS. Os resultados encontrados evidenciam que a faixa etária
mais acometida pela AIDS foi entre 35 e 49 anos, composta por indivíduos com
baixa escolaridade, predominando o sexo masculino com aumento crescente dos
casos em pessoas do sexo feminino. A categoria de exposição mais frequente foi a
de heterossexuais tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino. Além
disso, identificou-se que os casos da doença no Brasil, no Paraná e em Araucária
apresentam a feminização, a heterossexualização e a baixa escolaridade como
características marcantes. Conclui-se que pesquisas como esta podem contribuir
para o direcionamento de ações de prevenção, promoção e controle do HIV/AIDS e
também na adoção de políticas adequadas com relação à transmissão, diagnóstico
e tratamento. Assim, conhecer as características epidemiológicas locais e regionais
pode proporcionar o planejamento de ações de saúde específicas. Por fim, esta
pesquisa permitiu identificar o perfil epidemiológico no município de Araucária, neste
particular, podendo contribuir com os serviços de saúde pública no planejamento
dos programas voltados ao combate de doenças sexualmente transmissíveis
permitindo a intensificação de ações assistenciais aos portadores da patologia,
garantindo a eles uma qualidade e longevidade de vida livre de preconceitos
assegurando seus direitos como cidadãos. Nesse sentido, faz-se necessário
continuar a aprofundar os estudos sobre a temática da AIDS/HIV e o uso de dados
dos sistemas de informação em saúde, de modo a proporcionar também uma
avaliação da organização e disponibilidade desses dados, com vistas a atender às
necessidades da pesquisa e da assistência à saúde.

Palavras-chave: Perfil epidemiológico, AIDS, HIV.


6

ABSTRACT

This research aimed to compare and analyze epidemiological data on Brazil, in the
state of Paraná and the city of Araucaria. It is a descriptive and retrospective study
about evolution of the AIDS epidemic in Brazil, in the state of Paraná and in
Araucaria, from 2004 to 2014. The search for sources of data occurred using
secondary data on website of the Ministry of Health (Ministério da Saúde in
portuguese) and the State of Paraná Health Department, besides Epidemiological
Bulletin, books and articles about the topic AIDS.The results show that the age group
most affected by AIDS was between 35 and 49 years old, composed of individuals
with low education, predominantly males and the cases are increasing in females.
The most common exposure category was heterossexual both for males as for
females. In addition, it was found that cases of the disease in Brazil, Parana and
Araucaria present the feminization, the heterosexual and poor education as strong
features. It is possible to conclude that research like this can contribute to the
targeting of prevention, promotion and control of HIV / AIDS as well as the adoption
of appropriate policies about to transmission, diagnosis and treatment. Therefore, to
know local and regional epidemiological characteristics can provide the planning of
specific health actions. Finally, this research allowed to identify the epidemiological
profile in Araucaria, in particular, contributing to the public health services in the
planning of programs designed to combat sexually transmitted diseases allowing the
intensification of care actions to carry the disease, ensuring them a quality and
longevity of life free of prejudices ensuring their rights as citizens. In this sense, it is
necessary to continue to deepen the studies on the subject of HIV / AIDS and the
use of data from health information systems in order to also provide an assessment
of the organization and availability of such data, in order to attend the research and
health care needs

Keywords: Epidemiological Profile, AIDS, HIV


7

1. INTRODUÇÃO

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) destrói os mecanismos de defesa


naturais do corpo humano e permite que as mais variadas doenças nele se instalem,
constituindo-se a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Ao longo dos
anos, a infecção pelo HIV tem apresentado diversas transformações, tanto no que
se refere à evolução clínica quanto ao perfil epidemiológico das pessoas infectadas.
(ANDRADE, 2010; KEARNEY, 2010).
A primeira definição de caso de AIDS com finalidade de vigilância
epidemiológica utilizada no Brasil foi a do Centro de Prevenção e Controle de
Doenças (Centers for Disease Control and Prevention - CDC) dos Estados Unidos
da América (EUA), publicada em setembro de 1982 e posteriormente revisada nos
anos de 1987 e 1993. Essa definição fundamenta-se na evidência laboratorial de
infecção pelo HIV e na presença de doenças indicativas de imunodeficiência.
(BRASIL, 1998)
Marques (2003) demonstra que os primeiros casos de AIDS foram
identificados em 1981 nos Estados Unidos, porém, ainda não se tinha conhecimento
a respeito do que se tratava. Devido ao grande aumento de casos que estava
ocorrendo no mundo, as autoridades de saúde foram obrigadas a procurar
respostas. Marques (2003) comenta que, inicialmente, o maior número de casos se
dava entre os homossexuais, o que levou muitos a acreditar que a doença tinha
alguma relação com a orientação sexual, mas com o tempo, foram surgindo casos
em crianças, usuários de drogas e em mulheres parceiras de homens. Pode-se
perceber diferentes formas de transmissão da doença, dentre elas, a sexual.
Através de muitos estudos, foi comprovado que a causa da doença era um
vírus, denominado de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o qual era
transmitido através de relações sexuais e contato com o sangue, leite materno e
fluido genitais de uma pessoa infectada.
Dessa forma, foi oficializada a sigla AIDS (Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida) para identificar a doença. Também, foi possível deixar claro que não
existe predileção do vírus pela orientação sexual de um indivíduo, sendo essa uma
crença que resultou em estigma e discriminação. (BRASIL, 2006)
Hoje se sabe, como demonstra Janeway (2000), que o HIV tem a
capacidade de deteriorar o sistema imunológico do organismo, deixando-o
suscetível a outras doenças infecciosas, ocasionando então a AIDS. Além desse
8

impacto biológico que o vírus HIV causa no organismo, há ou ocorrem também


consequências sobre o aspecto psicossocial do indivíduo, o qual tem que aprender a
lidar com diversas situações que antes não estava acostumado. (BRITO, CASTILHO E

SZWARCWALD, 2001), demonstram que no Brasil, os primeiros casos de AIDS foram


identificados em 1980 e inicialmente, eram restritos às grandes metrópoles e centros
urbanos.
A estimativa do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de
2014 é de que 767 mil brasileiros, a maioria entre 25 e 39 anos, convivam com o
HIV/AIDS no País, sendo que, desses, cerca de 80% sabem do diagnóstico. Vale
ressaltar que nem todas as pessoas soropositivas – infectadas com o vírus HIV –
tem o mesmo padrão de desenvolvimento da doença. Desde o início da epidemia da
AIDS no Brasil, em 1980, até 2014, foram registrados cerca de 757 mil casos, com
mais de 278 mil mortes por causa do vírus.
No mesmo período, o Paraná contabilizou mais de 36 mil casos. Na
atualidade, a epidemia está estabilizada no País, com taxa de detecção em torno de
20,4 casos a cada 100 mil habitantes. O número parece ser baixo, mas representa
cerca de 39 mil novos soropositivos ao ano. Por isso, mesmo com o controle,
estudos são essenciais para reverter o quadro da doença no Brasil e no mundo.
(BRASIL, 2014).
Com o passar do tempo, devido a diversos fatores, o perfil epidemiológico da
AIDS foi sofrendo algumas transformações, possibilitando que ela se difundisse para
as metrópoles regionais e, mais tarde, para os municípios de médio e pequeno
porte.
O aspecto de interesse pessoal e profissional desta pesquisadora justifica-se
como relevância de primeira ordem para realização deste trabalho. O desafio de
investigar uma temática atual na área da Enfermagem afirmou-se desde que foi
realizada uma pesquisa prévia sobre o tema.
Ao mesmo tempo, o fato de ser acadêmica do Curso de Enfermagem
possibilitou aprofundar a compreensão e a reflexão sobre a necessidade de
conhecer autores e ampliar o estudo sobre a temática do HIV/AIDS no município de
Araucária. Os conhecimentos advindos das leituras e discussões indicaram
elementos que contribuem para refletir sobre as Políticas Públicas do município,
assim como quem são as pessoas que tem a doença e o foco principal na formação
profissional do enfermeiro de atuar na prevenção do HIV/AIDS.
9

O desenvolvimento desse projeto justifica-se pela possibilidade de obter-se


dados epidemiológicos para o município de Araucária, estes dados referem-se ao
risco de infecção, e ainda há que se considerar a existência da janela imunológica.
Dado este aumento da contaminação pelo HIV mesmo com o aumento significativo
de pesquisas relacionadas à infecção e tratamento da doença, faz-se necessário um
estudo que enfatize a prevenção, além da necessidade de constante atualização dos
dados epidemiológicos e repasse destas informações à comunidade, a fim de tomar
pública a realidade da infecção e o contingente populacional atingido com a doença.
Considerando-se a tendência de interiorização da epidemia e da
singularidade do perfil da AIDS nas diversas regiões, esse estudo tem como objetivo
caracterizar o perfil epidemiológico de HIV/AIDS em Araucária / PR.
Araucária é uma cidade de 119.123 habitantes (IBGE, 2014), que vem
adaptando-se ao processo de industrialização, mas mantém características
agrícolas. Isto a torna um importante polo agroindustrial do estado do Paraná
(ARAUCARIA, 2013). Com a implantação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas
(REPAR), na década de 1970, a cidade começou a sofrer influências do
desenvolvimento industrial, servindo de sede a novas indústrias, com geração de
empregos e o deslocamento de trabalhadores da área rural para a urbana. Ocorreu
um crescimento bastante acentuado no quadro populacional do Município com a
vinda de um contingente populacional de vários pontos do país e a economia que se
baseava somente na agricultura e pecuária passou a ser também industrial/urbana
(ARAUCÁRIA, 2013).
As migrações em si não levam ao aumento da infecção pelo HIV/AIDS, mas
sim, os comportamentos e práticas (sexuais) facilitadores para esta infecção como o
aumento de casas noturnas e de profissionais do sexo, e do uso cada vez mais
relevante de drogas ilícitas e de abuso de álcool, deixando de lado as práticas
sexuais consideradas seguras (ARAUCARIA, 2013).
O município de Araucária possui um Serviço de Atendimento Especializado
(SAE) em DST/AIDS e Hepatites Virais junto ao Centro de Testagem e
Aconselhamento (CTA), serviço vinculado à Secretaria Municipal da Saúde, com
incentivos do Plano de Ações e Metas-MS (PAM) que desenvolve trabalhos
educativos com a população, visando a prevenção das DST/HIV/AIDS: presta
atendimento médico (infectologia e hepatologia), psicológico e social aos pacientes
soropositivos, doentes de AIDS e de hepatites virais crônicas do município e
10

pacientes transferidos de outros serviços especializados, tendo em vista o grande


aumento populacional de trabalhadores da REPAR.
Um dos principais objetivos do CTA é realizar ações de prevenção às
DST/HIV/AIDS através de procura espontânea em busca de testagem e
aconselhamento relacionado ao HIV/AIDS. Também são ofertados testes para sífilis,
hepatites B e C e aconselhamento pré e pós testagem.
As atividades do CTA abrangem também a abordagem coletiva por meio de
palestras em empresas da região, escolas municipais e estaduais, junto a
campanhas como carnaval e Dia Mundial de Luta contra a AIDS (1º de dezembro).
Neste contexto as convenções do CTA vêm sendo desenvolvidas desde
2001 e evidenciam que a demanda cresceu muito nos últimos anos, devido ao
aumento de novos casos anuais de HIV/AIDS e pelo fato de ser uma doença crônica
o que impossibilita a alta dos usuários do Serviço.
O trabalho com a prevenção do HIV/AIDS não deve limitar-se à
disponibilização de informações com o intuito de conscientizar a população sobre o
problema, mas voltar-se para a avaliação das predisposições culturais e dos seus
limites para práticas protegidas, pois é difícil mudar hábitos socioculturais que
facilitam a infecção como a falta de percepção quanto á vulnerabilidade às doenças
sexualmente transmissíveis A falta de conhecimento, a informação inadequada, a
repressão, a dissimulação e o desconhecimento de si e do outros – associados às
crendices populares, aos tabus e aos preconceitos, mitos e valores relacionados à
sexualidade – têm favorecido a disseminação das DST/AIDS em todos os
municípios brasileiros, especialmente naqueles com cultura provinciana como é o
caso de Araucária-PR (BORBA, 2006).
Consideram-se estes aspectos como de relevância social significativa, sendo
justificativa estruturante para a realização desta investigação ao se destacar as
atribuições e responsabilidades do profissional de enfermagem com a saúde pública
e humana.
A questão que norteia esta investigação é expressa pela pergunta: Qual é o
perfil epidemiológico de HIV/AIDS no município Araucária no estado do Paraná?
11

2. OBJETIVO

2.1. OBJETIVO GERAL

Como objetivo de pesquisa buscou-se, no geral, comparar e analisar os


dados epidemiológicos no Brasil, no estado do Paraná e no município de Araucária.
12

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Síndrome da imunodeficiência


Adquirida (AIDS).
Segundo Marques (2003), os primeiros casos oficialmente registrados de
AIDS no Brasil ocorreram em 1982, no Estado de São Paulo, também em homens,
adultos, com práticas homossexuais. Contudo, mais tarde, um estudo retrospectivo
indicou um caso de AIDS em São Paulo ainda em 1980, ano que passou a ser
referido em todas as análises epidemiológicas sobre o HIV no Brasil como o marco
inicial da epidemia.
Nesse período, o Brasil passava por um momento conturbado de sua
história, que foram os últimos anos do governo militar, no qual o país atravessava
um período de crise social, política e econômica. Os primeiros casos de AIDS
coincidiram, portanto, com a tentativa do país voltar a uma democracia (MIRANDA,
2008). Ao mesmo tempo, a crise econômica, adjunta à imensa dívida externa
brasileira e à política tanto de empréstimos como de dependência econômica
internacional, acentuou os problemas existentes na estrutura de sistema de saúde
pública no país, fazendo com que a capacidade do governo de responder aos
problemas colocados por uma doença epidêmica ficasse limitada (SILVA;
OLIVEIRA; NIKAIDO; LOURENÇO e TEIXEIRA, 2002)
Em relação às respostas direcionadas à AIDS no Brasil, alguns autores,
como Parker (1997) e Galvão (2000), fizeram a distinção de diferentes fases na
evolução destas:

Galvão (2000) apresenta, tendo como referencial a periodização sugerida


por Parker (1997), uma proposta relevante de identificação de diferentes
fases na evolução dessas respostas no Brasil, sendo elas: 1981 a 1982,
quando a AIDS era conhecida no país apenas pela imprensa; 1983 a 1984,
quando a AIDS apresentou-se como uma realidade para o Brasil; 1985 a
1989, período que envolveu diferentes iniciativas no confronto com a AIDS,
com forte participação da sociedade civil; 1990 a 1991, fase marcada por
mudanças no cenário brasileiro de respostas à epidemia, com alterações no
Programa Nacional; e 1993 a 1996 (ano do término de sua análise), fase
lembrada pela implementação de um novo modelo de gerência da epidemia
de HIV/AIDS, com os empréstimos do Banco Mundial ao governo brasileiro.

Apesar do diagnóstico dos casos de AIDS ter começado a ser realizado no


Brasil desde 1982, foi dada relativamente pouca atenção pública à doença. (SILVA
et al., 2002)
13

Em seu início, a AIDS foi uma doença de causas desconhecidas, e como


afirma Marques (2003), as formas de transmissão do HIV foram se delineando com o
aparecimento de novos casos, construindo-se gradativamente no senso comum uma
imagem da AIDS e de suas vítimas, reconhecidas como pessoas com práticas
sexuais promíscuas. Inclusive, uma das primeiras matérias sobre a AIDS publicada
no Brasil, apresentou-se em março de 1981 no Jornal do Brasil, com o seguinte
título: ― Câncer em homossexuais é pesquisado nos EUA.
As falas das autoridades médicas, as quais afirmavam que as pessoas
infectadas haviam transgredido uma lei moral ou natural, foram sendo legitimadas
pela imprensa e acabaram hegemonizando quase uma década de AIDS no Brasil.
Além disso, os programas (principalmente a falta deles) eram baseados na ameaça
de morte e no preconceito, marcados principalmente pela omissão, pela curiosidade
mórbida pela vida privada dos doentes (como ele pegou?). (PAIVA, 2000).
Esses fatores foram responsáveis pela representação de pessoas vivendo
com AIDS como sub-cidadãos, desprovidos de direitos, e pela infecção de milhares
de pessoas, que, por não se identificarem com a descrição estereotipada e
preconceituosa do portador, não se percebiam em risco de contrair a doença
(PAIVA, 2000).
Em 1982 sugeriu-se a transmissão por transfusão sanguínea, devido ao
surgimento de casos em crianças que receberam doações de sangue e
hemoderivados, o que colocou os hemofílicos do tipo A‖ entre os grupos de risco II,
ao lado dos homossexuais e usuários de drogas injetáveis. O contato com sangue e
seus derivados, contaminados pelo HIV, foi anunciado, então, como outra via de
transmissão da doença (MARQUES, 2003).
No início de 1983, surgiram informes sobre a imunodeficiência humana em
mulheres parceiras de homens com AIDS, o que apontava a existência de fatores de
risco desconhecidos. (NUNES, 2008) Neste mesmo ano, a disseminação da
epidemia já havia atingido todas as regiões do País (SILVA et al., 2002),
caracterizando a segunda fase da epidemia descrita por Galvão (2000).
Em 1984, foi publicado o relato de um caso de AIDS cuja vítima era esposa
de um hemofílico, o que veio a assinalar o que até então não havia sido considerado
pelos pesquisadores, a transmissão da doença em contatos heterossexuais
(CAMARGO JUNIOR, 1994). Em seguida, com a ocorrência de casos em crianças,
ficou comprovada a transmissão da mãe soropositiva para o filho, podendo esta
14

ocorrer durante a gravidez, no momento do parto ou por meio da amamentação


(NUNES, 2008).
Devido às descobertas de novas formas de transmissão do HIV, o conceito
de grupo de risco ‖ começou a ser questionado e criticado, tendo sido gradualmente
substituído por ― comportamentos/práticas de risco ‖, o que representou de certa
forma, um avanço em relação ao conceito anterior no que diz respeito aos
preconceitos associados à doença (BASTOS, 1996).
Com estas novas proposições foram incorporadas ações de prevenção,
visando a uma mudança individual do comportamento. E os objetivos básicos que
nortearam estas propostas foram: a redução dos riscos através da disseminação de
informações sobre a AIDS, o controle dos bancos de sangue, a orientação sobre
práticas de sexo seguro, testagem e aconselhamento, e redução de danos através
da implantação de programas dirigidos aos usuários de drogas injetáveis (AYRES,
1997).
O conceito de comportamento/práticas de risco também veio a ser
questionado posteriormente, pois se acreditava que este se centrava apenas no
comportamento dos indivíduos, esquecendo-se de todo o contexto sociocultural no
qual estes estão inseridos. Foi proposto então o termo vulnerabilidade ‖ por Mann e
colaboradores em 1992, tentando mudar a concepção da própria epidemia, baseada
num modelo epidemiológico de risco, para uma reorientação das ações de
intervenção no sentido de incluir as mediações históricas e estruturais que podem
aumentar ou diminuir a vulnerabilidade das populações ao HIV/AIDS (PARKER;
GALVÃO, 1996).
Foram assim estabelecidos padrões de referência para avaliar a
vulnerabilidade à infecção pelo HIV, tendo sido determinados três planos inter-
relacionados para mensurar a vulnerabilidade: vulnerabilidade individual, propondo
que todos os indivíduos apresentam um grau potencial de vulnerabilidade ao
HIV/AIDS, que pode variar em função de valores pessoais e formas de dispor ou não
de medidas de proteção; vulnerabilidade social, abarcando questões sociais,
econômicas, culturais, como gênero, religião, governo, desigualdade social; e
vulnerabilidade programática, representada pelo investimento dos programas de
controle ao HIV/AIDS no que se refere à prevenção, e assistência às PVHA
(AYRES, FRANÇA JUNIOR e SALETTI FILHO, 2003).
Nunes (2008), afirma que a sociedade, diante do ainda temido e
desconhecido, produziu representações acerca da AIDS baseando-se na ideia de
15

doença contagiosa, incurável e fatal, seguindo o conceito de peste ‖, cujo significado


seria uma ameaça extrema à sociedade, produzindo assim, atitudes de evitar e
isolar aquele que a portava. Além disso, a AIDS era uma doença que ocasionava a
deformação física e estava associada a grupos discriminados e marginalizados,
como os homossexuais, usuária de drogas injetáveis e prostitutas. Segundo a
mesma autora, essa forma de representá-la contribuiu para construção de
sentimentos e preconceitos, evocando comportamentos e políticas discriminatórias,
principalmente em relação a estes grupos.
Além desses entendimentos sobre a AIDS, as representações construídas
para significar a doença também tiveram como base as crenças e interpretações
morais, principalmente relacionadas à sexualidade, que acabaram instituindo valores
para elucidar a origem da situação que provocou a infecção (NUNES, 2008).
Tal posicionamento moral da sociedade, unido à expressiva cooperação do
discurso normalizador da medicina, atribuiu culpa e responsabilidade pelo fato de
uma pessoa estar doente de AIDS ou portadora do HIV, pois o seu estilo de vida
rompeu com os comportamentos socialmente aceitáveis, sendo as vítimas culpadas
‖, em contraposição às vítimas inocentes ‖, representadas pelas pessoas infectadas
por transfusão sanguínea ou pela transmissão vertical (CAMARGO Jr., 1995).
Para Silva et al. (2002), a falta de informação sobre a AIDS e a divulgação
de informações equivocadas, acarretou um conjunto de crueldades às pessoas
vivendo com HIV/AIDS no Brasil. Nesse contexto, instituições e profissionais de
saúde recusaram-se a tratar pacientes com AIDS e especialistas em medicina
disseminaram informações alarmistas e injustas, estimulando ainda mais o
preconceito contra as pessoas infectadas pelo vírus.
Quando os números da AIDS começaram a aumentar, o possível impacto da
epidemia ficou mais evidente, o que forçou o Ministério da Saúde a, finalmente,
tomar algumas providências. (SILVA et al., 2002) Contudo, esses autores
consideram que as ações do governo perante a AIDS, em seus cinco primeiros
anos, foram incipientes, caracterizando-se por reuniões isoladas, palestras,
distribuições de panfletos e utilização da mídia através de reportagens, muitas vezes
equivocadas.
As ações governamentais pautavam-se por investimentos em vigilância
epidemiológica e em assistência médica, porém, sem um plano sistemático e
organizado de prevenção.
16

Em 1985 teve início a terceira fase de reações à epidemia de AIDS descrita


por Galvão (2000), e foi caracterizada pela criação das primeiras organizações
relacionadas à doença no Brasil, sendo um período de grandes transformações
tanto para o cenário político brasileiro quanto para o cenário da AIDS no país.
Ainda, segundo Galvão (2000) nessa fase foram criadas, a partir da grande
mobilização civil, as organizações não governamentais (ONGs) voltadas para as
dimensões sociais da epidemia de AIDS, como o Grupo de Apoio e Prevenção à
AIDS (GAPA) em 1985 em São Paulo, que foi motivado pela luta contra a
discriminação, pelo preconceito e pelo aumento do número de casos registrados. E,
no que diz respeito a atitudes governamentais, foi criado em 1986 o Programa
Nacional de IST (Infecção Sexualmente Transmissíveis) e AIDS.
As Organizações não governamentais tiveram um papel fundamental na luta
frente à epidemia da AIDS no Brasil. Também chamadas de ONG/AIDS, elas eram
entendidas como lugares de sociabilidade, de pressão política e de contribuição na
renovação das formas de assistência social, promovendo estratégias de inclusão
(SOLANO, 2000). Entre 1985 e 1990, foram criadas quatro organizações essenciais
das ações que se multiplicaram nos anos seguintes: Grupo de Apoio e Prevenção à
AIDS (GAPA), Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), Pela Vida e o
Grupo de Incentivo à Vida (GIV).
Além disso, as ONG/AIDS eram fundamentalmente baseadas nas políticas
dos Direitos Humanos, que foram um dos pilares da resposta brasileira à AIDS,
visando promover o direito à saúde, atuando no combate efetivo de todas as formas
de discriminação, principalmente no que se refere às pessoas vivendo com
HIV/AIDS (BRASIL, 2010).
A atuação do movimento gay também marcou o início das articulações da
sociedade civil no combate à doença. Por ter sido o primeiro grupo afetado pela
AIDS e, ainda por ter sofrido com o preconceito e discriminação, este segmento foi o
pioneiro em posicionar-se publicamente e exigir das autoridades medidas de
combate à AIDS no Brasil (TEIXEIRA, 1997).
No que se refere ao Programa Nacional de DST/AIDS, - hoje, Departamento
Nacional de DST e AIDS - a criação deste também foi muito importante na história
da luta contra a AIDS no Brasil. O Programa teria a incumbência institucional de
coordenar, elaborar normas técnicas e formular políticas públicas em sua área de
abrangência (SOLANO, 2000). Seus eixos centrais de ação eram: promoção à
saúde, proteção dos direitos fundamentais das pessoas vivendo com HIV/AIDS e
17

prevenção; diagnóstico e assistência; e desenvolvimento institucional e gestão do


programa (CREPOP, 2008)
Nesse período, o setor de saúde também tentou envolver outros setores no
combate à AIDS, como o Ministério da Educação, do Trabalho e da Justiça, com o
intuito de reunir esforços para o desenvolvimento de políticas nacionais na luta
contra a doença, procurando indicar que a AIDS não deveria ser um problema
unicamente da área da saúde, mas sim uma questão de importância nacional.
Contudo, foi apenas no final de 1986 que o Ministério da Saúde assinou uma
portaria, estabelecendo a notificação compulsória dos casos da infecção,
possibilitando assim o início do acompanhamento da epidemia (SILVA et al. 2002)
E ainda, em maio de 1887 iniciou-se a testagem de todo sangue doado no
país, representando um grande avanço na luta contra a AIDS no Brasil. Porém, em
setembro de 1988 o governo federal noticiou a redução de 30% nos recursos
destinados à epidemia, o que acabou enfraquecendo o Programa Nacional de AIDS
do Ministério e deixando-o sem fundos suficientes para o fornecimento dos
medicamentos básicos e testagem do sangue no país (SILVA et al., 2002).
Com o governo Collor (1990-1992), iniciou-se a quarta fase das respostas
políticas à AIDS, ocorrendo esta de maneira totalmente contrária às expectativas
nacionais. A política nacional contra a AIDS desarticulou-se naquele período,
afetando a integração entre estados, ONGs e outras instituições, o que acabou
fragilizando não só o próprio programa nacional, mas também, o processo de
implantação e de construção do combate à AIDS no Brasil. (GALVÃO, 2000)
O governo Collor mostrou-se não somente um problema nacional no aspecto
político, como também na gerência da saúde pública. Especificamente em relação à
AIDS, executou estratégias marcadas pela incongruência, e desestruturação do
Programa Nacional e sua evolução (TEIXEIRA, 1997; GALVÃO, 2000; CAMARGO
JÚNIOR, 1999; VILLELA, 1999).
A partir da década de 90 também pôde ser constatada uma transição do
perfil epidemiológico da AIDS, resultando em significativas mudanças no cenário da
doença no Brasil, como a heterossexualização, feminização, pauperização,
interiorização (PARKER; CAMARGO JR., 2000) e, ainda, o envelhecimento da
epidemia (SALDANHA; ARAÚJO, 2006).
Ou seja, o vírus disseminou-se e mudou o seu perfil, passando a atingir
vários segmentos da população.
18

Na quinta fase da resposta brasileira ao HIV, ilustrada por Galvão (2000),


ocorreu a reorganização do Programa Nacional de AIDS do Ministério da Saúde,
tendo sido deixadas de lado as rivalidades governamentais, a fim de intensificar e
fortalecer a cooperação de todos que estavam na luta contra a doença. Ainda
segundo a autora, a coordenação nacional rearticulou-se com as ONGs e programas
estaduais, e iniciou as negociações com a cooperação internacional, mais
precisamente com o Banco Mundial.
A assinatura, em 1993, do acordo com o Banco Mundial viabilizou o projeto
AIDS I, com vigência de 1994 a 1998, o qual determinou o caminho das políticas de
enfrentamento da epidemia neste período, desdobrando-se posteriormente em
outros empréstimos, denominados AIDS II e AIDS III. Dessa forma, o Programa
Nacional de AIDS passou a ser o principal financiador dos projetos a serem
desenvolvidos em todo o país, oferecendo novas possibilidades de prevenção e
controle da doença (MARQUES, 2002).
As ONG/AIDS também passaram a contar com recursos do Programa
Nacional, provenientes dos empréstimos, para desenvolver programas de prevenção
e apoio às pessoas vivendo com HIV/AIDS, sendo esta a fonte fundamental de
sobrevivência de várias entidades. Dessa forma, as ONGs deixaram de agir como
opositoras ao governo, passando a serem colaboradoras, parceiras e aliadas deste.
O que acabou colocando em jogo, de certa forma, a autonomia dessas iniciativas
frente ao governo (SOLANO, 2000).
A partir desse período dos empréstimos e de reorganização do Programa
Nacional, políticas muito importantes foram implementadas no Brasil. Em 1994 foi
criado pelo Ministério da Saúde os Serviços de Assistência Especializada (SAEs),
que tinham custos econômicos e sociais menores que o atendimento hospitalar
convencional.
Até o inicio da década de 90, a AIDS era considerada uma doença que
levava o paciente à morte em um período relativamente curto. Porém, com o
surgimento da Terapia Antirretroviral Potente (HAART, sigla em inglês para “High
Active Antiretroviral Therapy”), no final de 1996, houve um aumento no tempo de
sobrevida das pessoas infectadas (OLIVEIRA; MARÍN-LEÓN; CARDOSO, 2004).
Antes do advento da HAART, o tempo médio de sobrevida dos pacientes
com demência associada ao HIV era de 4,0 meses: hoje o tempo de sobrevida é de
aproximadamente 38,5 meses (SZAJERKA; JABLECKI, 2007).
19

Também, foi verificado um decréscimo significativo de infecções oportunistas


nos portadores do vírus (ALMEIDA; LETENDRE; ELLIS, 2006).
A terapia antirretroviral consiste de uma combinação de, pelo menos, três
drogas com diferentes mecanismos de bloqueio da replicação viral, marcadamente
os inibidores da transcriptidase reversa e os inibidores da protease (GHAFOURI et
al., 2006).
A terapêutica antirretroviral tem como objetivo a supressão da replicação do
HIV, a fim de manter a carga viral no sangue reduzido, diminuindo os danos
causados pelo HIV no organismo e aumentando a sobrevida da pessoa infectada.
Ainda, de acordo com o Manual para a cobertura de HIV/AIDS (2006), a
terapêutica antirretroviral deve ser programada segundo critérios clínicos,
imunológicos e virulógicos. Uma falha na supressão da replicação do vírus pode
facilitar o desenvolvimento de resistência aos antirretrovirais e/ou permitir mutações
do vírus. Ambos resultam em situações que permitem a disseminação do vírus por
todo o tecido do Sistema Nervoso Central (SNC).
Neste contexto, o SNC tem sido considerado como um provável reservatório
para o HIV (ALMEIDA; LETENDRE; ELLIS, 2006).
No início da epidemia pelo vírus HIV, os pacientes possuíam baixa
expectativa de vida. A partir da década de noventa, em específico 1996, com a
terapia antirretroviral fortemente ativa, o curso da história da doença sofreu
profundas modificações. Ocorreu aumento na sobrevida e melhora na qualidade de
vida, além de proporcionar restauração parcial do sistema imune (FERREIRA et al.,
2009).
Contudo, após mais de dez anos do uso da HAART, começam a aparecer os
efeitos no organismo da combinação tratamento/vírus. Estes incluem alterações no
metabolismo dos lipídios levando a hipertrigliceridemia e outras alterações
metabólicas como resistência insulínica, hiperglicemia e redistribuição da gordura
corporal que são fatores de risco para doença cardiovascular (JERICO et al., 2005).
O conjunto destas alterações é conhecido como Síndrome Lipodistrófica do
HIV (SLHIV). A SLHIV, oficialmente descrita pelo Food and Drug Administration
(FDA) em 1997, também é conhecida como síndrome da redistribuição da gordura
corporal, síndrome metabólica associada à terapia antirretroviral (ARV) ou, mais
recentemente, lipodistrofia dislipidêmica associada ao HIV/HAART (HADL)
(VALENTE, 2005).
20

Posteriormente, também ocorreu a disponibilização de medidas profiláticas


para a prevenção da transmissão vertical do HIV, através da Portaria nº 2104, de
2002; a criação da política de vigilância com realização de estudos em grupos
populacionais específicos; as formulações particulares da redução de danos do uso
indevido de drogas injetáveis, que gerou polêmica; a oferta gratuita de preservativos
masculinos; o suporte diagnóstico, como os Centros de Testagem e
Aconselhamento (CTA), dentre outras ações (FONSECA, 2005).
Considera que embora tenha havido estimáveis conquistas em relação à luta
brasileira, alguns desafios ainda persistem, como: o quadro econômico desfavorável
à sustentabilidade dos programas sociais governamentais, e a discriminação, que se
encontra muito presente nos discursos sobre a AIDS.
Como se pode perceber, desde o seu surgimento, a AIDS vem trazendo ao
debate público contextos tradicionalmente reconhecidos como próprios da arena de
vida privada, por possuírem uma carga sócio moral que lhes proibia serem
abordados publicamente, como o comportamento sexual das pessoas (PARKER &
BARBOSA, 1996).
Para Miranda (2008), a AIDS trouxe ao Brasil, assim como ao mundo, não
somente mais uma doença considerada incurável que ainda causa medo e pavor na
população, mas principalmente um fator de absoluta rediscussão de conceitos,
preconceitos e comportamentos individuais e coletivos, uma vez que ela nos forçou
a olhar para tudo aquilo que a sociedade brasileira insistentemente se recusava a
ver: a desigualdade, o preconceito, a hipocrisia, as fragilidades do sistema de saúde,
a contradição da justiça.
Marques (2002), ao considerar que o imaginário que se formou sobre a AIDS
em seu início nos remeteu às noções de castigos, segregações, punições e, mais
ainda, deixou clara a nossa fraqueza diante do inesperado, levanta um
questionamento: após esses vinte anos de epidemia no país: é possível a
construção de políticas públicas mais justas e igualitárias, com a participação da
sociedade nesse processo?
Embora, como dito anteriormente, o Programa Conjunto das Nações Unidas
sobre HIV/AIDS UNAIDS (2009), advirta sobre a importância dos entendimentos
sobre os desdobramentos da epidemia em cada país, para a implementação de
estratégias eficientes contra a AIDS, autores ressaltam que apesar da extensão e do
impacto da epidemia, e da significativa política de resposta que ela gerou no Brasil,
são poucos os estudos que tentaram analisar o desenvolvimento das políticas e
21

programas relacionados à AIDS no país: o HIV/AIDS em geral não conseguiu ser


incluído na agenda de pesquisa acadêmica relacionada à política social e de saúde
pública no Brasil‖ (PARKER; GALVÃO; BESSA,1999, p.13)
22

4. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo-retrospectivo, da evolução da epidemia de


AIDS no Brasil, no estado do Paraná e no município de Araucária, do período de
2004 a 2014.
A busca pelas fontes de dados ocorreu por meio de dados secundários no
site do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria Estadual do Paraná, além de
Boletins Epidemiológicos, livros e artigos relativos ao tema AIDS. As fontes
documentais primárias tratavam da epidemiologia da AIDS, no período estudado,
especialmente os Boletins Epidemiológicos do MS; o site DATASUS (Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde – SUS); e as publicações produzidas
pelo MS e Programa Nacional em DST/AIDS, pela Secretaria de Estado da Saúde
do Paraná; Diretoria de Vigilância Epidemiológica Estadual e pela Gerência Estadual
em DST/AIDS. As fontes secundárias foram: livros. Em função disto não é
necessário submeter a presente pesquisa à analise do comitê de ética.
Os dados foram coletados através de tabulações do Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (SINAN). As bases populacionais utilizadas para cálculos
foram coletadas em censos e projeções demográficas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao período do estudo.
O procedimento sistematizado para a coleta dos dados incorporou todas as
variáveis armazenadas dentro do Boletim Epidemiológico pertinentes e
correspondentes às características que permitissem alcançar o objetivo proposto
nesse trabalho. Logo, foram utilizados os seguintes aspectos: idade, sexo,
escolaridade, atividade sexual gênero / feminino e masculino.
23

5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Apresenta-se nesse tópico o número de casos diagnosticados de HIV a cada


ano no período de 2004 à 2014; pode-se observar que o maior número de casos
notificados no Brasil foi em 2011, com 32.614 casos, no Paraná em 2012, com 1.629
casos, e em Araucária no ano de 2013 com 29 casos notificados.
O gráfico 1 apresenta as informações quanto ao números de casos
notificados no Brasil, no Paraná e em Araucária o período de 2004 a 2014.

Gráfico 1 Frequência de casos de AIDS segundo Ano Notificação no Brasil, Paraná e


Araucaria.

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.

A analise dos dados apresentados no Gráfico 1 permite constatar que a


população do estudo foi composta por indivíduos HIV-positivos cadastrados SINAN,
no Brasil, Paraná e no Município de Araucária-PR no período de janeiro de 2004 a
2014.
De acordo com o Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2011,
foram notificados 37.776 casos da doença, este período indica um maior numero de
casos, a taxa de incidência de AIDS no Brasil foi de 20,2 casos por 100 mil
habitantes. Observando-se a epidemia por região em um período de 10 anos, 2004
a 2014, a taxa de incidência caiu no Sudeste de 22,9 para 21,0 casos por 100 mil
24

habitantes. Nas outras regiões, cresceu: 27,1 para 30,9 no Sul; 9,1 para 20,8 no
Norte; 14,3 para 17,5 no Centro – Oeste de 7,5 para 13,9 no Nordeste. Vale lembrar
que o maior número de casos acumulados está concentrado na região sudeste
(56%) (UNAIDS, 2012)
Os modelos matemáticos têm destacado a contribuição desproporcional dos
subgrupos populacionais sob maior risco na disseminação de doenças sexualmente
transmitidas (DST), tais como usuários de drogas injetáveis (UDI), homens que
fazem sexo com outros homens (HSH) e as mulheres profissionais do sexo
(BARBOSA et al.,2009).
Em números absolutos, é possível redução de casos de AIDS em menores
de cinco anos: passou de 846 casos, em 2001, para 745, em 2011. O resultado
confirma a eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV (da mãe
para o bebê). Quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de
transmissão vertical cai para menos de 1%.
Às gestantes, o Ministério da Saúde recomenda o uso de medicamentos
antirretrovirais durante o período de gravidez e no trabalho de parto, além de
realização de Cesárea para as mulheres que têm carga viral elevada ou
desconhecida. Para o recém-nascido, a determinação é de substituição do
aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais.
Atento a essa realidade, o governo brasileiro tem desenvolvido e fortalecido
diversas ações para que a prevenção se torne um hábito na vida dos jovens.
A distribuição de preservativos no país, por exemplo, cresceu mais de 45% entre
2010 para 2011 (de 333 milhões para 493 milhões de unidades). Os jovens são os
que mais retiram preservativos no Sistema Único de Saúde (37%) e os que se
previnem mais. Modelo matemático, calculado a partir dos dados da PCAP de 2008,
mostra que quanto maior o acesso à camisinha no SUS, maior o uso do insumo. A
PCAP é a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas relacionada às DST e
AIDS da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade.
O levantamento feito entre jovens, realizado com mais de 35 mil meninos de
17 a 20 anos de idade, indica que, em cinco anos, a prevalência do HIV nessa
população passou de 0,09% para 0,12%. O estudo também revela que quanto
menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da AIDS
(prevalência de 0,17% entre os meninos com ensino fundamental incompleto e
0,10% entre os que têm ensino fundamental completo).
25

O resultado positivo para o HIV está relacionado, principalmente, ao número


de parcerias (quanto mais parceiros, maior a vulnerabilidade), à co-infecção com
outras doenças sexualmente transmissíveis e às relações homossexuais. O estudo é
representativo da população masculina brasileira nessa faixa etária e revela um
retrato das novas infecções.
No Gráfico 2 a seguir, apresentam-se os dados em relação ao número de
casos de HIV/AIDS notificados entre homens e mulheres no Brasil no período de
2004 a 2014.

Gráfico 2 Frequência por Sexo segundo Ano Notificação no Brasil

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.

Embora o estudo tenha demonstrado uma frequência de casos mais elevada


entre o número de homens em comparação ao número de mulheres infectadas pelo
HIV, a relação entre os gêneros vem reduzindo com o tempo em decorrência da
transição do perfil epidemiológico, resultando na feminização da epidemia.
Prata (2009), reforça que desde tempos remotos, a construção social da
mulher é associada a submissão ao homem, deixando-a em baixo poder de
negociação sexual, tornando-as mais propensas a relações desprotegidas,
aumentando a chance de contrair HIV.
26

Há de se considerar, ainda, que o aumento do número de casos em


mulheres traz, como consequência, o aumento no número de crianças com AIDS
pela transmissão materno-infantil. (SZWARCWALL, 2000)
Além disso, os fenômenos de heterossexualização, feminização,
interiorização, envelhecimento, juvenização e pauperização da epidemia são
observados com evidencias pelas diversas pesquisas, mostrando que a
democratização da epidemia, não privilegia idade, raça, cor, sexo ou credo.
(UNAIDS, 2007).
No Brasil o ano em que se registrou maior número de notificações foi em
2011, no qual o sexo masculino apresentou 20.770 e o feminino, 11.842 casos.
Quanto ao ano em que se registrou menor incidência no Brasil, foi em 2014,
dos quais registraram-se respectivamente para o sexo masculino 978 e 736
femininos. Representando em porcentual 57,1% para masculino e 42,9% feminino.
Na série histórica de 10 anos, o Brasil apresentou um total de 206.962
notificações de HIV, desse total, observa-se um índice maior no sexo masculino, do
qual representa 62,39% do total.
No Gráfico 3 a seguir, apresentam-se os dados em relação de casos de
HIV/AIDS notificados entre homens e mulheres no Brasil no período de 2004 a 2014.

Gráfico 3 Frequência por Sexo segundo Ano Notificação no Paraná

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.
27

No Paraná, o ano em que se registrou o maior número de notificações foi em


2013, no qual apresentaram respectivamente para o sexo masculino 1.050 e
feminino 599 novos casos.
Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre
as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. Esse aumento
proporcional do numero de casos de AIDS entre mulheres pode ser observada pela
razão de sexos (Numero de casos em homens dividido pelo numero de caso em
caso em mulheres). Em 1989, a razão de sexos era cerca de 6 casos de AIDS no
sexo masculino para cada 1 no sexo feminino. Em 2011, chegou a 1,7 caso em
homens para cada 1 caso em mulheres. (UNAIDS, 2012)
Quanto ao ano que se registrou menor incidência, foi em 2014, dos quais
registrou-se respectivamente para o sexo masculino 513 e 300 feminino novos
casos.
Em 2013, o Ministério da Saúde foi além dos festejos de carnaval e
promoveu uma campanha de prevenção à AIDS que foi adaptada a diversas épocas
do ano. Por isso, em 2014, a estratégica teve sequência com um esforço de
comunicação capaz de se adequar aos diversos períodos de festas que
encontramos pelo Brasil e consequentemente reduziu o numero de novos casos de
AIDS/HIV.
O carro-chefe da campanha são dois filmes para televisão que, embora
explorem o conceito de maneira universal, se complementam na amplitude: um
possui uma visão macro das diferentes festas de todos os tamanhos pelo Brasil, das
mais íntimas às gigantescas, como a Copa do Mundo; o outro explora o lado
pessoal, a atitude de estar sempre preparado, com camisinha, seja qual for a festa.
Como o clima dos eventos é de festa, os filmes, e a campanha como um todo,
precisam estar no mesmo "clima" para criar a maior identificação possível com os
telespectadores. Logo, são leves, simpáticos e alegres.
Além dos filmes, a campanha ainda contou com jingles regionalizados para
rádio, anúncios para jornais e revistas, peças e mídia exterior e merchandisings. Nas
ativações de rua, contamos com entregas de folders para conscientização e entrega
gratuita de preservativos. Na internet, a ampla estratégia conta com banners e
ativações em redes sociais.
28

No Gráfico 4 a seguir, apresenta-se dados em relação a Homens e


Mulheres de casos de HIV/AIDS notificados em Araucária no período de 2004 a
2014.

Gráfico 4 Frequência por Sexo segundo Ano Notificação em Araucária

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

Em Araucária o ano que se registrou o maior número de notificações foi em


2013, no qual o sexo masculino apresentou 17 e o sexo masculino 12 novos casos.
Nesse período, Araucária possuía um crescimento acentuado na população com
muitos imigrantes de outras regiões, facilitando comportamentos e práticas sexuais,
facilitadores para esta infecção como, por exemplo, com o aumento de casas
noturnas e de profissionais do sexo. Estes fatores contribuem para o uso de drogas
ilícitas e o abuso de álcool, favorecendo as práticas sexuais consideradas inseguras.
Quanto ao ano em que se registrou menor incidência, foi em 2014, dos quais
registraram-se respectivamente 57,1% masculinos e 42,9% femininos novos casos.
Nos gráfico 5 a seguir, apresenta-se dados referente a escolaridade no Brasil,
no período de 2004 a 2014.
O grau de escolaridade é um indicador na análise de dados epidemiológicos,
para aferir a condição socioeconômica da população, onde os baixos níveis
29

educacionais estão relacionados com estratos sociais mais pobres. (TOMAZELLI,


2003).
A AIDS tem atingido todas as camadas sociais. No início da epidemia,
acometeu indivíduos com maior grau de escolaridade, no entanto, com o avanço da
doença houve mudança neste padrão, atingindo atualmente indivíduos com menor
grau de escolaridade, o que foi constatado neste estudo.

Gráfico 5 Frequência por Escolaridade segundo Ano no Brasil

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.

No Brasil, a escolaridade que indicou maior incidência de infectados, foi de


5º a 8º serie incompleta, respectivamente com 57.169 casos.
No Gráfico 6 a seguir apresenta-se dados em relação a escolaridade, no
Paraná no Período de 2004 a 2014.
30

Gráfico 6 Frequência por Escolaridade segundo Ano no Paraná

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

No Paraná, a escolaridade que indicou maior incidência de infectados foi de


5° à 8° serie incompleta, respectivamente com 3.284 casos de notificações.
No Grafico 7 a seguir, apresenta-se os dados em relação a escolaridade, no
Paraná no Período de 2004 a 2014.
31

Gráfico 7 Frequência por Escolaridade segundo Ano em Araucária

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

Em Araucária, a maior incidência foi primeiramente no item não se aplica e


em seguida, na escolaridade de 5ª à 8ª série incompleta, respectivamente com 28 e
24 notificações.
Os menores índices em Araucária foram os analfabetos e o superior
incompleto, com 3 casos para cada um.
Considerando a escolaridade como fator determinante da situação
socioeconômica, verificou-se que os indivíduos de menor grau de escolaridade
apresentam aumento na proporção de casos de HIV/AIDS, caracterizando a
pauperização da epidemia, com tendência a atingir, principalmente mulheres com
níveis de escolaridade cada vez mais baixos. (GABRIEL; BARBOSA; VIANNA, 2005)
No Gráfico 8 a seguir, apresenta-se os dados referentes a faixa etária
segundo o ano de Notificação no Brasil.
32

Gráfico 8 Frequência por Faixa. Etária (SINAN) segundo Ano Notificação no Brasil

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

No gráfico 8, ilustra-se que a faixa etária das pessoas infectadas com


HIV/AIDS variou entre 14 a 79 anos, e que as idades mais atingidas foram entre 35
a 49 anos seguida de 20 a 34 anos confirmando que a AIDS é mais prevalente em
adultos jovens. Algumas pesquisas evidenciam o aumento no número de casos na
terceira idade. Nota-se neste estudo que houve uma elevação dos casos a partir dos
50 anos, corroborando com Santos (2002) e evidenciando um envelhecimento da
população atingida. Dentre os fatores que podem estar contribuindo para esse novo
perfil da epidemia, destaca-se o aumento da atividade sexual entre os idosos, a
disposição de tecnologia que melhora e prolonga a performance sexual, e a
resistência em usar o preservativo.
No decorrer de 10 anos, a faixa etária dos 35 a 49 anos, foi a mais atingida,
a qual representou 57,17% do total de infectados.
As faixas etárias que apresentaram maior número de casos foram as faixas
entre 35 a 49 e 20 a 34 anos, sendo que a faixa dos 35 a 49 anos apresentaram
109.706 casos no Brasil
33

Quanto às faixas de menor índice, foram as faixas entre 10 a 14 anos e 80


anos ou mais, sendo que a faixa acima dos 80 anos registrou 246 notificações para
o Brasil.
O diagnóstico da infecção pelo HIV é desafiador em pacientes com mais de
50 anos já que os problemas médicos usuais nesta faixa etária que podem confundir
o diagnóstico clínico. As infecções oportunistas nos idosos são frequentemente
diagnosticadas inicialmente como outra moléstia, mais usual em sua faixa etária,
como doença cerebrovascular, doença de Alzheimer, pneumonia bacteriana ou viral,
neoplasia oculta etc.
No gráfico 9 a seguir, apresenta-se os dados referente a faixa etária
segundo o ano de Notificação no Paraná.

Gráfico 9 Frequência por Faixa. Etária (SINAN) segundo Ano Notificação no Paraná

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.

As faixas etárias que apresentaram maior número de casos foram as faixas


entre 35 a 49 e 20 a 34 anos, sendo que a faixa dos 35 a 49 anos apresentaram
8.531 casos no Paraná.
Quanto às faixas de menor índice, foram as faixas entre 10 a 14 anos e 80
anos ou mais, sendo que a faixa acima dos 80 anos registrou 9 notificações para o
Paraná.
34

No Gráfico 10 a seguir, apresenta-se os dados referentes à faixa etária


segundo o ano de Notificação em Araucária no período de 2004 à 2014.

Gráfico 10 Frequência por Faixa. Etária (SINAN) segundo Ano Notificação em Araucária

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

As faixas etárias que apresentaram maior número de casos foram as faixas


entre 35 a 49 e 20 a 34 anos, sendo que a faixa dos 35 a 49 anos apresentaram 82
casos em Araucária.
Quanto às faixas de menores índices, encontram-se as de 10 a 14 anos e 80
anos ou mais, sendo que a faixa acima dos 80 anos, em araucária não registrou
nenhum caso.
No gráfico 11 a seguir apresenta-se os dados referentes as categorias por
exposição conforme os anos de notificação no Brasil no período de 2004 a 2014.
35

Gráfico 11 Frequência por Categ Exp Hierar segundo Ano Notificação no Brasil

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até 2004/2014.

O boletim Epidemiológico de 2014 demostra que, no Brasil, no ano de 2014,


8.101 casos de HIV/AIDS ocorreram pela forma transmissão sexual heterossexual,
enquanto a forma de transmissão sexual homossexual corresponde a 2.670, com
682 por transmissão bissexual.
Verifica-se que a principal via de transmissão, foi sexual, sendo a
heterossexual mais prevalente, o que foi confirmado nos estudos de (GABRIEL,
2004) e (LIBRELOTTO, 2012).
Segundo Gruner (2005) a vulnerabilidade da mulher à infecção pelo HIV,
está associada a alguns fatores, como: anatomia feminina, carga viral seminal,
práticas de relações inseguras e desprotegidas, relações de poder e crença na
fidelidade conjugal, atribuindo a heterossexualização como forma de transmissão
confirmando a feminização da epidemia.
Brito (2006), relata em seus estudos que há evidências na diminuição das
taxas de transmissão vertical do HIV devido a testagem anti- HIV, em decorrência da
política de rastreamento e do tratamento de gestantes portadoras do vírus. Esta
estratégia reduz a possibilidade da transmissibilidade, permitindo identificar o perfil
sorológico. Neste estudo foi identificado somente um caso. Com relação às
categorias UDI e transfusão sanguínea, o município estudado mostrara-se com
36

tendência decrescente. Este resultado pode ser atribuído às ações políticas


preventivas na utilização das drogas de forma segura, como o não compartilhamento
e agulhas e seringas e à eficácia das legislações intensificando maior controle no
processamento de sangue e hemoderivados.
Verifica-se que a categoria dos heterossexuais foi a que mais transmitiu o
HIV, no Brasil foram registrados 159.195 infectados.
As menores incidências de transmissões foram as categorias hemofílicos,
acidentes e transfusões. A transmissão por acidente apresentou apenas 01 caso, a
categoria hemofílicos registrou 86 casos de infecção.
No gráfico 12 a seguir apresentam-se os dados referentes à categoria por
Exposição conforme os anos de notificação no Paraná no período de 2004 a 2014.

Gráfico 12 Frequência por Categ Exp Hierar segundo Ano Notificação no Paraná

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

A categoria que mais se transmitiu o HIV foi a dos heterossexuais, em


números o Paraná registrou 9.521 infectados.
As menores incidências de transmissões foram as categorias hemofílicos,
acidentes e transfusões. A transmissão por acidente não foi registrado, a categoria
hemofílicos registrou 07 casos de infecção.
37

No gráfico 13 a seguir apresentam-se os dados referentes a categoria por


Exposição conforme os anos de notificação em Araucária no período de 2004 a
2014.

Gráfico13 Frequência por Categ Exp Hierar segundo Ano Notificação em Araucária.

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014.

Ilustra-se a categoria que mais se transmitiu o HIV foi a dos


heterossexuais, em números Araucária registrou 120 infectados.
Em Araucária no intervalo de tempo acima mencionado não tiveram
registros as categorias, acidentes e transfusão.
A principal via de transmissão do vírus HIV é a sexual, com maior
predominância da exposição na categoria heterossexual, porém na categoria
homossexual entre estes vem crescendo. Entre as mulheres o tipo de exposição é
predominantemente heterossexual, o que segundo Amador e Sodré (2006), se
traduz na insegurança e incapacidade destas de se impor de forma contrária ao
poder masculino, acrescido do baixo poder econômico e da pouca instrução,
fazendo com que estas exerçam pouca ação de proteção no que se referem as suas
vidas e seus corpos.
No gráfico 14 a seguir, apresentam-se os dados referentes aos casos de
óbitos que ocorreram no Brasil, Paraná e Araucária no período de 2004 a 2014.
38

A mortalidade por AIDS no Brasil é um relevante problema de Saúde


Pública, que atinge de forma heterogênea, diferentes segmentos da população.
Desde o surgimento da doença na década de 1980, são evidentes os esforços para
o enfrentamento da epidemia, cuja participação é crescente entre as principais
causas de morte, particularmente de adultos jovens e pessoas em situação de
pobreza.

Gráfico 14 Frequência por Ano do Óbito segundo Ano do Óbito em Araucária

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: Casos notificados no Sinan até
2004/2014

Em analise do gráfico 14 demonstra-se que ocorreram 104.668 óbitos, o


que representa 50,57% do total de infectados por HIV.
No Brasil, o maior número de óbitos foi em 2010, no Paraná em 2012 e em
Araucária, 2011. Dos quais registraram – se respectivamente 12.158, 624 e 9 óbitos.
No Gráfico 14 mostram-se os números de óbitos no Brasil, no Paraná e em
Araucária no ano de 2004, onde registrou-se respectivamente 11.020, 503 e 01
óbitos, sendo o menor registro no período de 2004 á 2012.
39

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nestas considerações finais, retomam-se a pergunta de pesquisa e os


objetivos elencados inicialmente e que nortearam o desenvolvimento desta
investigação, na qual se apresentam a abrangência e as limitações para conhecer o
perfil epidemiológico de HIV – AIDS no município de Araucária no estado do Paraná.
As considerações relacionadas à pergunta de pesquisa deste estudo sobre:
“Qual é o perfil epidemiológico de HIV/AIDS no município Araucária no estado do
Paraná?” podem ser explicitadas pelas conclusões desta pesquisadora como
resultados da pesquisa realizada.
Assim, conclui-se que apesar de todos os avanços obtidos durante mais de
trinta anos de epidemia, em termos de tratamento, melhora da qualidade de vida e
prognóstico não se pode esquecer que o HIV/AIDS continua sendo uma doença
incurável, porém controlável com o uso adequado da medicação.
Considera-se a descoberta tardia em relação a ser soropositivo, além de
contribuir para a piora do prognóstico, causou e continua causando danos
irreversíveis em termos de não prevenção, na medida em que o indivíduo infectado
permanece longos anos transmitindo o HIV sem estar ciente de sua situação,
expondo a risco um número considerável de pessoas. Nesse contexto, a informação
e a prevenção da infecção permanecem essenciais.
Para a enfermagem é importante conhecer a legislação especifica do
portador do vírus do HIV, garantindo assim conhecimento da política de saúde para
lutar por um modelo de sociedade que assegure os direitos dos cidadãos
independente de sexo, cor ou raça.
Quanto ao objetivo geral que analisou e comparou os dados epidemiológicos
de HIV - AIDS no Brasil, no estado do Paraná e no município de Araucária,
descobriu-se que a faixa etária mais acometida pela AIDS foi entre 35 e 49 anos,
indivíduos com baixa escolaridade, predominando o sexo masculino com aumento
crescente dos casos em pessoas do sexo feminino. A categoria de exposição mais
frequente foi a de heterossexuais tanto para o sexo masculino quanto para o sexo
feminino. Identifica-se que os casos da doença no Brasil, no Paraná e em Araucária
apresentam a feminização, a heterossexualização e a baixa escolaridade como
características marcantes.
Verificou-se um aumento relevante de casos na série histórica de 10 anos,
destacando o ano de 2011, que notificou o maior número de novos casos, e declínio
40

considerável nos anos de 2012 e 2013, com projeção de diminuição progressiva até
2014. Os dados epidemiológicos revelaram que ocorreram 104.668 óbitos, o que
representa 50,7% do total de infectados por HIV/AIDS.
Com base nos resultados obtidos, observamos que, no município de
Araucária, entre os indivíduos vivendo com HIV/AIDS, no período de 2004 a 2014
acompanhou o perfil epidemiológico e sócio demográfico da doença no País e no
estado.
Evidenciou-se que os dados provenientes do SINAN, além de apresentarem
fácil acessibilidade, forneceram informações relevantes que possibilitaram traçar um
perfil epidemiológico dos casos de AIDS diagnosticados no Brasil, no Paraná e em
Araucária.
Conclui-se que pesquisas como esta podem contribuir para o
direcionamento de ações de prevenção, promoção e controle do HIV/AIDS e
também para adotar políticas adequadas com relação à transmissão, diagnóstico e
tratamento. Assim, conhecer as características epidemiológicas locais e regionais
podem proporcionar o planejamento de ações de saúde específicas.
41

7. REFERÊNCIAS

AMADOR, Bruna Melo; SODRÉ, Diolema Cardoso. Perfil epidemiológico de


Mulheres portadoras de HIV/Aids atendidas em uma Unidade de referência em
Belém. Belém, PA: [s.n.], 2006. 55f. Monografia (Conclusão do Curso de
Enfermagem) – Universidade do Estado do Pará, 2006.

ANDRADE HAS, Silva SK; SANTOS, Mipo. Aids em idosos: vivências dos doentes.
Esc Anna Nery. 2010 out-dez;14(4):712-9.

DE ALMEIDA, S. M.; LETENDRE, S.; ELLIS, R. Human immunodeficiency virus


and the central nervous system. Brazilian journal of infectious diseases,
Salvador, v. 10, n. 1, p. 41–50, Feb. 2006.

AYRES, J. R. C. M. Sobre o Risco: para compreender a epidemiologia. São Paulo:


Hucitec, 1997

AYRES, J. R. C. M., FRANÇA JÚNIOR, I., CALAZANS, G. J., SALETTI FILHO, H. C.


O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e
desafios, 2003

ARAUCÁRIA, Pr. Dados Gerais. Disponível em: <http: www.araucaria.pr.gov.br/


História.html>.Acesso em 25 agosto de 2015.

BORBA, K. P.; CLAPIS, M J. Mulheres profissionais do sexo e a vulnerabilidade


ao HIV/AIDS. Guarapuava, (p.254-258), J bras Doenças Sex Transm , 2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasilia: MS, 6.


ed., 2006.pg 129, 130, 136,137.

Brasil, Ministério da Saúde (2010). Metas e Compromissos assumidos pelos


Estados Membros na Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas
sobre HIV/Aids. Resposta Brasileira 2008-2009: Relatório de Progresso do País.
Secretaria de Vigilância em Saúde- Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Brasília: DF.

Brasil, Ministério da Saúde (1998). Aconselhamento em DST, HIV e Aids: diretrizes


e procedimentos básicos. / Coordenação Nacional de DST e Aids. 2ª ed. Brasília: p.
25, 1998.

Brasil, Ministério da Saúde (2006). HIV/Aids, hepatites e outras DST. Cadernos de


Atenção Básica - n.º 18, Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília – DF.
42

Brasil, Ministério da Saúde (2006b). Saúde Bucal. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica Cadernos de Atenção Básica - n.º 17. Brasília -
DF.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


DST, Aids e Hepatites Virais. Recomendacoes de terapia antirretroviral para
adultos vivendo com HIV/aids no Brasil – 2012. Versão preliminar. Brasília, 2012.
Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2012/52140/consenso_
adulto2012_principais_mudancas_pdf_11946.pdf>. Acesso em: 24 set. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clinico e DiretrizesTerapeuticas para
Manejo da Infeccao pelo HIV em Adultos. Brasília, 2013. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/55308/protocolo_1
3_3_2014_pdf_28003.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clinico e Diretrizes Terapeuticaspara
Manejo da Infeccao pelo HIV em Criancas e Adolescentes. Brasília, 2014.
Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/55939/08_05_201
4_protocolo_pediatrico_pdf_36225.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2014.-

BASTOS, F. I. (1996a). Cenas Nubladas: A usuária de Drogas Injetáveis e a


Epidemia de Aids. In: R. Praker, & J. Galvão, (Orgs), Quebrando o silêncio: mulheres
e Aids no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

BRITO AM, Sousa JL, Luna CF, DOURADO I. Tendência da transmissão vertical
de Aids após terapia anti-retroviral no Brasil. Revista Saúde Publica.
2006;40(Supl):18-22.

CAMARGO JÚNIOR, K. R. (1995). A construção da aids. In: D. Czeresnia, E. M.


Santos, R. E. S. Barbosa, & S. Monteiro (Orgs.), Aids: Ética, Medicina e
Biotecnologia. Hucitec Abrasco.

__________________. (1999). Políticas públicas e prevenção em HIV/Aids. In: R.


Parker, J. Galvão, & M. Bessa (Orgs.), Saúde, desenvolvimento e política: respostas
frente à Aids no Brasil. Rio de Janeiro/São Paulo, ABIA/Editora 34.

D. Czeresina, & C. M. Freitas (Orgs.), Promoção da Saúde: conceitos, reflexões,


tendências. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.
43

FONSECA A. F. (2005). Políticas de HIV/Aids no Sistema Único de Saúde: uma


busca pela integralidade da atenção. In: Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio. Textos de apoio em políticas de saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

GABRIEl R, BARBOSA DA, VIANNA LCA. Perfil epidemiológico dos clientes com
HIV/Aids da unidade ambulatorial de hospital escola de grande porte-município
de São Paulo. Revista Latino-Americana Enfermagem 2004; 13(4):509-13.

GALVÃO J. (2000). AIDS no Brasil: a agenda de construção de uma epidemia


(34ª Ed.). Rio de Janeiro: ABIA

GHAFOURI, M. et al. HIV-I associated dementia: symptoms and causes.


Retrovirology, v. 28, n. 3, p. 1-11, 2006.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2010:


resultados preliminares – Irati. Rio de Janeiro, 2014. Disponível
em:http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=41107
JANEWAY, Charles A. Imunobiologia: o sistema imunológico na saúde e na
doença/ Charles A. Janeway, Paul Travers, Mark Walport e J. Donald Capra; trad.
Denise Cantarelli Machado ... [ET AL.]. – 4. Ed. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
2000.

KEARNEY F, Moore AR, Donegan CF, Lambert J. The ageing of HIV: implications
for geriatric medicine. Age Ageing. 2010 Sep;39(5):536-41.

Jericó C. Metabolic Syndrome Among HIV-Infected Patients: prevalence,


characteristics, and related factors. Diabetes Care. 2005; 28.

LIBRELOTTO CS, Moreira PR, Ceccon R, Carvalho TS. Perfil epidemiológico dos
portadores de HIV/Aids do SAE de Cruz Alta, RS. Revista Brasileira de Análises
Clínicas 2012;44(2):65.

MARQUES, M. C. da C. (2002). Saúde e poder: a emergência política da Aids/HIV


no Brasil. História, Ciências, Saúde, 9(supl.), 41-65.

_______________. A História de uma Epidemia Moderna. A Emergência Política


da AIDS/HIV no Brasil. MARINGÁ: Editora da Universidade Estadual de Maringá,
2003.

_______________. A história de uma epidemia moderna – a emergência política


da Aids/HIV no Brasil. Maria Cristina da Costa Marques. – São Carlos: RiMa, 2003;
Maringá: EDUEM, 2003.
44

MIRANDA, A. A. (2008). Aids e cidadania: avanços e desafios na efetivação do


direito à saúde de soropositivos. In: Direitos humanos e HIV/aids: Avanços e
perspectivas para o enfrentamento da epidemia no Brasil. Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Série B.
Textos Básicos de Saúde Série Parcerias e Mobilização Social; n. 6. Brasília DF.

Ministério da Saúde. (1995). Legislação sobre DST & AIDS no Brasil.


Coordenação-Geral do Programa Nacional de Doenças Sexualmente
Transmissíveis/AIDS. Brasília, DF: Autor.

Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. (2007). Diretrizes para o


fortalecimento das ações de adesão ao tratamento anti-retroviral. Brasília, DF:
Autor.

Ministério da Saúde. (2010). Boletim Epidemiológico AIDS e DST. Brasília, DF.

NUNES, L. M. S. (2008). A percepção de soropositivos a partir de 50 anos de


idade sobre sua condição de portadores do vírus hiv/aids e a assistência que
recebem em uma policlínica do SUS. Dissertação de mestrado da Universidade do
Estado de Minas Gerais, Divinópolis MG.

OLIVEIRA, H. B.; MARÍN-LEÓN, L.; CARDOSO, J. C. Perfil de mortalidade de


pacientes com tuberculose relacionada à comorbidade tuberculose-Aids. Rev
Saúde Pública, v. 38, n. 4, p. 503-10, 2004. Disponível em: Acesso em: 30 jun. 2015.

PARKER, R. (1997). Introdução Em Políticas, instituições e Aids: enfrentando a


epidemia no Brasil. Rio de Janeiro: ABIA/Jorge Zahar Editor.

PARKER, R., & BARBOSA, R. M. (1996). Sexualidades brasileiras. Rio de Janeiro:


Relume Dumará: ABIA: IMS/UERJ.

PARKER, R., & CAMARGO Jr., K. R. (2000). Pobreza e HIV/AIDS: aspectos


antropológicos e sociológicos. Cadernos de Saúde Pública, 16(1), 89-102.

PARKER, R. G., GALVÃO, J., & BESSA, M. S. (1999). Saúde, desenvolvimento e


política: respostas frente à AIDS no Brasil. Rio de Janeiro: ABIA.

PARKER, R., & GALVÃO, J. (Org.) (1996). Quebrando o silêncio: mulheres e Aids
no Brasil. Rio de Janeiro. Relume Dumará.

PAIVA, V. (2000a). Fazendo Arte com a Camisinha: Sexualidades Jovens em


Tempos de Aids. São Paulo: Summus Editorial.

Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil por Portal
Brasil Publicado: 08/03/2015 21h42Última modificação: 31/03/2015 17h00
45

SALDANHA, A. A. W. & ARAÚJO, L. F. (2006). A AIDS na Terceira Idade na


Perspectiva dos Idosos, Cuidadores e Profissionais de saúde. VII Congresso
Virtual HIV/AIDS - O VIH/SIDA na Criança e no Idoso, 1(1), 14-19.

SILVA, A. P. M.; OLIVEIRA, A. F.; NIKAIDO, D. A.; LOURENÇO, M., & TEIXEIRA, N.
(2002). Aids não tem idade. Monografia, Faculdade de Serviço Social de
Presidente Prudente, São Paulo.

SILVA, C. G. M. (2002). O significado de fidelidade e as estratégias para


prevenção da Aids entre homens casados. Rev. Saúde Pública, 36(4), 40-9.

SOLANO, N. (2000). As Organizações não-governamentais e a Coordenação


Nacional de DST/Aids. Cadernos ABONG, n°28 – Direitos Humanos, Cidadania e
Aids.

TEXEIRA P. R. Políticas públicas em AIDS (1997). In Parker R., (Org.). Políticas,


instituições e Aids: enfrentando a epidemia no Brasil (pp. 43-68). Rio de Janeiro:
ABIA.

TOMAZELLI J, Czeresnia D & BARCELLOS C. Distribuição dos casos de AIDS


em mulheres no Rio de Janeiro, de 1982 a 1997: uma análise espacial. Caderno
Saúde Pública 2003; 19: 1049-61.

UNAIDS. Joint United Nations Programme on HIV/Aids. Aids epidemia update.


2007.

UNAIDS. Joint United Nations Programme on HIV/Aids. Aids epidemia update.


2009.

VALENTE AMM. Alterações Metabólicas da Síndrome Lipodistrófica do HIV.


Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. 2005; 49: 6.

VILELLA, W. V. (1999). Das interfaces entre os níveis governamentais e a


sociedade civil. In R. Parker; J. Galvão e M. Bessa, Saúde, desenvolvimento e
política: respostas frente à Aids no Brasil (pp.177-226). Rio de Janeiro/São Paulo,
ABIA/Editora 34.

Você também pode gostar