Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apoio institucional:
Execução:
Apoio:
ENCICLOPEDIA
LGBTI+
Manual de Comunicação LGBTI+
Manual de Educação LGBTI+
Manual de Direitos LGBTI+
Manual de HIV/Aids e LGBTI+
Manual de Saúde Integral LGBTI+
Manual de Psicologia e LGBTI+
Manual de Assistência Social e LGBTI+
Manual de Empregabilidade LGBTI+
Manual de Segurança Pública e LGBTI+
Manual de Turismo LGBTI+
Manual de Advocacy, Accountability e Controle Social LGBTI+
Manual de Cultura LGBTI+
Manual de Famílias LGBTI+
Manual de Esportes e LGBTI+
Manual de Cristianismo e LGBTI+
Manual de Pessoas LGBTI+ Privadas de Liberdade
Manual de Formas de Ativismo e Militância LGBTI+
Manual de Visibilidade Massiva LGBTI+
Manual de Sustentabilidade da Causa LGBTI+
Manual de Pesquisas LGBTI+
Manual de Interseccionalidade LGBTI+
Manual de Feminismos e Movimento LGBTI+
Manual Corporativo LGBTI+ : engajamento e melhores práticas
nas empresas
Manual de História e Memória LGBTI+
Manual de Antirracismo LGBTI+
2
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARANÁ
REITOR
Ricardo Marcelo Fonseca
VICE-REITORA
Graciela Bolzón da Silva
SUPERINTENDÊNCIA DE INCLUSÃO, POLÍTICAS
AFIRMATIVAS E DIVERSIDADE
Paulo Vinícius Baptista da Silva
ÁREA DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL
Dayana Brunetto Carlin dos Santos
ÁREA DE POLÍTICAS DE IGUALDADE RACIAL E NÚCLEO DE
ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS
Megg Rayara Gomes de Oliveira
5
ENCICLOPEDIA LGBTI+ MANUAL DE COMUNICAÇÃO LGBTI+
ORGANIZADOR - TONI REIS
ORGANIZADORES: TONI REIS e SIMÓN CAZAL
COMISSÃO EDITORIAL DO MANUAL DE
COMISSÃO EDITORIAL – VERSÃO EM COMUNICAÇÃO LGBTI+ - VERSÃO EM
ESPANHOL: PORTUGUÊS
Carlos Lopez (México)
Esteban Paulón (Argentina) Patrícia Mannaro
Gustavo Valdés (Cuba) Lucas Siqueira Dionísio
Jorge Saavedra (EUA) Rafaelly Wiest
Norman Gutierrez (Nicarágua) David Harrad
Ronald Céspedes (Bolívia) Irina Bacci
Simón Cazal (Paraguai) Sérgio Junqueira
Toni Reis (Brasil) Rafael Duarte
Maria Berenice Dias
COMISSÃO EDITORIAL – VERSÃO EM Humberto Souza
PORTUGUÊS:
Esteban Paulón (Argentina) Jornalista responsável:
Everton Ribeiro João Pedro Schonarth (DRT 8398/ PR)
Josafá Moreira da Cunha
Lucas Siqueira Dionísio Revisão: Cláudio Nascimento Silva e David Harrad
Patrícia Mannaro
Rafaelly Wiest da Silva Editora: Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual
Sérgio Junqueira - IBDSEX
Simón Cazal (Paraguai)
Toni Reis Fotografia: Daniel Patire; Associação da Parada
do Orgulho GLBT de São Paulo; Grupo Arco-Íris de
Cidadania LGBT; Hayza Helena Ramos
ISBN 978-65-991261-9-2
A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização GayLatino é uma rede de gays latino-americanos,
da sociedade civil sem fins lucrativos, com coorde- ativistas em prol dos direitos das pessoas LGBTI+ e
nações de representação em todas as 27 Unidades comprometidos com a resposta global ao HIV/aids,
da Federação e também em mais de 300 municípios que tem por objetivo a construção de uma cultura de
brasileiros. Possui 57 áreas temáticas e específicas de apoio e propósito coletivo, que se considera parte de
discussão e atuação. Tem como missão a promoção e uma coalizão de pessoas que trabalham a longo prazo
defesa dos direitos humanos e da cidadania da comu- pela saúde e pelos direitos dos gays e outros homens
nidade brasileira de lésbicas, gays, bissexuais, traves- que fazem sexo com homens, bem como suas famí-
tis, transexuais e intersexuais (LGBTI+) por meio de lias e comunidades.
parcerias com pessoas físicas e jurídicas. A Aliança é
membro do Fórum Nacional de Educação, membro
titular do Conselho Nacional de Combate à Discri-
minação contra LGBTI+, é membro aliada do Fórum
de Empresas e Direitos LGBTI+ e parceira da Câmara
de Comércio e Turismo LGBT do Brasil. Participa de
vários conselhos estaduais, distrital e municipais de
políticas publicas do Brasil. É pluripartidária e atual-
mente tem mais de 2000 pessoas físicas afiliadas.
Destas, 47% são afiliadas a partidos políticos, com
representação de 30 dos 33 partidos atualmente exis-
tentes no Brasil.
7
Agradecimentos pelas colaborações recebidas:
Adriana Dias
Bruna Raiza de Oliveira
Cláudio Nascimento
Irina Bacci
Julian Rodrigues
Julio Cesar Carneiro Moreira
Humberto Souza
Luiz Fernando Prado Uchoa
Maria Berenice Dias
Montserrat Bevilaqua
Rafael Mesquita
Saulo Amorim
Welton Trindade
Yorrann D’Lafé
Coletivo AbrAce
Núcleo LGBTI+ do Sindicato dos Jornalistas do Ceará
8
“A escuridão não pode
expulsar a escuridão,
apenas a luz pode fazer
isso. O ódio não pode
expulsar o ódio, só o
amor pode fazer isso.”
10
O Manual está dividido em duas partes. A primeira traz definições
de terminologias relativas a questões LGBTI+, informações sobre
a situação-problema enfrentada pela população LGBTI+ e a
evolução dos esforços da para atingir e efetivar a igualdade de
direitos. A segunda parte apresenta orientações sobre termos e
comportamentos a evitar e informações corretas a usar no seu
lugar, além de trazer sugestões de pautas da Aliança Nacional
LGBTI+, datas para se pautar e bandeiras e símbolos do Movimento
LGBTI+.
Boa leitura!
* Neste manual o símbolo + foi acrescentado à sigla LGBTI para abranger outras
orientações sexuais, identidades e expressões de gênero, entre elas pessoas não
binárias, assexuais, queer, agênero, goys, pansexuais, polissexuais, crossdressers,
gênero fluido e muito mais. A Aliança Nacional LGBTI+ crê na autodeterminação
das pessoas quanto a isso. A sigla LGBTI+ é para fins de organização e reivindi-
cação da efetivação de direitos, e não para rotular as pessoas.
11
Prefácio
As palavras não são neutras. As palavras escolhidas e a forma
como são agrupadas na construção de ideias podem ter um efeito
profundo no modo como as mensagens são entendidas, um efeito
que pode perdurar por gerações.
12
Nesse sentido, o Manual de Comunicação LGBTI+ representa um
importante conjunto de ferramentas para a construção de uma
sociedade mais justa. Além dos termos e definições essenciais, o
guia busca contextualizar os conceitos básicos em relação à história
do movimento LGBTI+ e nosso momento atual, atentando-se para
a sugestão de termos a serem evitados, de pautas e datas relevantes
e até mesmo explicações importantes sobre bandeiras e símbolos
do movimento.
13
14
Sumário
2. Orientação sexual 20
5. Conquistas e avanços 52
Referências 102
15
16
Sexualidade de seu caráter construído. A sexualidade
seria algo “dado” pela natureza, inerente ao
Refere-se às construções culturais sobre os ser humano. Tal concepção geralmente se
prazeres e os intercâmbios sociais e corpo- ancora no corpo e na suposição de que to-
rais que compreendem desde o erotismo, dos vivemos nossos corpos, universalmen-
o desejo e o afeto, até noções relativas à te, da mesma forma. No entanto, podemos
saúde, à reprodução, ao uso de tecnologias entender que a sexualidade envolve rituais,
e ao exercício do poder na sociedade. As linguagens, fantasias, representações, sím-
definições atuais da sexualidade abarcam, bolos, convenções… Processos profunda-
nas ciências sociais, significados, ideias, mente culturais e plurais (LOURO, 2015).
desejos, sensações, emoções, experiências,
condutas, proibições, modelos e fantasias Gênero
que são configurados de modos diversos
em diferentes contextos sociais e períodos Conceito formulado nos anos 1970 com
históricos. Trata-se, portanto, de um con- profunda influência do movimento femi-
ceito dinâmico que vai evolucionando e nista. Foi criado para distinguir a dimensão
que está sujeito a diversos usos, múltiplas biológica da dimensão social, baseando-se
e contraditórias interpretações e que se en- no raciocínio de que há machos e fêmeas
contra sujeito a debates e a disputas políti- na espécie humana, levando em conside-
cas (Adaptado de GÊNERO, 2009). ração, no entanto, que a maneira de ser ho-
mem e de ser mulher é realizada pela cul-
Muitos consideram que a sexualidade é algo tura. Assim, gênero significa que homens e
que todos nós, mulheres e homens, possuí- mulheres são produtos da realidade social
mos “naturalmente”. Aceitando essa ideia, e não somente decorrência da anatomia de
fica sem sentido argumentar a respeito de seus corpos (Adaptado de GÊNERO, 2009).
sua dimensão social e política ou a respeito
17
22ª Parada do Orgulho LGBT Rio 2017
18
O EXEMPLO DE MALTA
19
20
A
orientação sexual refere-se à capacidade de cada pessoa
de ter uma profunda atração emocional, afetiva ou sexual
por indivíduos de gênero diferente, do mesmo gênero ou
de mais de um gênero, assim como ter relações íntimas e sexuais
com essas pessoas (PRINCÍPIOS, 2006).
21
21ª Parada do Orgulho LGBT São Paulo 2017
22
No Brasil, a comunidade Assexual identifi- A fluidez é uma característica de permea-
ca quatro grandes identidades dentro do bilidade comum e inerente a todos os
espectro Assexual: conceitos identitários das relações intra e
interpessoais humanas, como identidades
Assexualidade estrita: Não sentir de gêneros (da cisgeneridade até a trans-
atração sexual por nenhum gênero. generidade diádica e intersexual), afetivi-
dades (como as diversidades de afetos das
Demissexualidade: Não sentir atração romanticidades até a arromanticidade)
sexual para outra pessoa, a não ser que um bem como das orientações sexuais até as
vínculo emocional forte venha a ser estabe- orientações Assexuais.
lecido com ela.
Graysexualidade (gray-A) é por inerência
Grayssexualidade: Sentir parcialmente natural uma orientação fluída em todos os
ou pouca atração sexual. O termo também seus aspectos descritivos, tanto no aspecto
é usado como "guarda-chuva" para todas as dos interesses afetivos como dos sexuais.
identidades do espectro Assexual em que
as pessoas sentem atração sexual em algum Por ser a fluidez uma característica óbvia,
nível. mais marcante nessa orientação, assim
como o é também na bissexualidade/pan-
sexualidade, a chamada "identidade fluída"
Assexualidade fluida: Uma forma
é um pseudo conceito que vem gerando
de assexualidade que não é fixa, e sim que
termos de sinonímias desnecessárias e até
muda ao longo do tempo. Em determinado
mesmo falsas identidades no meio das di-
momento a pessoa pode se sentir assexual
versidades com legitimidade histórica, que
estrita, depois demissexual e mais tarde
tem um reconhecimento ainda custoso
grayssexual, dentre outras orientações as-
e prejudicado por essas tendências pseu-
sexuais.
23
21ª Parada do Orgulho LGBT São Paulo 2017
24
Cronologia dos Termos e Siglas
Grécia Antiga
Na Grécia Antiga não existia o conceito de “homossexual” como o entendemos hoje. No
entanto, existia o fenômeno da pederastia: uma relação socialmente reconhecida entre um
adulto e um jovem do sexo masculino geralmente na adolescência. Eis a origem da palavra
“pederasta”.
Homossexual
Segundo Féray (1981), os termos homossexual e homossexualidade apareceram pela pri-
meira vez em dois documentos anônimos publicados em Leipzig em 1869, com autoria
atribuída ao jornalista húngaro Karl Maria Benkert (conhecido também pelo pseudônimo
Kertbeny Károli). Os documentos eram endereçados ao ministro da justiça da Prússia e
argumentavam contra a penalização da “sodomia” (homossexualidade) naquele Estado.
Anos 1970/1990
Neste período no Brasil, o movimento organizado de pessoas LGBTI+ usava o termo gené-
rico “homossexual” e não adotava siglas para identificar cada um desses segmentos.
Anos 1990 - também surge a sigla HSH – homens que fazem sexo com homens, conceito
cunhado por epidemiologistas.
25
1993 Lésbicas e Homossexuais
No Brasil, do final dos anos 1970 até 1992, referia-se ao Movimento Homossexual. Em 1992,
participantes lésbicas no 6º Encontro nacional deste movimento, reivindicaram maior es-
paço na programação dos Encontros e a discussão de “gênero, misoginia, machismo/sexis-
mo (...) dentro dos grupos ‘gays’ (isto é, grupos de homossexuais masculinos).” (6º EBHO,
1992). Assim, quando da organização do 7º Encontro, o nome do evento foi mudado para
7º Encontro Brasileiro de Lésbicas e Homossexuais, dando mais destaque para as lésbicas,
em meio a polêmicas. No final do Encontro, definiu-se que o próximo teria o nome de 8º
Encontro de Gays e Lésbicas, deixando de usar o termo ‘homossexuais’ (7º EBLHO, 1993).
2002 – Homoafetivos(as), termo criado pela advogada Dra. Maria Berenice Dias, usado
principalmente em falando de direitos / questões jurídicas.
2008 LGBT
No dia 08 de junho de 2008, durante a I Conferência Nacional GLBT, promovida pelo Go-
verno Federal, envolvendo mais de 10 mil pessoas em conferências estaduais e 1.200 de-
legados/as nacionais, reunidos em Brasília, decidiu-se pelo uso da terminologia LGBT para
identificar a ação conjunta de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil,
começando pelas lésbicas. Posteriormente, em dezembro de 2008, no maior evento do
movimento LGBT do Brasil, o Encontro Brasileiro de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais – EBLGBT também decidiu-se pelo uso do termo LGBT .
Por volta de 2018, assou-se a incluir a letra I – LGBTI – para contemplar as pessoas Inter-
sexo.
(Cronologia elaborada por Toni Reis, com contribuições do Prof. Dr. Luiz Mott e de Zoé
Rosa)
26
Heterossexual A palavra lésbica originalmente se referia
apenas aos habitantes da ilha de Lesbos na
Indivíduo atraído amorosa, física e afeti- Grécia, onde vivia a poetisa Safo entre os
vamente por pessoas do sexo/gênero dife- séculos VI e VII a.C. Safo escrevia muitos
rente (adaptado de GÊNERO, 2009). Hete- poemas de amor dirigidos a outras mulhe-
rossexuais não precisam, necessariamente, res.
terem tido experiências sexuais com pes-
soas do outro sexo/gênero para se identifi- Não se sabe com precisão quando a palavra
carem como tal. lésbica começou a ser utilizada para des-
crever mulheres que amam outras mulhe-
res, embora seja possível encontrar o uso
Homossexual da palavra já no século XIX. Passou a ser
utilizada amplamente com o surgimento
É a pessoa que se sente atraída sexual, do feminismo lésbico nos anos 1960 e 1970
emocional ou afetivamente por pessoas (ABOUT.COM LESBIAN LIFE, 2013).
do mesmo sexo/gênero (adaptado de GÊ-
NERO, 2009). Assim, o termo homossexual
pode se referir a homossexuais femininas– Pansexualidade
lésbicas, ou homossexuais masculinos–
gays (vide as definições de lésbica e gay Considera-se que a pansexualidade é uma
nesta seção). orientação sexual, assim como a heteros-
sexualidade ou a homossexualidade. O
prefixo pan vem do grego e se traduz como
Homoafetivo “tudo”. Significa que as pessoas pansexuais
podem desenvolver atração física, amor e
Adjetivo utilizado para descrever a comple- desejo sexual por outras pessoas, indepen-
xidade e a multiplicidade de relações afeti- dente de sua identidade de gênero ou sexo
vas e/ou sexuais entre pessoas do mesmo biológico. A pansexualidade é uma orien-
sexo/gênero. Este termo não é sinônimo de tação que rejeita especificamente a noção
homoerótico e homossexual, pois conota de dois gêneros e até de orientação sexual
também os aspectos emocionais e afetivos específica (MARSHALL CAVENDISH COR-
envolvidos na relação amorosa entre pes- PORATION, 2010).
soas do mesmo sexo/gênero. É um termo
muito utilizado no mundo do Direito. Não Para outras definições e conceitos não
é usado para descrever pessoas, mas sim as abordados aqui, sugerimos consultar:
relações entre as pessoas do mesmo sexo/ https://orientando.org/listas
gênero (ABGLT, 2010).
Lésbica
Mulher (cis ou trans) que é atraída afetiva
e/ou sexualmente por pessoas do mesmo
sexo/gênero (cis ou trans). Não precisam ter
tido, necessariamente, experiências sexuais
com outras mulheres para se identificarem
como lésbicas (GÊNERO, 2009).
27
28
I
dentidade de gênero é uma experiência interna e individual do
gênero de cada pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo
atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo
(que pode envolver, por livre escolha, modificação da aparência
ou função corporal por meios médicos, cirúrgicos e outros) e
outras expressões de gênero, inclusive vestimenta, modo de falar e
maneirismos (PRINCÍPIOS, 2006).
29
O EXEMPLO DA ARGENTINA
Na Argentina, desde 23 de maio de 2012, está em vigor a Lei 26.743, que estabelece
o direito à identidade de gênero das pessoas:
Androginia
Termo genérico usado para
descrever qualquer indivíduo
que assuma postura social,
especialmente a relacionada à
vestimenta, comum a ambos
os gêneros (BRASIL, 2016a).
Agênero Binarismo de
Pessoa que não se sente
gênero
pertencente a nenhum
Ideia de que só existe macho
gênero (CADERNO, 2017).
|fêmea, masculino | feminino,
homem | mulher, sendo
considerada limitante para
as pessoas não-binárias
(CADERNO, 2017).
30
Em 1º de março de 2018, em julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) nº 4275, o Supremo Tribunal Federal determinou que a retificação do
IDENTIDADE DE GÊNERO
https://www.conjur.com.br/2018-jun-29/cnj-regulamenta-alteracoes-nome-
sexo-registro-transexuais
Cisgênero
Termo utilizado para descrever pessoas que não são transgênero
(mulheres trans, travestis e homens trans). “Cis-” é um prefixo em
latim que significa “no mesmo lado que” e, portanto, é oposto de
“trans-” (GLAAD, 2016). Refere-se ao indivíduo que se identifica,
em todos os aspectos, com o gênero atribuído ao nascer.
Cross-dresser
Embora qualquer pessoa possa vestir rou-
pas associadas a um sexo diferente, o termo
cross-dresser se refere tipicamente a ho-
mens que usam esporadicamente roupas,
maquiagem e acessórios culturalmente as-
sociados às mulheres. Tipicamente tais ho-
mens se identificam como heterossexuais.
Esta prática é uma forma de expressão de
gênero e não é realizada para fins artísti-
cos. Os cross-dressers não querem mudar
permanentemente o sexo ou viver o tempo
todo como mulheres (GLAAD, 2016).
31
Drag
Gênero fluído
(gender-fluid)
Pessoas que mudam de gênero de tempos
em tempos. As mudanças podem ser
graduais ou súbitas, em diversos intervalos
de tempo, entre certos gêneros ou entre
gêneros completamente diferentes a cada
mudança. (Adaptado de orientando.org)
32
“Ideologia de gênero”
Uma falácia inventada e divulgada por
setores (ultra)conservadores e funda-
mentalistas sob o pretexto velado de
negar a igualdade de direitos e o res-
peito às mulheres e às pessoas LGBTI+,
alegando que “ideologia de gênero” in-
duziria à destruição da família “tradicio-
nal”, à legalização da pedofilia, ao fim da
“ordem natural” e das relações entre os
gêneros, negando a existência da discri-
minação e violência contra mulheres e
pessoas LGBTI+ comprovadas com da-
dos oficiais e estudos científicos (REIS;
EGGERT, 2017). Na verdade, o que há
são estudos de gênero que comprovam
a inferiorização das mulheres e pessoas
LGBTI+, inclusive com altos índices de
homicídios.
33
Arguição de Descumpri-
mento de Preceito Fun-
damental 457-GO
Em 24 de abril de 2020, em decisão unânime
sobre a ADPF 457-GO, os onze Ministros e
Ministras do Supremo Tribunal Federal
julgaram inconstitucional a Lei 1.516/2015
do Município de Novo Gama-GO, que im-
punha proibição de veiculação de materiais
e informações nas escolas municipais que
contenham aquilo que se convencionou
chamar de “ideologia de gênero”.
www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoti-
ciaStf/anexo/ADPF457.pdf
34
35
Transformista
Indivíduo que se veste com roupas do gênero oposto movido por questões artísticas (AB-
GLT, 2010).
Transgênero
Terminologia utilizada para descrever pes-
soas que transitam entre os gêneros. São
pessoas cuja identidade de gênero trans-
cende as definições convencionais de se-
xualidade (ABGLT, 2010). Segundo Letícia
Lanz (2015), não faz sentido escrever “tra-
vestis, transexuais e transgêneros”, ou usar
TTT na sigla LGBTI+, uma vez que traves-
tis e transexuais são transgênero por defi-
nição. Escreva-se travestis e transexuais, ou
transgêneros, ou, de preferência, pessoas
trans.
Transexual
Pessoa que possui uma identidade de gê-
nero diferente do sexo designado no nasci-
mento. Pessoas transexuais podem ou não
desejar terapias hormonais ou cirurgias de
afirmação de gênero. (Adaptado de CA-
DERNO, 2017).
Mulher transexual
Mulher transsexual é a pessoa do gênero fe-
minino embora tenha sido biologicamente
designada como pertencente ao sexo mas-
culino ao nascer.
Homem trans
Homem trans é a pessoa do gênero mas-
culino embora tenha sido biologicamente
designada como pertencente ao sexo femi-
nino ao nascer.
Two spirit
Two spirit (dois espíritos) é um termo de origem sagrada que significa uma pessoa indí-
gena (sobretudo entre os índios da América do Norte) que se identifica como tendo sido
abençoada ao nascer tanto com um espírito masculino quanto com um espírito feminino,
podendo vestir roupa e realizar tarefas de ambos os gêneros. (Adaptado de WILSON, 1996).
36
O senso comum: questões trans se resumem em:
PRONOMES
QUAL
BANHEIRO
Custo de
cirurgias
Serviços
inacessíveis Violência
de saúde contra
mental pessoas
trans
Dificuldade
em acessar
Debate constante documentação
por outras oficial com
pessoas sobre o nome/identidade
que é ser trans corretos
Estar em condição sem-teto
37
38
Travesti
Uma construção de gênero feminino, opos-
ta ao sexo biológico, seguido de uma cons-
trução física de caráter permanente, que se
identifica na vida social, familiar, cultural
e interpessoal, através dessa identidade.
Muitas modificam seus corpos por meio de
hormonioterapias, aplicações de silicone e/
ou cirurgias plásticas, porém, vale ressaltar
que isso não é regra para todas. Existe o
grupo dentro deste segmento que se au-
toafirma ‘mulheres travestis’. Atualmente,
o termo travesti adquiriu um teor político
de ressignificação de termo historicamente
tido como pejorativo. (Definição da Articu-
lação Nacional de Travestis e Transexuais,
aprovada pelo coletivo de participantes do
ENTLAIDS, Rio de Janeiro, 2008; com cola-
boração adicional do Fórum Nacional de
Travestis e Transexuais, Negras e Negros; e
adaptações de ABGLT, 2010; e CADERNO,
2017).
Queer
Um adjetivo utilizado por algumas pes-
soas, em especial pessoas mais jovens, cuja
orientação sexual não é exclusivamente he-
terossexual. De modo geral, para as pessoas
que se identificam como queer, os termos
lésbica, gay, e bissexual são percebidos
como rótulos que restringem a amplitude
e a vivência da sexualidade. O termo queer
também é utilizado por alguns para descre-
ver sua identidade e/ou expressão de gê-
nero. Quando a letra Q aparece ao final da
sigla LGBTI+, geralmente significa queer e,
às vezes, questioning (questionamento de
gêneros) (GLAAD, 2016).
39
Expressão de Gênero
Identidade de Gênero
Feminino - Andrógino - Masculino
Mulher - Homem
Identidades não binárias - Agênero
Orientação Sexual
Heterossexual - Bissexual
Homossexual - Assexual
Sexo Biológico
Feminino - Masculino
Intersexo
40
Expressão de gênero (Fonte: SOMOSGAY, 2014; CADERNO, 2017; com
contribuições do Coletivo AbrAce)
Identidade de gênero
Orientação sexual
Sexo biológico
41
42
E
m suma, a discriminação é um comportamento de raiz pre-
conceituosa com algo ou alguém. Já o preconceito é uma
ideia preconcebida em relação a algo ou alguém, com base
em estereótipos, podendo ou não se manifestar na forma de discri-
minação. O estereótipo é uma imagem fixa e preconcebida acerca
de algo ou alguém. É o fundamento das crenças e dos preconcei-
tos. (MONSANTO, p. 12, [201-?]). Já o estigma, em seu significado
original é uma marca no corpo, seja natural ou deixada por ferida.
Na atualidade, estigma social significa forte desaprovação de ca-
racterísticas ou crenças pessoais que diferem das normas culturais
predominantes na sociedade. Estigmas sociais frequentemente
levam à marginalização de quem transgride as normas culturais
estabelecidas.
LGBTIfobia
A LGBTIfobia pode ser definida como o ronormativos (adaptado de JUNQUEIRA,
medo, a aversão, ou o ódio irracional a to- 2007). Consiste em um problema social
das as pessoas que manifestem orientação e político dos mais graves, mas que varia
sexual ou identidade/expressão de gênero de intensidade e frequência, de sociedade
diferente dos padrões heteronormativos, para sociedade.
mesmo pessoas que não são LGBTI+, mas
são percebidas como tais. A LGBTIfobia, Tem sido um conceito guarda-chuva, utili-
portanto, transcende a hostilidade e a zado para descrever um variado leque de
violência contra LGBTI+ e associa-se a pen- fenômenos sociais relacionados ao precon-
samentos e estruturas hierarquizantes re- ceito, à discriminação e à violência contra
lativas a padrões relacionais e identitários pessoas LGBTI+. Na maior parte das vezes,
de gênero, a um só tempo sexistas e hete- os fenômenos da intolerância, do precon-
43
ceito e da discriminação em relação a gays de políticas públicas afirmativas que con-
(homofobia), lésbicas (lesbofobia), bis- templem a comunidade (GÊNERO, 2009).
sexuais (bifobia) e travestis e transexuais
(transfobia) devem ser tratados não com É importante observar, que além da LGB-
terapia e antidepressivos, como no caso TIfobia, o fenômeno da Misoginia também
das demais fobias, mas sim com a punição se manifesta neste contexto, podendo ser
legal e a educação (ABGLT, 2010). definida como discriminação e violência
contra mulheres (cis ou trans) ou pessoas
A LGBTIfobia também é responsável pelo designadas como mulher. (MONSANTO, p.
preconceito e pela discriminação, por 12, [201-?]).
exemplo, no local de trabalho, na escola, na
igreja, na rua, no posto de saúde e na falta
Dossiê: a geografia dos corpos das pessoas trans. 2016. Disponível em:
https://issuu.com/redetransbrasil/docs/redetransbrasil_dossier
44
Fobia por sentimentos LGBTIfóbicos. É impor-
É um distúrbio psicológico, uma espécie tante ressaltar que no Brasil ainda não há
particular de medo. A palavra vem do grego legislação específica em relação a crimes de
“phobia” que significava “pânico, terror”. A ódio cometidos contra a população LGB-
fobia apresenta as seguintes características: TI+.
desproporção entre a emoção e a situação
que a provoca; medo sem explicação ra-
zoável; ausência de controle voluntário;
LGBTIfobia de Estado ou
tendência a evitar situações que provocam LGBTIfobia instituciona-
essa reação (MESTRE; CORASSA, 2000).
lizada
Termo utilizado para se referir à postura do
Crime de ódio Estado, por meio da legislação, da omissão
É qualquer crime cometido contra uma ou de atos de seus governantes ao promo-
pessoa ou contra propriedade motivado verem discriminação ou incitarem o ódio,
por hostilidade ou preconceito com base a hostilidade e reprovação das pessoas
em deficiência, raça, religião, identidade LGBTI+. Em 2019, , 68 países membros das
de gênero ou orientação sexual (CROWN Nações Unidas ainda criminalizam a ho-
PROSECUTION SERVICE, 2012, tradução mossexualidade, sendo que em doze deles
nossa). No contexto LGBTI+, a expressão a punição é a pena de morte (ILGA, 2019 ).
é usada para descrever crimes motivados (Vide mapa a seguir)
Disque 100
- denúncia resumida
- denúncia completa
45
48
Orientação sexual e a identidade de
gênero também são direitos humanos
Por outro lado, desde 2008, tanto a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto a
Organização dos Estados Americanos (OEA) têm aprovado declarações e resoluções
afirmando que a orientação sexual e a identidade de gênero também devem ser
consideradas como direitos humanos.
Em 2012 o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
lançou uma publicação intitulada “Nascidos livres e iguais: orientação sexual e identidade
de gênero no regime internacional de direitos humanos .
A publicação elenca cinco obrigações legais dos Estados em relação à proteção dos direitos
humanos de pessoas LGBTI+ que, resumidamente, são:
• proteger indivíduos de violência homofóbica e transfóbica;
• prevenir tortura e tratamento cruel, desumano e degradante de pessoas LGBTI+;
• descriminalizar a homossexualidade;
• proibir discriminação baseada em orientação sexual ou identidade de gênero;
• respeitar as liberdades de expressão, de associação e de reunião pacífica.
http://www.ohchr.org/Documents/Publications/BornFreeAndEqualLowResPortuguese.
pdf
(http://www.corteidh.or.cr/docs/opiniones/seriea 24 esp.pdf)
49
LGBTIfobia internalizada
É quando a própria pessoa LGBTI+ assimila os valores negativos
predominantes na sociedade acerca deste tópico e se percebe
sob essa ótica. (BLUMENFELD, 1992). Esse comportamento pode
levá-la a adotar atitudes preconceituosas ou até violentas contra
outras pessoas LGBTI+.
Assumir-se
Processo de autoaceitação que pode durar a vida inteira. Cons-
trói-se uma identidade de lésbica, gay, bissexual ou transgênero
primeiramente para si mesmo, e, então, isso pode ser ou não reve-
lado para outras pessoas.
“Sair do armário”
Revelar publicamente a própria orientação sexual e/ou identidade
de gênero.
50
51
52
A
pesar de ainda faltar muito para que a população LGBTI+
tenha seus direitos plenamente assegurados no Brasil,
muitos avanços e conquistas foram registrados nos úl-
timos anos – o que mostra, entretanto, apenas que o copo está
meio cheio.
Discriminação
Apesar de ainda não haver uma lei federal específica que proíba
discriminação por orientação sexual e/ou identidade de gênero,
alguns estados brasileiros já possuem jurisprudência própria para
banir esse comportamento, explicitando diferentes níveis de pro-
teção. São eles: Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, e São Paulo e Sergipe. (ILGA, 2019).
53
No âmbito federal, algumas leis e proposições legislativas
também contemplam a não discriminação às pessoas LGB-
TI+.
(...)
54
Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de
julho de 2015)
22ª Parada do
Orgulho LGBT
Rio 2017
55
Punição à violência LGB- União estável, casamen-
TIfóbica to, família e adoção
Em 13 de junho de 2019, no julgamento da Em 5 de maio de 2011 o Supremo Tribunal
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Federal reconheceu a união homoafetiva
Omissão nº 26 e do Mandado de Injunção como entidade familiar, com os mesmos
nº 4733, o Supremo Tribunal Federal deter- direitos das uniões estáveis entre pessoas
minou que a discriminação e a violência heterossexuais. A partir disso, a justiça pas-
LGBTIfóbicas se enquadram no crime de sou a autorizar em alguns casos a conver-
racismo, sujeitas às mesmas penas. são das uniões em casamento, bem como o
casamento direto. Em 14 de maio de 2013,
"Toda discriminação é forma de sofrimen- o Conselho Nacional de Justiça aprovou a
to, mas aprendi que alguns preconceitos Resolução nº 175, que permite em todo o
causam mais sofrimento porque alguns Brasil o casamento civil ou conversão de
castigam desde o seu lar, pela só circuns- união estável em casamento entre pessoas
tância de tentar ser o que é". (Ministra Car- de mesmo sexo.
men Lúcia)
Ainda que houvesse decisões anteriores
Não obstante a decisão do STF, anda não autorizando a adoção de filhos por casais
existe legislação federal que proporcione à do mesmo sexo, a exemplo de decisão do
população LGBTI+ proteção contra estes Supremo Tribunal de Justiça em 2010, nem
crimes. sempre esse direito ficou garantido na prá-
tica. No entanto, em 5 de março de 2015
No entanto, alguns estados promulgaram a Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tri-
leis estaduais que impõem sanções, como bunal Federal, deu a decisão definitiva, re-
multas e revogações de licenças, por exem- conhecendo o direito de adoção por casais
plo, aos atos de violência e discriminação homoafetivos. Em sua decisão, a Ministra
por orientação sexual. São os estados: Ala- destacou que “a Constituição Federal não
goas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, faz a menor diferenciação” entre casais he-
Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, terossexuais e homoafetivos, “como tam-
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pa- bém não distingue entre a família que se
raíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do forma por sujeitos heteroafetivos e a que se
Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, e constitui por pessoas de inclinação homoa-
São Paulo e Sergipe. (ILGA, 2019). fetiva.” (BRASIL, 2015a).
56
Doação de sangue
Depois de mais de 30 anos de restrição à
doação de sangue por gays, trans e outros
homens que fazem sexo com homens no
Brasil, em 8 de maio de 2020, no julgamen-
to da Ação Direta de Inconstitucionalidade
nº 5543, o Supremo Tribunal Federal deter-
minou ser inconstitucional a inabilitação
temporária desta população para doação
de sangue, conforme estabelecida pela Por-
taria nº 158/2016 do Ministério da Saúde, e
a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
nº 34/2014 da Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária (Anvisa).
Nome social
O nome social é aquele escolhido por tra-
vestis e transexuais de acordo com o gê-
nero com que se identificam, independen-
temente do nome que consta no registro
de nascimento. O nome social já pode ser
usado, por exemplo, em atendimentos no
Sistema Único de Saúde (SUS), para ins-
crição no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e em cartões de contas bancárias,
instrumentos de pagamentos, em canais
de relacionamento e em correspondências
de instituições financeiras. É importante,
nas matérias jornalísticas, respeitar o nome
social da pessoa, evitando publicar o nome
de registro dela, porque gera desnecessaria-
mente constrangimento e humilhação.
57
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
RESOLUÇÃO Nº 10, DE 27 DE MARÇO
DE 2018
Dispõe sobre a inclusão do Nome Social na Carteira de Identidade
Profissional da Psicóloga e do Psicólogo e dá outras providências.
58
RESOLVE:
59
Mercado de trabalho A nova classificação entrou em vigor en-
tre os países-membro das Nações Unidas
A Portaria nº 41/2007 do Ministério do Tra- a partir de 1º de janeiro de 1993 (GRASSI;
balho prevê, em seu artigo 8º, que é proi- LAURENTI, 1998).
bido ao empregador solicitar documentos
ou informações relacionadas à orientação
sexual do/a empregado/a (BRASIL, 2007).
Readequação de sexo e
gênero: processo transe-
“Cura gay” xualizador
O Conselho Federal de Psicologia, por meio A cirurgia para a redesignação* de sexo
da Resolução 001/99, veda toda e qualquer foi autorizada pelo Conselho Federal de
tentativa de um psicólogo de “curar” o pa- Medicina em 2002. No Brasil, o Ministério
ciente homo ou bissexual. Nesses casos, o da Saúde oferece atenção às pessoas nes-
profissional que infringir a resolução pode se processo por meio do Sistema Único de
sofrer sanções, inclusive a perda do regis- Saúde (SUS), desde a publicação da Porta-
tro profissional. Também um psiquiatra ou ria Nº 457, de 2008 (BRASIL, 2008). A partir
médico pode ser denunciado ao Conselho de 2013, o Ministério da Saúde, por meio da
Regional de Medicina, caso tente “tratar” a Portaria n° 2803 (BRASIL, 2013a), ampliou o
homossexualidade. (BRASIL, 2009). processo transexualizador no SUS, aumen-
tando o número de procedimentos ambu-
latoriais e hospitalares e incluindo procedi-
Homossexualidade não é mentos para readequação sexual do gênero
doença feminino para masculino.
60
Durante a 72ª Assembleia Mundial da Saú-
de em maio de 2019, os estados membros
das Nações Unidas adotaram a décima
primeira revisão da Classificação Estatísti-
ca Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID-11). A CID-11
faz uma mudança significativa em retirar
as categorias relacionadas às pessoas trans
da lista de Transtornos Mentais e Com-
portamentais. Os estados membros têm
até 2022 para se adaptarem à nova classi-
ficação. (Adaptado de www.equal-eyes.org,
edição de 26 de maio de 2019)
61
BREVE HISTÓRICO DA LUTA LGBTI+ – um pouco de como tudo
começou e por que ainda lutar:
62
ROMA - meados de 69 a.C – A homossexualidade era tolerada.
O Imperador Júlio Cesar era conhecido como “omnium virorum
mulier, omnium mulierum virum” – mulher de todos os homens
e homem de todas as mulheres. A passividade na relação era re-
chaçada, sendo que o polo passivo da relação não possuía qualquer
relevo social e era equiparado aos escravos.
63
ALEMANHA NAZISTA, aproximadamente entre 1933 e 1945 –
Depois da Primeira Guerra Mundial, em Berlim, na Alemanha, a ho-
mossexualidade masculina gozava de maior liberdade e aceitação
do que em qualquer outra parte do mundo. Contudo, a partir da
tomada de poder por Hitler, os gays e, em menor grau, as lésbicas,
passaram a ser dois entre os vários grupos sociais a serem atacados
pelo Partido Nazi, acabando também vítimas do Holocausto. As
estimativas sobre o número de gays mortos nos campos de con-
centração variam muito mas, segundo um sobrevivente, “dezenas
de milhares” de homossexuais foram mortos nos campos de con-
centração (HEGER, 1989, p.8).
64
lei, em determinadas circunstâncias, pode, por analogia, aplicar-se
a Travestis e Transexuais, abrangendo toda e qualquer violência do-
méstica independente da sexualidade dos integrantes da família.
65
BRASIL - 17 de janeiro de 2018 - por meio da Portaria nº 33, o
Ministério da Educação homologou o Parecer CNE/CP Nº 14/2017
e o Projeto de Resolução, do Conselho Nacional de Educação, que
define o uso do nome social em toda a educação básica do Brasil.
66
de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26 e do Mandado de
Injunção nº 4733, o Supremo Tribunal Federal determinou que a
discriminação e a violência LGBTIfóbicas se enquadram como uma
forma de racismo, puníveis como tal.
67
68
J
ornalistas e estudantes de Jornalismo diariamente se deparam
com a temática LGBTI+ em suas pautas. Pensando nisso, o
Manual de Comunicação LGBTI+ faz algumas considerações
sobre o tema voltadas aos/às comunicadores/as.
“Desvio sexual”
No Brasil, a homossexualidade não é considerada “desvio sexual”
desde 1985, pelo Conselho Federal de Medicina. É um termo
ofensivo e que não deve ser usado por profissionais da Comunicação,
pois indica a homossexualidade como uma anomalia, algo fora de
uma ideia de “normalidade” heterossexual.
69
“Normalidade sexual”
Ao se tratar de sexualidade, não existe padrão de normalidade ou
anormalidade. A manifestação sexual/afetiva é de caráter individual
e íntimo dos indivíduos. Falar de “normalidade” de uma identidade
ou orientação sexual pressupõe que existe um “desvio da norma”
ou uma “anormalidade”. Portanto, é uma expressão que deve ser
evitada ao referir-se aos segmentos LGBTI+, pois pode reforçar
conceitos relacionados ao preconceito e discriminação (GÊNERO,
2009).
“Parada Gay”
O temo correto é Parada LGBTI+, pois o evento é de comemoração
da comunidade LGBTI+. O uso da manchete e expressão Parada
Gay não contempla o conjunto das pessoas que organizam e
participam do evento, o qual é justamente uma manifestação da
diversidade. Da mesma forma, concentrar a cobertura dos meios
de comunicação em determinados estereótipos, por exemplo,
passa uma imagem distorcida em relação ao evento. O número
de participantes nas Paradas varia de acordo com a fonte de
informação. O ideal é consultar os organizadores do evento
(ABGLT, 2010).
“Outing”
Expressão originalmente da língua inglesa, o outing é o ato de
revelar a orientação sexual ou identidade de gênero de uma pessoa
gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual sem a anuência
daquela pessoa. Pelos artigos 4º e 6º do Código de Ética do
Jornalista, a orientação sexual de um/a entrevistado/a só merece
ser divulgada caso seja pertinente à pauta e com a concordância
da pessoa. A Constituição Federal garante o sigilo e a privacidade
da vida das pessoas. Recomenda-se, caso a pauta seja relacionada à
vida da pessoa, perguntar ao/à entrevistado/a, antes da entrevista
ir ao ar ou ser publicada, se há algum problema em falar sobre sua
orientação sexual ou identidade de gênero.
70
Você tem dúvidas sobre como
lidar com questões LGBTI+?
-Duas pessoas do mesmo gênero podem demonstrar carinho em público?
Podem, da mesma forma que casais de gêneros diferentes também. Expressar afeto
em público é um direito de todas e todos e as leis são aplicadas de forma igualitária.
-No documento diz que é Maria, mas a pessoa se apresenta como João. Como
devo chamá-la?
O nome que ela usar para se apresentar deve ser o nome pelo qual será chamada,
isso é denominado Nome Social.
71
72
GLS por LGBTI+
GLS é uma sigla que se popularizou por designar, em uma única
sigla, não só os “gays” e as “lésbicas”, mas também as pessoas que,
independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero,
são solidárias, abertas e “simpatizantes” em relação à diversidade
LGBTI+. GLS também é utilizada para descrever as atividades
culturais e mercadológicas comuns a este grupo de pessoas. A
sigla GLS é excludente porque não identifica as pessoas bissexuais,
travestis, transexuais e pessoas intersexo. Dessa forma, não deve ser
empregada como referência à esfera política das diversas vertentes
dos movimentos LGBTI+ (ABGLT, 2010).
73
Homossexualismo por
homossexualidade
Termo incorreto e preconceituoso devido ao sufixo “ismo”,
que denota doença e anormalidade. O termo substitutivo é
homossexualidade, que se refere da forma correta à orientação
sexual do indivíduo, indicando “modo de ser e sentir”. A mesma
lógica vale para as demais identidades, por exemplo, não se deve
usar ‘não binarismo’ e sim ‘não binariedade’.
74
Orientação sexual
Impende estabelecer algumas premissas fundamentais para a
apreciação da causa.
75
“O” travesti por “A” travesti
Utiliza-se o artigo definido feminino “A” para falar da traves-
ti (aquela que possui seios, corpo, vestimentas, cabelos e formas
femininas). É incorreto usar o artigo masculino, por exemplo, “O”
travesti Maria, pois está se referindo a uma pessoa com identidade
de gênero feminino. O termo “O” Travesti, se referiria a uma pessoa
travesti do sexo biológico feminino, mas com identidade de gênero
masculino (ABGLT, 2010).
76
Família homossexual por família ho-
motransparental
Família homotransparental é aquela família em cuja composição
existe ao menos uma pessoa que vivencie a orientação homos-
sexual e/ou identidade de gênero trans. Ela pode ser composta por
somente uma pessoa ou por um casal, cisgênero ou transgênero,
com ou sem filhos (biológicos ou adotados). O casal gay sem filhos;
a mulher lésbica com filho ou filha heterossexual, os pais heteros-
sexuais com ao menos um filho ou filha gay, lésbica ou trans, todos
são exemplos de família homotransparental.*
77
Mudança de sexo por readequação de
sexo e gênero
A readequação de sexo e gênero pode ser definida como um
conjunto de estratégias assistenciais para transexuais que
pretendem realizar modificações corporais do sexo, em função de
um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e seu gênero
– em atendimento às legislações e pareceres médicos. Por essa razão,
a readequação de sexo e gênero é muito mais ampla do que deixa
entender o termo “mudança de sexo”, que pode reduzir a questão
como apenas uma vontade de trocar de sexo. Antes das cirurgias,
é realizada uma avaliação e acompanhamento ambulatorial com
equipe multiprofissional, com assistência integral no processo de
readequação de sexo e gênero (BRASIL, 2015b).
22ª Parada do
Orgulho LGBT Rio
2017
78
ORIENTAÇÕES PARA AS
ABORDAGENS
Deixe o preconceito fora das suas pautas. Veja algumas orientações
para não reproduzir preconceitos. Não seja uma/um comunicadora/
comunicador:
Heteronormativo/a:
A heteronormatividade é uma expressão utilizada para
descrever ou identificar uma suposta norma social relacionada
ao comportamento padronizado heterossexual. Esse padrão
de comportamento é condizente com a ideia de que o padrão
heterossexual de conduta é o único válido socialmente e que
não seguir essa postura social e cultural coloca o cidadão em
desvantagem perante o restante da sociedade. Esse conceito é a
base de argumentos discriminatórios e preconceituosos contra
LGBTI+, principalmente os relacionados à formação de família e
expressão pública (BENTO, 2008).
Heterossexista:
O heterossexismo é a atitude condizente com a ideia de que a
heterossexualidade é a única forma sadia de orientação sexual. O
termo é utilizado na mesma acepção que caracteriza as palavras
racismo e sexismo (BORRILLO, 2009).
79
Tome muito cuidado com isso…
Se um adulto é atraído por uma criança, isso está relacionado à sua condição psíquica e
não à sua orientação sexual (GROTH; BIRNBAUM, 1978; MURRAY, 2000). Desta forma, não
é correto vincular a pedofilia à homossexualidade.
80
Amatonormatividade sexualmente transmissíveis (IST). Os textos
foram retirados do Guia de Terminologia
É a ideia de que todas as pessoas experi- do UNAIDS (2017). A versão completa des-
mentam, ao menos uma vez, regularmente, te guia pode ser acessada em
atração romântica por ao menos um gêne-
ro, gosta ou se interessa por romance. ht t p s ://u n a i d s . o r g . b r/w p - c o nt e nt/
uploads/2017/09/WEB_2017_07_12_Guia-
É a norma de que todo o mundo precisa Terminologia_UNAIDS_HD.pdf.
de um relacionamento romântico-sexua-
lexclusivo, único e central, e que ele é ca- Grupos de Risco, Vul-
tegoricamente superior a qualquer outro
– para ser mais fácil de entender, a ideia de
nerabilidade e Popu-
que todo o mundo precisa casar-se um dia, lações-chave
mesmo que não seja um casamento religio-
so/legal. É um equívoco se referir a “grupos de risco”,
grupos de maior risco ou grupos de alto
(Definição segundo Elizabeth Brake, contri- risco. O fato de pertencer a grupos não é
buição do Coletivo AbrAce). um fator de risco; mas os comportamentos
podem ser. Qualquer pessoa, independen-
te de sua orientação sexual e/ou identidade
Sexonormatividade de gênero, que tenha relações sexuais sem
proteção se expõe potencialmente à infe-
É a ideia de que todas as pessoas experi-
cção pelo HIV ou outras IST. A utilização do
mentam, ao menos uma vez, regularmente,
termo “grupo de alto risco”pode criar um
atração sexual por ao menos um gênero,
falso senso de segurança entre pessoas que
gosta ou se interessa por atividades sexuais;
têm comportamentos de risco, mas não se
de que a prática de atividades sexuais é o
identificam com tais grupos, além de po-
que nos faz humanos, que somente experi-
der aumentar o estigma e a discriminação
mentando o sexo as pessoas podem atingir
contra determinados grupos (baseado em
a maturidade ou experiência.
UNAIDS, 2017).
Essa mesma “norma social” também enxer-
ga o sexo como um tabu; o sexo é visto
Segundo as Nações Unidas, os homens que
como algo desejável e prazeroso, mas algo
fazem sexo com homens e as pessoas trans
proibido, imoral e sujo. (Contribuição do
são entre cinco populações principais cuja
Coletivo AbrAce).
vulnerabilidade à infecção pelo HIV au-
menta devido a questões jurídicas e sociais
HIV, aids e outras infe- capazes de influenciar seus comportamen-
cções sexualmente trans- tos, de modo que podem ficar gravemente
prejudicados por experiências cotidianas
missíveis (IST) de homofobia e transfobia, discriminação,
violência e (em alguns países) criminali-
Nesta seção são apresentados alguns dos zação, que podem ter efeitos graves e da-
termos mais adequados e outros a serem nosos para a sua saúde física e mental, além
evitados quando são abordadas questões de restringir seu acesso e sua utilização de
relacionadas ao HIV, aids e outras infecções serviços essenciais. O termo preferido para
81
essas cinco populações é “população-cha- DST x IST
ve”, e não “população-alvo”, uma vez que
são chave para a epidemia e chave para a Em vez de “doença venérea” ou doença
resposta ao HIV (UNFPA, 2015; UNAIDS, sexualmente transmissível, o termo reco-
2017). mendado é infecção sexualmente trans-
missível – IST (UNAIDS, 2017).
Contaminado X Infecta-
do Sexo Seguro
Não é correto dizer que uma pessoa está É preferível usar o termo sexo mais seguro,
“contaminada”com HIV. O termo contami- em vez de sexo seguro, uma vez que este
nado deve ser utilizado ao referir-se a obje- último termo pode implicar segurança to-
tos, e nunca ao referir-se a pessoas. tal. O termo sexo mais seguro reflete com
maior precisão a ideia de que escolhas po-
Contaminação e infecção têm significados dem ser feitas e comportamentos podem
diferentes: contaminação é a transmissão ser adotados para reduzir ou minimizar o
de impurezas ou de elementos nocivos ca- risco de contrair ou transmitir o HIV. As
pazes de prejudicar a ação normal de um estratégias de sexo mais seguro incluem o
objeto. Infecção é a invasão de tecidos cor- sexo sem penetração, o uso correto e con-
porais de um organismo hospedeiro por tínuo de preservativos masculinos ou femi-
parte de organismos capazes de provocar ninos, a redução do número de parceiros
doenças. Quando descrevemos o proces- sexuais, bem como a utilização de outros
so de transmissão do vírus de uma pessoa métodos, inclusive métodos biomédicos
para outra, devemos dizer que a pessoa foi (UNAIDS, 2017).
“infectada” com HIV e não “contaminada”.
Contaminação deve ser utilizado somen- Chamado para Ação
te ao se referir a objetos e equipamentos.
Uma seringa usada, por exemplo, pode es- Conheça o Chamado para Ação da Rede
tar contaminada com sangue com HIV. O GayLatino e da Aliança Nacional LGBTI+,
termo recomendado para se referir a pes- lançado em 1º de dezembro de 2017, por
soas que têm o HIV é pessoa vivendo com uma (re) pactuação de uma nova resposta
HIV. comunitária e governamental frente à epi-
demia de HIV/aids e IST junto a jovens gays
Teste de AIDS x Teste de e outros HSH no Brasil:
HIV aliancalgbti.org.br/wp-content/
uploads/2019/12/chamado-para-ação.pdf
Não se deve referir ao “teste de aids”. Não
existe teste de aids. O teste é de HIV. Ba-
seia-se na detecção de anticorpos para HIV
presentes ou não na amostra do/da pacien-
te. O termo recomendado é teste de HIV
(UNAIDS, 2017).
82
83
84
A
pesar dos recentes avanços, a sociedade brasileira tem
muito a percorrer para garantir direitos iguais à população
LGBTI+. Ao explorar pautas como essa, a/o comunicadora/
comunicador ajuda a promover cidadania.
85
desses homicídios: “22,4% das vítimas so- Por outro lado, no Congresso Nacional i
freram facadas; 21,9% foram alvejados a ti- nfelizmente o Projeto de Lei da Câmara
ros; 8,6% foram espancados; 6,2% foram es- (PLC) 122/06, que previa a criminalização
trangulados; 5,2% foram apedrejados; 4,4% de diversas formas de discriminação em
sofreram pauladas; 2,6% foram asfixiados; todo o território nacional, inclusive a dis-
1,6% foram carbonizados e 0,5% foram afo- criminação LGBTIfóbica, depois de onze
gados. Algumas vítimas sofreram mais de anos em tramitação, foi arquivado sem
um tipo desses ataques.” (BRASIL, 2016b). conseguir aprovação. Também ficaram pa-
radas outras iniciativas no Congresso Na-
A gravidade desta situação foi cional, como os Projetos de Lei 7852/2014,
reconhecida pelo Supremo Tri- 7292/2017, 7702/2017 e 2653/2019 na Câ-
mara dos Deputados e o PLS 860/2019 no
bunal Federal em 13 de junho de
Senado.
2019. No julgamento da Ação Di-
reta de Inconstitucionalidade por A responsabilidade social de uma/um co-
Omissão nº 26 e do Mandado de municadora/comunicador é promover a
Injunção nº 4733, a Suprema Cor- dignidade humana. Para conquistar mais
te determinou que: direitos, jornalistas são aliadas/os para
trazer o debate lúcido sobre o tema e para
Até que sobrevenha lei emanada do Con- combater o preconceito que deslegitima os
gresso Nacional destinada a implementar direitos LGBTI+.
os mandados de criminalização definidos
nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Cons- – Desigualdade regional na pro-
tituição da República, as condutas homo- teção estadual da população LGB-
fóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, TI+
que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de al- Dezoito estados têm legislações para pu-
guém, por traduzirem expressões de racis- nir a discriminação baseada na orientação
mo, compreendido este em sua dimensão sexual, com imposição de sanções, como
social, ajustam-se, por identidade de razão multas e revogações de licenças, por exem-
e mediante adequação típica, aos preceitos plo, aos atos de violência e discriminação
primários de incriminação definidos na Lei por orientação sexual. São os estados: Ala-
nº 7.716, de 08/01/1989, constituindo, tam- goas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal,
bém, na hipótese de homicídio doloso, cir- Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso,
cunstância que o qualifica, por configurar Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pa-
motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, raíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
“in fine”); (...) Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
São Paulo e Sergipe. (ILGA, 2019).
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noti-
ciaNoticiaStf/anexo/tesesADO26.pdf Ainda que não haja nenhuma disposição
no Código Penal Brasileiro que penalize a
incitação ao ódio devido à orientação se-
xual, cinco estados já promulgaram legis-
lações locais que proíbem expressamente a
* https://ilga.org/state-sponsored-homophobia-report
86
conduta. São eles: Amazonas, Mato Grosso – União estável aprovada, mas
do Sul, Pará, Paraíba e Rio de Janeiro. não regulamentada
Os dados mostram que enquanto a popu- Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça
lação LGBTI+ do Sudeste está toda cober- (CNJ), com base na decisão do Supremo
ta por legislações estaduais que proíbem Tribunal Federal (STF) de 5 de maio de
a discriminação por orientação sexual, no 2011, proibiu que fosse negado aos casais
Norte do país apenas os estado do Ama- do mesmo gênero o acesso ao casamento,
zonas e do Pará têm uma lei local sobre o ao reconhecimento da união estável e sua
tema. Por outro lado, apenas cinco estados conversão em casamento. A decisão do
penalizam a incitação ao ódio. STF recomendava ainda que o Congresso
Nacional regulamentasse o tema – o que
– Indivíduo LGBTI+ com até 29 ainda não aconteceu. O que falta ao Con-
anos está “protegido” gresso Nacional para regulamentar o tema?
Como fica a segurança jurídica de casais
Enquanto o Brasil caminha a passos len- homoafetivos sem a regulamentação?
tos para aprovar legislação que criminalize
a LGBTIfobia, algumas legislações fede-
rais geram contrassenso sobre a proteção
da população LGBTI+. É o caso da Lei nº
12.852/13, que institui o Estatuto da Juven-
tude (BRASIL, 2013b). A legislação dá direi-
to às e aos jovens, com idade entre 15 e 29
anos, à diversidade e à igualdade de direitos
e de oportunidades e os protege da discri-
minação por motivo de orientação sexual e
identidade de gênero.
87
Distorção de projetos Ainda não existe uma ter-
que garantem dignidade ceira opção de gênero ju-
a LGBTI+ rídico
Projetos como o Escola sem Homofobia, Até agora, nosso sistema jurídico permite
que previa material didático para discutir apenas duas opções para o sexo/gênero de
violência de gênero e preconceito em es- uma pessoa. Pessoas trans e intersexo que
colas, acabam sendo distorcidos por de- não se identificam como homens ou mul-
terminados setores (ultra) conservadores e heres ainda não têm o direito de ter seu gê-
fundamentalistas da população, como for- nero na sua certidão de nascimento. Em 15
ma de deslegitimação dos direitos da popu- países já existe uma terceira opção de gê-
lação LGBTI+ – vale lembrar que o projeto nero em pelo menos um documento pes-
ganhou a alcunha de “Kit Gay” e foi comba- soal, são eles: Alemanha, Argentina, Áus-
tido em diversas esferas da sociedade. tria, Austrália, Canadá, Dinamarca, Estados
Unidos, Países Baixos, Índia, Islândia, Malta,
Os veículos de comunicação e jornalistas Nepal, Nova Zelândia, Paquistão e Uruguai.
podem levantar a discussão para derrubar
estereótipos de projetos (sejam eles de lei (Adaptado de: https://medium.com/@
ou educacionais) que buscam promover a rene.rabelo/precedentes-judiciais-pa-
cidadania da população LGBTI+. ra-o-terceiro-gênero-f86837e1c308).
88
22ª Parada do Orgulho LGBT Rio 2017
Estado Laico
A defesa do Estado laico é também uma bandeira do movimento
LGBTI+.
89
Homoafetividade e na-
zismo/neonazismo
“A luxúria entre homens é todo compor- Especial (II S), a Subsecretaria de Departa-
tamento que seja contrário à moral [...] mento Executivo II da Gestapo. A ligação
Você, um estrangeiro nascido na Aleman- da homossexualidade e do aborto reflete
ha, deveria ter feito tudo para reprimir esse as políticas de população de regimes nazis-
instinto antinatural, uma vez que sabemos tas para promover uma taxa de natalidade
qual é o perigo que a luxúria entre homens mais elevada de sua população "ariana", e
representa para todo o povo alemão! A sua lógica de exaltação da masculinidade.
pena que lhe foi imposta leva em conside- Todas as políticas de estado visam deter
ração, por um lado, a duração prolongada o poder nas mãos masculinas: o combate
de suas relações antinaturais (mais de dois da homoafetividade, dos direitos das mul-
anos) e, por outro, o fato de que elas se li- heres, e do aborto, assim como a brutali-
mitaram a uma única pessoa com a mesma zação e a mecanização do discurso e da
orientação sexual que a sua.” As palavras linguagem. Nos campos de concentração,
da primeira condenação de Rudolf Brazda, estudiosos como Ruediger Lautmann afir-
pelo Ministério Público de Altenburg em mam que morreram cerca de 60 a 70% dos
14 de maio de 1937 e sua posterior perse- códigos 175, os famosos triângulos rosa, o
guição pelo regime nazista até o confina- que pode significar de quarenta a setenta
mento no campo de concentração de Bu- mil pessoas de acordo com as fontes.
chenwald, demonstram como os gays eram
vistos pelo regime: como uma ameaça, um Os grupos neonazistas hoje tendem a ne-
perigo, um mal contagioso. Desde maio de gar a morte dessas pessoas, lésbicas e gays,
1933, com a criação do Instituto de Ciên- afirmando que foram mortos por con-
cias Sexuais de Berlim, o regime nacional dições de trabalho, ou por doenças como
socialista passou a condenar abertamente tifo. Alguns grupos de ódio cristãos nos
a condição de gays e lésbicas, e em 1934, EUA negam completamente a presença
uma divisão especial da Gestapo (Polícia de pessoas homoafetivas em campos de
Secreta do Estado) perita no tema foi cria- concentração, como pode se ver no livro A
da. Um de seus primeiros atos foi listar e Suástica Rosa, um exemplo de negacionis-
erradicar todos os policiais "listas-rosa" de mo religioso. Por isso é muito importante
toda a Alemanha. Em 1936, o líder nazista divulgar informações sobre a perseguição
Heinrich Himmler criou no Escritório Reich nazista à homoafetividade.*
Central, um “Centro de Combate ao Ho-
mossexualismo e Aborto”: uma Secretaria * Contribuição recebida de Adriana Dias
90
Deficiência e Direitos a lesbofobia, visto que se abre a possibilida-
LGBTI+ de de se considerar alguém menos huma-
no que o homem de elite, hétero, branco,
Há muitas pessoas com deficiência que são sem defeitos ou deficiências, a quem desde
homoafetivas e muitas pessoas homoafeti- o surgimento dessa narrativa dominante
vas que vivem a experiência da deficiência. deu-se o lugar universal de fala. Quanto
Mas, apesar disso, ainda é bastante inco- mais o ser se afasta desse lugar de fala, ou
mum o diálogo entre as duas comunida- por ser lésbica, ou por ter deficiência, ou
des, diálogo que poderia muito contribuir por ser negra, ou por ser negra com defi-
para pensar questões acerca do corpo e de ciência e lésbica, mais distante está de um
suas dimensões políticas. O capacitismo, lugar de fala. Por isso, é muito importante
o preconceito às pessoas com deficiência, que as diversas comunidades se aproxi-
narrativa social que considera o corpo das mem para politizar o corpo como um lugar
pessoas com deficiência, menor, inferior, de fala constante. E também para viabilizar
menos humanos, menos apto à vida, à feli- políticas públicas semelhantes aos corpos
cidade, à realização pessoal, é a matriz social que, por trajetórias diversas necessitam de
da hierarquização entre humanidades. Ao políticas que atendam necessidades análo-
permitir que se possibilite hierarquização gas, ganhando força na pluralidade dos su-
entre humanidades, que surja a viabilização jeitos envolvidos nas demandas. É preciso
entre considerar um corpo mais humano parar de hierarquizar direitos humanos no
ou menos humanos que outro, abre-se Brasil.*
espaço para o racismo, para o machismo,
para a homofobia, para a transfobia, para * Contribuição recebida de Adriana Dias
Carta da Diversidade
Conheça a Carta da Diversidade: Plataforma Nacional dos Direitos
Humanos e de Cidadania das Pessoas LGBTI+ para o Estado
Brasileiro, incluindo o Executivo, Legislativo e o Judiciário:
aliancalgbti.org.br/wp-content/uploads/2019/11/Carta-da-
Diversidade-2019.pdf
91
92
H
á no calendário datas comemorativas que marcam con-
quistas para a população LGBTI+. Todas elas podem ser
exploradas pelos meios de comunicação como pauta para
falar sobre avanços, mas para ressaltar que ainda falta muito para
garantir plenos direitos a essa parcela da população brasileira.
93
Dia do Orgulho de Ser ficou conhecida como a Revolta de Sto-
newall. A partir de então, foi criado o Gay
Travesti e Transexual: Pride e a resistência conseguiu a atenção
“Resistir para (re)existir” de muitos países, em especial dos Estados
Unidos, para os seus problemas. Essas pes-
(15 de maio) soas buscavam apenas o respeito próprio
e social, além do reconhecimento de que
Data instituída pelo Fórum Estadual de tinham e têm direitos civis iguais. Nasceu
Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro o moderno movimento pelos direitos das
em 2017. O objetivo é atuar no resgate da pessoas LGBTI+.
cidadania plena, inclusão social e enfrenta-
mento da violência cometida pela socieda-
de em geral contra a população trans.
Dia Internacional de Pes-
Dia de Combate à LGB- soas Não Binárias (14 de
TIfobia (17 de maio) julho)
Entre 1948 e 1990, a Organização Mundial A data foi escolhida pelo fato de ser uma
da Saúde (OMS) classificava a homossexua- data mediana entre o dia Internacional do
lidade como transtorno mental. Em 17 de Homem e o Dia Internacional da Mulher.
maio de 1990, a Assembleia Geral da OMS Este dia é um marco que promove a não-bi-
aprovou a retirada da homossexualidade nariedade de gênero.
da Classificação Internacional de Doenças.
Nesta data simbólica, organizam-se even-
tos em vários países para chamar a atenção
dos governos e da opinião pública para a si-
Dia do Orgulho Lésbico
tuação de opressão, marginalização, discri- (19 de agosto)
minação e exclusão social em que vivem os
grupos LGBTI+ na maior parte dos países. Nesse dia em 1983, ativistas lésbicas lide-
No Brasil, o 17 de maio foi instituído como radas por Rosely Roth e acompanhadas de
o Dia Nacional de Combate à Homofobia, participantes de outros movimentos so-
por Decreto assinado pelo Presidente da ciais ocuparam o Ferro's Bar em São Paulo,
República em 04 de junho de 2010. em resposta a agressões lesbofóbicas oco-
rridas lá algumas semanas antes.
94
Dia da Visibilidade Bis- Dia da Visibilidade Inter-
sexual (23 de setembro) sexo (26 de outubro)
Este dia é uma chamada às pessoas bis- A data surgiu a partir do dia 26 de outu-
sexuais e suas famílias, amigos/as e aliados/ bro de 1996, quando integrantes da Inter-
as para reconhecer e celebrar a bissexuali- sex Society of North America protestaram
dade, a história, a comunidade e a cultura publicamente após serem impedidos de
bissexual, bem como a vida das pessoas apresentar seus trabalhos na Conferência
bissexuais. O dia começou a ser celebrado Anual da Academia Americana de Pedia-
a partir de 1999. tria, questionando a forma desrespeitosa
com que pessoas intersexo eram submeti-
das a cirurgias "normalizadoras”.
DInternacional da Des-
patologização Trans (21
de outubro) Dia da Solidariedade In-
tersexo (8 de novembro)
O Dia Internacional de Ação pela Despato-
logização Trans existe desde 2007, com ma- A data comemorada desde 2005, celebra o
nifestações em diversas cidades do mundo. aniversário de Herculine Barbin, uma, hoje,
Tem por objetivo promover a consciência famosa pessoa Intersexo francesa, que teve
de que as identidades trans ainda são con- suas memórias publicadas por Michel Fou-
sideradas transtorno mental pela Classifi- cault, primeiramente em 1980.
cação Internacional de Doenças da Orga-
nização Mundial da Saúde, e exigir que as
mesmas sejam despatologizadas (retiradas
da Classificação). Dia Internacional da
Lembrança Trans (20 de
Semana da Visibilidade novembro)
Assexual (sempre na últi- Criado em 1999, o dia é um momento para
ma semana COMPLETA relembrar todas as pessoas que foram as-
sassinadas devido à sua identidade de gê-
de outubro, começando nero.
no domingo)
A data surgiu na Internet, em 2010, chama-
da também de Semana Ace, e tem o obje-
Dia Mundial Contra Aids
tivo de trazer visibilidade para a Assexuali- (1º de dezembro)
dade. A comunidade Assexual costuma se
organizar para compartilhar informações, Dia em que internacionalmente vários go-
recursos e levar informações, visibilidade vernos e entidades se unem para conscien-
e aceitação sobre as identidades assexuais. tizar as pessoas ao redor do mundo sobre
(Fonte: www.aceweek.org/) a aids.
95
96
97
Bandeira do Orgulho LGBTI+
Criado por Gilbert Baker (San Francisco, 1978). Foi usada pela pri-
meira vez na Gay and Lesbian Freedom Day March. Em seguida foi
adotada pelo Pride Parade Committee após o assassinato de Har-
vey Milk.
Representa a diversidade humana e as cores significam:
Vermelho: Vida
Laranja: Cura / saúde
Amarelo: Luz do sol
Verde: Natureza
Azul: Arte
Lilás: Espírito
A bandeira original tinha mais duas cores:
rosa, significando sexualidade; e índigo sig-
nificando harmonia.
98
Bandeira do Orgulho Bissexual
99
Bandeira do Orgulho intersexo
100
Bandeira do Orgulho Assexual
101
102
6º EBHO - VI Encontro Brasileiro de Homossexuais. Convocação, Relatório. Rio de Janei-
ro: Atobá – Movimento de Emancipação Homossexual, 1992; Curitiba: Grupo Dignidade,
1992.
BRASIL. Lei nº 11340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência do-
méstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mul-
heres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08 ago. 2006.
103
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 41, de 28 de março de 2007. Disci-
plina o registro e a anotação de Carteira de Trabalho e Previdência Social de empregado.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 mar. 2007. Disponível em: <http://www.normasle-
gais.com.br/legislacao/portariamte41_2007.htm>. Acesso em 07 dez. 2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Diário da Justiça Eletrônico. Nº 52/2015. Brasília, DF,
18 mar. 2015a, p. 156. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.
asp?id=8043720&tipo=DJ&descricao=DJE%20N%BA%2052%20-%2017/03/2015> Acesso
em 07 dez. 2017.
BRASIL. Portal Brasil. Justiça e Cidadania. 2015b. 03. Cirurgias de mudança de sexo são rea-
lizadas pelo SUS desde 2008. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justi-
ca/2015/03/cirurgias-de-mudanca-de-sexo-sao-realizadas-pelo-sus-desde-2008>. Acesso
em 19 ago. 2017.
BRASIL. Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Huma-
nos. Secretaria Especial de Direitos Humanos. Conteúdo para capacitação: conferências
conjuntas de direitos humanos. Brasília, 2016a. Disponível em: <flacso.org.br/files/2016/08/
CNDH_cartilha_capacitacao.pdf>.Acesso em 19 ago. 2017.
104
BRASIL. Conselho Federal de Psicologia. Resolução Nº 10/2018(a).
Disponível em: <https://atosoficiais.com.br/cfp>
Acesso em 16 abr. 2020.
CADERNO Globo 12. Corpo: artigo indefinido. São Paulo: Globo Comunicação e Partici-
pantes S.A., 2017
COLOMBIA DIVERSA. Dónde está la diferencia? Bogotá: Colombia Diversa, [200-?]. Dis-
ponível em: <http://colombiadiversa.org/colombiadiversa/index.php/publicaciones/diver-
sidad-sexual-en-la-escuela>. Acesso em 06 set. 2017.
DINIZ, D. Quem tem medo da laicidade? Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.anis.
org.br/informe/visualizar_informes.cfm?IdInformes=131> Acesso em: 06 set. 2017.
FÉRAY, J. C. Une histoire critique du mot “homosexualité”. Revue Arcadie, jan./av. 1981.
Disponível em: <http://ddata.over-blog.com/0/05/17/99/DOSSIER1/UNE-HISTOIRE-CRI-
TIQUE-DU-MOT-HOMOSEXUALITE-JEAN-CLAUDE-FERA.pdf> Acesso em 04 nov. 2020.
GLAAD. Media Reference Guide 2016. New York e Los Angeles, 2016. Disponível em: <ht-
tps://www.glaad.org/reference>. Acesso em 20 ago. 2017.
GROTH, A.N.; BIRNBAUM, H.J. Adult sexual orientation and attraction to underage per-
sons. Archives of Sexual Behavior, v. 7, n. 3, 1978. p. 175-181.
105
HEGER, H. The men with the pink triangles. London: GMP Publishers Ltd., 1989.
ILGA – International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association. State-Sponso-
red Homophobia Report 2019. Disponível em: <https://ilga.org/state-sponsored-homo-
phobia-report> Acesso em 11 mai. 2020.
MALTA. Gender Identity, Gender Expression and Sex Characteristics Act. ACT XI of 2015,
as amended by Act XX of 2015. To provide for the recognition and registration of the gen-
der of a person and to regulate the effects of such a change, as well as the recognition and
protection of the sex characteristics of a person. 14th April, 2015. Disponível em: <http://
www.justiceservices.gov.mt/DownloadDocument.aspx?app=lom&itemid=12312&l=1>.
Acesso em 20 ago. 2017.
MARSHALL CAVENDISH CORPORATION. Sex and society. 2010. Disponível em: <http://
books.google.com.br/books?id=YtsxeWE7VD0C&pg=PA593&lpg=PA593&dq=Pansexua-
lity&source=bl&ots=YYqrMAWKKC&sig=ND_-SUQUyuN7Bw6e7w-v9pBYmRk&hl=en&-
sa=X&ei=ct9rUPCoKOTO2AWN7-oHIAw&redir_esc=y#v=onepage&q=Pansexuality&f=-
false> Acesso em 19 ago. 2017.
106
MONSANTO BRASIL. Aliança LGBTA. Cartilha. (n.d.)
MURRAY, J. B. Psychological profiles of pedophiles and child molesters. Journal of Psycho-
logy, n.134, p. 211-224, 2000.
OEA – Organização dos Estados Americanos. AG/RES. 2435 sobre Derechos Humanos,
Orientación Sexual e Identidad de Género. 2008. Disponível em: <https://www.oas.org/
dil/esp/AG-RES_2435_XXXVIII-O-08.pdf>. Acesso em: 11 out. 2017.
OLIVEIRA, Megg Rayara Gomes De. Por que você não me abraça?: Reflexões a respeito da
invisibilização de travestis e mulheres transexuais no movimento social de negras e negros.
Revista Internacional de Direitos Humanos, SUR 28 - v.15 n.28 167 – 179, 2018. Disponível
em: <https://sur.conectas.org/wp-content/uploads/2019/05/sur-28-portugues-megg-raya-
ra-gomes-de-oliveira.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2020.
ONU – Organização das Nações Unidas. Joint Statement No. A/63/635 on Human Ri-
ghts, Sexual Orientation and Gender Identity. 2008. Disponível em: <http://www.hirs-
chfeld-eddy-stiftung.de/fileadmin/images/dokumente/virtuelle_bibliothek/UN_docu-
ment_63_635_Eng.pdf>. Acesso em: 11 out. 2017.
REIS, Neilton dos; PINHO, Raquel. Gêneros não-binários: identidades, expressões e edu-
cação. Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 24, n. 1, p. 7-25, abr. 2016. ISSN 1982-9949.
Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/7045>. Acesso
em: 12 abr. 2020.
REIS, T.; EGGERT, E. Ideologia de gênero: uma falácia construída sobre os planos de edu-
cação brasileiros. Educ. Soc., Jan 2017, vol.38, no.138, p.9-26. ISSN 0101-7330. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302017000100009&ln-
g=pt&nrm=iso>. Acesso em 20 ago. 2017.
107
SANTOS, Moara de Medeiros Rocha; ARAUJO, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de. In-
tersexo: o desafio da construção da identidade de gênero. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 7,n.
1,p. 17-28, jun. 2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_art-
text&pid=S1516-08582004000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 20 ago. 2017.
UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids. Guia de Terminologia
do UNAIDS. Brasília: UNAIDS, 2017.
UNHCHR – United Nations Office of the High Commissioner for Human Rights. Nasci-
dos livros e iguais: orientação sexual e identidade de gênero no regime internacional de
direitos humanos. Nova York e Genebra, 2012, Brasília, 2013. Disponível em <http://www.
ohchr.org/Documents/Publications/BornFreeAndEqualLowRes_Portuguese.pdf> Acesso
em 20 ago. 2017.
UNFPA – United Nations Population Fund, Global Forum on MSM & HIV, United Nations
Development Programme, World Health Organization, United States Agency for Interna-
tional Development, World Bank. Implementing comprehensive HIV and STI program-
mes with men who have sex with men: practical guidance for collaborative interventions.
New York (NY): United Nations Population Fund; 2015. Disponível em: <http://www.unfpa.
org/publications/implementing-comprehensive-hiv-and-sti-programmes-men-who-ha-
ve-sex-men>. Acesso em 06 set. 2017.
WHO – World Health Organization. The ICD-10 Classification of Mental and Behavioural
Disorders. Clinical descriptions and diagnostic guidelines. [199?]. Disponível em: <http://
www.who.int/classifications/icd/en/bluebook.pdf> Acesso em: 20 ago. 2017.
WILSON, A. How we find ourselves: identity and development and Two-Spirit people. Har-
vard Educational Review 66(2), 303-317. Cambridge-MA, 1996.
108