Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BUTLER
–Butler dois?
Ciclos de violência naturalizados
a) HETEROSSEXUALIDADE;
B) INSTITUCIONALIZAÇÃO;
•Amores ou sexo que mata;
•Violência do Estado; (Estado laico, diversidade;
impunidades, fim de direitos sexuais e
reprodutivos, aborto criminalizado, assédios).
Representações
Pode-se falar de
violência de gênero
considerando-se:
1. A heterossexualidade tem sido o princípio
ordenador no direito, na medicina, nas
práticas sociais, em muitos campos – Nesse
sentido toda sexualidade é significada a
partir dessa matriz de inteligibilidade
heterossexual como principio ordenador que é
portanto, compulsória.
Ocorre no interior de um padrão de linearidade
entre sexo – gênero e desejo em que
elementos da cultura são definidos a partir a
conformação anatômica.
2. Consequências dessa matriz de
inteligibilidade universalizada
1. A heteronormatividade (especialmente, do
discurso médico no caso dos transexuais,
sobre lésbicas); 2. E a homofobia = prática de
discriminação com todos os estereótipos;
defesa do patriarcado (homens afeminados
são desqualificados), tem ligação estreita com
o sexismo - não se trata de um processo de
discriminação das minorias – está presente em
todas as partes em relação a muitas formas.
Todas as fobias (lesbofobia, transfobia.......).
3.
Tomada como padrão, a heterossexualidade pr
omove não apenas a violência física, mas tamb
ém a violência simbólica contra quem se desvia
da norma
Do que falamos quando
falamos em sexualidade?
Preconceitos X direitos
Os princípios de Yogyakarta,
• Princípios sobre a aplicação da legislação
internacional de direitos humanos em
relação à orientação sexual e identidade de
gênero estabelecidos na REUNIÃO DE ESPECIALISTAS
REALIZADA EM YOGYAKARTA, INDONÉSIA, ENTRE 6 E 9 DE NOVEMBRO DE 2006,
( Antropóloga,
Professora da Universidade de Brasília e
pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos
Humanos e Gênero. Apresentação na Audiência Pública Homofobia nas Escolas. Camara dos
Deputados. Novembro de 2011).
HOMOFOBIA E NÃO Bullying ???
Segundo Diniz - Bullying é um neologismo com origem na língua inglesa
que diz algo como “provocação”. A provocação entre crianças é parte de
uma socialização naturalizada – se provoca para se reconhecer os limites e
se definir frente ao outro como um espelho. Mas há outra raiz no conceito
de bullying: quem provoca e agride é o “valentão”. Há desigualdade de
força e de potência no sujeito que atua pelo bullying.
O ator do bullying é alguém que sabe que tem força – e aqui é força física.
Ele atua sozinho ou em grupo. Alguns dizem que o bullying sempre existiu.
Sim, me lembro do meu tempo de escola – sempre havia provocações
contra os gordinhos, as meninas vesgas ou as crianças com deficiência. Me
lembro também do sofrimento dessas crianças. Em geral, eram crianças
solitárias. Tento imaginar as consequências dessas provocações injustas
para os adultos de hoje.
Elas foram refugiadas da fúria contra a diferença marcada no corpo.
Elas são sobreviventes do bullying escolar, de um tempo em que o
neologismo não nos socorria para expressar a indignação pela provocação
injusta.
BULLYING NOS PERMITIU ESCREVER ALGO
SILENCIOSO
•O bullying é um neologismo paradoxal. Ao mesmo tempo potente, pois
nos permitiu entrar na escola e descrever algo silencioso: a homofobia
nas práticas de provocação entre crianças ou entre
professores e crianças.
• (Mariano,
Rev. Estud. Fem. vol.13 no.3 Florianópolis Sept./Dec. 2005
Para Judith Butler
• a ideia de identidade de gênero tem sempre um caráter normatizador,
porque implica que se construa algum tipo de unidade, e a busca da
unidade é em si mesma normatizadora e excludente, reificando as
noções de sexo e de gênero.
• Desse modo, para a autora, a crítica da política identitária e do
fundamentalismo como política de exclusão é uma questão central para
o feminismo.
• Isso, porém, para Butler, não representa riscos para a política feminista.
Ao contrário, é sua própria possibilidade.
• Nessa perspectiva, a política de identidade apresenta limites para a
mobilização da política feminista na medida em que a tentativa de
unificação acaba por produzir resistências e formação de facções no
interior do feminismo.
• Assim, Butler rejeita a identidade como ponto de partida para a política
feminista e defende que desconstruir o sujeito do feminismo não é
declarar a sua morte, mas libertá-lo de seu caráter normativo e fixo, que
mantém e reproduz subordinação.
PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma
política dos anormais. Estudos feministas, Florianópolis,
CFH/CCE/UFSC, v.19, n.1, p. 11-20, 2011
• A sexopolítica é uma das formas dominantes da ação biopolítica no
capitalismo contemporâneo. Com ela, o sexo (os órgãos chamados
“sexuais”, as práticas sexuais e também os códigos de masculinidade e de
feminilidade, as identidades sexuais normais e desviantes) entra no cálculo
do poder, fazendo dos discursos sobre o sexo e das tecnologias de
normalização das identidades sexuais um agente de controle da vida.
Desontologização .......O monstro sexual que tem por nome multidão torna-
se queer. 3. Preciado explora as vantagens teóricas e políticas da noção
de multidão - Seu status é diferente da noção de diferença sexual. O
corpo da multidão queer aparece no centro de um trabalho de
“desterritorialização” da heterossexualidade
• Uma desterritorialização que afeta tanto o espaço
urbano (é preciso, então, falar de desterritorialização
do espaço majoritário, e não do gueto) quanto o
espaço corporal. Esse processo de
“desterritorialização” do corpo obriga a resistir aos
processos do tornar-se “normal”. EMBORA, existam
tecnologias precisas de produção dos corpos
“normais” ou de normalização dos gêneros DISTO não
resulta um determinismo nem uma impossibilidade
de ação política......, a multidão queer tem também a
possibilidade de intervir nos dispositivos
biotecnológicos de produção de subjetividade sexual.
***pensar a reflexividade que se conecta ao
global e a intimidade (GIDDENS).
Duas armadilhas conceituais a ser
evitadas
• : 1) Evitar a segregação do espaço político que faria da multidão queer
um tipo de margem ou de reservatório de transgressão.
Neste marco os corpos se reconhecem a si mesmos não como homens e mulheres, mas
como corpos que falam – com possibilidades de aceder a muitas posições de enunciação.
Renunciam a uma só identidade. O sexo e a sexualidade são tecnologias sócio-políticas
complexas.
•PRECIADO, Beatriz. Manifesto contra-sexual. Madrid: Pensamento Opera Prima, 2002.p.16-
117.
•.BENSUSAN, Hilan. Observações sobre a política dos desejos: tentando pensar ao largo dos
instintos compulsórios. Estudos Feministas. Florianópolis, CFH/CCE/UFSC, v. 14, n.2, p. 445-
479, 2006. Disponível em: <www.scielo.br >.
Por último devo dizer que:
O lugar da compreensão engajada e preocupada
em afirmar a diversidade sexual exige a
construção de condições para questionar a
hegemonia de um único modelo de
sexualidade, de um único modelo de
vínculo amoroso, a fim de que as pessoas
tenham direito a sua dignidade e a fim de que se
compreenda que produzir novas subjetividades
na diversidade é produzir uma nova política sobre
a vida, os corpos e a sexualidade.
PRINCÍPIOS DE
YOGYAKARTA (2006)
• A sexopolítica é uma das formas dominantes da ação biopolítica no capitalismo
contemporâneo. Com ela, o sexo (os órgãos chamados “sexuais”, as práticas
sexuais e também os códigos de masculinidade e de feminilidade, as identidades
sexuais normais e desviantes) entra no cálculo do poder, fazendo dos discursos
sobre o sexo e das tecnologias de normalização das identidades sexuais um
agente de controle da vida.
disciplinar do sexo .
• Anteriormente, e em continuidade com o século XIX, as disciplinas biopolíticas
funcionaram como uma máquina de naturalizar o sexo. Política de identidade.
Mas essa máquina não era legitimada pela “consciência”. Ela o será por
médicos como John Money, que começa a utilizar a noção de “gênero” para
dar conta da possibilidade de modificar cirúrgica e hormonalmente a
morfologia sexual das crianças intersexos e das pessoas transexuais. Money é
o Hegel da história do sexo. Essa noção de gênero constitui um primeiro
momento da reflexividade (e, portanto, uma mutação irreversível em relação
ao século XIX). Com as novas tecnologias médicas e jurídicas de Money, as
crianças “intersexuais”, operadas no nascimento ou tratadas durante a
puberdade, tornam-se as minorias construídas como
• “anormais” em benefício da regulação normativa do corpo da massa straight.
Essa multiplicidade de anormais é a potência que o Império Sexual se esforça
em regular. 5) O Império dos Normais, desde os anos 1950, depende da
produção e da circulação em grande velocidade do fluxo de silicone, fluxo de
hormônio, fluxo textual, fluxo das representações, fluxo de técnicas cirúrgicas,
definitivamente, fluxo dos gêneros.
Políticas das multidões queer
• 1. De noção posta ao serviço de uma política da reprodução da vida sexual, o
gênero se torna o indício de uma multidão. O gênero não é o efeito de um
sistema fechado de poder nem uma ideia que recai sobre a matéria passiva, mas
o nome do conjunto de dispositivos sexopolíticos (da medicina à representação
pornográfica, passando pelas instituições familiares) que serão o objeto de uma
reapropriação pelas minorias sexuais.
• 2. A sexopolítica torna-se não somente um lugar de poder, mas, sobretudo, o
espaço de uma criação na qual se sucedem e se justapõem os movimentos
feministas, homossexuais, transexuais, intersexuais, transgêneros, chicanas,
pós-coloniais... As minorias sexuais tornam-se multidões.
Desontologização .......O monstro sexual que tem por nome multidão torna-se
queer. 3. Preciado explora as vantagens teóricas e políticas da noção de
multidão - Seu status é diferente da noção de diferença sexual. O corpo da
multidão queer aparece no centro de um trabalho de “desterritorialização” da
heterossexualidade
• Uma desterritorialização que afeta tanto o espaço
urbano (é preciso, então, falar de desterritorialização
do espaço majoritário, e não do gueto) quanto o
espaço corporal. Esse processo de
“desterritorialização” do corpo obriga a resistir aos
processos do tornar-se “normal”. EMBORA, existam
tecnologias precisas de produção dos corpos
“normais” ou de normalização dos gêneros DISTO não
resulta um determinismo nem uma impossibilidade
de ação política......, a multidão queer tem também a
possibilidade de intervir nos dispositivos
biotecnológicos de produção de subjetividade sexual.
***pensar a reflexividade que se conecta ao
global e a intimidade (GIDDENS).
Duas armadilhas conceituais a ser
evitadas
• : 1) Evitar a segregação do espaço político que faria da multidão
queer um tipo de margem ou de reservatório de transgressão.
Neste marco os corpos se reconhecem a si mesmos não como homens e mulheres, mas
como corpos que falam – com possibilidades de aceder a muitas posições de enunciação.
Renunciam a uma só identidade. O sexo e a sexualidade são tecnologias sócio-políticas
complexas.
•PRECIADO, Beatriz. Manifesto contra-sexual. Madrid: Pensamento Opera Prima, 2002.p.16-
117.
•.BENSUSAN, Hilan. Observações sobre a política dos desejos: tentando pensar ao largo dos
instintos compulsórios. Estudos Feministas. Florianópolis, CFH/CCE/UFSC, v. 14, n.2, p. 445-479,
2006. Disponível em: <www.scielo.br >.
Por último devo dizer
que:
O lugar da compreensão engajada e
preocupada em afirmar a diversidade sexual
exige a construção de condições para questionar a
hegemonia de um único modelo de sexualidade,
de um único modelo de vínculo amoroso, a fim
de que as pessoas tenham direito a sua
dignidade e a fim de que se compreenda
que produzir novas subjetividades na
diversidade é produzir uma nova política
sobre a vida, os corpos e a sexualidade.
Sexualidade:
Refere-se às
elaborações culturais
sobre os prazeres e os intercâmbios
sociais e corporais que compreendem desde o
erotismo, o desejo e o afeto até noções relativas à
saúde, à reprodução, ao uso de tecnologias e ao
exercício do poder na sociedade.
• A sexualidade é um aspecto central do
ser humano longo da vida e engloba
sexo, identidade e papel de gênero,
orientação sexual, erotismo, prazer e
reprodução.
• A sexualidade é vivida, expressada em
pensamentos, fantasias, desejos,
crenças, atitudes, valores,
comportamentos, práticas, papéis e
relacionamentos.
As definições atuais da sexualidade
abarcam, nas ciências sociais, significados,
ideais, desejos, sensações, emoções,
experiências, condutas, proibições,
modelos e fantasias que são configurados
de modos diversos em diferentes contextos
sociais e períodos históricos. Trata-se, portanto,
de um conceito dinâmico que vai evolucionando e que
está sujeito a diversos usos, múltiplas e contraditórias
interpretações, e que se encontra sujeito a debates e a
disputas políticas.
• A sexualidade é influenciada por uma
interação de fatores de ordem
biológica, psicológica, social,
econômica, política, cultural, ética,
histórica, religiosa e espiritual (OMS).
Os princípios de Yogyakarta, - referência
internacional destaca:
1) Compreendemos por identidade de
gênero a profundamente sentida
experiência interna e individual do
gênero de cada pessoa que pode ou
não corresponder ao sexo atribuído no
nascimento;
• 2) Isso inclui o senso corporal (que
pode envolver, por livre escolha,
modificação da aparência ou função
corporal por meios médicos,
cirúrgicos ou outros e outras
expressões de gênero, inclusive
vestimenta, modo de falar e
maneirismos.
• Muitos modos de
viver a experiência
com a sexualidade-
conceitos X
diversidade
• No prefacio do livro El gênero en disputa: El
feminismo y la subversión de la identidad versão
española de BUTLER, Judith. Problemas de
gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio
de Janeiro: civilização brasileira, 2003, a autora,
diz que seu objetivo é revisar de forma critica o
vocabulário básico do pensamento.
• Em 1989, quando a autora começou a escrever
pretendia criticar um suposto heterossexual
dominante na teoria literária feminista. O texto
pretendia destruir os discursos de “verdade” para
deslegitimar as práticas minoritárias.
.
(PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma política dos anormais.
Estudos feministas, Florianópolis, CFH/CCE/UFSC, v.19, n.1, p. 11-20,
2011).
*
COURTINE, Jean- Jacques. Decifrar o corpo:
pensar com Foucault. Petrópolis: Vozes, 2011.
p.47-142.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
______. A História da Loucura na Idade Clássica.
São Paulo: Perspectiva, 1997.
______. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro:
Edições Grall, 1979.
AMORÓS, Celia; MIGUEL Ana de. (EDS). La diferencia
sexual con diferencia esencial: sobre Luce Irigaray, Luisa
Posada Kubissa. In:_____. Teoria feminista: de la
ilustración a la globalización. Del feminismo liberal a la
posmodernidad. Madrid: Minerva ediciones, 2005. p.
253-288.
ECHANDÍA, Claudia Luz Piedrahita. Subjetivaciones
políticas y pensamiento de la diferencia. Bogotá:
Universidad Distrital Francisco José de Caldas: Consejo
Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2015. p. 17-50.
Disponível em:<
http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/coediciones/2013
0218032232/Subjetividadespoliticas.pdf
>. Acesso em: fev 2017.
• SOLEY-BELTRAN, Patrícia. Transexualidad y la matriz
heterosexual: un estúdio crítico de Judith Butler. Barcelona:
Ediciones Bellaterra, 2009. p.13-223
• PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma política
dos anormais. Estudos Feministas, Florianópolis, CFH/CCE/UFSC,
v.19, n.1, p. 11-20, 2011
• BIDASECA, Karina. Cartografías Descoloniales de los
Feminismos del Sur .CONICET – Universidad Nacional de San
Martín Universidad Nacional de Buenos Aires/CLACSO. Estudos
Feministas, Florianópolis, v.22, n.2, p. 585-591, maio-agosto,
2014. Ver também
http://www.idaes.edu.ar/papelesdetrabajo/paginas/Document
os/N8/17_ENT_Bidaseca.pdf
.
• Genealogías críticas de la colonialidad en América Latina,
África, Oriente. Livro online.