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ANA JÉSSICA M.

DEZINCOURT
ELIANE CARMEM CORRÊA
FERNANDA SERAPIO FERREIRA
HELOISA EIDAM
NICOLLE DE FRANÇA DA SILVA
TALITA KIMBERLY. R. B. DE FREITAS

HESITAÇÃO E COBERTURA VACINAL NA POPULAÇÃO


ADULTA MUNDIAL NA PANDEMIA COVID-19

CURITIBA
2022
ANA JÉSSICA M. DEZINCOURT
ELIANE CARMEM CORRÊA
FERNANDA SERAPIO FERREIRA
HELOISA EIDAM
NICOLLE DE FRANÇA DA SILVA
TALITA KIMBERLY R. B. DE FREITAS

HESITAÇÃO E COBERTURA VACINAL NA POPULAÇÃO


ADULTA MUNDIAL NA PANDEMIA COVID-19

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para conclusão do Curso de
Bacharelado em Fisioterapia, do Centro Universitário
UniDomBosco.

Orientadora: Profa. Dra. Patricia Merly Martinelli


HESITAÇÃO E COBERTURA VACINAL NA POPULAÇÃO ADULTA
MUNDIAL NA PANDEMIA COVID-19

Ana Jéssica M. Dezoncourt1


Eliane Carmem Corrêa2
Fernanda Serapio Ferreira3
Heloisa Eidam4
Nicolle de França da Silva5
Talita Kimberly R. B. de Freitas6
Patricia Merly Martinelli7

1. Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário


UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
2. Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
3. Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
4. Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
5. Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
6.Acadêmica da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco, Curitiba, Paraná, Brazil.
7. Profa. Dra. da Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário
UniDomBosco. Pesquisadora do Laboratório de Delineamento de Estudos e
Escrita Científica, Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, São Paulo,
Brazil
RESUMO

Introdução:A pandemia COVID-19 representa enormes desafios para a saúde.


Com base nas histórias bem-sucedidas de erradicação de doenças por meio de
imunização, grandes expectativas foram colocadas sobre as vacinas para
suprimir a pandemia. A hesitação vacinal dificulta a realização da imunidade do
rebanho e pode impedir a função das vacinas na defesa contra doenças.
Objetivo: Analisar a hesitação e cobertura vacinal durante a pandemia do
COVID-19, da população adulta através de revisão integrativa Métodos: O
estudoébaseado em uma revisão integrativa do tipo sistemática por meio de
artigos publicados na base eletrônica de dados Medline, por meio do buscador
Pubmed, BIREME com uso do buscador LILACS, em língua inglesa e espanhola,
sendo ensaios clínicos, estudos observacionais, sem restrição de data de
publicação, com temas que se relacionem à hesitação vacinal, cobertura vacinal
em adultos com idade maior ou igual a 18 anos durante a pandemia COVID-19.
Resultados:Após a sistematização, foram incluídos 06 artigos, todos concluíram
alguns fatores determinantes para a hesitação vacinal esses foram analisados
por região, etnias, crença, raças, sexo. Para a cobertura vacinal foi utilizado
estratégias de campanhas com objetivo de conscientizar e informar a população
de que estavam começando o processo de imunização. Conclusão: A
proporção de cobertura vacinal variou entre 42,2 a 61,1% até março de 2021. A
Hesitação vacinal variou entre 29 a 32% e a recusa vacinal entre 6 a 27%. Houve
um aumento da hesitação vacinal entre mulheres, com idade aproximada aos 50
anos ou mais, associada a fatores como a religião e baixa escolaridade.

Palavras-chave:Recusa vacinal, COVID-19, Cobertura vacinal

ABSTRACT
Introduction:The COVID-19 pandemic poses enormous health challenges.
Based on successful stories of disease eradication through immunization, the
COVID-19 pandemic poses enormous health challenges. Based on successful
histories of disease eradication through immunization, high expectations have
been placed on vaccines to suppress the pandemic. high expectations have been
placed on vaccines to suppress the pandemic .Vaccination hesitation makes it
difficult to perform herd immunity and can impede the function of vaccines in the
defense against diseases. Objective: To analyze the hesitation and vaccination
coverage during the COVID-19 pandemic of the adult population through an
integrative review. Methods: The study is based on an integrative review of the
systematic type through articles published in the Medline electronic database,
through the search engine Pubmed, BIREME with the use of lilacs search engine,
in English and Spanish, being clinical trials, observational studies, without
restriction of date of publication, with themes related to vaccine hesitation,
vaccination coverage in adults aged 18 years or older during the COVID-19
pandemic. Results: After systematization, 06 articles were included, all of which
concluded some determinant factors for vaccine hesitation, which were analyzed
by region, ethnicities, belief, races, gender. For vaccination coverage, campaign
strategies were used to raise awareness and inform the population that the
immunization process was beginning. Conclusion: The proportion of vaccine
coverage ranged from 42.2 to 61.1% up to March 2021. Vaccination hesitation
ranged from 29 to 32% and vaccine refusal from 6 to 27%. There was an increase
in vaccine hesitancy among women, aged approximately 50 years or older,
associated with factors such as religion and low education.

Keywords: Vaccine refusal, COVID-19, Vaccination coverage


INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a liberdade do paciente em relação a sua saúde,
juntamente com a autossuficiência em buscar informação, somado as
tecnologias e velocidade de informação podem ter influenciado o comportamento
de recusa vacinal de forma demasiada (LARSON, 2014). O mesmo autor
descreve a relação antes existente entre médico e paciente se dissolveu nos
últimos anos, principalmente devido a subespecialização da formação médica,
influenciando o paciente a tomar decisões em relação a tomar ou não uma
vacina. Apesar da eficácia comprovada das vacinas na prevenção de doenças,
nos últimos anos diversas dúvidas e questionamentos foram levantados e com
isso, correntes antivacinação foram impulsionadas.

O movimento antivacina se fortaleceu no início de 1998 depois de um


artigo publicado na revista The Lancet, em que o médico Dr. Andrew Wakefield
e seus colaboradores afirmaram ter uma relação entre a vacina tríplice viral e
autismo. Assim, após publicação deste artigo na revista The Lancet, as pessoas
ficaram receosas de tomar vacinas com medo de desenvolverem autismo ou
outros possíveis efeitos colaterais dos compostos das vacinas (DUBÉ, 2013).

O mesmo autor menciona que os grupos que optam pela recusa vacinal
apresentam argumentos variados existindo diversas vertentes que os levam a
isso, entre elas estão: desconfiança da indústria da vacina e do sistema de
saúde, medo, religião, filosofias, opinião de terceiros, fatores socioculturais,
socioeconômicos, políticos, dentre outros.

De acordo com MacDonald (2015), a aceitação das vacinas é o resultado


final de um processo de tomada de decisão influenciado por vários fatores. O
modelo conhecido como 3Cs, desenvolvido pelo SAGE Working Groupon
Vaccine Hesitancy, caracteriza os determinantes desse comportamento:
Confiança (credibilidade nos profissionais de saúde, nas vacinas e sua eficácia),
Complacência (baixa percepção dos riscos das doenças de possível prevenção
por vacinas e da importância das vacinas) e Conveniência (disponibilidade e
acessibilidade das vacinas e dos serviços de saúde) (SALMON et al., 2013).

O aspecto da confiabilidade nas vacinas pelos profissionais no âmbito da


saúde é essencial para a manutenção de sua demanda e utilização, tanto nos
países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
Nos encontramos entre os que apresentaram melhores níveis de confiança nos
vacinados, noves países pesquisados em nosso continente. Os países
desenvolvidos, que apresentam um acesso maior aos serviços de saúde e
população com melhor escolaridade apresentam maiores taxas de recusa
vacinal e apontam uma relação inversa entre sentimentos positivos relativos as
vacinas e nível socioeconômico (LARSON, 2014).

No Brasil, ao longo da pandemia, ações estratégicas foram mobilizadas


por governos estaduais e municipais para garantir o controle da exposição ao
vírus SARSCoV-2. A partir do momento que a COVID-19 foi considerada uma
doença pandêmica, iniciaram-se as buscas constantes por uma vacina ou
medicamento que apresentasse uma resposta rápida ao vírus (OLIVEIRA et al.,
2021). Apesar de existirem múltiplas evidências cientificas que justifiquem os
benefícios gerais da imunização, a hesitação vacinal permanece em constante
crescimento entre a população brasileira e outros países, devido às crenças e
ao conteúdo impreciso e enganoso que se prolifera de forma rápida pelas fake
News, favorecendo o ressurgimento de patologias que podem ser evitadas
através da vacinação (BEZERRA et al., 2020).

A vacinação é umas das formas mais econômicas de se evitar doenças.


Atualmente, estima-se que evite 2 a 3 milhões de mortes por ano e que mais 1,5
milhão poderia ser evitado se a cobertura global para vacinas disponíveis
melhorasse (WHO, 2019). O Brasil tem um dos maiores programas públicos de
imunização do mundo, com oferta, em calendário básico de rotina e campanhas,
de uma extensa lista de vacinas e outros imunobiológicos especiais para
públicos específicos (BRASIL, 2020).

Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde incluiu a hesitação vacinal


como uma entre dez ameaças à saúde global e, junto com outras instituições
não governamentais, vem recomendando estratégias para a mitigação do
problema (WHO, 2019). Estudo realizado por Dubé et al. (2013) mencionam que
a decisão do indivíduo se vacinar é influenciada pelos fatores sociais que incluem
sua experiência pessoal, a história familiar, a opinião de amigos, e a relevância
da vacinação pode perder o significado e a importância.
Apesar de existir diversos estudos que comprovem os benefícios da
vacina, existem pessoas que hesitam se vacinar, e os motivos que determinam
a hesitação vacinal são bastante complexos e podem ser atribuídos à
confluência de vários fatores, sejam eles socioculturais, políticos e pessoais
trabalhos (DUBÉ et al., 2015; SALMON et al., 2013).

Desta forma o estuda realizado tem como objetivo verificar a hesitação e


cobertura vacinal do COVID-19 da população através de uma revisão integrativa.

MATERIAIS E MÉTODOS
O delineamento do estudo consiste em uma revisão integrativa do tipo
sistemática por meio de artigos publicados na base eletrônica de dados Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), por meio do
buscador Pubmed, na base de dados do Centro Latino-Americano e do Caribe
de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), com uso do buscador LILACS
(Literatura Latino-Americana em ciências da saúde), sem restrição de data de
publicação, limitados à ensaios clínicos, estudos observacionais, publicados na
língua inglesa e espanhola, com temas que se relacionem à hesitação vacinal,
cobertura vacinal em adultos com idade maior ou igual a 18 anos durante a
pandemia COVID-19.
Foram excluídos artigos não disponibilizados na íntegra, tópicos não
relacionados, estudos realizados em animais, revisão de literatura, estudo de
caso, meta-análise, carta ao leitor e estudo-piloto. Para a busca nas bases de
dados foram utilizadas as combinações dos seguintes descritores na língua
inglesa, "Vaccination Refusal" AND COVID-19 AND "Vaccination Coverage" e
espanhola "Negativa a La Vacunación" AND COVID-19 AND "Cobertura de
Vacunación",devidamente selecionados nos Descritores em Ciências da Saúde
(DECS).

O número total de artigos encontrados na base de dados Medical


Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), por meio do buscador
manual Pubmed e na base de dados do Centro Latino-Americanofoi de 24
artigos. Desses, 11 foram excluídos da triagem logo na seleção por título por
falta de relação com o tema, dos 13 artigos restantes, 02 foram excluídos por
não teremtópicos relacionados e 01 projeto de pesquisa. Dos 09 artigos
selecionados, 03 foram excluídos por não abrangerem um contexto geral. Como
mostra o fluxograma da figura 1.
Figura 1 – Fluxograma representando as etapas de seleção dos artigos.

24 registros identificados MEDLINE com o buscador


Definição

através da pesquisa de PUBMED ADVANCE, com uso


banco de dados dos descritores: ‘’ "Vaccine
refusal AND Covid-19 AND
Vaccine coverage"

1ª etapa 11 registros excluídos: Repetido na base


24 artigos selecionados de dados (01). Tópico não relacionado
Seleção

para Leitura de Títulos. (03); artigo de revisão, metanálise e/ou


projeto de pesquisa (07).

13 artigos 04 registros excluídos:Tópico não


selecionados para relacionado (03); projeto de pesquisa
Leitura de Resumos (01).
Elegibilidade

2ª etapa 03 registros excluídos: Não


09 artigos selecionados mensuraram o tema em contexto
para Leitura Completa geral (03).
Inclusão

Inclusão
06 registros
selecionados

Figura 1. Fluxograma representando a estratégias de seleção para a revisão de


literatura.
RESULTADOS
Dos 6 artigos incluídos a proporção de cobertura vacinal variou entre 42,2
a 61,1% até março de 2021. A Hesitação vacinal variou entre 29 a 32% e a
recusa vacinal entre 6 a 27%. Os autores descreveram que fatores
determinantes para a hesitação vacinal são analisados por região, etnias,
crença, raças, sexo. Para alcance da cobertura vacinal relataram estratégias de
campanhas através de meios de comunicação como televisão, redes sociais,
rádios, aplicativos, outdoor, para a população ter o conhecimento de que
estavam começando com a imunização, e os mesmos terem consciência da
importância da vacinação. Estas campanhas foram de suma importância para
que todos tivessem acesso, independente da condição social.
Tabela 1- Resultados dos artigos selecionados que representavam a hesitação e cobertura vacinal em contexto geral.
Autor/Ano/n Objetivo Métodos Resultados
Siegler et al. Avaliação da associação entre a hesitação vacinal e o Estudo de coorte composto por 4.654 indivíduos O perfil da amostra em sua maioria eram mulheres (59,0%).
(2021) recebimento da vacina em uma coorte pesquisa recrutados por meio de um quadro nacional de Entre as pessoas que hesitaram em vacinar na linha de base,
n:3.437 sorológica de base populacional nos EUA. endereços nos EUA Na linha de base (9 de agosto 32% relataram receber 1 ou mais doses de vacina, 37%
a 8 de dezembro de 2020) e no acompanhamento relataram serem prováveis vacinados, e 32% permaneceram
(2 de março a 21 de abril de 2021), as pesquisas improváveis de serem vacinados. Em contraste, entre as
mediram a hesitação da vacina COVID-19 e as pessoas que provavelmente serão vacinadas no
amostras biológicas mediram a resposta dos acompanhamento, 54% receberam 1 ou mais doses de
anticorpos. A análise de validação comparou IgG vacina, 39% permaneceram prováveis vacinados, e 7%
anti-pico (Platelia Total AntibodyAssay; Bio-Rad) relataram ser improvável a vacinação. A disposição inicial da
com o status de vacinação auto- relatado. O vacina foi maior entre pessoas com bacharelado ou pós-
autorrelato da vacina foi avaliado com a pergunta: graduação do que entre pessoas com menor nível
“Você recebeu uma vacina COVID-19?” com educacional. Para indivíduos hispânicos, a disposição inicial
respostas de “Sim, uma dose”, “Sim, duas doses” da vacina foi semelhante à de indivíduos brancos não
e “Não”. A hesitação da vacina foi avaliada com hispânicos 71% vs 69% mas no seguimento - menos
respostas de “muito improvável”, “improvável” ou indivíduos hispânicos do que indivíduos brancos não
“insegura” categorizadas como hesitante e hispânicos foram vacinados (31% vs 51% Como nem todos
“provável” ou “muito provável” categorizadas como os participantes eram elegíveis para vacinas no
dispostas. Variáveis sociodemográficas, incluindo acompanhamento, realizamos uma análise de sensibilidade
raça e etnia, foram autorreferidas e coletadas como restrita aos participantes que relataram a elegibilidade da
parte do estudo de coorte. vacina e descobrimos que, entre pessoas hesitantes em
vacinar no início do estudo, no seguimento 51% relataram ter
recebido 1 ou mais dose de vacina, 22% relataram ter
probabilidade de serem vacinados e 27% permaneceram
improváveis de serem vacinados.

Bell et al. O estudo teve como objetivo identificar e obter Foi usado uma abordagem de métodos mistos - Fatores do local de trabalho contribuíram para o acesso e
(2021) informações sobre os fatores que influenciam a envolvendo uma pesquisa transversal on-line e aceitação da vacinação. Os ACS eram mais propensos a não
n:1917. vacinação contra COVID-19 entre os Profissionais de entrevistas semiestruturadas para obter receber a vacinação COVID-19 do que os profissionais de
saúde (PS) e Assistentes Sociais (ACS) no Reino informações sobre crenças, atitudes e saúde (OR: 1,453, IC 95%: 1,244 – 1,696). Os ACS relataram
Unido, com foco na compreensão das variações nas comportamentos de vacinação contra COVID-19 especificamente incertezas sobre como acessar a vacinação
crenças, atitudes e comportamentos de vacinação por entre PS e ACS no Reino Unido por variáveis COVID-19. Os participantes que indicaram maior
fatores sociodemográficos, incluindo etnia. sociodemográficas e de emprego; 1.917 pessoas concordância com a afirmação 'Eu recomendaria minha
foram entrevistadas – 1.658 PS e 261 assistentes organização como um local para trabalhar' eram mais
ACS. Vinte participantes foram entrevistados. propensos a receber a vacinação COVID-19 (OR: 1,28, IC
95%: 1,06 – 1,56). Aqueles que concordaram mais fortemente
com a afirmação ' Sinto/me senti sob pressão do meu
empregador para tomar uma vacina COVID-19' eram mais
propensos a ter recusado a vacinação (OR: 1,75, IC 95%:
1,27-2,41). Os entrevistados que sofreram pressão do
empregador para serem vacinados sentiram que isso
exacerbou suas preocupações com a vacina e aumentou a
desconfiança. Em comparação com os participantes brancos
britânicos e brancos irlandeses, os participantes negros
africanos e negros mistos africanos eram mais propensos a
não serem oferecidos (OR: 2,011, IC 95%: 1,026 – 3,943) e
mais propensos a terem recusado a vacinação COVID-19
(OR: 5,55, IC 95%: 2,29 - 13,43). As razões para o declínio da
vacinação entre os participantes da África Negra incluíram
desconfiança na vacinação contra COVID-19, profissionais de
saúde e formuladores de políticas.

Chan; Wong; Avaliar a hesitação vacinal da população adulta em Pesquisa online de base populacional (n = 1654) Os dados foram analisados e aproximadamente 42.2% foram
Wong Hong Kong. foi realizada entre 22 e 30 de junho de 2021, um vacinados com a primeira dose da vacina COVID-19 e 27,6%
(2021) mês depois que o governo de Hong Kong anunciou não planejavam tomar a vacina e na hesitação houve uma
n:1654. “Diga não à hesitação vacinal” em seu site. Todos taxa de 30,3%. Revela-se que os fatores sociodemograficos,
os adultos com 18 anos ou mais foram elegíveis identificação de partidos e estado de saúde não tiveram
para participar. A pesquisa incluiu detalhes efeitos nos graus de hesitação na vacina. O conhecimento da
sociodemográficos, suscetibilidade percebida à vacina, percebida a eficácia e a segurança da vacina e
infecção e eficácia e riscos percebidos da vacina. também os riscos da vacinação eram relatos positivos da
Uma série de análises de covariância foi realizada hesitação vacinal.
para inspecionar as diferenças entre os grupos e
análises de regressão múltipla foram feitas para
examinar os fatores associados à hesitação da
vacina COVID-19.
Edwards et al. Examinar as atitudes demográficas, latitudinais, Pesquisa on-line longitudinal representativa de No geral, 59% definitivamente receberiam a vacina, 29%
(2021) políticas e sociais e o comportamento de saúde do mais de 3.000 adultos da Austrália onde tinham baixos níveis de hesitação, 7% tinham altos níveis de
n:3000 COVID-19 correlacionados à hesitação e resistência à correlaciona-se hesitação e resistência da vacina hesitação e 6% eram resistentes. Mulheres, aqueles que
vacina contra o COVID-19 da população adulta do COVID-19 e as atitudes demográficas, vivem em áreas desfavorecidas, aqueles que relataram que
Australiana. latitudinais, políticas e sociais e o comportamento os riscos de COVID-19, aqueles que tinham visões mais
de saúde do COVID-19. populistas e níveis mais altos de religiosidade eram mais
propensos a serem hesitantes ou resistentes, enquanto
aqueles que tinham níveis mais altos de renda familiar,
aqueles que tinham níveis mais altos de distanciamento
social, que baixaram o aplicativo COVID-Safe, que tinham
mais confiança no governo de seu estado ou território ou
confiança em seus hospitais, ou apoiavam mais a migração,
tinham maior probabilidade de se vacinar.
Abedin et al. Analisar a disposição de vacinação por diferenças Esta análise transversal de uma pesquisa Foi realizado uma pesquisa com diferenças
(2021) sociodemográficas, clínicas e regionais em adultos de domiciliar com 3.646 adultos com 18 anos ou mais sociodemográficas e regionais na aceitação da vacina com
n:3646 Bangladesh. foi realizada em 8 distritos de Bangladesh, de 12 3646 correspondentes, 2.718 dos entrevistados relataram sua
de dezembro de 2020 a 7 de janeiro de 2021. A disposição de vacinar contra o COVID-19 quando uma vacina
regressão multinomial examinou o impacto de segura e eficaz estiver disponível sem nenhum custo. Cerca
fatores sociodemográficos, clínicos e fatores de 617 dos entrevistados não tiveram certeza de sua decisão
relacionados à saúde sobre a hesitação e de vacinar na entrevista. Os 311 restantes não demonstraram
relutância da vacinação para COVID-19.19. vontade de tomar uma vacina para o COVID-19.A maioria dos
entrevistados eram do sexo masculino com idade média de
37,4 anos.

Rosen et al. Descrever e analisar a vacinação até o final de março Estudo longitudinal da evolução do programa Dentro de 2,5 semanas do lançamento da vacina, a partir do
(2021) de 2021; identificar barreiras comportamentais e nacional de vacinação até ao final do primeiro dia 27 de dezembro e 7 de janeiro mais de 100.000
n:100 outras que provavelmente afetem o desejo ou trimestre de 2021. Ministério da Saúde de Israel é israelenses receberam uma primeira dose da vacina Pfizer.
capacidade em ser vacinados; descrever os esforços responsável pela governança do sistema de Após 4 semanas, a partir de janeiro de 2021, segunda
realizados em Israel para superar as barreiras de saúde, supervisionando o desempenho de quinzena de janeiro, quando Israel começou a administrar as
vacinação hospitais, planos de saúde e profissionais de saúde segundas doses, o número total de doses diárias aumentou
com acesso universal aos serviços de saúde. Os para mais de 200.000. No entanto, em fevereiro, o número de
planos de saúde são financiados pelo governo e doses diárias caiu para menos de 150.000. E então após 6
são obrigados a fornecer atendimento hospitalar, semanas, as 200.000 doses por dia continuou, tanto em
atendimento comunitário e vários serviços termos de disponibilidade de vacinas como de pessoal; o fator
preventivos. Os planos de saúde possuem limitante era a demanda e a aceitação, e não a oferta. E até o
sistemas sofisticados de registros eletrônicos de final de março, 44.000 beduínos (de todas as idades) haviam
saúde que integram informações entre os recebido a primeira dose da vacina. A aceitação entre os
provedores e sistemas bem desenvolvidos para judeus ultraortodoxos e entre os árabes israelenses foi mais
comunicação e compartilhamento de informações lenta do que entre a população em geral, para todas as faixas
com seus membros. Ao final de 2020, a população etárias. No entanto, até 31 de março, 74% dos judeus
total de Israel era de 9,3 milhões. Isso incluiu 1,2 ultraortodoxos com mais de 20 anos foram vacinados, assim
milhão de judeus ultraortodoxos (13% do total) e como 75% dos árabes israelenses nessa faixa etária. Além
1,9 milhão de árabes (21% do total), de modo que disso, entre as pessoas com 60 anos ou mais, 91% dos
os 6,2 milhões de judeus que não são judeus ultraortodoxos e 89% dos árabes israelenses foram
ultraortodoxos (também chamados de “população vacinados até 31 de março.
geral”) representava 66% da população total. A A proporção de recusa de vacinação alcançou 27% dos
população árabe de Israel soma aproximadamente
jovens adultos não vacinados (25% dos judeus
270.000 e a população beduína 90.000.
ultraortodoxos e árabes israelenses com mais de 20
anos).

FONTE: Elaborado pelos autores.


DISCUSSÃO
A cobertura vacinal entre os estudos elegíveis até março de 2021 entre
42,2 a 61,1% até março de 2021. Já a proporção de hesitação vacinal variou
entre 29 a 32% e a recusa vacinal entre 6 a 27% (ABEDIN et al., 2021; BELL et
al., 2021; CHAN; WONG; WONG, 2021; SIEGLER et al., 2021; EDWARDS et
al., 2021; ROSEN et al., 2021).
Quanto as variáveis sociodemográficas destacaram uma maior aceitação
vacinal entre as mulheres de acordo com os autores Edwards et al. (2021) e
Siegler et al. (2021), contudo, no estudo de Abedin et al. (2021) os homens
apresentaram uma maior aceitabilidade. Devido a desigualdade de gênero ainda
existente, as mulheres em relação a renda, em todas as regiões estiveram mais
propensas do que homens a hesitação vacinal, devido terem o salário mais baixo
e de terem que sair dos seus empregos na pandemia para cuidar de outras
pessoas (familiares, filhos), e fazerem as atividades domésticas, enquanto os
homens trabalhavam.
Diversos fatores estão associados à hesitação vacinal durante a
pandemia da Covid-19 conforme evidenciado nos resultados dessa pesquisa.
Em primeiro momento, no que se refere à análise do público do sexo feminino e
masculino, observou-se que as mulheres hesitaram mais que os homens em
aceitar a vacinação (EDWARDS et al., 2021). Os estudos de Abedin et al. (2021)
e Siegler et al. (2021) têm predominância maior de um público ou outro, o que
dificultam essa análise. Por outro lado, as mulheres revelam preocupações
relacionados a segurança das vacinas com efeitos adversos na fertilidade, o que
pode diminuir sua adesão (ROSEN et al., 2021).
Quando se observa o sexo masculino, o conceito da masculinidade
padrão, dentro do contexto de família patriarcal. O próprio mercado de trabalho
e o empregador podem agir no combate a isso, orientando, possibilitando e
incentivando a vacinação dos trabalhadores no próprio local de trabalho, como
mostra o estudo de (BELL et al., 2021).
Observou-se que há uma interferência significativa na adesão da
vacinação relacionado a religiosidade dos indivíduos e os discursos de entidades
religiosas (EDWARDS et al., 2021; ROSEN et al., 2021).
A escolaridade de bacharelado ou pós-graduação, acesso a informações
de qualidade também pode interferir na hesitação vacinal, conforme evidência
os estudos de Siegler et al. (2021) e Chan; Wong; Wongl (2021). O acesso a
educação de qualidade favorece o raciocínio crítico dos indivíduos e interfere
diretamente sobre na tomada de decisão, além de criar a cultura da busca de
informações de confiança. A baixa escolaridade priva o indivíduo do acesso as
melhores evidências atuais e pode dificultar a compreensão de termos técnicos
e complexos frequentemente disseminados pela mídia e pode favorecer a
proliferação de “fake news” (EDWARDS et al., 2021; ROSEN et al., 2021).
Considerando as limitações do estudo, as pesquisas selecionadas
adequadas aos critérios de inclusão consideraram a pandemia de forma global,
dentre os países estavam Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Israel, Índia
e China, tendo cada um suas peculiaridades de questões socioculturais e
incentivos governamentais. Além disso, os estudos observacionais não
controlam a classificação do grupo de estudo, sem divisão aleatória, também
não pode estabelecer relação de causa e efeito sobre a população geral.

CONCLUSÃO
A vacinação contra o Covid-19 foi um instrumento imprescindível de
combate a ampla transmissão da doença, e que a vacinação é uma das formas
mais econômica, eficaz de evitar o contágio e as consequências graves do
COVID-19.
Esse estudo nos levou a compreender os motivos pelos quais as pessoas
hesitaram em fazer o uso das vacinas do COVID-19, dentre eles o índice de
maior rejeição perante as vacinas está relacionado a fatores socioculturais,
políticos e desigualdade social, como mulheres com idade aproximada de 50
anos ou mais, como também algumas características como religião, grupo de
baixa escolaridade, entre outras. Isso ocorre devido à falta de informações e as
consequências da pandemia e sobre a eficácia dos imunizantesem fontes
oficiais.

AGRADECIMENTOS
À Deus pela oportunidade de estarmos concluindo nossa formação
acadêmica. Também a instituição Dom Bosco e corpo docente dos nossos
Mestres Professores que nos conduziram até esse momento, em especial nossa
orientadora Profa Dra. Patrícia Martinelli. Nossa família que são nosso alicerce
incentivando em todos os momentos, sejam de descontração e nas horas mais
difíceis, nos ouvindo, orientando e sempre nos ajudando.

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

ABEDIN, M. et al. Willingness to vaccinate against COVID-19 among


Bangladeshi adults: Understanding the strategies to optimize vaccination
coverage, PLoS One, v.16, n. 4, p.1 -17, 2021.

BELL, S. et al. COVID-19 vaccination beliefs, attitudes, and behaviours among


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