(Imagem que mostra um bonde caído na revolta da vacina)
A revolta da Vacina foi uma revolta de caráter popular que aconteceu no Rio de Janeiro,em 1904.Houve grande destruição material,e foi palco da maior revolta urbana que já tinha sido vista na cidade. A Revolta da Vacina deixou um saldo de 945 prisões,110 feridos e 30 mortos. Sua motivação foi a insatisfação da população com a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola implantada na cidade por meio de Oswaldo Cruz,Diretor de Saúde Pública da época.
No começo do século XX, a cidade do
Rio de Janeiro, além de capital, era a maior cidade do Brasil, com uma população em torno de 800 mil habitantes. O crescimento urbano carioca aconteceu de maneira descontrolada no final do século XIX,a grande quantidade de pessoas na cidade reforçou a habitação nas suas regiões centrais.A partir da segunda metade do século XIX, doenças como tuberculose,peste bubônica,febre amarela,cólera, varíola, entre outras, espalhavam-se frequentemente pela cidade, causando a morte de milhares de pessoas.
Decidido a reurbanizar e sanear a
cidade,Rodrigues Alves, presidente da época, iniciou a construção de grandes obras públicas,o alargamento de ruas,avenidas e o combate às doenças. Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene. Num tempo onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral". Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A Revolta da Vacina". Parte 2;
119 anos e a população tem as
mesmas dúvidas
Luta contra uma grave epidemia, guerra
entre informações verdadeiras e falsas, negacionismo e uma população desconfiada de uma simples picada no braço. O ano parece ser 2020, mas estamos falando de 1904, data em que ocorreu a Revolta da Vacina.
A revolta da vacina e a pandemia da
covid-19 tiveram tanto semelhanças quanto diferenças,uma diferença entre 2020 e 1904 está no grupo que apoia a vacina e os que são antivacina.Naquela época,eles tinham um presidente que era pró-vacina e intelectuais que desacreditaram no imunizante ,já na pandemia de 2020 foi ao contrário tínhamos um presidente que zombava da ciências,que encorajava as pessoas a não tomar a vacina,além disso tivemos a propagação de várias fake news.
À época, a população acreditava que a
vacina era uma forma de controle do governo e que o propósito do imunizante era matar as camadas mais pobres da sociedade.Hoje, as redes sociais recebem todos os tipos de falsas alegações sobre as vacinas contra a Covid-19. Há mentiras de todos os tipos: de que fórmula na vacina contém microchips para serem inseridos nas pessoas, ou que o imunizante poderá alterar o código genético nas células, ou até que a vacina contra a Covid-19 poderá fazer a população adoecer ou desenvolver outras doenças. O motim de 1904 deixou lições importantes, como o envolvimento da população nas ações de saúde pública e a eficácia das vacinas na longevidade humana. Uma revolta como aquela não deve acontecer novamente. O que a gente precisa ter hoje é uma revolta pela vacina e não contra ela.Tanto que dados apontam que mais de 85% da população brasileira,já tomou a 1º dose da vacina da covid-19 e 80% já tomou a 2º dose e a dose de reforço.