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e Comunitária
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação................................................................................................................................... 4
Introdução...................................................................................................................................... 7
Unidade úNICA
Educação em Saúde Pública e Comunitária................................................................................... 9
capítulo 1
Razões para ensinar............................................................................................................. 9
Capítulo 2
O que ensinar..................................................................................................................... 16
CAPÍTULO 3
Como ensinar.................................................................................................................... 26
Referências..................................................................................................................................... 44
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
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organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
A área de Saúde Público está invariavelmente atrelada ao ensino. Não há como trabalharmos
questões relevantes à comunidade, sem que a educação esteja presente.
Vamos ao trabalho!
Objetivos
»» Compreender o porquê do profissional de saúde ser também educador, o que deve
ser ensinado e como os conhecimentos devem ser transmitidos.
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Educação em
Saúde Pública e Unidade úNICA
Comunitária
capítulo 1
Razões para ensinar
Ensina-me
Me deixe ensinar.
Bertold Brecht, in ‘Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas’ . Tradução de Paulo
Quintela.
Para encontrarmos as razões para ensinarmos, talvez um bom raciocínio seja nos perguntarmos por
que devemos aprender.
De uma forma intuitiva, podemos rapidamente responder que, se não tivéssemos a capacidade de
aprendizagem, jamais teríamos passado para as fases seguintes da vida, construindo e carregando
experiências, valores e conhecimento, talvez nosso maior patrimônio. Conhecer, no entanto, não é o
mesmo que memorizar ou decorar, tampouco significa um processo passivo de absorção do que está
sendo ensinado, como se fosse uma esponja.
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
Aprender é muito mais. Uma das definições do dicionário Michaelis para aprendizado é:
Percebam que estamos falando de um processo que implica mudanças, que são permanentes,
comportamentais e que não são simplesmente copiadas de algum lugar, mas fruto de treinamento
ou experiência prévia. Neste momento, alguém poderia reclamar da palavra “permanente”, pois dá
a ideia de ser imutável. Não é bem assim. A mudança, ao ser dita como permanente, significa que,
após uma experiência, ninguém fica impassível ao que foi experimentado, seja de forma positiva
ou não. Assim, a mudança se dá. Rever opiniões e valores não significa que a mudança não existiu.
Para exemplificar, vamos dar um exemplo. Imaginem que vocês estão no meio de um jardim
maravilhoso, com muitas árvores e flores. De forma súbita, um grande vento passa no local,
espalhando as folhas e tudo que está na sua frente. Uma mudança ocorreu. Este momento não pode
voltar atrás. Vocês podem então resolver limpar o jardim e deixá-lo como estava anteriormente,
mas a mudança já ocorreu. A experiência já foi vivida e de forma permanente será parte de sua vida.
O mesmo se dá com o aprendizado. Quem aprendeu a ler e a escrever, em condições normais, jamais
deixará de ser alfabetizado. Pode até não querer ler mais nada, mas a mudança já se processou e de
forma permanente. Entenderam? É neste sentido, de experiência vivida e de transformações que o
aprendizado se, faz permanente.
Qual a primeira coisa que aprendemos? É difícil dizer, sobretudo porque não nos lembramos, mas é
fato que apenas com muito treino e perseverança conseguimos nos tornar eretos e caminharmos. Já
perceberam as dificuldades para uma criança aprender a dar os primeiros passos? O que aconteceria
se, na primeira queda, nós desistíssemos de caminhar?
Alguns programas de auditório voltados para que as pessoas demonstrem suas habilidades artísticas
têm revelado as que, em princípio, parecem estar no local errado. Infelizmente, o julgamento da
aparência desses candidatos tem sido muito forte. Mas conhecemos o caso em que o mundo se
rendeu maravilhado à voz de uma mulher que não apresentava o conceito clássico de beleza física,
se mostrava simples e foi motivo de riso, até começar a cantar. Estamos falando de Susan Boyle e
como este, muitos outros exemplos podem ser encontrados.
Por que será que as pessoas tinham esse pré-julgamento? De que forma ele pode
interferir na aprendizagem? Será que não agimos assim, com frequência? De que
forma o pré-julgamento pode dificultar o trabalho da saúde pública?
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Educação em Saúde Pública e Comunitária │ UNIDADE ÚNICA
Geralmente quando vamos a um circo ou a algum espetáculo de magia, nos encantamos a tal ponto
de acreditarmos na mágica, assim como aplaudimos mesmo quando a cena dá errada. Por quê?
Pelo esforço de algo extraordinário que está sendo tentado. Mas quantas coisas extraordinárias são
feitas todos os dias que não valorizamos? Em uma comunidade, não é extraordinário que pessoas
se dediquem aos trabalhos voluntários para ajudar a coletividade? E o esforço de ser alfabetizado
depois de idoso?
Encontramos com frequência exemplos de esforço associado com a habilidade, com exaustivos
treinamentos, que devem ser admirados, vindos de situações que encontramos ao nosso redor, com
fantásticas histórias de superação.
Temos ainda situações de aprendizado que buscam se aproximar da realidade de tal forma, a
simular atendimentos em saúde, sobretudo em emergência, como nos cursos de Suporte de Vida,
que utiliza manequins, dramatização e equipamentos reais. Todos profissionais de saúde devem
realizar treinamentos e simulações com frequência.
Há, portanto, muitas razões para aprendermos algo novo e ninguém sabe o suficiente a ponto de não
ter nada mais que aprender.
Não há como aprendermos se não houver alguém disposto a ensinar, como também se não houver
condições necessárias para tanto.
Para que o processo de ensino-aprendizagem possa ocorrer, algumas condições devem estar
presentes.
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UNIDADE ÚNICA │ Educação em Saúde Pública e Comunitária
Em 1904, o Brasil viveu uma situação muito interessante e que pode retratar bem a questão do
convencimento da população. Naquele ano, o governo brasileiro acertadamente determinou que
a vacinação contra a varíola seria obrigatória. Àquela época, as condições sanitárias eram muito
precárias, inclusive em grandes cidades, como o Rio de Janeiro. As epidemias eram comuns, como
a Febre Amarela, a Varíola, entre outras. O Presidente da República era Rodrigues Alves, que veio a
falecer antes de assumir o segundo mandato, vítima da chamada “Gripe Espanhola”.
A ideia da imunização compulsória foi do então chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública,
o sanitarista Oswaldo Cruz.
Um sistema de comunicação, além do emissor e do receptor, deve ter uma fonte de informação e um
canal de transmissão. A informação necessita ter as seguintes características.
»» Clara. Não pode dar margens à dúvidas, que, se existentes, devem ser sanadas.
»» Confiável. É fundamental que o que está sendo ensinado seja de fonte segura e,
portanto, a informação esteja correta.
»» Coerente. Deve seguir uma linha que “faça sentido” com o contexto e com as ações
que estão sendo ensinadas.
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Educação em Saúde Pública e Comunitária │ UNIDADE ÚNICA
»» Oportuna. Deve existir uma razão clara sobre o porquê do tema estar sendo
ensinado. Em que contexto está inserido?
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UNIDADE ÚNICA │ Educação em Saúde Pública e Comunitária
RUÍDO
Feedback Resposta
Fonte: KOTTLER, 2000, p. 571.
Por que ensinar na área de Saúde Pública? Por que os profissionais de saúde devem atuar como
tutores, professores ou monitores?
»» A área de Prevenção, na Saúde Pública, é essencial em uma série de ações, que vão
das medidas sanitárias mais elementares à imunização, à preparação e resposta em
desastres, entre outras.
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
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Capítulo 2
O que ensinar
Aprender
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Educação em Saúde Pública e Comunitária │ UNIDADE ÚNICA
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que o ame
Não significa que esse alguém não o ame com tudo que pode,
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
Aprende que tempo é algo que não pode voltar para trás,
E que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
O que ensinar em Saúde Pública? Esta poderia ser uma pergunta que poderia parecer óbvia, mas
não é. São muitos temas e assuntos e há necessidade de estabelecermos algumas prioridades, mas
ao mesmo tempo, deixar espaço para temas que sejam necessários, dadas as características de cada
comunidade.
Vamos dar um exemplo. Imaginem uma comunidade que esteja bem próxima de uma área de
grande risco pela presença de tanques de combustível ou indústrias. Na verdade, não deveria nem
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UNIDADE ÚNICA │ Educação em Saúde Pública e Comunitária
ter pessoas morando ali, mas, na prática, existe uma grande comunidade. É fundamental que essas
pessoas saibam o que fazer diante de emergências, de vazamentos de combustível, bem como na
prevenção de acidentes.
Da mesma forma, o mundo inteiro está acompanhando, com perplexidade, o vazamento radioativo,
no norte do Japão, decorrente de forte terremoto, seguido de Tsunami, em 11 de março de 2011, nas
usinas nucleares de Fukushima.
Várias lições serão tiradas desse triste episódio, mas uma delas é fácil de ser observada: o quanto a
preparação é importante. Em 2004, um terremoto da mesma magnitude provocou tsunami no Oceano
Índico e atingiu diversas regiões costeiras de diferentes países. Mais de 200. 000 pessoas perderam
suas vidas, sobretudo pela falta de sistemas de alerta, de alarme e despreparo da população que não
sabia o que fazer. No Japão, em 2011, o número de mortos em 29/3 era de 11. 000, com cerca de 16. 000
desaparecidos. É uma tragédia sem precedentes naquele país, mas com um número de fatalidades dez
vezes menor que o de 2004, e o grande responsável por essa diferença está no preparo da população
japonesa para desastres naturais. Com relação aos que residem próximos às usinas nucleares, todos
recebem treinamento de evacuação da região e os japoneses aprendem desde cedo, como agir em
terremotos. Isso faz uma grande diferença. Ainda que, em desastres com magnitude muito elevada, seja
impossível evitar mortes, certamente muitas vidas foram poupadas.
E o que dizer das tragédias relacionadas aos desmoronamentos decorrentes das chuvas e enchentes
que assistimos todos os anos no verão, em nosso país? Como vocês, profissionais de Saúde Pública,
atuariam de forma preventiva na região? Quem se lembra da tragédia de Itajaí, em 2008? E o que
dizer das enchentes no Rio de Janeiro, em 2011? E o furacão Catarina, no sul do Brasil, em 2004?
Nos programas de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde estão presentes as doenças mais
prevalentes na população e que precisam ser prevenidas.
»» Doenças cardiovasculares
»» Trauma
»» Diabetes
»» Combate ao tabagismo
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
» Incentivo à amamentação
» Incentivo ao pré-natal
» Orientação a gestantes
Só aqui temos trabalho para muito tempo, não? Quantos temas importantes...
Como está a dengue em sua região? De que forma a comunidade está sendo
mobilizada para ajudar nos esforços de controle da doença? Como o profissional
de saúde pública, no papel de educador, pode contribuir nesse processo?
Este é um exemplo em que é fundamental a ação dos profissionais de saúde, mas com o apoio da
comunidade. Se não houver sensibilização e convencimento, é uma causa perdida. Lembram-se do
que falamos sobre a Revolta da Vacina?
Todo profissional de saúde, é por natureza, um educador e deve ser um bom comunicador!
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
É importante que fique claro que o profissional de saúde só pode prestar informações se estiver
seguro e atualizado quanto ao que vai ser dito.
Começamos a lista dos temas importantes, nos referindo às doenças cardiovasculares, principais
causas de mortalidade em nosso país.
Mas o que deve ser abordado? O que pode ser prevenido? Sabemos que o principal fator de risco
modificável no acidente vascular cerebral é o tabagismo. Uma das primeiras ações, portanto, deve
ser o combate ao tabagismo. Como fazermos isto, discutiremos no capítulo seguinte.
O que mais pode ser abordado? O incentivo à alimentação saudável (visando à diminuição do
colesterol, à prevenção da diabetes, da síndrome metabólica, bem como da obesidade), à prática
desportiva, ao stress descabido (ele é fundamental para que vivamos, já que é uma reação normal
do organismo e necessária à tomada de decisões, mas não o chamado distress, que é o stress que nos
faz mal). Para combate ao stress, que está muitas vezes associado à má alimentação, à ansiedade,
a distúrbios do sono, ao tabagismo, à hipertensão arterial, há muitas medidas que podem ser
propostas.
Falamos também do trauma, principal causa de mortalidade entre os jovens. Prevenir o trauma é
apenas pedir para as pessoas que, ao beberem, não dirijam? Certamente que não. O alcoolismo é uma
doença que traz inúmeros problemas, desde a dependência do álcool, que já é grave, até o quadro
demencial, além de doenças hepáticas graves e importante desagregação social e psíquica. É também
um dos principais fatores de risco para acidentes domésticos, quedas, acidentes automobilísticos,
incluindo atropelamentos, como também violência.
Por que será que em locais onde a criminalidade está aumentando, uma das
medidas a serem tomadas, na região, é coibir o consumo de bebida alcoólica
após determinada hora? É comum assistirmos, em reportagens jornalísticas,
jovens em frente às faculdades, ingerindo bebidas alcoólicas na rua, ao invés
de estarem em sala de aula. De que forma, você avalia que essa é uma condição
de saúde pública? As faculdades devem ter alguma responsabilidade nessa
questão? Como abordar esses jovens, com vistas a reduzir o consumo de bebidas
e evitar acidentes?
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
Uma forma interessante de discutir esses temas, é a partir da exibição de filmes, seguido de debate.
Nesse caso, vocês devem escolher o filme conforme a sua audiência, levando em consideração a
complexidade do enredo, o nível de escolaridade do público-alvo, a faixa etária, entre outros.
1. O filme “28 dias”, com a atriz Sandra Bullock, aborda diferentes questões no universo
de uma mulher que não tinha limites e era uma dependente química. O título deve-se ao
tempo de internação proposto para a personagem, em uma clínica de desintoxicação.
O filme é do ano 2000 e tem como diretora Betty Thomas.
2. “O destino de uma vida”, com a atriz Halle Berry, é um filme que trata das
consequências de uma mãe, dependente química, que perde a guarda de sua filha
por essa razão, e a luta dela para se curar e ao mesmo tempo ter sua filha de volta. O
filme é de 1995 e a direção é de Stephen Gyllenhaal.
Provavelmente vocês conhecem outros filmes que abordam esta temática e que podem ser utilizados.
Cuidado apenas com aqueles que usam estereótipos ou tratam de forma jocosa ou preconceituosa
essas questões.
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
O trauma também está associado ao uso de drogas, incluindo medicamentos adquiridos sem
prescrição médica. Vários são os relatos de caminhoneiros dirigindo sob efeito de drogas, em
especial, anfetaminas apelidadas de “rebite” ou “arrebite”, mas também, cocaína e álcool. Várias
reportagens têm mostrado essa questão que atinge não apenas caminhoneiros, mas muitos
motoristas, provocando acidentes graves.
Como abordar pessoas que trabalham em estradas, como caminhoneiros, para falar
sobre os riscos das drogas estimulantes? Vocês estão preparados para responder
possíveis perguntas? Vocês conhecem os problemas e os efeitos decorrentes das
principais substâncias que levam à dependência química?
O trauma também pode estar associado ao excesso de velocidade, à não utilização de capacete nos
casos das motos, à não observação da travessia de pedestres nas faixas de segurança, ao uso do
celular enquanto dirige, à desatenção às placas de sinalização, entre muitas outras causas.
Muitas pessoas, por exemplo, acreditam que devem utilizar cintos de segurança apenas para não
serem multadas. Grande erro. O cinto de segurança salva vidas! Deve ser usado por todos (sem
exceção) que estão no veículo. Crianças menores de 10 anos devem estar no banco traseiro (com
cinto) e as que ainda não tiverem tamanho suficiente para sentarem com o cinto, devem estar nas
“cadeirinhas”, devidamente colocadas. Quando uma criança pode ir sentada no colo do motorista
ou do acompanhante? NUNCA!
Se você fosse convidado a elaborar uma cartilha a ser distribuída aos motoristas,
com vistas à prevenção de trauma em adultos e crianças, o que você escreveria?
Liste, por tópicos, as ações de prevenção que devem ser tomadas. Cada tópico pode
ser um tema para uma palestra.
A Educação para o Trânsito é de grande importância e tem enorme relevância na saúde pública.
Vejam quanto conteúdo a ser explorado!
Quando nos referimos ao trauma, não estamos falando apenas de acidentes automobilísticos, mas
de qualquer situação súbita de agressão física ao organismo. Quedas, acidentes, ferimentos por
arma branca, de fogo... tudo é trauma.
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
Viram quantos temas a serem discutidos? Nem todos profissionais que querem atuar com saúde
pública percebem que a prevenção de acidentes, de trauma, de desastres, do alcoolismo, da
dependência química, é parte dessa área da Medicina. Saúde Pública é muito mais que agir em
Políticas Públicas ou promover ações sanitárias em determinada região.
Outro grande engano, que frequentemente ouvimos, é atrelar a saúde pública à pobreza. Embora
comunidades mais pobres sejam, com certeza, razão de ação de profissionais de saúde pública, todos
devem ser contemplados e motivo de preocupação. As epidemias não escolhem as pessoas com base
no poder aquisitivo, nem os acidentes, nem os desastres naturais, nem as doenças... Lembrem-se
disso!!
Palestras devem ser dadas em escolas públicas e privadas, sofisticadas ou não, sobre a prevenção da
gravidez na adolescência, o uso de drogas, o uso de preservativos nas relações sexuais, o combate ao
tabagismo, a promoção da alimentação saudável. Todos devem ser conscientizados e todas as ações
nesse sentido são de Saúde Pública.
Veja os temas que elencamos como importantes e faça uma lista (não precisa
entregar) de tópicos a serem abordados como conteúdos a serem ensinados. Você
verá quanto existe a ser ensinado. Mas ensine apenas nas áreas em que estiver
realmente capacitado e atualizado.
Muitas pessoas associam o câncer à morte, por desconhecerem que esta é uma doença que muitas
vezes pode ser prevenida e, com diagnóstico precoce, ser curada, embora existam tumores de difícil
prevenção e, por não apresentarem sintomas precoces, são diagnosticados tardiamente.
A maioria absoluta da incidência de câncer de pulmão recai sobre os tabagistas, de tal forma que o
combate ao tabagismo é também uma forma de prevenção do câncer de pulmão, como também de
boca, de língua, de bexiga. É fundamental, no entanto, que o tabagista queira abandonar o hábito
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
de fumar, caso contrário, os esforços serão inúteis. Este é um desafio duplo para o educador e o
profissional de saúde.
Por exigência legal, em todos “maços” de cigarro, há fotos de pessoas com as mais
diferentes doenças provocadas pelo cigarro e a informação: “O Ministério da Saúde
adverte: Fumar pode causar... ” e, então, é colocado o nome de uma dessas doenças
ou consequências. Vocês acreditam que essa medida tem sido eficaz? Como
educador, qual seria a melhor abordagem?
Poderíamos seguir em frente, mostrando quanto conteúdo está disponível e deve ser conhecido no
campo da Saúde Pública.
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
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CAPítulo 3
Como ensinar
Ensinar
é um exercício
de imortalidade.
De alguma forma
continuamos a viver
jamais...
Rubem Alves
Todos nós temos exemplos de professores bons e ruins. Eu me lembro até hoje de meus primeiros
professores, os que realmente eram comprometidos, mas também me lembro dos que se limitavam
a “passar” o conteúdo.
Vamos agora fazer um exercício de memória. Como eram e o que faziam os melhores professores
para que os víssemos dessa forma?
» Compartilhavam experiências.
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
Quer continuar a lista? Quanto mais escrever melhor, pois é no exemplo deles,
que devemos nos apoiar. Pense nos professores bons e escreva em uma folha de
papel, tudo que fazia você gostar das aulas deles (com foco na didática e postura
utilizadas). Pense agora nos ruins. Por que eles eram ruins? Cuidado para não
confundir o interesse (ou desinteresse) pela matéria, com professores ruins. Você
pode não gostar de Matemática, mas ter um bom professor. Da mesma forma,
você pode adorar anatomia e ter um professor ruim.
» Tema da aula.
» Objetivos da aula.
» Local da aula.
» Data e horário.
Técnicas de Apresentação
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
imagem
Por que a imagem é importante?
ou
Ambos são pratos com alimentos parecidos, mas acredito que a maioria iria preferir o da esquerda,
certo? Por quê? Principalmente porque parece mais apetitoso. O segundo lembra até “comida de
hospital”...
Quando você procura um médico, como espera encontrá-lo? Sujo, com roupas encardidas e barba por
fazer (caso dos homens) ou devidamente trajado, com roupas limpas e aspecto de que sabe cuidar de
si mesmo?
Nos ambulatórios de geriatria, percebemos, com frequência, idosos que vestem suas melhores roupas
para irem à consulta, porque consideram esse momento importante e solene. Da mesma forma se
arrumam para ir a uma missa ou a um outro evento que exija respeito. Por que o profissional que irá
atendê-los não se veste da mesma forma?
Ao dar uma palestra, você deve estar vestido conforme a ocasião pede. Se a maioria dos alunos se
veste de forma mais simples, você não precisa usar terno, mas tampouco vista-se de forma que não
pareça à vontade ou que demonstre desrespeito ou pouco caso. Em locais onde a plateia estará com
roupas mais sóbrias, o/a palestrante deverá estar vestido de acordo (saúde pública é para todos).
» Roupas limpas.
» Ausência de extravagâncias.
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Educação em Saúde Pública e Comunitária │ UNIDADE ÚNICA
»» Ausência de muitos objetos no bolso, para não atrair a atenção para eles.
»» O palestrante deve ser neutro, portanto, evite adereços ou roupas que possam
causar polêmica ou reações dos alunos. Tem tatuagem? Sem problemas, mas tente
escondê-la durante a aula (ela não deve atrair a atenção do aluno, lembra-se?). O
mesmo vale para piercings, homens com brincos, cortes de cabelos radicais e tudo
o mais que possa desviar a atenção da turma. Fora do ambiente escolar, a vida é
de vocês e utilizem o que acharem mais conveniente, mas acreditem, a imagem faz
diferença... Lembre-se de que você nunca terá uma segunda oportunidade de causar
uma primeira boa impressão.
Talvez vocês digam que o conteúdo é o mais importante. E é mesmo, mas para chegar até ele, a
imagem é fundamental para atrair a atenção e o interesse. Livro com aspecto de velho e mofado ou
livro novo? Fruta com casca e cheiro estranho ou fruta cheirosa e saborosa?
Vocês estão certíssimos quando se preocupam com o conteúdo e por isso, no início de nossas
explicações, nós começamos falando de conhecimento. Sem ele, o professor não pode chegar sequer
a lecionar. Isso nada mais é que conteúdo. São aliados, portanto, o conteúdo (conhecimento), a
imagem, a linguagem, o planejamento e as boas técnicas.
De qualquer forma, já aconteceu alguma vez com vocês de chegarem em um local e se sentirem
deslocados, ou porque estão muito arrumados e todos mais descontraídos ou ao contrário?
»» Não queira imitar os jovens. Para eles, a descontração pode ser adequada, mas você
não é um adolescente.
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UNIDADE ÚNICA │ Educação em Saúde Pública e Comunitária
»» Não utilize óculos escuros em ambiente fechado, o que não é considerado de bom
gosto e impede a comunicação visual com os alunos.
»» Não utilize chinelos. O seu uso não é adequado de uma forma geral, havendo poucas
exceções para essa regra, como aulas na areia de uma praia...
»» Tenha cuidado quando utilizar o microfone com fio, para que ele não caia de sua
mão, quando o fio é pisado.
»» Para palestras em locais mais formais, uma aula ou apresentação, o uso, pelos
homens, de um terno escuro, camisa branca e gravata em tom avermelhado é uma
excelente combinação e frequentemente utilizada. Para as mulheres, nesse caso, o
terninho é uma excelente opção.
»» O cuidado com a aparência diz respeito ainda à higiene pessoal, à postura adequada,
à não utilização de cigarros e bebidas alcóolicas, a cabelos aparados e bem cuidados
e sobretudo, a uma aparência profissional.
O poder da imagem é tão forte que, por ocasião das eleições para cargos eletivos, é comum, sobretudo
nos de maior visibilidade, encontrarmos candidatos contratando consultoria de imagem e mudando,
até mesmo de forma radical, o modo de se vestir, a maquiagem, o penteado.
Uma tática muito utilizada por advogados de defesa que atuam em tribunal de júri é pedir aos seus
clientes, réus no processo, que se apresentem de “barba feita” e o mais “arrumados” que puderem,
de tal forma a não causar má impressão aos jurados.
Não é por menos que as grandes empresas investem no visual de suas marcas e as propagandas
mostram pessoas bonitas, bem vestidas, felizes. Vende mais com certeza!
Por que as propagandas de cigarro foram proibidas? Porque mostravam pessoas bonitas e bem
sucedidas fumando, como se o cigarro fosse o responsável pela aparência e pelo sucesso delas.
Chaves, Lima e Vasconcelos (1993), ao estudarem este tema, escreveram o artigo: “A imagem: da
publicidade ao ensino” e assim resumiram:
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Educação em Saúde Pública e Comunitária │ UNIDADE ÚNICA
Ainda sobre aparência, veja o que diz a matéria de Karin Sato, da Infomoney, publicada no site
<www. administradores. com. br>:
A revelação consta de uma pesquisa realizada pela Harris Interactive com 500
profissionais da área de RH. Revelou-se também que, quando o assunto é a
primeira impressão, 90% afirmam que dão mais importância à aparência do
que à firmeza na hora de cumprimentar com as mãos.
Linguagem
É fundamental que a linguagem a ser adotada, siga alguns princípios, para evitarmos “ruídos” de
comunicação.
»» Deixe sempre explícito quais são os objetivos do que está sendo ensinado. O que
você pretende com a aula?
»» Use uma linguagem adequada à sua plateia. Você está falando para leigos ou
profissionais? Qual a escolaridade do grupo? Cuidado, no entanto, para não infantilizar
a turma e nem subestimar ou superestimar a capacidade de compreensão do grupo.
»» Fale de forma agradável, ou seja, em tom de voz que não seja monocórdico (aquela
voz sonolenta que não muda nunca), não grite, nem fale muito baixo; use uma
velocidade de voz que não seja muito lenta, mas também não seja acelerada.
»» Se você tem sotaque muito acentuado busque ajuda com um profissional de voz
para ajudá-lo. Embora, em todo o Brasil, falemos português, há locais onde, devido
ao regionalismo e o sotaque, por vezes não conseguimos nos entender.
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unidAdE úniCA │ EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA
» Aula bem-humorada é uma coisa. Fazer piadas o tempo todo, não. Você não está em
um show de comédias.
» Procure chamar as pessoas pelos nomes. Para isso, são utilizados os crachás, quando
as turmas são grandes.
» Pessoas mais velhas devem ser tratadas por senhor ou senhora. Não chame as
pessoas por “pai”, “mãe”, “vôzinho”, “meu bem”, “minha filha”, “meu filho” e outros
do gênero.
» Se necessário, use microfone. Se não for possível, escolha local com boa acústica ou
turmas menores.
» Cuide de sua voz. Evite bebidas alcoólicas em excesso, água gelada, café em excesso.
Dê descanso para suas cordas vocais. A água natural e a maçã são ótimas para a voz.
» Todos nós aprendemos sempre e não existe pergunta “idiota”. Se o aluno está
perguntando, é porque não ficou claro para ele. Cuidado com a arrogância e a
prepotência. Ser profissional de saúde e de educação é uma lição diária de humildade.
Conhecimento
Discutimos a forma e agora falamos do conteúdo. Uma casca belíssima, sem conteúdo ou um
embrulho de presente, sem nada dentro, é apenas enganação. O mesmo ocorre com quem irá
ensinar.
Mesmo que o tema seja familiar, é importante que você prepare sua aula (como veremos a seguir)
e que cada tópico seja devidamente estudado e atualizado, de tal forma a permitir que os alunos
recebam as melhores informações sobre o que está sendo ensinado.
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A atualização é algo que tem que ser feito regularmente e nas melhores fontes. Um profissional de
saúde não pode deixar de se atualizar, pois vidas estão em “jogo”. É fundamental que saibam pelo
menos o inglês instrumental, ou seja, ler artigos em inglês, já que essa é uma língua considerada
como universal, principalmente na área de Saúde.
Ao estudar e atualizar-se você terá condições (conteúdo) de transmitir esses conhecimentos para
outras pessoas, lembrando-se sempre que “ninguém sabe tudo”, portanto, caso não saiba uma
resposta, ao invés de tentar responder, diga que irá buscar as informações adequadas para poder
dar o devido retorno ao aluno e não deixe de fazê-lo.
Uma vez, estava entrevistando um candidato a um estágio e ele disse que não sabia nada de inglês.
Nem ler artigos. Mais adiante, na entrevista, fiz a seguinte pergunta:
Evidente, que ele não foi selecionado. Não vamos discutir a atitude do supervisor, pois não é
ele quem está sendo avaliado, mas a do estagiário. Em primeiro lugar, ele está lá para aprender,
portanto, o supervisor é quem dá as diretrizes, mas vejam a arrogância do aluno. Quando ele me
disse isso, perguntei:
»» E se os novos artigos tiverem sido publicados com novas condutas e você não tenha
lido, justamente porque não sabe ler em inglês, você não poderia estar errado ou
sua conduta ultrapassada?
O artigo poderia ter sido publicado em inglês, em francês, em alemão, em chinês... não importa! O
fato é que não sabemos tudo, então, temos que estar sempre atualizados e nunca acreditarmos que
a última palavra é a nossa.
Atualmente, sobretudo na área de Saúde, é fundamental para os profissionais, saber ler, pelo menos,
inglês e espanhol, além do português, dada à necessidade de atualização.
No Google e nas redes sociais (Facebook, Orkut), você encontrará diversas comunidades para ensino
desses idiomas. Se puder pagar, há muitos cursos de inglês e espanhol instrumental, voltados para
o uso do idioma nas atividades acadêmicas, mas não deixe de estudar. O site do CDC <www. cdc.
gov>, por exemplo, está disponível em inglês e espanhol e é uma excelente fonte para pesquisa e
atualização em saúde pública.
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O português utilizado pelo tutor deve ser correto. Não é admissível que um profissional de saúde, ao
lecionar, cometa erros básicos de concordância nominal, verbal e outros, gramaticais, como usar o
plural corretamente. Ninguém precisa usar um português erudito, mas a língua deve ser bem falada.
Técnicas de apresentação
Há diversos formatos de apresentação e, da mesma forma, diferentes técnicas podem ser utilizadas.
Tudo depende do objetivo do evento.
Palestra: Consiste na exposição de um tema específico, ministrada por alguém com treinamento
e experiência no tema. Difere da conferência por diversas razões. Não é tão solene, não requer um
público numeroso, tão pouco um evento de grande porte. Alguém da comunidade em que você
mora, que queira reunir as pessoas para falar, por exemplo, sobre o combate ao mosquito da dengue,
poderá fazer uma palestra. Basta um local onde estará a audiência e o palestrante, que utilizará os
recursos que julgar possíveis e necessários. O tempo não deve ser superior a 50 minutos. Se o tema
demanda um tempo maior, intervalos de cerca de 10 minutos devem ser programados a cada 50
minutos de exposição. As palestras permitem perguntas e respostas.
Aula: Ao comparar um professor dando uma aula com um palestrante, provavelmente você não
verá nenhuma diferença. Realmente ela é sutil. As aulas, no entanto, fazem parte de um curso,
com suas disciplinas e, portanto, possuem uma sequência de temas a serem abordados. Um tema
pode ser dado em duas ou três aulas e, geralmente, o professor conhece a turma e passa exercícios
de fixação. O palestrante, por sua vez, tem o tempo que foi a ele destinado para iniciar e concluir
o assunto. Não há exercícios, nem correção de atividades, não sendo também usual que conheça a
turma. As aulas também não devem ter tempo de duração superior a 50 minutos. A interação dos
alunos com o professor é de grande importância.
Colóquio: Geralmente é um trabalho escrito (texto) apresentado diante de uma turma. É muito
utilizado no meio acadêmico, na conclusão de disciplinas ou como apresentação de trabalhos de
grupo. Em espanhol, pode significar encontros semelhantes a simpósios.
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Workshop: Esta é uma palavra, de origem inglesa, que significa literalmente “grupos de trabalho”.
Nos workshops não são realizadas palestras ou conferências, mas a discussão de determinado tema,
por um ou mais grupos. É comum que um grande tema seja subdividido em outros menores, em
que cada um deles será discutido e depois apresentado a todos, com base na afinidade de interesse
ou conhecimento dos participantes. Tem, como objetivo, apresentar soluções ou propostas para um
determinado problema. Por exemplo. Um workshop sobre Assistência ao Idoso, em uma região. Este
tema maior pode ser subdividido nos seguintes: Assistência de Enfermagem, Assistência Médica,
Saúde Preventiva, Aspectos Legais, Aspectos Logísticos e Administrativos e muitos outros, conforme
o caso. Para cada um desses temas, um grupo de especialistas e interessados (depende de quem foi
convidado para o evento) irá se reunir e debater aquela questão específica. Levantar problemas e
propor soluções. Ao final do evento, cada grupo faz as suas proposições, que podem ser encaminhadas
para determinada esfera de decisão ou ser extraído um consenso. Nese caso, após a apresentação dos
resultados, a audiência é consultada e a decisão da maioria é um consenso.
Consenso: É a opinião da maioria dos que se expressaram. Portanto, se não são especialistas,
o consenso pode ser seriamente prejudicado e levado a conclusões desastrosas. Não significa
necessariamente, também, que possui inquestionável validade científica e nem que é baseado em
evidências clínicas. Os consensos médicos da Associação Médica Brasileira foram realizados a partir
da elaboração de documentos baseados em evidência, propostos por cada sociedade de especialistas
e versando sobre determinado tema. Esse tipo de consenso serve, na verdade, como uma diretriz a ser
seguida, que em inglês é conhecido como guideline e representa o “estado da arte” naquele assunto
e é, portanto, de alta relevância científica. Por outro lado, ao final de uma reunião da comunidade,
foi consenso (opinião da maioria) que os moradores irão colaborar nas campanhas de prevenção
da febre amarela, ou seja, aqui tem o sentido de compromisso e da aceitação pela maioria, de que o
tema é relevante e foi aceito, mas carece de validação científica, o que não significa que não seja uma
decisão válida e correta.
Mesa-Redonda: A mesa-redonda, que na verdade não precisa ter esse formato, é a reunião de
pessoas, geralmente especialistas de um determinado tema, para debaterem um assunto maior,
relacionado com suas áreas de especialização. Por exemplo, em uma mesa-redonda sobre Mortalidade
Infantil, podemos ter um pediatra, um gestor de saúde, um profissional de saúde pública e um obstetra.
Outros profissionais podem compor a Mesa, mas não é recomendável que tenha mais do que quatro
debatedores. Cada um tem cerca de 15 minutos para falar do tema maior (Mortalidade Infantil),
dentro de sua perspectiva de especialista. A presidência da Mesa fica a cargo de outro profissional,
que não faz apresentação, mas atua como moderador e encaminha as perguntas para os convidados,
podendo também perguntar, cabendo a ele, fazer o encerramento e apresentar as conclusões. Como
realizar uma mesa-redonda em uma comunidade? O tema é saúde pública? Por meio da Associação
dos Moradores, convide a população para um debate sobre o tema. À Mesa, estarão, por exemplo,
o presidente da Associação dos Moradores, o Secretário de Saúde do Município (dependendo da
necessidade e da magnitude do debate) ou o Chefe do Posto de Saúde da região, um profissional da
saúde da família ou um enfermeiro ou um sanitarista. Percebam que não existe uma lista fechada de
quem irá compor a Mesa. Tudo depende da necessidade e da realidade do local.
Quem gosta de esportes já assistiu, após os Jogos Olímpicos ou Copa do Mundo, em diferentes canais
de televisão, debates com diferentes profissionais que exprimem suas opiniões sobre a participação
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do Brasil, por exemplo. Essas reuniões são moderadas pelo apresentador. Isso nada mais é que uma
mesa-redonda.
Naturalmente que as imagens acima são apenas exemplos para ilustrar o que foi dito, mas há muitas
variações possíveis.
Aulas Interativas: Neste formato, os alunos são estimulados a participar, seja porque o professor
lança com frequência perguntas e problemas à turma, seja pela maior interação com os alunos. As
perguntas não devem ser inquisitivas e lançadas para um determinado aluno, o que seria muito
constrangedor, mas para a turma em geral. O cuidado aqui é não virar “bagunça”, com todos falando
ao mesmo tempo. Casos particulares também não devem ser tratados em sala. É muito comum,
em palestras na área de Saúde, que o aluno queira contar um caso médico ocorrido com ele, com
familiar ou amigo. Geralmente são casos longos. Seja cordial, se for a primeira vez, deixe-o terminar
e diga que embora haja muitos exemplos a serem contados ou muitos casos particulares, o tempo
é curto e que, infelizmente, não é possível analisar ou comentar cada situação ou algo semelhante.
É também comum que os alunos queiram realizar “consultas” em público ou falar mal de algum
profissional de saúde. Nesses casos, já interrompa o discurso e diga, educadamente, que ali não é o
local nem o momento adequado para tratar da questão e que ele deve procurar o Posto de Saúde ou,
se necessitar de alguma outra orientação, que converse com você após a palestra. Você deve avaliar
o que é mais recomendável. Seja sempre cordial, mas firme o suficiente para conseguir concluir o
conteúdo a ser transmitido.
Trabalhos em Grupo: Uma outra forma de trabalhar com a turma é por meio dos trabalhos
em grupo. Neste modelo, selecione de forma aleatória (evite deixar a formação de “panelinhas”)
cada grupo, que não deve ser muito grande (ideal de 4 a 5 pessoas), para que examinem uma
questão-problema e apresentem uma solução. Deixe que eles trabalhem em cada grupo, sem a sua
interferência. Após determinado tempo, eles apresentam a solução. Há diversas variações possíveis,
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mas basicamente a ideia é esta. O cuidado é não deixar todos falando alto ou que a sala vire uma
confusão. Para tanto, separe fisicamente os grupos, conforme as possibilidades do local, e peça a
todos que falem baixo. Se a solução apresentada não for boa, não faça críticas, sobretudo na frente
dos demais. Tente entender o raciocínio utilizado e explique porque a opção não foi a mais adequada.
Os trabalhos em grupo são geralmente bem recebidos e estimulam o raciocínio coletivo, sobretudo
se é tratado um problema real. Certifique-se de que todos estão participando.
Brainstorming: Este é um termo inglês que significa, literalmente, tempestade de ideias. Neste
método, o moderador, geralmente alguém não pertencente ao grupo, podendo ser você, pega um
quadro branco grande, ou uma cartolina, e divide em três colunas. Coloque lápis e canetas em cima
de uma mesa, com vários pedaços de papel do mesmo tamanho e cor. Peça, então, para que as
pessoas, por exemplo, escrevam nos papéis, um problema que elas identificam como prioritário na
área de Saúde da comunidade. Após escreverem, devem colar os papéis na primeira coluna. Após
todos terem colado, o moderador escreve na segunda coluna. Se o quadro for pequeno para três
colunas, vai tirando as ideias repetidas. Dessa forma, o moderador ler em voz alta, todos problemas
apresentados e em consenso com a turma, estabelecendo uma prioridade para cada um deles. A
turma pode, então, ser dividida em grupos, não havendo necessidade disso, se ela for pequena,
devendo apresentar sugestões para os problemas levantados. Ao final, cada grupo mostra as suas
conclusões e novamente, de forma consensual, são escritas na coluna restante. Essas sugestões
representam o consenso daquela comunidade para os problemas existentes e soluções que eles
enxergam como viáveis. Você, como moderador, não tem o papel de dizer se a solução é boa ou
não, mas a partir desse tipo de discussão, um documento pode ser elaborado e encaminhado para
a autoridade competente, se for o caso ou mesmo poderá ver as ideias executadas pela própria
comunidade. Pode haver também variações a partir desse tipo de encontro. Como utilizá-lo como
técnica de apresentação? Da mesma forma, mas, ao invés da turma listar problemas da comunidade,
poderá responder perguntas do tema a ser discutido e depois apresentar propostas de resolução.
Essas são as formas mais usuais e utilizadas e você irá discutir o melhor para sua turma.
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Planejamento
Uma vez que você já conhece os demais elementos necessários ao sucesso de uma apresentação,
vamos falar do planejamento.
Tudo o que não é planejado é improvisado (estamos falando de situações que ficarão à mercê do
acaso, da sorte) e a chance de fiascos é grande... A regra número um de qualquer apresentação é
estar preparado.
Vocês devem ter em mente que é necessário seguir um pequeno roteiro, como se fosse um check-list
de ações a serem desenvolvidas.
3. Objetivo (de uma forma geral o que se pretende com a apresentação. O que se espera
dos alunos?).
4. Objetivos específicos (de forma mais particular, que pontos e aspectos serão
discutidos e apresentados?).
9. Palestrante (se necessário enviar curriculum, para onde deve ser mandado.
Será apenas um conferencista, professor, tutor ou palestrante? Caso haja outros,
especificar).
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Dizem que o que é combinado não é caro. Portanto, verifique todos os aspectos relacionados à sua
apresentação. Se há honorários envolvidos, passagens, hospedagem ou qualquer outro tipo de
custos, deixe tudo acertado previamente, de preferência por escrito, com quem está promovendo ou
patrocinando o evento (seja ele em que formato for). Você é funcionário público? Será remunerado
pela palestra ou ela já é parte de suas obrigações em sua função? Haverá deslocamentos? Há diárias
envolvidas? Como será o traslado? Você terá que fazer um relatório? Há problemas ou limitações
legais com sua apresentação? Cuidado com os direitos autorais!!
Ao preparar sua aula, para chegar ao cálculo do tempo necessário, siga o seguinte exemplo.
4. Prevenção de desastres:
Vocês se lembram de que dissemos que as aulas não devem ultrapassar mais que 45 ou 50 minutos
sem intervalo?
Nesse caso, então, teríamos três tempos de aulas, com intervalos de cerca de 10 minutos. Assim,
poderia a programação ser planejada da seguinte forma.
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16h50min – Encerramento
Naturalmente que não serão divulgados, na programação, os tópicos com os tempos que você
destinou para cada um deles, pois esses são marcos seus, para ajudá-lo a dar sequência ao conteúdo
sem se “perder”. Esses tempos também não são rígidos no sentido de que você tenha que colocar
um relógio com alarme para tocar após 10 ou 15 minutos e você se lembrar de mudar de tópico. Se
houver necessidade de se deter um pouco mais em um tópico, você compensa no seguinte. Mas,
lembre-se, esse é um exemplo e foi você quem definiu os tópicos e o tempo necessário. Você pode
falar sobre desastres em meia hora ou em 40 horas ou até em um curso inteiro de mestrado. Tudo
depende dos objetivos definidos.
Faça o planejamento de uma aula, em um tema que você tenha conhecimento, para
poder praticar. Pense em todos os detalhes. Use-o como modelo, para suas próximas
apresentações.
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EduCAção Em SAúdE PúbliCA E ComunitáriA │ unidAdE úniCA
O planejamento foi apresentado por último, para que vocês pudessem ter uma noção do “todo” e do
que é necessário para se fazer um bom planejamento, mas, quando forem convidados para qualquer
tipo de apresentação, a primeira coisa a ser feita, é planejar.
Parem e pensem:
» Quando sou convidado a dar uma aula ou palestra, como me sinto? Quais
as minhas limitações?
Muitas pessoas têm medo ou não gostam de falar em público. Fazer um bom curso de oratória pode
ajudar, mas há algumas dicas que também podem ser úteis.
» Escolha o formato da apresentação que mais lhe agrada. Se você não gosta de
multidões, as conferências podem ser complicadas e, caso tenha necessidade de
atuar como conferencista, converse com um psicólogo sobre essa fobia e o quanto
ela atrapalha você.
» Pratique, na frente do espelho, ou melhor ainda, grave ou peça para alguém gravar
sua apresentação, de tal forma a permitir correções futuras.
» Quando estamos nervosos, com frequência não sabemos onde colocar as mãos,
que podem estar “suando frio”, a boca pode estar seca, falamos baixo ou mesmo
com vícios de linguagem. Pense nisso e estabeleça estratégias para lidar com essas
questões.
» Siga um ritual mental desde o momento em que está se arrumando até o início da
palestra. Nesse ritual, pense nos detalhes e no que pode ser uma dificuldade. Nesse
caso já pense na solução.
» A pior situação é ser pego desprevenido ou despreparado. O que você fará se a sua
apresentação não for compatível com o sistema de computador onde você dará a
palestra? O público é inferior ou superior ao que você pensava. E agora?
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Para (não) Finalizar
Educação em Saúde Pública e Comunitária apresenta a vocês uma poderosa ferramenta para o
aprimoramento dos processos de ensino, em especial, deste setor do qual são exigidos, cada vez
mais, padrões de excelência na prestação de serviço à sociedade.
Desejamos-lhe sucesso.
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Referências
ANTUNES, Mitsuko et al. Políticas públicas de educação-saúde. São Paulo: Alinea, 2009.
CHAVES, José Henrique; LIMA, Maria Izabel; VASCONCELOS, Maria Francisca. A imagem: da
publicidade ao ensino. Revista Portuguesa de Educação. ISSN 0871-9187. 6:3 (1993) 103-111.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
MALAGUTTI, William et al. Educação em saúde. São Paulo: Phorte Editora, 2010.
PIERANTONI, Celia Regina et al. Educação e saúde. São Paulo: Hucitec Editora, 2010.
PERES, Heloisa et al. Educação em saúde – Desafios para uma prática Inovadora. São Paulo:
Difusão Editora, 2010.
SATO, Karin. Procura um novo emprego? Cuide da aparência antes de mandar currículo.
Disponível em: <www.administradores.com.br>. Acesso em: 20 de março de 2011.
SILVA, Gilberto Tadeu Reis et al. Educação e Saúde. Editora Martinari, 2010.
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