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Estimulação do Recém-nascido

Brasília-DF.
Elaboração

Cristiane Faccio Gomes

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
CONCEITOS TEÓRICOS.......................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS.......................................................... 9

CAPÍTULO 2
PRÉ-NATAL, PARTO, PÓS-PARTO E CONDIÇÕES DE NASCIMENTO.............................................. 13

CAPÍTULO 3
GESTAÇÃO DE RISCO E BEBÊ DE RISCO.................................................................................. 17

UNIDADE II
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA..................................................................................................... 20

CAPÍTULO 1
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA............................................ 20

CAPÍTULO 2
SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA E SUCÇÃO NUTRITIVA........................................................................ 28

CAPÍTULO 3
TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO POR SONDA PARA VIA ORAL E MÉTODOS DE ALIMENTAÇÃO..... 32

UNIDADE III
ALEITAMENTO MATERNO....................................................................................................................... 38

CAPÍTULO 1
BENEFÍCIOS E TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO...................................................................... 38

CAPÍTULO 2
ANATOMOFISIOLOGIA DA LACTAÇÃO..................................................................................... 42

CAPÍTULO 3
ANATOMOFISIOLOGIA DA SUCÇÃO DO LACTENTE................................................................... 49

CAPÍTULO 4
COMO AMAMENTAR............................................................................................................... 57
CAPÍTULO 5
DIFICULDADES E INTERVENÇÃO NOS PROBLEMAS PRECOCES E TARDIOS DA MÃE.................... 61

CAPÍTULO 6
DIFICULDADES E INTERVENÇÃO NOS PROBLEMAS DO BEBÊ..................................................... 65

CAPÍTULO 7
MANEJO FONOAUDIOLÓGICO DA LACTAÇÃO....................................................................... 70

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 74

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 75
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

6
Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Esta apostila é parte integrante do curso de Especialização em Intervenção Fonoaudiológica
em lactentes/bebês, especialidade da Fonoaudiologia, a qual atua em Motricidade
Orofacial. Na modalidade à Distância, é uma iniciativa inovadora para o profissional da
área se atualizar e aprender a aprender com processo de formação contínuo e estudos
autodirigidos e possibilidades de buscar seu próprio conhecimento com autonomia,
ainda que com material atualizado e com referência disponíveis para aprofundamento
de conhecimentos. Além disso, possui propostas de casos clínicos para desenvolver o
raciocínio teórico e prático com embasamento científico e aplicação no cotidiano da
clínica fonoaudiológica e possibilidade de acesso aos docentes para esclarecimento de
dúvidas e enriquecimento de conhecimentos a partir de suas experiências.

Deste modo, o estudante terá todas as ferramentas disponíveis para se especializar,


aprofundar seus conhecimentos, possuir um material de consulta e aprender novos
conceitos na área de Motricidade Orofacial na área de neonatologia/pediatria.

Objetivos
»» Aprofundar conhecimentos teóricos sobre a atuação fonoaudiológica em
neonatologia e pediatria, voltados à Motricidade Orofacial, em lactentes
a termo, sem intercorrências, e lactentes prematuros, de risco.

»» Promover o raciocínio clínico, as possibilidades de aplicação prática entre


as diversas áreas da fonoaudiologia e a Motricidade Orofacial na área de
neonatologia e pediatria.

»» Refletir acerca da normalidade e alterações na gestação, no parto e no


pós-parto que possam causar dificuldades de alimentação, bem como
adquirir conhecimentos e competências para o atendimento dos bebês
no momento adequado, com técnicas adequadas a cada situação e cada
paciente, levando em considerações os cuidados, o funcionamento e a
estrutura de uma UTI neonatal, berçário e maternidade.

»» Analisar os casos reais e fictícios de normalidade e alterações de Motricidade


Orofacial em neonatologia e pediatria, ser capaz de reconhecer riscos,
realizar avaliação e terapia fonoaudiológica, encaminhar e reconhecer
possibilidades e limitações da intervenção.

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CONCEITOS TEÓRICOS UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Desenvolvimento das funções
estomatognáticas

O Sistema Estomatognático é essencial para que os seres humanos desenvolvam


as funções orais e se comuniquem de maneira adequada. Por meio da contração
dos músculos estriados ou esqueléticos, conseguimos nos locomover, falar,
nos alimentar e nos expressar. A partir disso, temos contato com o mundo e
as pessoas à nossa volta e dependemos das estruturas, da complexa relação
neuromuscular, postura do aparelho estomatognático e das funções adequadas
para o bom funcionamento do complexo sistema que será apresentado a seguir.

Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=jxa4W5IXxcA> sobre os


reflexos orais do recém-nascido logo após o parto e como o bebê procura a mama
materna por meio do olfato, reflexo de procura e sucção. Reflita sobre a importância
dos reflexos orais para a sobrevivência do bebê e para a produção e descida de leite
da mãe, bem como no impacto que o aleitamento materno terá no crescimento
das estruturas e desenvolvimento das funções do Sistema Estomatognático.

Sistema estomatognático
O termo Sistema Estomatognático – SE identifica o conjunto de estruturas orais que
desenvolvem funções com participação ativa da mandíbula. Ele abrange estruturas
orais estáticas e dinâmicas, ou seja, as partes duras e ativas que desempenham as
Funções Neurovegetativas – FNV (sucção, mastigação, deglutição, respiração), fonação
e expressão facial. Tais estruturas estão interligadas, de modo que se houver uma
desordem em alguma delas, todas apresentarão uma desorganização ou desequilíbrio
(BIANCHINI, 1994; TANIGUTE, 1998; CARVALHO, 2003).

9
UNIDADE I │ CONCEITOS TEÓRICOS

As estruturas estáticas do SE compreendem a mandíbula, hioide, coluna vertebral


cervical, maxilar superior e base do crânio e suas articulações, dentes e mucosa oral,
caracterizados como estruturas que não utilizam energia para realizar as funções
estomatognáticas. Já as estruturas dinâmicas necessitam de energia para desenvolver
suas funções e compreendem os nervos motores e sensitivos e os músculos estriados.
Tais estruturas desempenham suas funções a partir da integração do Sistema Nervoso
Central, especificamente da formação reticular do mesencéfalo, ponte e bulbo
(DOUGLAS, 2006).

Embora as funções do SE amadureçam e mudem com o desenvolvimento do


indivíduo, várias funções vitais já devem estar adequadas ao nascimento, tais como
sucção, deglutição, respiração e, também, a coordenação entre elas (AKRÉ, 1997;
GONZALÉZ, 2000).

Para que haja adequado crescimento e desenvolvimento craniofacial, há necessidade


tanto de estímulos genéticos como de estímulos externos, estes últimos oferecidos
pela respiração, sucção (amamentação), deglutição e mastigação. Os estímulos
proporcionados pelos músculos são considerados os maiores responsáveis pelo
crescimento, pois realizam tração sobre os ossos, promovendo crescimento ou desgaste,
de acordo com o local em que ocorre a tração (TANIGUTE, 1998).

Os reflexos orais

A primeira função do SE que o feto apresenta é a abertura e fechamento da boca (nove


semanas e meia). Em seguida, vem a deglutição (11 semanas) do líquido amniótico e, com
17 semanas, o reflexo de sucção. A coordenação entre sucção e deglutição ocorre com
34 semanas de gestação e, ao nascimento a termo, o bebê estará preparado anatômica
e fisiologicamente para sugar com coordenação entre sucção, deglutição e respiração
(ALS, 1986; XAVIER, 1997; XAVIER, 2013).

Inicialmente, a sucção é um reflexo imprescindível para a sobrevivência nos primeiros


seis meses de vida. Após este período, o reflexo se torna volitivo por meio do
amadurecimento neural, o que permite a aprendizagem da mastigação, que completará
o crescimento e desenvolvimento das estruturas e funções do SE.

Além de garantir a sobrevivência do recém-nascido, a sucção tem um papel decisivo no


crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções estomatognáticas. Por isso,
é necessário conhecer seu funcionamento e alterações. De acordo com Felício (2004)
e Neiva (2008), a sucção tem a função de mobilizar e preparar a musculatura para a

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CONCEITOS TEÓRICOS │ UNIDADE I

futura função mastigatória, promover o crescimento ósseo e craniofacial, permitir as


corretas posturas orais e musculares (língua, lábios e mandíbula) e preparar para as
demais funções de mastigação, deglutição, respiração e fala.

Se houver um adequado padrão de sucção, provavelmente a criança apresentará


harmonia facial, coordenação dos movimentos orais, vedamento labial para
respiração nasal, correto posicionamento de língua em repouso, na fala, na deglutição
e na mastigação, coordenação e ritmo adequado, força adequada, tônus muscular e,
finalmente, eficiência oral (PIRES; GIUGLIANI; SILVA, 2012). Se, ao contrário, houver
um padrão inadequado de sucção, haverá desequilíbrio em todos os aspectos citados.

Para que a sucção e, consequentemente, a alimentação ocorra, é necessário que o


reflexo de procura seja completo. O reflexo de procura, busca ou quatro pontos cardeais
é encontrado desde o nascimento até aproximadamente três a seis meses de idade.
Consiste nos movimentos de cabeça do bebê em direção ao estímulo oral ou perioral,
com o objetivo de encontrar o mamilo materno e, assim, com a abertura de boca e
anteriorização da língua, pegar a mama para iniciar a sucção (GOMES; OLIVEIRA,
2010; GRANJA, 2011; XAVIER, 2013).

Além desses reflexos, considerados de alimentação, há os denominados de proteção à


alimentação: náusea, tosse e mordida fásica. Todos esses reflexos são necessários para
proteger o recém-nascido e lactente de perigos como aspiração, engasgos ou excesso de
alimento. Apenas a mordida fásica é inibida; a tosse e o reflexo de vômito persistem por
toda a vida do indivíduo (XAVIER, 2013).

Reflexos do recém-nascido

»» Procura: 3-6 meses.

»» Sucção: 4-6 meses.

»» Mordida: 3-9 meses.

»» Deglutição: persiste.

»» Tosse: persiste.

»» Vômito: persiste.

11
UNIDADE I │ CONCEITOS TEÓRICOS

Desenvolvimento crâniofacial normal


De acordo com Palmer (1998), a amamentação melhora o desenvolvimento mandibular,
fortalece a musculatura do queixo, amolda o palato duro (em forma de U, pela flexibilidade
do tecido mamário humano), alinha os dentes corretamente e reduz a incidência de
má-oclusão, além de previner a ocorrência de alterações na deglutição, já que a ação da
língua no aleitamento materno é caracterizada por movimentos peristálticos.

O adequado crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do SE


contribuem para a fala da criança, uma vez que a boca é o principal órgão articulador.
Alguns aspectos para a ocorrência da fala adequada poderão depender da posição e
mobilidade da língua, presença e posição dos dentes, mobilidade de lábios e bochechas
e posição mandibular, na promoção de um espaço intraoral adequado para articulação
e ressonância (TANIGUTE, 1998).

Além disso, no aleitamento materno, ao contrário da alimentação artificial, o bebê


apresenta respiração nasal, sendo que esta é vital, tendo como finalidade o fornecimento
de oxigênio às células e a retirada de dióxido de carbono do sangue. Além disso, o nariz
possui as funções de filtrar partículas, transportar o ar através de mucocílios, umidificar
o ar, promover o olfato, proteger as vias aéreas, favorecer a proteção imunológica, e,
mais, possui papel importante na ressonância da voz (PLANAS, 1988; CARVALHO,
2003a; JACINTO-GONÇALVES et al., 2004).

Para Lana (2001), a criança que respira mal vive mal, pois a dificuldade respiratória
atrapalha o sono, o que gera cansaço e irritabilidade. Por outro lado, o aleitamento
materno oferece mais chances para que o bebê mantenha os lábios vedados,
estabelecendo um padrão correto de respiração.

De acordo com Carvalho (2003c), a amamentação é considerada uma prática que


permite a prevenção primária dos distúrbios tanto das estruturas quanto das funções
responsáveis pela Síndrome do Respirador Bucal.

Até mesmo a estabilidade psicológica proporcionada pela amamentação no seio


contribui na diminuição da prevalência de hábitos orais inadequados, prevenindo
más-oclusões que podem afetar a estética e a função buco-maxilo-facial (VALDÉS,
s/d). Enfim, são inúmeras as vantagens do aleitamento materno para o crescimento
das estruturas e desenvolvimento das funções do SE.

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CAPÍTULO 2
Pré-natal, parto, pós-parto e condições
de nascimento

Reflita acerca do índice de cesarianas no Brasil, que ultrapassa 40% no sistema


público de saúde e chega a mais de 90% no sistema privado. Ainda nos casos
de gestações de alto risco, não há indicações de mais de 15% de cesarianas
no mundo e o impacto das cirurgias desnecessárias pode ser nascimentos
prematuros, mortes e morbidades maternas e infantis, recém-nascidos que
necessitam de intervenções em UTIs neonatais e que apresentam intercorrências
após o nascimento. Quais resoluções podem ser pensadas e propostas para
reduzir estes números preocupantes em nosso país?

Assista o DVD “O renascimento do parto”, um filme nacional de 2013 e faça uma


discussão sobre os riscos da cesariana desnecessária, suas indicações adequadas
para salvar vidas de gestantes e fetos em risco verdadeiro de vida ou sequelas e
quais mudanças de paradigmas são necessárias para que a forma de nascer seja
revista, modificada e verdadeiramente humanizada.

Pré-natal
No pré-natal, algumas condições patológicas da mãe ou do feto podem identificar a
gestação como de alto risco. De acordo com Naufal (1998), a gestação de alto risco é
qualquer gravidez em que há um ou mais fatores maternos ou fetais que comprometem
sua evolução normal. No que se refere às condições patológicas maternas, pode-se
observar:

»» deficiência de ferro e ácido fólico: o feto pode desenvolver as mesmas


deficiências;

»» subnutrição ou desnutrição materna: pode afetar o bebê;

»» ingestão de medicamentos e/ou drogas ilícitas: pode afetar o bebê de


diferentes formas;

»» hipertireoidismo: há risco de hipertensão, mortalidade perinatal e baixo


peso;

13
UNIDADE I │ CONCEITOS TEÓRICOS

»» doenças hepáticas: há risco de aumento de prematuridade e perda fetal;

»» TORCHS1: risco para o bebê, especialmente no primeiro e segundo


trimestres;

»» doenças cardíacas maternas: risco para mãe e bebê por sobrecarga


cardíaca no trabalho de parto;

»» diabetes: risco de hipoglicemia para o bebê e possibilidade de nascimento


macrossômico2;

»» hipertensão arterial: risco para mãe e bebê, especialmente de pré-


eclâmpsia;

»» concepção indesejada;

»» estresse;

»» doenças crônicas;

»» infecções;

»» tabagismo;

»» uso de drogas ilícitas;

»» etilismo;

»» alterações uterinas e placentárias.

No que se refere às condições patológicas do bebê, pode-se observar prematuridade,


alterações de peso, relação peso e idade gestacional e características específicas da
prematuridade, que serão detalhadas no próximo capítulo.

Parto
De acordo com a OMS (1996), a avaliação de risco é realizada ao longo da gestação e
do trabalho de parto. As complicações podem ocorrer a qualquer momento e indicar
a decisão de encaminhamento da gestante a um nível mais complexo de assistência.
Desta forma, a primeira opção deve ser sempre no sentido de incentivar a mãe a realizar
o parto natural e, ao se detectar o risco, realizar a indicação a partir de avaliações
precisas. Neste caso, a gestante e a família deve ser informada e envolvida na tomada de
1 TORCHS – toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, herpes, sífilis – doenças congênitas.
2 Nascimento macrossômico: nascimento com excesso de peso por alguma condição patológica.

14
CONCEITOS TEÓRICOS │ UNIDADE I

decisões, pois cabe também à mulher decidir a via de parto, o local, a equipe de atenção
e a companhia que deseja para o trabalho de parto, parto e pós-parto.

Para maior aprofundamento no tema, sugere-se a leitura completa do


documento “Maternidade Segura. Assistência ao parto normal: um guia prático”
da OMS (1996), já que, no imaginário coletivo e mesmo dos profissionais de
saúde em geral, gestação de risco significa realização de cesariana, o que não é
uma verdade absoluta.

Em muitos casos de prematuridade ou gemelaridade o parto natural é perfeitamente


possível e reduz os riscos para o bebê. Além disso, mesmo na presença de mecônio, se a
avaliação da frequência cardíaca fetal encontrar-se dentro dos padrões de normalidade,
o trabalho de parto pode transcorrer sem problemas.

Existem algumas equipes de obstetras, parteiras, doulas e enfermeiras obstetrizes que


incentivam e auxiliam as mães em partos naturais humanizados mesmo quando há
alguns riscos, com a realização de monitorização constante e avaliação do estado da
mãe e do feto. Caso haja necessidade, as condutas são reavaliadas e, na necessidade de
uma cesariana, esta é realizada.

Pós-parto e condições de nascimento


Em geral, o nascimento é considerado uma fase de transição da vida intrauterina para
a extrauterina e alguns recém-nascidos (5-10%) necessitam de reanimação logo após o
nascimento devido à adaptação respiratória, circulatória e metabólica. Para isso, a equipe
deve estar devidamente capacitada para fornecer atendimento adequado ao recém-
nascido, especialmente o de risco, como manutenção da temperatura, estabelecimento da
via aérea pérvia e estimulação do início da respiração. A reavaliação após 30 segundos é
necessária para verificação dos parâmetros de respiração, frequência cardíaca e coloração
da pele. O escore de APGAR deve ser utilizado para avaliar o estado de adaptação da criança
à vida extrauterina e deve ser obtido no primeiro e quinto minuto após o nascimento.
Caso houver necessidade de reanimação neonatal, o médico avaliará se a indicação será
por ventilação por pressão positiva, intubação orotraqueal, massagem cardíaca ou uso de
medicações, de acordo com a gravidade do caso (BRAGA, 2004).

Se o recém-nascido nascer em boas condições, deve ser levado ao seio materno ainda
em sala de parto ou centro cirúrgico, de acordo com indicações do Ministério da Saúde
na Iniciativa Hospital Amigo da Criança, no passo que indica que o recém-nascido deve
ser amamentado na primeira hora de vida. Caso haja alguma intercorrência, ele será
encaminhado à UTI neonatal, unidade de cuidados intermediários ou berçário para

15
UNIDADE I │ CONCEITOS TEÓRICOS

observação, de acordo com a gravidade do caso e será encaminhado ao alojamento


conjunto assim que as condições clínicas permitirem.

O alojamento conjunto é um sistema de atendimento em que mãe e recém-nascido


permanecem juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar, desde que ambos estejam
sadios (VIEGAS, 1998; LIMA, 2004). Em geral, os recém-nascidos de baixo risco
são indicados para alojamento conjunto e os de alto risco, especialmente os graves e
doentes, são internados em unidades de cuidados especiais para tratamentos específicos
e cuidados de equipe especializada.

Em unidades de cuidados intermediários ou intensivos, o recém-nascido pode


apresentar alterações endócrinas (hipo ou hipoglicemia), metabólicas (distúrbios
de cálcio, magnésio, sódio e potássio), anemia, distúrbios respiratórios (taquipneia
transitória do recém-nascido, Síndrome da Angústia Respiratória, pneumonias,
Atelectasias, Pneumotórax, displasia broncopulmonar, Síndrome de Hipertensão
Pulmonar Persistente, Doença pulmonar das Membranas Hialinas ou apneias)
e infecções adquiridas neonatais. Todas essas alterações são de risco para sua
sobrevivência e podem gerar sequelas, por isso devem ser estudadas pelo fonoaudiólogo
(HIRSHHEIMER; PICOLLI, 1998; GAMBINI; KOBOL, 1998; HOLZER, 1998; BROCK,
1998; MATSUOKA, 1998; LEBRÃO, 1998; BRANCHINI, 1998).

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CAPÍTULO 3
Gestação de risco e bebê de risco

É importante analisar, quando se pretende intervir com bebês de risco, que


existe uma história familiar, expectativas, emoções, frustrações, medos, anseios,
sonhos, questões psicológicas, crenças, relacionamentos e todo um aparato
social em torno do bebê que estará sob nossos cuidados. Como profissionais de
saúde, temos que levar em consideração todos esses aspectos, além da nossa
área de saber e favorecer o apego, o contato, a linguagem, o toque, o afeto.
Como o fonoaudiólogo pode desenvolver esse nível de percepção e empatia?

Reflita sobre o papel do fonoaudiólogo que atua em Motricidade Orofacial na


atenção ao bebê de risco, especialmente o bebê prematuro, e destaque algumas
áreas que você acredita que o fonoaudiólogo pode atuar dentro de uma UTI
neonatal, além de especificamente a alimentação propriamente dita do lactente,
pensando na família, no ser integral e no ambiente.

Gestação de risco e bebê de risco


A fonoaudiologia atua em neonatologia, que compreende o neonato, bebê de zero a 28
dias de vida, mas também com lactentes, bebês maiores que 28 dias, que se utlilizam
preferencialmente de leite em sua alimentação. Em geral, temos neonatos e lactentes
de baixo e de alto risco que podem ser atendidos por fonoaudiólogos, tanto em
maternidades, unidades intermediárias ou Unidades de Terapia Intensiva Neonatais.

Por neonatos ou lactentes de risco compreendemos o bebê que, por condições patológicas
maternas ou da própria criança, está em risco de morte (mortalidade) ou sobrevivência
com sequelas (morbidade). O risco é um perigo ou uma exposição a um perigo, que
implica em aumento da probabilidade de consequências adversas pela presença de
algumas características ou fatores (HERNANDEZ, 1996).

Esses bebês, em geral, devem permanecer em observação de médicos especializados e


enfermeiros, sob os cuidados de uma equipe interdisciplinar, inclusive de fonoaudiólogos,
para que tenha à disposição todos os cuidados necessários.

Uma das condições patológicas do bebê para considerá-lo bebê de risco é a prematuridade.
Todo bebê prematuro é um bebê de risco, mas nem todo bebê de risco necessariamente
é prematuro.

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UNIDADE I │ CONCEITOS TEÓRICOS

Para Deutsch, Dornaus e Waksman (2013), de acordo com a idade gestacional, a


prematuridade pode ser dividida em:

»» Prematuridade limítrofe: 34 a 36 semanas e 6 dias.

»» Prematuridade moderada: 30 a 33 semanas e 6 dias.

»» Prematuridade extrema: inferior a 30 semanas.

Em relação ao peso de nascimento, há três grupos:

»» RNBP (recém-nascido de baixo peso): peso igual ou inferior a 2.500 g.

»» RNMBP (recém-nascido de muito baixo peso): peso igual ou inferior a


1.500 g.

»» RNEBP (recém-nascido de extremo baixo peso): peso inferior a 1.000 g.

Ainda existe a classificação da relação entre peso e idade gestacional, que pode
classificar o recém-nascido em adequado para a idade gestacional – AIG, pequeno para
a idade gestacional – PIG ou grande para a idade gestacional – GIG. Deutsch, Dornaus
e Waksman (2013, p. 32) ilustram a correlação entre idade gestacional e o peso com a
tabela abaixo.

Correlação entre a idade gestacional e o peso de nascimento

IDADE GESTACIONAL (SEMANAS) PESO (g)


24 700
26 900
28 1.100
30 1.350
32 1.650
34 2.100
36 2.600
38 3.000

Fonte: DEUTSCH, A. D.; DORNAUS, M. F. P. S. (2013. p. 32).

Existem algumas possíveis causas para que um bebê nasça prematuramente. Algumas
dessas causas, de acordo com Brock (1998), Naufal (1998) são:

»» Sofrimento fetal.

»» Gestações múltiplas.

»» Isoimunização Rh.

18
CONCEITOS TEÓRICOS │ UNIDADE I

»» Anomalia fetal.

»» Infecções congênitas.

»» Polidrâmnio3.

»» Amniorrexe prematura4.

De acordo com Brock (1996) e Warth et al. (2013), o prematuro possui algumas
características próprias, que devem ser levadas em consideração para a intervenção
do fonoaudiólogo em Motricidade Orofacial, no que se refere ao estímulo dos reflexos
orais, aprimoramento muscular oral e intervenção na alimentação, especialmente no
incentivo, apoio e proteção ao aleitamento materno. Em geral, o prematuro possui:

»» pouco tecido adiposo e muscular;

»» pele lisa e brilhante com vérnix5;

»» cabeça grande;

»» cabelos escassos, finos e lisos;

»» fontanelas amplas;

»» genitália pouco desenvolvida;

»» tórax e abdômen frágeis;

»» dificuldades de manutenção da temperatura corpórea;

»» alterações respiratórias frequentes (Síndrome da Angústia Respiratória,


Síndrome da Membrana Hialina, imaturidade do centro respiratório,
apneias);

»» fragilidade capilar e baixos níveis de fatores de coagulação, com risco de


hemorragias intraventriculares;

»» maiores riscos de icterícia;

»» riscos de alterações metabólicas;

»» maior predisposição a infecções.

3 Polidrâmnio: excesso de líquido amniótico


4 Amniorrexe prematura: rotura das membranas antes do início do parto
5 Vérnix: secreção que recobre a pele do bebê ao nascimento, repleto de secreção de glândulas sebáceas, células epiteliais e
lanugem. Também chamado de vérnix caseoso.

19
INTERVENÇÃO UNIDADE II
FONOAUDIOLÓGICA

CAPÍTULO 1
Critérios de avaliação e intervenção
fonoaudiológica

Os critérios de avaliação e intervenção fonoaudiológicos com bebês de risco


são muito diferentes dos demais profissionais de saúde, como veremos neste
capítulo. É importante saber tais diferenças, mas também é importante fazer
com que os profissionais compreendam nossas justificativas e a ciência por trás
delas. As diferenças assustam, mas temos que mostrar segurança e destreza para
que confiem em nossas condutas. Considere formas, baseadas em evidências
científicas, de convencimento para a equipe médica sobre os critérios de
intervenção em lactentes de risco para não colocar a perder sua intervenção
e não deixá-la a mercê dos critérios médicos, que podem interferir em seus
resultados.

Leia o capítulo de livro XAVIER, C. Trabalho fonoaudiológico em unidade


neonatal. In: LOPES FILHO (Ed.) Novo tratado de Fonoaudiologia. 3a ed. Rio de
Janeiro: Manole, 2013. Cap. 44, pp. 570-586 para aprofundamento das vantagens
e técnicas de intervenção fonoaudiológica em bebês de risco.

Critérios para avaliação e intervenção


fonoaudiológica
No Brasil, existem várias realidades nos serviços hospitalares, no que diz respeito
ao setor de Fonoaudiologia. Alguns hospitais possuem equipes de fonoaudiólogos
contratados com chefia própria, que atuam por áreas (adultos, bebês, ambulatório), com
esquemas de plantões e que atuam em equipes interdisciplinares. Em outros serviços,
o fonoaudiólogo presta serviços e deve cobrir todas as necessidades do hospital, de
neonatos a idosos, sem estar inserido em uma equipe. Em outras situações, o profissional

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

é chamado apenas quando o médico julga necessário e, em outras, o fonoaudiólogo tem


autonomia para avaliar todos os pacientes e suas condutas são discutidas em equipe,
porém respeitadas e apoiadas por esta.

Pela discrepância dos serviços, faz-se necessário que o profissional reconheça como
seu serviço funciona antes de iniciar suas atividades, para não causar problemas com
a equipe médica e interdisciplinar. O ideal seria que o profissional tivesse autonomia
para avaliar, intervir, indicar e, juntamente com a equipe, propor intervenções que se
adequassem à realidade e necessidade de cada paciente. No entanto, nem sempre é
assim que funciona, por isso há situações em que é necessário que estejam claros os
critérios para encaminhamento dos recém-nascidos e lactentes para o atendimento
fonoaudiológico. Xavier (1996, 1997, 1998, 2004, 2013) descreveu alguns dos critérios
para encaminhamento:

»» diagnóstico de disfagia ou falência do desenvolvimento;

»» história de pneumonias;

»» preocupação com aspiração;

»» letargia durante alimentação;

»» alimentação mais longa que 30-40 minutos;

»» recusa alimentar inexplicável;

»» incoordenação entre sucção e deglutição;

»» uso de algum tipo de sonda gástrica para alimentação;

»» problemas de sucção;

»» alterações respiratórias durante ou após a alimentação;

»» reflexos de proteção à alimentação exacerbados durante a alimentação


(vômito, mordida ou tosse);

»» prematuridade;

»» início de dificuldades para se alimentar;

»» irritabilidade ou problemas comportamentais na alimentação;

»» perda de peso, baixo peso ou subnutrição;

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UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

»» vômitos, refluxo nasal, refluxo gastroesofágico;

»» sialorreia excessiva ou seu aumento.

Critérios para iniciar intervenção


fonoaudiológica
Os critérios fonoaudiológicos para iniciar a intervenção da sucção não nutritiva –
SNN ou sucção nutritiva (SN) em lactentes é diferente dos critérios médicos, por isso
há necessidade de diálogo e orientações entre a equipe para que conheçam que, na
Fonoaudiologia, o peso e a idade gestacional não são importantes, já que o objetivo da
intervenção é promover a maturidade dos reflexos orais e, consequentemente, gerar
ganho de peso e alta hospitalar precoce.

De acordo com Xavier (1998), os critérios são:

»» Balanço calórico maior de 90 cal/kg/dia: indica, minimamente,


certa maturidade gastrintestinal do lactente para que, caso a intervenção
seja bem-sucedida, seja possível iniciar alimentação por via oral (VO) e o
bebê tenha condições de digerir o alimento sem dificuldades.

»» Ausência de apoio respiratório: revela maturidade pulmonar e


respiratória, já que, para que a alimentação ocorra de maneira segura
e eficaz, é necessário haver coordenação entre sucção, deglutição e
respiração. Caso o lactente apresente dificuldades respiratórias, o risco
de aspirações, engasgos, apneias, queda de saturação de oxigênio, entre
outras intercorrências que podem piorar o quadro clínico, pode acontecer.

»» Prontidão para mamar: que se caracteriza por manter-se em alerta


no horário da alimentação, chorar, mostrar sinais de fome, sugar a
sonda, a própria mão, a língua, apresentar reflexo de procura completo,
entre outros, revela a maturidade neurológica para a alimentação. Bebês
sonolentos, letárgicos, com reflexos orais ausentes ou reduzidos mostram
que não estão em condições de sugar.

Ainda que tais critérios sejam levados em consideração pelo fonoaudiólogo para iniciar
a intervenção em neonatos e lactentes, é importante salientar que nem sempre as
condições são favoráveis para a realização do estímulo oral. Em algumas situações, o
lactente apresentará todos os critérios acima apresentados, no entanto, após alguns
minutos de intervenção, por situações diversas, poderá entrar em estresse e a intervenção
deverá ser interrompida imediatamente e retomada em outro momento.

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

Para reconhecer os momentos em que o bebê não estará disponível para receber a
intervenção, faz-se necessário conhecer os sinais de aproximação e retraimento, que
mostram ao terapeuta em que situações ele pode dar continuidade ou deve interromper
o estímulo, permitindo ao lactente repousar, entrar em estado de sono ou recompor seu
equilíbrio.

Os sinais de retraimento (Figura 1), de acordo com Als (1986) são:

»» choro;

»» caretas;

»» cianose;

»» soluços;

»» sonolência;

»» extensão corporal;

»» desorganização;

»» queda da saturação de oxigênio;

»» dificuldades respiratórias.

Figura 1: Sinal de retraimento (choro e caretas).

Fonte: arquivo pessoal.

Já os sinais de aproximação (Figura 2), que mostram ao terapeuta que ele pode dar
continuidade à intervenção fonoaudiológica são:

»» calma;

»» postura corporal em flexão;

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UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

»» atenção visual;

»» preensão palmar;

»» tranquilidade;

»» manutenção de estado de vigília;

»» mãos à face.

Figura 2: Sinais de aproximação (estado de vigília, tranquilidade, mãos à face, flexão).

Fonte: arquivo pessoal.

Intervenção fonoaudiológica
De acordo com Hernandez (2001, pp. 22-24; 2003, pp. 69-74), existem algumas
condutas fonoaudiológicas embasadas em sintomas apresentados por recém-nascidos
e lactentes com dificuldades alimentares. A autora apresenta, em seus escritos, tabelas
de sintomas e estratégias para intervir em cada situação, as quais serão apresentadas
abaixo, para auxiliar o profissional a compreender a intervenção fonoaudiológica.

Quadro 1. Sintomas e estratégias para intervir em dificuldades alimentares.

SINTOMAS CONDUTAS
Pré-alimentação
» postura e estabilidade;
» tapping;
Hipotonia facial
» estimulação térmica (frio);
» vibração.

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

SINTOMAS CONDUTAS
Pré-alimentação
» manuseio global para adequação do tônus;
» postura;
Hipertonia » inibição de padrões patológicos e facilitação da mobilidade;
» toque profundo;
» função.
» adequar postura de cabeça, diminuindo hiperextensão;
Retração de língua
» manuseio global, em escápula e cervical, tapping horizontal e estimular função de
Se por hipertonia
sucção com dedo ou bico mais longo;
Se sinal de fuga do estímulo
» dar contenção ou interromper estímulo.
Ponta de língua elevada » dar apoio na região occipital de cabeça enquanto apoia escápulas;
Se sinal de fuga » dar contenção ou interromper estímulo;
Se sinal de hipertonia » manuseio global, massagem com toques firmes e profundos, dessensibilização.
» dar boa estabilidade cervical, alongar o pescoço e flexionar a cabeça;

Língua protrusa » tapping favorecendo o sulco medial e o sucking;


Por hipotonia » melhorar a função dos lábios;
Por hipertonia » manuseio para adequação do tônus global;
» dessensibilização.
» dar estabilidade;
Excursão excessiva de mandíbula » dar flexão e simetria de cabeça;
Em caso de hidrocefalia » apoio de mentual;
» estimular sucção em decúbito ventral.
» estimular com massagem em orbicular da boca com dedo, cotonete frio, vibrador
Pouco vedamento labial
(criança maior).
SNN fraca e sem ritmo » estimular sucção com o dedo e sabor, fazendo pausas rítmicas.
Ausência ou incompletude de reflexos » estimulação tátil, térmica e/ou gustativa de acordo com o reflexo a ser eliciado.

Fonte: HERNANDEZ, A. M. Atuação fonoaudiológica com recém-nascidos e lactentes disfágicos. In: HERNANDEZ, A. M.;
MARCHESAN, I. Atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. cap. 1, p. 22-24).

Quadro 2. Sintomas e estratégias para intervir em dificuldades alimentares.

SINTOMAS CONDUTAS
Na alimentação
»» Checar ambiente, ciclos de sono/vigília;
Incoordenação por fadiga/imaturidade »» estimular o bebê no limite de sua disponibilidade;
»» dar contenção, observar as pistas do RN.
»» dar apoio de oxigênio;
»» pausas mais frequentes (a cada 2, 3 ou mais sugadas, de acordo com a necessidade);
Incoordenação para baixo suporte de oxigênio
»» utilizar bico de fluxo lento;
»» equilíbrio cuidadoso de flexão/extensão de cabeça.

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UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

SINTOMAS CONDUTAS
Na alimentação
»» propiciar pausas mais frequentes (3 a 5);
»» postergar introdução de VO;
Apneia induzida pela alimentação
»» checar estado clínico;
Em decorrência de RGE1
»» diminuição do fluxo de leite;
»» verificar indicações específicas para RGE.
»» verificar hiper e hipotonia já que alterações sensoriais em geral estão associadas a
Problemas sensoriais
alterações de tônus.
Resistência à alimentação »» verificar possibilidade de aspiração;
Aversão »» verificar possibilidade de RGE;
Irritabilidade »» quadro clínico;
Letargia »» verificar aspecto afetivo-emocional.
Inapetência

Fonte: HERNANDEZ, A. M. Atuação fonoaudiológica com recém-nascidos e lactentes disfágicos. In: HERNANDEZ, A. M.;
MARCHESAN, I. Atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. cap. 1, p. 22-24).

Quadro 3. Sintomas e estratégias para intervir em dificuldades alimentares.

SINTOMAS CONDUTAS
PATOLOGIAS
»» posicionar em decúbito elevado 24 horas por dia, de preferência em ventral;
»» evitar o manuseio pós-prandial3;
»» dar pausas na dieta oferecendo SNN;
RGE
»» diminuir o fluxo do alimento (furo menor);
Em casos extremos a terapêutica médica
Pode sugerir a funduplicatura2 »» as fórmulas engrossadas podem induzir ao atraso no trânsito gástrico;
»» uso de fórmula especial para RGE4;
»» oportunidade de SNN após a dieta, cuidado para não provocar o vômito.

»» decúbito elevado ao alimentar;


»» usar o bico que melhor se adapte ao caso;
Anormalidades orofaríngeas »» o aleitamento materno é indicado, salvo em casos específicos;
fissuras »» uso de micropore no lábio;
»» higiene oral após a alimentação;
»» verificar a possibilidade do uso de placa palatina.
»» postura em decúbito ventral 24 horas por dia;
»» postura em decúbito ventral ou lateral forçado ao alimentar, utilizando
mamadeira curva;
Sequencia de Pierre Robin
»» utilizar bico de mamadeira de fluxo rápido gradativamente reduzindo a luz do
furo;
»» estimular a SNN, iniciar com bico mais longo.
»» estimulação tátil e térmica em pontos motores;
»» estimular funções orais;
Paralisias congênitas
»» com crianças maiores pode-se utilizar exercícios isotônicos (dinâmicos) e
isométricos (estáticos).

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

SINTOMAS CONDUTAS
PATOLOGIAS
»» exercícios de sucção, mesmo SNN, somente após correção cirúrgica ou se
for colocado dreno para saliva.
»» alimentar em postura ortostática5;
»» treinar os pais quanto aos procedimentos de emergência (manobra de
Heimlick)6;
Atresia/ fístula traqueoesofágica
»» cuidar da textura dos alimentos (macios);
»» estimular mastigação;
»» encorajar o bebê durante as refeições para auxiliar a “limpeza”;
»» se desmotilidade do esôfago7, deve-se despender mais tempo na refeição,
oferecendo pausas mais frequentes no peito ou mamadeira.

Fonte: HERNANDEZ, A. M. Atuação fonoaudiológica com recém-nascidos e lactentes disfágicos. In: HERNANDEZ, A. M.;
MARCHESAN, I. Atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. cap. 1, p. 22-24).

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CAPÍTULO 2
Sucção não nutritiva e sucção nutritiva

A sucção não nutritiva sempre antecede a nutritiva na intervenção fonoaudiológica.


Ela permite ao profissional avaliar reflexos orais, estruturas, musculatura, posturas
orais, tônus, movimentos, força, ritmo, grupos de sucção, pausas e outras
características importantes para verificar se o lactente está preparado ou não
para receber alimento. O profissional deve, antes de avaliar o bebê, conhecer
toda sua história por meio da análise detalhada do prontuário médico, entrevista
com a família e contato com a equipe hospitalar. Só então observará o lactente,
seu ambiente e, então, passará à avaliação propriamente dita.

Procure um bebê de sua família ou amigos para realizar uma avaliação de sucção não
nutritiva e treinar sua percepção de força, ritmo, avaliação de tônus e posturas orais
para depois tentar comparar com um bebê prematuro ou de risco. A experiência
com a normalidade ajuda muito na comparação com as alterações orais!

Sucção Não Nutritiva (SNN) e Sucção


Nutritiva (SN)

O fonoaudiólogo sempre iniciará sua intervenção pela leitura detalhada do prontuário


hospitalar, seguida da observação do neonato/lactente e avaliação. Só após conhecer
o paciente, suas patologias, tecnologia utilizada, exames realizados e seus resultados,
uso de medicamentos, seu estado clínico, o tipo de alimentação, horários, via de
alimentação, volume e intercorrências recentes, o profissional observará e avaliará o
bebê sempre no período anterior à alimentação, de preferência em estado de alerta ou
sono leve, e iniciará a intervenção pela SNN, se possível antes de cada mamada para
verificar a evolução do caso.

A avaliação deve ser realizada por meio da observação do bebê na incubadora ou


berço de sua postura global, musculatura facial e tônus muscular, expressões faciais
espontâneas e, posteriormente, palpação muscular das estruturas intra e extraorais.
Finalmente, devem-se avaliar os reflexos orais de alimentação e de proteção, por isso, é

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

imprescindível que o fonoaudiólogo verifique se o horário da alimentação está próximo,


pois caso contrário o lactente poderá não apresentar reflexos orais de alimentação.
(XAVIER, 1996, 1997, 1998, 2004, 2013).

Vários autores elaboraram protocolos de avaliação de sucção para lactentes prematuros,


entre eles Xavier (1995), Bernardis e Marchi (1998), Quintella, Silva e Botelho (1998),
Neiva (2000), Fuginaga (2002, 2005). O mais recente, de Fuginaga (2002), será
apresentado como modelo para o profissional utilizar em suas avaliações. É importante
destacar que a SNN é considerada normal quando ocorre num ritmo de 2 vezes por
segundo (2:1) e a SN, quando ocorre, 1 vez por segundo (1:1). De acordo com Xavier
(2013), os benefícios da SNN para o lactente são:

»» adequação da musculatura oral;

»» facilidade da associação entre sucção e saciedade;

»» facilidade de digestão;

»» varia os estados de sono e vigília;

»» favorece a oxigenação durante e após a alimentação;

»» favorece maior ganho de peso;

»» favorece a transição da alimentação por sonda para via oral;

»» favorece a alta hospitalar precoce em 7 dias, em média;

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UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Figura 2. Instrumento de avaliação da prontidão do prematuro para início da alimentação oral

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

Fonte: (Fuginaga, 2002).

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CAPÍTULO 3
Transição da alimentação por
sonda para via oral e métodos de
alimentação

Nunca se esqueça de que o padrão ouro da alimentação, via oral, é o aleitamento


materno. Sempre que possível, a mãe estiver presente e desejar, o bebê deve
ser colocado em seu colo, em seu peito, receber de seu leite, ter a experiência
de sucção na mama. Essa experiência não se compara a nenhuma outra. O
fonoaudiólogo tem que ter essa percepção, pois jamais deve pensar que sua
intervenção pode ser melhor ou mais efetiva do que o aleitamento materno. Sua
melhor intervenção sempre será incentivar, apoiar, promover e auxiliar para que
mãe e bebê estejam em aleitamento materno exclusivo até seis meses e com
alimentação complementar até dois anos ou mais!

Cuidado na escolha da literatura de estudo, especialmente de Fonoaudiologia.


Infelizmente, há muitas controvérsias em nossa área sobre esta questão. Dê
sempre preferência para estudos com métodos cuidadosos, com grande número
de indivíduos pesquisados e sem interesses comerciais envolvidos. A literatura
do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde é indicada para quem
deseja artigos científicos de qualidade. Seja crítico na escolha de sua literatura!
Já existem muitos artigos que contraindicam o uso de chupetas e mamadeiras
e comprovam que seu uso leva ao desmame do aleitamento materno e diversas
alterações no Sistema Estomatognático!

Transição da alimentação por sonda para via


oral e métodos de alimentação
Ao observar condições para iniciar alimentação por VO, discutir com a equipe
interdisciplinar e iniciar SN aos poucos, de acordo com a aceitação do lactente,
manutenção dos comportamentos de aproximação e do estado clínico, bem como da
evolução do ganho de peso, sem intercorrências. A transição de sonda para VO deverá
acontecer de forma lenta e gradual, de acordo com as condições de cada paciente e com
o uso de diversas técnicas que serão abordadas no próximo capítulo.

No momento em que o lactente conseguir ingerir 100% de sua dieta por VO sem
intercorrências e com ganho de peso constante, haverá discussão na equipe para a

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INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

retirada definitiva da sonda e, caso haja condições clínicas, o bebê poderá receber alta
hospitalar, de preferência em aleitamento materno exclusivo. Em casos específicos, pode
haver indicação de alimentação artificial ou aleitamento materno com complemento de
outro tipo de leite com uso de mamadeira adaptada às necessidades do bebê.

Métodos de alimentação

Copo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) não recomendam o uso de mamadeira, nem mesmo nos casos em que se
torna imprescindível o oferecimento de alimentos substitutos do leite materno. Como
opção em tais casos, Lang, Lawrence e L’E Orme (1994), Kuehl (1997), Armstrong
(1998), Gupta, Khanna e Chattree (1999), Howard et al. (1999b), Avery e Baxter (2001),
OMS (2001) e Lima (2001) recomendam a oferta de leite em xícaras ou copos.

É importante ressaltar que o uso do copo é recomendado para as situações em que a


mãe não está presente e é uma alternativa temporária para que o lactente não receba
bicos artificiais e, devido à confusão de bicos, e rejeite a mama materna, chegando ao
desmame.

O aleitamento materno é o método por excelência, é o padrão ouro para o crescimento


e desenvolvimento estomatognático equilibrado e harmônico. No entanto, se a mãe
estiver ausente por qualquer motivo, o uso do copo deve ser incentivado.

O aleitamento por copo é definido como um método de alimentação com leite materno
por meio de um copo pequeno, sem que o bebê seja colocado na mama. Embora pareça
novo, esse método é utilizado há anos, especialmente em países em desenvolvimento,
com o objetivo de proporcionar uma alimentação segura nos casos em que os meios de
esterilização de mamadeiras e bicos não sejam seguros ou quando as sondas gástricas
não estejam disponíveis.

Em artigo sobre o uso da xícara, Armstrong (1998) destaca que em muitos países são
administrados suplementos líquidos sem o uso da mamadeira, por xícaras e colheres,
pois são utensílios facilmente encontrados em qualquer residência. São de baixo custo e
podem ser higienizados adequadamente com água e sabão, ao contrário da mamadeira,
que necessita de escovas especiais, fervura e esterilização.

33
UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Além disso, a postura adotada na alimentação artificial com uso da xícara previne
patologias como otites médias e evita cáries, pelo fato de não haver possibilidade de
escoramento da xícara, como ocorre com a mamadeira.

Figura 3. Bebê em alimentação por copo.

Fonte: arquivo pessoal.

Como a ênfase do método está na realização correta do procedimento, Kuehl (1997)


sugere, no intuito de diminuir a possibilidade de desencadeamento de sinais de estresse
e aspiração pulmonar, nove passos para o oferecimento de leite no copo, destacados no
a seguir.

1. Aquecer o leite materno previamente ordenhado e refrigerado.

2. Posicionar o bebê confortavelmente, cuidando para que seus braços não


derrubem o copo. Ele deve estar tranquilo e não deve estar chorando.

3. Colocar o leite aquecido em um copo de 30 ml até a marca de 20 ml. O


copo deve ser vertido com cuidado. Aumentar progressivamente o volume
a ser administrado, de acordo com a habilidade adquirida pelo bebê.

4. Segurar o bebê no colo em posição elevada e encostar gentilmente o copo


em seus lábios.

5. Inclinar o copo de maneira que o leite toque o lábio. Nunca jogar o leite
na cavidade oral do bebê. Ele colocará a língua para fora e realizará
movimentos de “lamber” o leite. Os bebês a termo podem chegar a
“sorver” o leite.

6. Conversar com o bebê, assim como se faz durante o aleitamento materno


ou mesmo no aleitamento por mamadeira.

34
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

7. Deixar o bebê sugar de acordo com seu próprio ritmo e sempre retirar a
inclinação do copo nos momentos de pausa.

8. Colocar o bebê para eructar da mesma forma como se faz na alimentação


por outros métodos. Continuar oferecendo no copo até que o bebê mostre
sinais de saciedade (por exemplo, começar a dormir ou parar de ingerir
o leite).

Finger feeding

De acordo com Sanches (2010), a técnica é utilizada para promover a coordenação


entre sucção, deglutição e respiração em bebês prematuros, com comprometimentos
neurológicos e em lactentes com problemas respiratórios. É realizada por meio do
uso de estímulo de sucção com o dedo enluvado com uma sonda gástrica no 4 ou
6 fixada pela qual fluirá o leite (materno ou artificial, de acordo com prescrição
médica). O leite é retirado pela sucção do lactente e controlado pelo profissional, de
preferência fonoaudiólogo, que além de avaliar o padrão de sucção, fará o controle
e análise de coordenação, pausas, organização, sinais de aproximação/estresse e
estado de alerta.

O objetivo é desenvolver os reflexos orais, aprimorar a sucção e a coordenação entre


sucção, deglutição e respiração. Geralmente, é utilizada no início da alimentação por via
oral, em avaliação das condições do recém-nascido receber alimentação via oral, com
pequenas quantidades de alimento e em momentos em que a mãe não está presente,
pois é preferível sempre colocar o lactente na mama materna, ainda que na técnica da
mama vazia (Figura 4).

Mama vazia

Esta técnica é considerada a melhor forma de estimular a sucção não nutritiva do


prematuro, pois consiste em realizar ordenha manual ou com bomba e remover o
máximo de leite materno possível e, então, colocar o bebê para sugar a mama. Desta
forma, como mostra a Figura 5, o lactente treina a sucção diretamente na mama
esvaziada e o leite retirado é oferecido por sonda gástrica ao bebê durante o treino de
sucção (SANCHES, 2010).

35
UNIDADE II │ INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Figura 4. Finger feeding.

Fonte: arquivo pessoal.

Figura 5: Técnica da mama vazia.

Fonte: arquivo pessoa.l

Translactação
A técnica foi desenvolvida no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco – IMIP e é
iniciada como um método de transição da alimentação via sonda para a alimentação
via oral, de preferência aleitamento materno (LIMA 2000; LIMA, 2001; SANCHES,
2010). Consiste em permitir ao bebê sugar a mama materna e retirar o leite materno
ao mesmo tempo em que recebe leite materno ordenhado ou complemento prescrito
pelo médico, por meio de uma sonda gástrica no 4 acoplada a uma seringa e presa à
mama. O leite deve ser liberado pela sucção do bebê, mas também pode ser liberado

36
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA │ UNIDADE II

pelo fonoaudiólogo progressivamente, permitindo pausas e coordenação entre sucção,


deglutição e respiração. O volume deve ser aumentado paulatinamente até que o
lactente seja capaz de sugar toda a dieta na mama sem perder peso (Figura 6).

Figura 6: Relactação ou translactação.

Fonte: arquivo pessoal.

Existem outras técnicas para trabalhar sucção não nutritiva e sucção nutritiva
em lactentes. Para aprofundamento, sugere-se a leitura do capítulo: SANCHES,
M. T. C. Enfoque fonoaudiológico. In: CARVALHO, M. R.; TAVARES, L. A. M. (Orgs.).
Amamentação: bases científicas. 3a Ed. Rio de Janeiro: Gen/Guanabara-Koogan,
cap. 6, pp. 101-122, 2010.

37
ALEITAMENTO UNIDADE III
MATERNO

CAPÍTULO 1
Benefícios e tipos de aleitamento
materno

Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros e vão além dos


destacados neste capítulo. Existem muitos artigos, livros e pesquisas nacionais
e internacionais que destacam sua importância na saúde geral, prevenção de
doenças, vínculo afetivo, inteligência e diversas áreas. As bases de dados são:
Medline, Google Acadêmico, Lilacs, Bireme, entre outras estão repletas de
referências sobre aleitamento materno que podem ser consultadas.

Especialmente para a Fonoaudiologia, sugere-se o capítulo de livro: GOMES, C.


F.; OLIVEIRA, K. Anatomia e fisiologia do sistema estomatognático. In: CARVALHO,
M. R,; TAVARES, L. A. M. (Orgs.) Amamentação: bases científicas. 3a ed. Rio de
Janeiro: GEN/Guanabara Koogan, 2010. Cap. 1, pp. 13-26.

Benefícios do aleitamento materno

A Fonoaudiologia é a profissão cujo principal objetivo é a promoção da saúde da


comunicação humana em toda a sua complexidade. Em princípio, parece difícil
relacionar a Fonoaudiologia ao aleitamento materno, mas, se houver disposição
para compreender a influência do aleitamento no crescimento das estruturas e no
desenvolvimento das funções do Sistema Estomatognático, tal relação ficará clara, visto
que o exercício realizado no aleitamento materno proporciona ao bebê e, posteriormente,
ao adulto, condições anatômicas e funcionais para as atividades relacionadas com a
comunicação e com outras funções vitais: fonoarticulação, alimentação, respiração,
audição e linguagem.

38
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Apesar de a profissão ter surgido a partir da necessidade de reabilitação de


patologias neurológicas, atualmente o foco da atenção fonoaudiológica se expandiu
para a promoção da saúde e prevenção de patologias de caráter fonoaudiológico. O
aleitamento é uma prática que, por si só, promove a saúde da mãe e do bebê, pois
previne diversas doenças, alergias e patologias em médio e longo prazo, bem como a
ocorrência de patologias que interfiram direta ou indiretamente na comunicação do
indivíduo. Por isso, o interesse crescente da Fonoaudiologia pela promoção, proteção
e apoio ao aleitamento materno.

De acordo com Branco (2009), Gimenes e Hitos (2009), Hitos e Periotto (2009) e
Telles (2009), o foco do estudo fonoaudiológico envolve três áreas: fonoarticulação,
linguagem e audição. Todas são favorecidas no aleitamento materno.

A audição beneficia-se da amamentação por três razões: a postura durante a mamada


(cabeça mais elevada) evita entrada de leite na Tuba Auditiva; a contração do palato
mole permite a abertura da Tuba Auditiva, favorecendo a condução do som, o
funcionamento do ouvido e a função tubária; e, finalmente, a condição imunológica
(presença de fatores de proteção no leite materno) impede o desenvolvimento de
infecções de ouvido.

Quanto à linguagem, a relação entre mãe e bebê, bem como a formação cerebral
proporcionada pelas diversas substâncias presentes no leite materno permitem a
aquisição e desenvolvimento da linguagem de forma adequada.

Enfim, a fonoarticulação, atividade motora controlada pelo Sistema Nervoso Central,


depende das características musculares e de crescimento facial para desenvolver-se
satisfatoriamente.

Além dos benefícios da prática do aleitamento materno, o leite humano é considerado o


alimento ideal para os bebês nos primeiros seis meses de vida, pois supre o lactente de
suas necessidades imunológicas e nutricionais, proporcionando, assim, crescimento e
desenvolvimento normais (KING, 1997; WHO; UNICEF, 1997; LANG, 1999).

A composição do leite humano varia de acordo com as etapas da amamentação, com


as diferentes horas do dia e durante uma mesma mamada. O colostro é o leite que flui
nos primeiros 3-7 dias após o parto; é um fluido amarelado e espesso, que confere uma
condição protetora ao recém-nascido pela presença de imunoglobulinas, principalmente
a IgA (imunoglobulina A). O colostro ainda auxilia na eliminação do mecônio por suas
propriedades laxativas, evitando a icterícia; possui mais proteína e vitamina A do que
o leite maduro, fato que favorece o crescimento infantil (VALDÉS et al., 1996; WHO;
UNICEF, 1997).

39
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

O leite de transição é o leite produzido entre o quarto e décimo quinto dia depois do
parto, com aumento brusco de sua produção, denominada apojadura, e chega a ser
denominado de leite maduro por volta do décimo quinto dia pós-parto.

O leite materno possui o teor perfeito de proteínas para o crescimento e desenvolvimento


cerebral, além de ser facilmente digerido e bem absorvido. Sua gordura possui ácidos
graxos insaturados de cadeia longa, entre eles o ômega 3, necessários ao crescimento
cerebral, sendo que a quantidade de gordura é maior ao final da mamada.

O ferro presente no leite materno é bem absorvido, evitando, assim, a ocorrência de


anemia em bebês que são amamentados (SOUZA et al., 1997).

O leite materno produzido, quando há nascimento de bebês prematuros, também é


considerado um leite prematuro e a mulher produz, por um ou mais meses, um leite
rico em proteínas, lipídios, calorias, menor quantidade de lactose que o leite maduro, o
que é mais apropriado ao recém-nascido imaturo (FERNANDES, 2000).

O leite de vaca ou fórmulas infantis não fornece a mesma nutrição nem tampouco a
mesma proteção imunológica que o leite materno e, apesar da indústria modificar
os componentes biológicos do leite, na tentativa de igualá-la ao materno, sabe-se
que tal objetivo jamais será alcançado, pois o leite artificial ou de vaca não possuem
componentes bioativos. O quadro a seguir apresenta as principais diferenças entre o
leite humano e o leite de vaca.

Tipos de aleitamento materno


Para compreender a indicação da duração do aleitamento materno, faz-se necessário
primeiramente tomar conhecimento das definições para alimentação infantil, de acordo
com Thomson (2000) e Castro (2006):

»» Aleitamento materno exclusivo – AME: quando o lactente recebe


apenas leite materno, que pode ser oferecido diretamente da mama ou
ordenhado (extraído). Neste tipo de aleitamento materno, o bebê não
recebe nenhum outro líquido (nem água ou chás) ou sólido, com exceção
de medicamentos prescritos pelo médico.

»» Aleitamento materno predominante – AMP: quando o lactente


recebe água ou outros líquidos além do leite materno.

»» Aleitamento misto: quando o lactente recebe leite materno em alguns


horários e também recebe outros tipos de leite.

40
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

»» Aleitamento artificial – AA: quando o lactente recebe apenas outros


leites, considerados substitutos do leite materno.

As indicações atuais de aleitamento materno são, de acordo com WHO (2001, 2009):

»» aleitamento materno exclusivo: até 6 meses;

»» aleitamento materno com alimentação complementar: até 2 anos ou


mais.

A partir dos seis meses de vida, o leite materno não contém mais todos os nutrientes
necessários para a criança, por isso faz-se necessário iniciar a alimentação complementar,
porém o aleitamento ainda deve continuar como alimentação principal. A alimentação
complementar deve ser iniciada com frutas raspadas, água, papas amassadas e com
aumento das consistências de forma paulatina, até que com aproximadamente um ano
de idade, a criança se alimente basicamente da alimentação da família, com consistência
sólida, com alimentos saudáveis como frutas, verduras, legumes, carnes e sucos, com
restrição de produtos industrializados, açúcares, doces e embutidos.

Para maiores informações, consultar a política pública brasileira, Estratégia


Amamenta e Alimenta Brasil, no site do Ministério da Saúde, <http://dab.saude.
gov.br/portaldab/amamenta.php e seus materiais disponíveis na internet>.

41
CAPÍTULO 2
Anatomofisiologia da lactação

O conhecimento da anatomia e fisiologia da lactação é de fundamental


importância para que o fonoaudiólogo atue em aleitamento materno. As
interferências físicas e emocionais na produção e descida do leite materno
são essenciais para a intervenção fonoaudiológica e o sucesso ou fracasso
do estabelecimento e manutenção do aleitamento materno, bem como os
conhecimentos de pega e posição, técnicas de manejo e resolução de problemas.
É a partir de tais conhecimentos que o profissional poderá auxiliar as mãe e evitar
a inserção e uso de bicos artificiais.

Assista ao vídeo do youtube <http://www.youtube.com/watch?v=rV3kkFnl4pM>,


do Ministério da Saúde, e verifique os conhecimentos sobre anatomia e fisiologia
da lactação, bem como pega e sucção.

Anatomofisiologia da lactação
É imprescindível a todo profissional que atua ou pretende atuar com a prática do
aleitamento materno conhecer profundamente aspectos relacionados à anatomia e
psicofisiologia da lactação, pois por meio de tais conhecimentos e do raciocínio clínico
será possível promover, proteger e apoiar a mãe no contexto que a envolve.

No entanto, devemos destacar que as dificuldades no aleitamento materno não são


decorrentes exclusivamente de alterações físicas e psicofisiológicas. Ao contrário,
o profissional deve levar em consideração a história familiar, o estado emocional da
mulher que amamenta, o apoio dos serviços de saúde e dos profissionais, o trabalho,
a comunidade, os meios de comunicação e a estrutura familiar relacionada à lactante.

Os profissionais de saúde têm o desafio de compreender que a amamentação é um


ato aprendido. Ocorre com pessoas reais, inseridas em diferentes contextos sociais,
históricos e culturais e, portanto, há necessidade de se conhecer não somente o contexto
de vida da lactante como também possuir capacidade técnica e competência necessária
para apoiá-la nos momentos de insegurança, auxiliá-la na superação de dificuldades e
solidarizar-se em situações de medo e dor.

Vários autores de livros, texto e artigos científicos estudaram, demonstraram e


descreveram a anatomia e fisiologia da lactação, como Akré (1989), Young (2000),

42
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Didio (2002), Guyton (2005), Douglas (2006c,d), Douglas e Bydlowski (2006), Mello
Júnior e Romualdo (2008) e World Health Organization – WHO (2009).

A lactação é o desfecho fisiológico do ciclo reprodutivo. O lactente, ao nascer, é imaturo


e dependente em todos os mamíferos, exceto nos marsupiais. Nos humanos, a gestação
se completa com o desenvolvimento das mamas, que se preparam para assumir o papel
de nutrir completamente o bebê quando a placenta é expelida.

A mama já está preparada para a lactação na 16a semana gestacional sem que haja
intervenção materna. Ela se mantém inativa por um equilíbrio de inibição hormonal.
Nas primeiras horas e dias após o parto, a mama responde às mudanças hormonais e
estímulos de sucção do neonato para produzir e liberar o leite.

Glândulas mamárias
As glândulas mamárias são formadas por três tipos de tecido: o glandular, do tipo
túbulo-alveolar; conjuntivo, que conecta os lóbulos, e o adiposo que encontra-se nos
espaços interlobulares. Estão presentes em ambos os sexos e se desenvolvem apenas
no sexo feminino durante o período de maturação, ou seja, na puberdade, no entanto,
seu maior desenvolvimento se dará na gravidez e especialmente na lactação, que
corresponde à função fisiológica exclusiva dos mamíferos.

As mamas estão localizadas na região anterior do tórax e são ricamente vascularizadas


e compostas por tecido adiposo e conjuntivo. O tamanho, forma e consistência variam
de acordo com a idade, paridade, raça e características pessoais e são determinadas pela
quantidade de tecido adiposo, no entanto, não há interferência na produção láctea. A
mama e um órgão do sistema tegumentar devido sua estrutura e seu desenvolvimento.
A direita se separa da esquerda pelo sulco intermamário, a profundidade desse sulco
varia de acordo com a idade e estado funcional da mama.

No período gestacional e da lactação, as mamas aumentam de tamanho devido ao


aumento do tecido glandular. No início da gestação, o tecido mamário sofre alterações
devido a ações de vários hormônios, tais modificações consistem na formação de novos
alvéolos onde será produzido o leite.

Estrutura da mama
A mama é formada por diversas estruturas que possuem funções importantes na
compreensão do processo de produção e liberação do leite humano, de acordo com
Moore (2001), Chaves Neto (2004), Lawrence e Lawrence (2005), Douglas (2006c,
43
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

d), Douglas e Bydlowski (2006), Mello Junior e Romualdo (2009) e World Health
Organization – WHO (2009) (Figura 7).

Alvéolos

Os alvéolos são as estruturas responsáveis pela produção láctea, são constituídos


por células secretoras cilíndricas simples. São numerosos (entre 10 e 100) e estão
distribuídos por toda a mama, medem aproximadamente 0,12 mm de diâmetro. Cada
grupo de 15 a 20 alvéolos formam um lóbulo. Cada lóbulo é sustentado por tecido
fibroso e envolvido por tecido adiposo, que conferem forma e tamanho à mama. Os
alvéolos e ductos são envolvidos por células mioepiteliais que são excitáveis a estímulo
hormonal. Tais células se contraem para a liberação do leite produzido nos alvéolos e
armazenamento nos seios lactíferos, para posteriormente serem retirados pelo bebê na
ordenha.

Figura 7. Anatomia da mama.

Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_HinBVxmht9k/SahiXd4h9OI/AAAAAAAAAkk/7HWdT-gdK2g/s400/anat_mama+boa.jpg>.
Acesso em: 15/8/2014.

Ductos lactíferos

Os ductos lactíferos são canais que levam o leite dos alvéolos aos seios lactíferos. Os
ductos lactíferos são envolvidos por revestimento de epitélio variado.

Seios lactíferos

Cada ducto lactífero possui uma região dilatada, chamada seio lactífero e está localizado
próximo à aréola, internamente. Os seios lactíferos são inúmeros.

44
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Aréola

É uma área circular pigmentada que circula a papila mamária, mede aproximadamente
de 2-4 cm de diâmetro. Possui glândulas mamárias modificadas que, durante a
gravidez e lactação, formam os tubérculos de Montgomery. Constituído por estruturas
histológicas similares, a parte glandular da mama, que produze uma secreção gordurosa
para proteção e lubrificação da aréola e papila, encontramos também glândulas
sebáceas e sudoríparas na aréola. Durante a gravidez e lactação aumenta o tamanho e
sua pigmentação é conservada para sempre.

Papila

A papila (mamilo) é uma proeminência que contém orifícios dos ductos lactíferos. Está
localizada na linha clavicular média, no quarto espaço intercostal, na parte central da
aréola e constituída de tecido erétil, cilíndrico e ricamente inervada. A papila direita está
frequentemente situada em nível inferior a da esquerda. É composta de musculatura
lisa e inclui fibras circulares espirais e longitudinais, que envolve a porção terminal dos
ductos lactíferos. Em situações em que a papila recebe estímulos mecânicos, térmicos
ou sexuais, ocorre à contração do músculo e, deste modo, a projeção papilar. A papila
pode ser classificada em três tipos.

a. Normal ou protrusa: forma um ângulo de aproximadamente 45 graus


entre a papila e aréola, é elástico e apresenta fácil apreensão.

b. Plano: encontra-se no mesmo nível da aréola, não há angulação entre os


dois e é pouco elástico.

c. Invertido: caracteriza pela inversão total do tecido epitelial, geralmente


não é elástico e a apreensão pode se tornar difícil.

d. O maior desencadeador da produção láctea é o estímulo do complexo


aréolo-mamilar pelo recém-nascido. Terminações nervosas areolares
levam estímulos para a hipófise anterior que produz prolactina, hormônio
que atua nas células alveolares estimulando a galactopoese.

Há que se ressaltar que a amamentação é um ato psicossomático complexo. Estando


a nutriz apoiada, confiante, informada, com disponibilidade física e emocional, a
continuidade dos estímulos de sucção mamilar chegam também à hipófise posterior
que libera ocitocina, hormônio com ação sobre as células mioepiteliais, que promove a

45
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

descida ou ejeção do leite. Esse reflexo é bloqueado pelo estresse, pela baixa autoestima,
pelo medo, pela dor e pela falta de apoio, bloqueio esse mediado pela adrenalina nas
células mioepiteliais e pela noradrenalina no eixo hipotálamo-hipofisário.

A prolactina é um hormônio de natureza glicoprotéica, apresenta-se muito semelhante


ao hormônio do crescimento e é importante na gravidez e lactação. Devido à associação
original com a lactação, o termo descreve a sua ação, ou seja, o apoio ou estímulo da
lactação. No entanto, a prolactina possui também a função de controlar a não lactação,
além de participar de mais de 80 diferentes processos fisiológicos.

Na gravidez, os níveis de prolactina começam apresentar elevação no primeiro trimestre


e continuam durante toda a gestação. Em mães que não amamentam, os níveis de
prolactina caem e retornam aos níveis basais em duas semanas, independente da
terapia para suprimir a lactação.

No parto, após a expulsão da placenta, os níveis de lactogênio, estrogênios e progesterona


apresentam um declínio abrupto, sendo que o lactogênio placentário desaparece em
poucas horas.

Os níveis de progesterona são reduzidos ao longo dos dias e os níveis de estrogênio


retornam a níveis basais em cinco ou seis dias. A progesterona é considerada a chave da
inibição hormonal e seu declínio em níveis plasmáticos é considerado como um gatilho
lactogênico para a fase II da lactogênese. Já os estrogênios reforçam o efeito inibidor da
prolactina e da secreção láctea.

Após o parto, há baixos níveis de estrogênio e altos de prolactina e a sucção do lactente


fornece um estímulo para a manutenção da liberação da prolactina. Se a prolactina,
essencial para a lactação, é reduzida por alterações hipofisárias ou medicações, a lactação
cessa e chega a níveis basais após um mês após o parto, ainda que a amamentação seja
mantida.

Embora a prolactina seja necessária para a secreção do leite, o volume de leite secretado
não está diretamente relacionado com a concentração de prolactina no plasma.
Mecanismos locais dentro da glândula mamária que dependem da quantidade de leite
removido pela criança são responsáveis pela regulação do volume de leite.

A sucção estimula a adenohipófise e, consequentemente, a liberação de prolactina


e ocitocina. Estes hormônios estimulam a síntese e produção de leite e a ejeção
hormônios metabólicos, que também são necessários no processo de síntese do leite.
Deste modo, o aleitamento materno e o esvaziamento das mamas são essenciais para o
estabelecimento e manutenção da lactação (Figura 8).

46
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Figura 8. Reflexo de Prolactina.

Fonte: <http://www.achetudoeregiao.com.br/atr/como_o_leite_e_produzido_no_seio.htm>.Acesso em 15/8/2014.

A ocitocina é um hormônio de natureza protéica, sintetizada no hipotálamo,


armazenada pela hipófise e por ela liberada. A ocitocina é responsável pela contração da
musculatura lisa uterina e das células mioepiteliais da glândula mamária, provocando a
ejeção do leite contido nesta.

Este hormônio inicia sua ação antes da mamada ou na presença da sucção do lactente.
O reflexo de ejeção ocorre de forma condicionada para desencadear sensações de
afeto na mãe mesmo antes de ver, tocar e conversar com seu bebê, ou mesmo ouvir
seu choro. No entanto, se a mãe estiver doente ou com problemas emocionais (dor,
cansaço, estresse, depressão), o reflexo da ocitocina pode ser inibido e seu leite pode
deixar de fluir adequadamente. Nesses casos, a mãe necessitará de apoio para se sentir
bem, confortável e a manutenção do aleitamento materno para que o leite volte a fluir
novamente (Figura 9).

Figura 9. Reflexo da ocitocina.

Fonte: <http://www.achetudoeregiao.com.br/atr/como_o_leite_e_produzido_no_seio.htm>. Acesso em 15/8/2014.

47
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

Alguns sinais da ação da ocitocina são: sensação de formigamento na mama antes e


durante a amamentação, liberação do leite quando a mãe pensa em seu bebê ou ouve
seu choro, liberação do leite quando o bebê realiza pega e ordenha da mama, liberação
do leite em jatos quanto a amamentação é interrompida, diminuição da velocidade
de sucção e deglutição do lactente (mostra que o leite é liberado na cavidade oral do
bebê), dor uterina ou aumento do fluxo sanguíneo no útero ou sede materna durante a
amamentação.

A ocitocina também sofre influência de efeitos psicológicos e este tipo de efeito ocorre
tanto em mulheres como em animais. Em seres humanos, a ação da ocitocina leva a
mãe a um estado de calma, reduz o estresse, desenvolve os sentimentos de afeto entre
mãe e bebê e promove o vínculo.

48
CAPÍTULO 3
Anatomofisiologia da sucção do
lactente

A pega e sucção (ordenha da mama) correta do lactente são fundamentais para


que o aleitamento se estabeleça e ocorra sem intercorrências. É importante o
fonoaudiólogo saber que na pega correta não deve haver dor, mas satisfação
de ambas as partes. O vídeo do youtube sugerido no capítulo anterior deve ser
revisado agora para verificar a pega e sucção do bebê, pois a anatomofisiologia
da sucção é a segunda parte essencial para a amamentação bem-sucedida. Além
disso, é por meio desta sucção, que aqui é chamada de ordenha devido à pressão
positiva realizada, que todo o crescimento das estruturas e desenvolvimento das
funções do Sistema Estomatognático ocorrerá de forma adequada, promovendo
harmonia facial e espaço suficiente para a erupção dentária, respiração nasal,
posicionamento lingual e vedamento labial.

Reflita acerca dos prós e contras da indicação do uso de chupeta e mamadeira


até os dois anos de idade da criança, bem como acerca da necessidade do uso
desses objetos, tão diferentes anatomicamente e funcionalmente da mama
materna. A sucção é imprescindível, tanto para a sobrevivência quanto para o
desenvolvimento emocional do lactente, mas quem necessita desses objetos, o
bebê ou seus pais? O choro do bebê incomoda a quem? O choro é comunicação,
mas em geral, gera angústia nos pais ou cuidadores, que desejam cessá-lo
imediatamente. Por que os adultos não buscam compreender o choro como
forma de comunicação e não tentam interpretá-lo? Por que utilizam de artifícios
para cessar o choro sem descobrir sua causa? Como poderiam agir e responder
às reais necessidades do bebê?

Anatomofisiologia da sucção

O adequado crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do Sistema


Estomatognático é fundamental para que o indivíduo consiga se comunicar com
eficiência. Faz-se necessário, portanto, conhecer a normalidade deste sistema, os fatores
que interferem neste processo e as formas de prevenção de alterações fonoaudiológicas,
especialmente pela prática do aleitamento materno.

49
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

As funções da cavidade oral

A cavidade oral ou boca desenvolve funções amplas e fundamentais para diversas


finalidades, ou seja, padrões funcionais: padrão digestório, padrão respiratório oral,
padrão tegumentar, padrão condutual (DOUGLAS, 2006).

O padrão digestório identifica a cavidade oral como porta de inserção de alimento no


sistema digestório e compreende as funções de sucção, mastigação (incisão, trituração e
pulverização) e deglutição (transporte do alimento da cavidade oral ao estômago). Todo
o processo é acompanhado da secreção salivar, que atua como facilitador na formação
do bolo alimentar, na passagem deste para a faringe e também no início da digestão,
por meio das enzimas digestivas presentes na saliva.

Além disso, a cavidade oral possui as funções de controle hipotalâmico das sensações
de sede e fome, bem como a aceitação (deglutição) ou rejeição (cuspidura ou vômito) de
alimentos, comandada pelos receptores gustativos.

O padrão respiratório oral se dá especialmente durante a fonoarticulação, visto que


o padrão adequado de respiração é a nasal pelo fato de umidificar, aquecer e purificar o
ar inspirado, bem como realizar a ventilação pulmonar. É durante a expiração oral que
ocorre a fonoarticulação, uma vez que toda a articulação dos sons da fala é realizada
pelas estruturas orais (lábios, língua, véu palatino, dentes, palato) assim como a
ressonância do som.

Outra função imprescindível da cavidade oral é a proteção das vias aéreas, caracterizada
pelo espirro e tosse.

O padrão tegumentar é caracterizado pela rica inervação sensitiva, queratinização


das camadas superficiais do epitélio de revestimento (como ocorre com os lábios),
papel protetor e de barreira de corpos estranhos e microorganismos agressivos. (tecido
linfoide, lisozima, nistatina e mucina).

O padrão condutual se refere à capacidade de fala inerente aos seres humanos.


Tal padrão está relacionado tanto às atividades iniciais do lactente (balbucio ou
vocalizações) quanto à fala que expressa sentimentos e pensamentos e ainda está
relacionado à expressão facial, que também é fonte comunicadora de mensagem. Além
disso, é responsável pelas funções de beijo e mordida que comunicam aproximação ou
afastamento.

Todas as funções sensitivas da cavidade oral são conhecidas como Funções


Estomatognósicas.

50
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

O reflexo de sucção e a ordenha da mama


A sucção é a primeira função exercida pelo SE, inicialmente como um reflexo inato
controlado pela ponte e medula. Pode ser observado no feto com 16 semanas e torna-
se volitiva com o amadurecimento neural, com cerca de quatro a seis meses de vida.
De acordo com Valdés, Sanchéz e Labbok (1996), World Health Organization (WHO,
2001/2009), o recém-nascido tem sua boca adaptada funcional e anatomicamente
para ser amamentado. Os lábios, maxilares, gengivas, língua, almofadas de gordura das
bochechas, palato duro, mole e epiglote formam uma estrutura anatômica que ordenha
o leite dos seios lactíferos das mamas.

Diversos autores descrevem a anatomia facial e o mecanismo de sucção do recém-nascido


por meio de relatos de que o bebê, ao nascer, apresenta a mandíbula retraída em relação
à maxila e a língua volumosa em relação à cavidade oral. Deste modo, a língua ocupa
toda a cavidade oral e possibilita ao neonato a respiração nasal (Figura 10).

Figura 10. Pega correta da mama. Posição correta das estruturas do Sistema Estomatognático.

Fonte: GOMES, C. F.; OLIVEIRA, K. Anatomia e fisiologia do Sistema Estomatognático. In: CARVALHO, M. R.; TAVARES, L. A. M.
(Orgs.). Amamentação: bases científicas. Rio de Janeiro: Editora Gen, 2009. cap.1.

Ao abocanhar a mama materna, os lábios do bebê aproximam-se pela ação do músculo


orbicular oris, que envolve a papila e parte da aréola, por cima, pelo lábio superior e,
por baixo, pela ponta da língua e lábio inferior.

A porção posterior da língua adquire uma postura elevada, funcionando como um


mecanismo oclusivo língua-palato mole, estabelece uma pressão negativa intraoral e
possibilita, assim, a pega correta (ENLOW; HANS, 1998; NAYLOR; DANNER; LANG,
2001; CARVALHO, 2003; SANCHES, 2004).

51
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

Neste processo, a papila é comprimida e achatada pela língua contra a papila palatina,
sendo que seus orifícios permanecem voltados para cima, realizando um estímulo
sensório-motor no terço anterior da língua. Essa pressão, agora positiva, é formada
também pelo rebaixamento, ântero-posteriorização e elevação da mandíbula (músculos
masseter, digástrico, temporal, pterigoideo interno e externo), que facilita a extração do
leite e faz com que a língua tome posição de concha (pela elevação das bordas laterais e
ponta), visando ao controle da quantidade de leite a ser deglutido.

No que se refere às consequências do aleitamento materno no crescimento das


estruturas e desenvolvimento das funções do SE, constata-se que o crescimento facial
harmônico decorre dos movimentos realizados pelo bebê na ordenha, momento em
que os maxilares são estimulados a crescer de forma bem direcionada. Além disso,
o aleitamento materno proporciona amadurecimento oral, estimula a tonicidade
muscular e o desenvolvimento da Articulação Têmporo-Mandibular (ATM), promove
espaço suficiente para a erupção dos dentes e é considerado como preparação para a
mastigação (FERNANDES, 2000; MATIDA, 2000; MEDEIROS; RODRIGUES, 2001;
GAVA-SIMIONI, et al., 2001; JACINTO-GONÇALVES, et al., 2004; VALDÉS, s/d)
(Figura 11).

Figura 11. Estruturas do Sistema Estomatognático durante aleitamento materno. Destaque para a posição da

língua, harmonia de forças intra e extraorais, conformação do palato duro e espaço aéreo nasal preservado.

Fonte: <http://www.brianpalmerdds.com/pdf/section_A.pdf>.

De acordo com Vinha (1999), cerca de 20 músculos orofaciais trabalham ativamente


para que o bebê mame de forma eficiente e também para que desenvolva o SE,
proporcionando a instalação de sua função adequada bem como a respiração nasal. O
trabalho muscular dos pterigoideos mediais e laterais, masseteres e temporais faz com
que tais músculos se preparem para uma futura função mastigatória.

Segundo Palmer (1993), Madeira (2001) e Almeida, Melli e Moraes (2002) e Douglas
(2006), os músculos responsáveis pela mastigação são basicamente quatro: masseter,
temporal, pterigoideo medial e lateral.

52
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

O masseter é o músculo responsável pela elevação da mandíbula com maior potência,


já que é caracterizado como um músculo de força resistente à tração. O músculo
temporal é mais caracterizado como músculo de movimento do que de força e sua
função também é elevar a mandíbula pelo seu conjunto de fibras engajadas juntamente
com as do masseter e pterigoideo medial. O pterigoideo medial também possui função
de elevação da mandíbula associada à função de deslocá-la para frente, assim como o
pterigoideo lateral, num movimento de protrusão. Entretanto, quando age sozinho, ele
é responsável pelos movimentos de lateralidade da mandíbula.

Os movimentos mandibulares proporcionam adequado crescimento, permitindo um


posicionamento ideal da mandíbula para a erupção dentária. Segundo Praetzel et al.
(1997), os músculos envolvidos na sucção e deglutição do recém-nascido são pterigoideo
lateral e medial, masseter, temporal, digástrico, genohioideo e milohioideo, estes
últimos denominados músculos supra-hioideos, que auxiliam na deglutição.

De acordo com Carvalho (2003) e Sanches (2004), na ordenha da mama, o bebê


realiza movimentos mandibulares, inicialmente de abaixamento (abertura de
boca – possibilita a pega da mama), protrusão (para que o bebê alcance os seios
lactíferos sob a aréola), elevação (fechamento – possibilita a compressão dos seios
lactíferos) e retrusão (possibilita que os rebordos da língua tragam o leite para a
cavidade oral).

Os músculos envolvidos na ordenha, de acordo com Carvalho (2003) e Sanches (2004),


segundo os movimentos mandibulares, são, no rebaixamento, músculos supra e infra-
hioideos e feixe inferior do pterigoideo lateral; na protrusão, músculos pterigoideos
mediais, masseter e feixe inferior dos pterigoideos laterais; na elevação, músculos
masseter, pterigoideo medial e fibras verticais do temporal; na retrusão, músculos
digástrico, fibras superiores do pterigoideo lateral e fibras oblíquas e horizontais do
temporal.

Uso de bicos artificiais

Um fator de extrema importância que acarreta dificuldades na amamentação natural


é o uso de alternativas artificiais na alimentação de lactentes, pois tais alternativas
reduzem o tempo de aleitamento materno, de contato entre mãe e bebê, além de
favorecer o aparecimento de diversas patologias que podem levar à mortalidade e
morbidade infantil, dentre elas as patologias de caráter fonoaudiológico (GOMES,
2002; GOMES, 2003).

53
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

As desvantagens da alimentação artificial são inúmeras. Resultam em maiores chances


de ocorrência de infecções diversas nos bebês tais como diarreia, infecções de ouvido
(BENÍCIO; MONTEIRO, 2000; TOMA; RÉA, 2008), alterações, apendicite aguda,
infecções do trato respiratório (TOMA; RÉA, 2008), meningite bacteriana, botulismo,
colite ulcerativa e enterocolite necrotizante (GIUGLIANI; VICTORA, 1997), que podem
ser resultantes da contaminação da água ou do próprio leite. Além disso, o uso da
mamadeira também pode levar à contaminação pela inadequada higienização e gerar
infecções no bebê (MORAIS; MORAIS; SIGULEM, 1998).

Além disso, a criança alimentada artificialmente está mais sujeita a doenças alérgicas
como eczema, rinite, asma, urticárias, choques anafiláticos, alergia ao leite de vaca
pela introdução precoce de proteínas do leite de vaca na dieta do bebê, entre outras
(LANA 2001). As alterações de ordem emocional também podem ocorrer em razão da
diminuição do contato entre mãe e bebê (GIUGLIANI; VICTORA, 1997; KLAUS, 1998;
VALDÉS, 2001).

De acordo com Proença (1994), as alterações de fala decorrentes do uso de bicos


artificiais referem-se principalmente à ocorrência de anteriorização da língua entre as
gengivas ou os dentes devido à hipofunção, o que altera a produção de alguns sons pela
inadequada projeção da língua (/t/, /d/, /s/, /z/, /n/).

Tais alterações são denominadas alterações de caráter fonético (realização dos sons), ou
seja, o som é incorretamente articulado por um problema físico ou mecânico. Nos casos
em que há um desvio fonológico (uso dos sons com valor contrastivo), identifica-se a
existência de uma falha na correspondência do sistema de contrastes que é utilizado
pelo falante de determinada língua, o que não ocorre em crianças com alterações de fala
decorrentes de inadequado crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções
do SE (GUEDES, 1997; PEREIRA; MOTA, 2002).

O aleitamento artificial também pode acarretar patologias de caráter fonoaudiológico


devido ao uso da mamadeira, independentemente do tipo de bico (ortodôntico ou
não), tais como deglutição atípica, alterações de tonicidade e postura oral (BARBOSA;
SCHNONBERGER, 1996), alterações no reflexo de sucção e deglutição, alterações de
fala (RAMOS, 1994), alterações no desenvolvimento dos maxilares (LARSSON, 1998),
dentre outros. O uso da mamadeira leva ao desmame precoce, pois o bebê poderá
apresentar confusão de bicos; o oferecimento de leite artificial acarretará diminuição
na frequência das mamadas e, consequentemente, diminuição na produção de leite
(DOWLING; THANATTHERAKUL, 2001; GOMES, 2003) (Figura 12).

54
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Figura 12. Estruturas do Sistema Estomatognático durante uso de bicos artificiais (chupeta ou mamadeira).

Destaque para a posição da língua, desarmonia de forças intra e extraorais, conformação do palato duro e

espaço aéreo nasal reduzido. O bico artificial não se conforma à cavidade oral do lactente como ocorre com a

mama materna.

Fonte: < http://www.brianpalmerdds.com/pdf/section_A.pdf>.

O uso da chupeta também acarreta inúmeras infecções e patologias no recém-nascido


e criança pequena como otites médias e diarreia devido à contaminação ou higienização
inadequada da chupeta. Além disso, há um aumento no índice de Síndrome da Morte
Súbita do Recém-Nascido quando este faz uso de chupeta precocemente, porém, há
pesquisas que geram controvérsias quanto a este caso.

A ocorrência de desmame precoce se dá pelo fato dos bebês que se utilizam de bicos
artificiais terem maior risco de rejeitar o seio materno e abandoná-lo, tanto pela
ocorrência da confusão de bicos ocasionada pelo bico artificial, quanto pelo fato da
musculatura do bebê perder tonicidade e postura, bem como pela diminuição na
produção de leite gerada pela diminuição da frequência de amamentação. Lana (2001)
destacou que crianças que não fazem uso de chupeta possuem uma chance quatro vezes
maior de estar sendo amamentadas até os seis meses quando comparadas com crianças
que se utilizam do bico constantemente.

Bebês que sugam chupeta possuem maiores chances de desenvolverem problemas


ortodônticos e de motricidade oral, pois os bicos pressionam o palato, tornando-o estreito
e profundo, levando a um mau alinhamento dos dentes e alteração da sobreposição
dentária, acarretando também um desequilíbrio da musculatura oral.

Além das desvantagens citadas anteriormente, Glória (1991) detectou a presença de


substâncias N-nitrosaminas nos bicos de mamadeiras e chupetas, que são potentes
agentes cancerígenos, embriopáticos, teratogênicos e mutagênicos.

55
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

Quadro 4. Diferenças entre a ordenha da mama e a sucção de bicos artificiais


Não há bico que se assemelhe à mama materna, por quê:
»» a mama se adequa à cavidade oral do bebê, o que nenhum outro bico é capaz de fazer (ao contrário, a boca do bebê tem que se adaptar ao
bico);
»» somente na mama o bebê anterioriza a língua, que fica acima do lábio inferior. Todos os bicos rígidos, de qualquer material e tamanho, empurram
a língua para posterior, o que muda a sucção do bebê;
»» somente na mama o bebê faz todos os movimentos mandibulares que direcionam o crescimento facial (abertura, protrusão, fechamento e
retrusão), que são os movimentos de ordenha, ou seja, massagem oral do bebê nos seios lactíferos para retirada do leite por pressão POSITIVA.
Em qualquer bico, o bebê faz apenas abertura e fechamento mandibular, pois retira o leite por pressão NEGATIVA (quando dizem que é difícil
retirar o leite o bebê tem que fazer essa pressão negativa);
»» somente na mama (e pela minha pesquisa de doutorado, no copo) o bebê ativa os músculos que mais tarde serão responsáveis pela mastigação
– masseter, temporal e pterigoideos (elevadores da mandíbula). Em qualquer bico, o bebê tem uma reduzida ação desses músculos e exacerbada
ação dos bucinadores (músculos da bochecha), que, é claro, terá interferência importante no crescimento facial e oral;
»» somente na mama há equilíbrio de forças para que o palato seja o mais horizontal possível, permitindo a alimentação oral e respiração nasal. Em
todos os bicos, há pressão do bico sobre o palato e, com a ação dos bucinadores, há uma pressão sobre as arcadas dentárias, que pressionarão
o palato, que finalmente tomará o formato alto e dificultará a respiração nasal, portanto, É IMPOSSÍVEL compararmos qualquer bico com a mama
materna. Não há melhor bico ou mais parecido. Todos trarão, em maior ou menor grau, dependendo da frequência e duração do uso, problemas
para a criança.
O melhor mesmo é amamentar, fazer a transição para a mastigação e abolir o uso de qualquer bico na vida da criança.
Fonte: (GOMES; OLIVEIRA, 2010).

Desenvolvimento craniofacial decorrente do


uso de bicos artificiais
Os movimentos realizados na sucção da mamadeira são diferentes dos realizados no
aleitamento materno, o que pressupõe que o estímulo neurológico de crescimento e
desenvolvimento maxilo-mandibular perca seu sinergismo no aleitamento artificial.
Além das alterações referentes ao SE, outras funções estarão alteradas nos bebês
em aleitamento por mamadeira, tais como deglutição, respiração e posteriormente
mastigação e fala.

De acordo com Carvalho (2003), as alterações musculares decorrentes do uso de


mamadeira, seja com bico ortodôntico ou bico normal, são importantes e ocorrem em
todos os músculos que participam da alimentação dos lactentes, em comparação com
os amamentados.

Em vista de tais dados, considera-se que o aleitamento materno seja a opção ideal para
o adequado crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do SE.

Uma mãe de um bebê de 7 dias procura orientação, pois seu bebê está em
aleitamento materno exclusivo, mas a família está pressionando para que ela
ofereça chupeta e chá na mamadeira. Quais orientações você deve oferecer a ela
e à família? Ela informa que não há dificuldades no aleitamento materno, o bebê
está ganhando peso e não chora.

56
CAPÍTULO 4
Como amamentar

Amamentar parece natural, instintivo, fácil e simples. Isso é verdadeiro nos


animais irracionais, que agem por instinto, mas nos seres humanos, que pensam,
sofrem influências emocionais, sociais, culturais e familiares, amamentar é
um ato extremamente complexo e, muitas vezes, difícil. Deve ser aprendido,
precisa de apoio, auxílio e incentivo e o fonoaudiólogo é um dos profissionais
responsáveis por favorecer o melhor ambiente para que a amamentação seja
estabelecida, promovida e continuada. Existem técnicas e métodos que o
profissional deve aprender e ensinar gestantes, mães e familiares para garantir
o sucesso no aleitamento materno e, consequentemente, a promoção da saúde
fonoaudiológica.

Assista ao vídeo do youtube <http://www.youtube.com/watch?v=TkcZhfDia6I>


sobre técnica de ordenha manual do leite materno, pois é uma das técnicas
importantes para que o fonoaudiólogo atue em aleitamento materno. Existem
cursos de manejo clínico em amamentação para que o profissional também
desenvolva a prática, tão importante para não agir de maneira incorreta ou que
cause dor à mulher.

Técnicas para a amamentação


Para que haja sucesso no aleitamento materno, Valdés et al. (1996), King (1997), Lang
(1999), Vinha (1999), Teruya e Serva (2001) forneceram valiosas informações quanto
à higiene, ao local para amamentar, às posições, às formas de retirar o bebê da mama,
entre outras. Para os autores, inicialmente a mãe deve prender os cabelos e lavar bem
as mãos com água e sabão; deve manter as unhas aparadas para não machucar o bebê
e para que não haja deposição de sujidade. O local para amamentar é de extrema
importância: deve ser um local silencioso, com luminosidade controlada, sem correntes
de ar; a mãe deve sentar-se confortavelmente, levando o bebê até a mama (e não a
mama até o bebê), para que ocorra a descida do leite e também para que mãe e bebê
possam interagir de maneira apropriada.

A posição deve ser a mais confortável para ambos, podendo a mãe estar sentada,
encostada ou deitada.

57
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

Antes de levar o bebê à mama, é importante verificar se a aréola está flácida, de forma que
possibilite o abocanhamento correto da mama e a retirada eficiente de leite. Se a mama
estiver cheia, faz-se necessário realizar uma breve ordenha manual para amaciá-la.

A ordenha manual consiste na extração manual do leite materno e, para realizá-la, a


mãe e/ou profissional de saúde deve lavar as mãos e acomodar a mãe em local silencioso
para que ela possa relaxar. A seguir, deve-se iniciar uma massagem circular, começando
da aréola, seguida de outra de trás para frente na região da aréola e então estimulá-la,
estirando-a ou rodando-a entre os dedos. Para extrair o leite, os dedos indicadores
devem estar comprimidos contra as costelas, acima do mamilo e os demais abaixo, onde
termina a aréola, repetindo-se este movimento de forma rítmica e rodando a posição
dos dedos para esvaziar todas as áreas (Figura 13).

Figura 13. Ordenha da mama.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. 2. ed. rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2007. Álbum seriado. 18 p.

Os primeiros jorros devem ser desprezados e o leite colocado em recipiente limpo de


vidro com tampa plástica. É importante passar algumas gotas de leite posterior nos
mamilos e aréola, deixando-os secar naturalmente para lubrificá-la e tratar fissuras
mamilares, se presentes (VALÉS et al., 1996; KING, 1997).

O bebê deve estar posicionado em decúbito lateral sobre um dos antebraços da mãe e a
cabeça apoiada na parte interna do ângulo formado pelo braço e o antebraço materno.
Além disso, o bebê deve estar posicionado no mesmo sentido do eixo corporal materno,
ou seja, “barriga com barriga”, para evitar dores no pescoço e cansaço do bebê durante
a amamentação.

58
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

A mãe deve oferecer a mama ao bebê com a mão em forma de C (dedo polegar colocado
na parte superior e os outros quatro dedos na parte inferior – Figura 14) por trás da
aréola, levando o mamilo a estimular os lábios do bebê, para desencadear o reflexo
de procura. Só quando o bebê abre a boca e anterioriza a língua a mãe deve levá-lo à
mama. O mamilo e parte da aréola devem estar na boca do bebê para que ocorra uma
ordenha eficiente (Figura 15 - VALDÉS et al., 1996).

Figura 14. Mão em C.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. 2. ed. rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2007. Álbum seriado. 18 p.

Figura 15. Pega correta da mama.

Fonte: <http://anadoulaenutri.blogspot.com.br/2011/09/paulinia-quer-pagar-r-500-por-mes-para.html>.

As orientações dos autores e do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde


são de que o aleitamento materno seja oferecido sob livre demanda, isto é, sempre que
o bebê solicitar (sem horários fixos) e durante o período de tempo que ele necessitar,
59
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

para que ele esvazie toda a mama; só então, deverá ser oferecida a outra mama. Esta
orientação para que o bebê esgote a mama possui uma importante explicação: o leite do
início da mamada é rico em água e sais minerais para saciar a sede do bebê. Durante a
mamada, há maior quantidade de proteínas e, no final, maior concentração de gordura,
que fornecerá o necessário para o crescimento e ganho de peso do bebê, dando-lhe sinal
de saciedade pela presença da gordura (KING, 1997).

Caso o bebê não esvazie a mama, pode chorar de fome logo em seguida, fato que dá a
impressão de que o leite não sustente, é fraco ou pouco ou que o bebê não aceita o leite
materno. Por isso a mãe deve ser informada sobre esta transformação sofrida pelo leite
durante a mamada.

Quando for preciso retirar o bebê da mama antes do final da mamada, a mãe deverá
introduzir o dedo indicador pela comissura labial da boca do bebê até os maxilares,
pressionar suavemente sua mandíbula, de tal maneira que o dedo substitua, por um
momento, a aréola e o mamilo. Esta manobra evita que ocorra dor e fissura mamilar,
visto que existe uma pressão negativa na cavidade oral do bebê (VALDÉS et al., 1996).

Após os seis meses de vida, a mãe deve iniciar a alimentação complementar, mantendo
o aleitamento materno por dois anos ou mais, segundo recomendações do Ministério da
Saúde. Giugliane e Victora (2000) afirmam que, no início da alimentação complementar,
esta deve ser oferecida em copo ou na colher, evitando-se o uso de bicos artificiais e
para o favorecimento do crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do
Sistema Estomatognático.

Explique sua avaliação, conduta e orientações a uma mãe que teve bebê há 5
dias e está com as mamas muito cheias. Ela menciona dor e o bebê não consegue
abocanhar a aréola para mamar, por isso acaba machucando o bico do peito
quando tenta mamar. Observa-se fissuras em ambos os mamilos.

60
CAPÍTULO 5
Dificuldades e intervenção nos
problemas precoces e tardios da mãe

Ainda que a gestante e puérpera receba orientações, apoio e auxílio no pré-natal


e período de hospitalização, muitas vezes é em casa, após a alta hospitalar, que
os problemas na amamentação irão acontecer. Em especial, é 4 a 7 dias após o
nascimento, momento em que ocorre a apojadura – descida do leite – que as
possíveis complicações desse evento podem surgir. Nesse momento, é de grande
importância o fonoaudiólogo estar disponível para realizar um atendimento
domicilar ou solicitar um retorno da mãe ao consultório para reavaliação e
orientações, com a finalidade de evitar complicações. Se as orientações e
intervenções forem realizadas a tempo, tais complicações podem ser evitadas
e o aleitamento se estabelece sem maiores dificuldades. Esse é o objetivo da
intervenção fonoaudiológica!

Nesse momento, é de extrema importância que o fonoaudiólogo faça uma


avaliação das mamas da mulher, dos reflexos orais e sucção do lactente, da
técnica da amamentação e tenha sempre um obstetra ou mastologista para
encaminhar em caso de dúvidas, pois algumas complicações necessitam de
intervenção médica. Sugere-se o aprofundamento da avaliação por meio do
livro AUERBACH, K. G.; RIORDAN, J. Atlas clínico de amamentação. Rio de
Janeiro: Revinter, 2000.

Problemas maternos
Existem diversos fatores que podem acometer mãe e bebê no período da lactação.
Entre eles, serão descritos alguns fatores físicos, passíveis de afetar a mãe. No entanto,
muitos dos problemas relatados pelas mães podem ser prevenidos por meio de corretas
orientações e condutas, evitando-se o desmame precoce (CATTONI et al., 1998;
GOMES, 2003).

»» Ingurgitamento mamário: é a retenção de leite pelo esvaziamento


insuficiente ou pouco frequente das mamas. Caracteriza-se pelo aumento
das mamas, endurecimento e sensibilidade. A ordenha manual, iniciada
pela aréola, alivia a dor e permite que o bebê abocanhe a mama (aréola
e mamilo), esvaziando-o (RIORDAN; AUERBACH, 2000; THOMSON,

61
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

2001). Outras causas de ingurgitamento mamário, de acordo com


Giugliani (2000, p. S235) são: “leite em abundância, início tardio da
amamentação, mamadas infrequentes, restrição da duração e frequência
das mamadas e sucção ineficaz do bebê favorecem o aparecimento do
ingurgitamento. Portanto, a amamentação em livre demanda, iniciada
logo após o nascimento e com técnica correta, são medidas eficazes na
prevenção do ingurgitamento” (Figura 16).

Figura 16. Ingurgitamento mamário.

Fonte: <http://www.mamaebebeamamentacao.com/2011/11/ingurgitamento-mamario-ou-mamas.html>.

»» Fissura mamilar: é a lesão do tecido mamilar pela pressão negativa


realizada pelo bebê durante a mamada, uma vez que a má pega e o mau
posicionamento da criança caracterizam as etiologias mais frequentes
da fissura (LANA, 2001; THOMSON, 2001). Outra causa possível seria
o uso de cremes (que deixam a pele fina e sensível) ou de sabonetes (que
ressecam a pele) nos mamilos.

Para resolver o problema da fissura, deve-se corrigir a pega e o posicionamento do


lactente ou deixar de utilizar produtos favorecedores da fissura.

De acordo com Thomson (2001), outro fator de risco é a introdução de complementos


em chucas ou mamadeiras, pois há uma tendência de redução das mamadas e interferir
na amamentação e na dinâmica oral do bebê. Além disso, a ocorrência de monilíase
mamilar (sapinho) configura um fator etiológico para o aparecimento da fissura.

Quando a fissura já estiver instalada, deve-se corrigir a pega da mama, alternar diferentes
posições nas mamadas, aplicar o leite posterior nos mamilos após as mamadas e, se
necessário, aplicar agentes tópicos e analgésicos sistêmicos, sob prescrição médica
(GIUGLIANI, 2000) (Figura 17).

62
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Figura 17. Fissura mamilar.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. 2. ed. rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2007. Álbum seriado. 18 p.

»» Mastite: é um processo infeccioso provocado por bactéria que atinge


o tecido que rodeia os alvéolos e resulta, entre outros fatores, do
esvaziamento incompleto das mamas. Os sintomas são: dor, calafrios,
febre, mal-estar e eritema localizado. A fadiga materna é um fator de
risco para a mastite, de acordo com Giugliani (2000) e Thomson (2001).

O tratamento inclui repouso, ingestão de anti-inflamatórios ou antibióticos e analgésicos,


sob prescrição médica; contudo, a ocorrência da mastite pode ser evitada por meio da
pega correta e do esvaziamento adequado das mamas (KING, 1997).

»» Abscesso: é uma complicação da mastite tratada de forma inadequada


ou tardiamente, necessitando de encaminhamento médico urgente,
drenagem cirúrgica, uso de antibióticos e anti-inflamatórios (THOMSON,
2001) (Figura 18).

Figura 18. Mastite com abscesso.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. 2. ed. rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2007. Álbum seriado. 18 p.

63
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

»» Mamilo plano ou invertido: consiste em má-formação dos mamilos,


o que não impede a amamentação, já que o bebê deve abocanhar a aréola.
Atualmente, não há indicação de tratamento para essa má-formação,
pois não existe técnica que modifique a anatomia mamilar, no entanto,
há orientações para que a pega e a posição sejam adequadas para que o
bebê consiga abocanhar a aréola materna (THOMSON, 2001) (Figura 19).

Figura 19. Mamilo invertido e plano.

Fonte: <http://latchlove.wordpress.com/category/challenge/>.

64
CAPÍTULO 6
Dificuldades e intervenção nos
problemas do bebê

Em algumas situações, os bebês apresentam dificuldades de sucção. Mesmo


recém-nascidos ou lactentes a termo, sem intercorrências, de baixo risco,
podem apresentar alterações motoras orais ou disfunções orais ao nascer,
decorrentes ou não de intervenções peri ou pós-natais. Independentemente
disso, o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para avaliar, diagnosticar e
intervir nesse processo da alimentação, bem como reabilitar o lactente para que
este retorne ao aleitamento materno exclusivo preferencialmente, ou, caso não
seja possível, ao menos aleitamento materno misto, com uso de complemento
em copo ou outro método que se adapte às suas capacidades clínicas. Em
geral, um lactente sem intercorrências retornará ao aleitamento materno; um
lactente com patologias e intercorrências poderá permanecer com sequelas e
necessitar de outros métodos de alimentação que serão avaliados caso a caso
pelo profissional. O importante é sempre pensar que o aleitamento materno é
o método de preferência para o Sistema Estomatognático, vínculo mãe-bebê,
linguagem, enfim, para a saúde fonoaudiológica.

Para aprofundamento, sugere-se a leitura do capítulo do livro CORDEIRO, M.


T. Postura, posição e pega adequadas: um bom início para a amamentação.
In: REGO, J. D. Aleitamento Materno. São Paulo: Atheneu, 2001. Cap.10, pp.
131-153.

Dificuldades do bebê

Alguns fatores de origem somática, neurológica, cromossômica, metabólica ou clínica


podem afetar o bebê e resultar em dificuldades na amamentação. Neste texto, serão
abordadas a fissura labiopalatina, o frênulo lingual curto, a disfunção motora oral,
a língua saliente e volumosa (Síndrome de Down), mandíbula pequena e retraída
e glossoptose (Pierre-Robin), alteração nos reflexos de alimentação e proteção,
prematuridade (já abordada anteriormente), problemas respiratórios ou cardíacos. Ao
final da apostila, as alterações motoras orais do lactente serão abordadas com maior
profundidade, com enfoque no manejo fonoaudiológico de tais casos.

65
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

»» Fissura labiopalatina: o aleitamento materno, nesses casos, possui


efeito positivo sobre o desenvolvimento dos músculos do palato duro,
auxilia na manutenção da permeabilidade da tuba auditiva, reduz
o risco de otites e problemas auditivos futuros, além de auxiliar no
desenvolvimento dos músculos faciais (LANG, 1999).

Apesar da possibilidade do aleitamento materno ocorrer, existem alguns cuidados


imprescindíveis à amamentação para que ela ocorra de maneira segura. Quanto mais
extensa a fissura, maiores serão as dificuldades no aleitamento materno.

Os cuidados básicos para o aleitamento em crianças com fissura são: manter a criança
sempre em posição vertical (posição de cavaleiro ou posição sentada no colo da mãe –
Figura 1) para evitar aspiração de leite e otites; após a mamada, posicionar o bebê em
decúbito lateral.

Figura 20. Posição de cavaleiro.

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?v=q2otXSZgfwA>

Nos casos de fissura apenas labial, Lang (1999), Coutinho e Figueiredo (2001)
recomendam que a mãe apoie a face inferior da mama para vedar a fenda e manter a
pressão intraoral, ou então oclua a fenda com micropore (HERNANDEZ, 2001). Caso
o bebê necessite de complementação alimentar, o que é comum nesses casos, esta deve
ser oferecida por copo.

Quando há dificuldade na manutenção da pega, Cordeiro (2001) aconselha a posição


de mão de bailarina, que consiste em apoiar o maxilar do bebê com os dedos indicador
e polegar da mãe, enquanto os outros três apoiam a mama. Esta posição também pode
ser realizada em casos de prematuridade e bebês com Síndrome de Down. Não se deve
esquecer da importância da higiene oral após a alimentação e, nos casos de fissura
palatina, verificar a possibilidade do uso de placa específica (HERNANDEZ, 2001).

»» Frênulo lingual curto: Pode prejudicar o aleitamento materno caso


seja limitante, pois impede que o bebê alcance o palato duro com a ponta

66
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

da língua e que protrua a língua por cima do lábio inferior. Cada caso deve
ser avaliado individualmente e, quando não houver regressão espontânea
e o aleitamento materno for prejudicado, pode ser realizada frenectomia.

Mais recentemente foi desenvolvido um protocolo de avaliação de frênulo lingual


na Fonoaudiologia que pode ser obtido online no artigo publicado por Irene
Queiroz Marchesan no link <http://sp.cefac.br/prop/novohotsite/divulgacoes/
protocolo_frenulo/pt-br/protocolo-pt-br.pdf>.

»» Disfunção motora oral: alguns bebês – por imaturidade, problemas


neurológicos, dor facial ou uso de chupeta – podem apresentar dificuldades
para sugar como: hiperfunção muscular, que pode ser corrigida ao se
proporcionar ao bebê a postura de flexão e ao se realizar relaxamento
da musculatura orofacial, e hipofunção muscular, trabalhada por meio
de sustentação do queixo, costas e cabeça do bebê para lhe fortalecer
a sucção, além da estimulação da musculatura orofacial por toques,
estimulação com temperatura, massagens e sucção não nutritiva, com
o intuito de fortalecer a musculatura e a coordenação entre sucção,
deglutição e respiração (XAVIER, 1998; HERNANDEZ, 2001).

No caso de disfunção oral secundária ao uso de bicos artificiais, sugere-se que seja
introduzido o dedo da mãe ou do fonoaudiólogo na cavidade oral do bebê, com realização
de pressão sobre a língua e retirando-se o dedo paulatinamente até que esse órgão
volte à posição adequada, ou seja, ultrapasse a gengiva inferior. Além disso, para que a
confusão de bicos não ocorra novamente, não se deve oferecer chupeta ou mamadeira.

»» Síndrome de Down: bebês com esta síndrome possuem hipotonia


e hipofunção generalizada e da musculatura orofacial, principalmente
da língua, que apresenta aspecto volumoso. Neste caso, o aleitamento
materno consiste na melhor nutrição e melhor exercício muscular, além
de proteger o bebê de infecções e problemas gastrintestinais que lhe são
tão comuns. Além disso, melhora a tonicidade de lábios, língua e toda a
musculatura da cabeça e pescoço.

Há orientação para que se observe a pega do bebê, corrigindo-a, se houver necessidade,


e estimulando a sucção não nutritiva antes das mamadas, uma vez que estes bebês se
cansam com facilidade e necessitam de mamadas mais frequentes. A técnica de mão de
bailarina (Figura 21), a postura em cavaleiro e exercícios de fortalecimento muscular
também são úteis nestes casos.

67
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

»» Pierre-Robin: neste caso, a amamentação requem cuidados e


intervenções, já que a língua não consegue anteriorizar e apreender a
mama por causa da glossoptose e da micrognatia características. O bebê
não obtém a extração de leite eficiente, mas, quando são criadas condições
favoráveis à anteriorização da língua, ele pode ser capaz de coordenar os
movimentos de sucção, deglutição e respiração.

Figura 21. Técnica mão de bailarina.

Fonte: <http://www.nursingconsult.com/nursing/journals/0891-5245/figure?issn=0891-5245&article_
id=738706&PAGE=If09000765002.fig&spid=22957245&article_author=&start_pg=&end_pg=>.

Os cuidados necessários consistem em, primeiramente, favorecer posturas que


permitam que a língua apresente anteriorização necessária à alimentação e respiração,
como, por exemplo, deitar o lactente em decúbito lateral exagerado (decúbito oblíquo
anterior) ou colocá-lo para ser amamentados sobre a mãe deitada em decúbito dorsal
(Figura 22). Concomitantemente, são importantes as massagens intraorais na língua,
papila, mandíbula e vestíbulo labial, com emprego de crioterapia (ALTMANN, 1997).
Nesses casos, o aleitamento materno oferece o desenvolvimento da mandíbula e da
musculatura orofacial, evita a ocorrência de otites pela estagnação de saliva e a postura
correta proporciona a anteriorização da língua, favorecendo a respiração.

Figura 22. Mãe amamentando em decúbito dorsal.

Fonte: <http://www.sheknows.com/parenting/articles/817382/Top-10-breastfeeding-mistakes>.

68
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

»» Problemas respiratórios e cardíacos: nesses casos, a amamentação


exige menor esforço por parte do recém-nascido do que na alimentação
por mamadeira, pois mantém níveis estáveis de temperatura e saturação
de oxigênio. O aleitamento materno é indicado ainda que haja necessidade
da administração de oxigênio pelo uso de cânulas durante a alimentação
(LANG, 1999).

As mães devem ser encorajadas a amamentar seus filhos em posição vertical, por
menores períodos de tempo e mais frequentemente, com o objetivo de evitar a
ocorrência de distensão abdominal e promover adequada ingesta de nutrientes e, para
que se mantenha a amamentação, as mães devem ser orientadas quanto aos benefícios
das propriedades imunológicas do leite humano na proteção dessas crianças mais
vulneráveis a quadros infecciosos (COUTINHO; FIGUEIREDO, 2001).

Qual seria sua conduta no caso de um bebê com síndrome de Down, cuja
mãe relata que o ele suga mas não mantém pega, pega e solta o tempo todo,
adormece sugando após 5 minutos, não apresenta pressão intraoral, se cansa
facilmente e tem perdido peso na consulta médica? O médico deseja que a mãe
inicie complemento com leite artificial, mas a mãe refere que quer amamentar e
pede sua ajuda para que o bebê consiga sugar seu leite.

69
CAPÍTULO 7
Manejo fonoaudiológico da lactação

As disfunções orais na amamentação muitas vezes não são percebidas pelas


mães e outros profissionais de saúde, por isso o fonoaudiólogo deve estar
atento e capacitado para lidar com elas. São alterações que muitas vezes não
são visíveis e outras vezes visíveis apenas aos olhos mais treinados, mas que
atrapalham o aleitamento e podem levar ao desmame ou inserção de bicos
artificiais precocemente. É importante que o profissional faça o diagnóstico o
mais precocemente possível e inicie a intervenção por meio de exercícios orais,
massagens e manejo da amamentação, pois quanto mais cedo intervir, maiores
as chances de sucesso.

Sugere-se a leitura do artigo completo de Sanches (2004) para melhor


compreensão da intervenção fonoaudiológica nas disfunções orais na
amamentação. SANCHES, M. T. C. Manejo clínico das disfunções orais na
amamentação. Jornal de Pediatria (Rio de Janeiro), v. 80, n. 5 supl., p.
S155-S162, 2004.

Manejo fonoaudiológico da lactação


De acordo com Sanches (2004), o fonoaudiólogo atua no manejo clínico da lactação,
assim como diversos profissionais da saúde que atuam no processo do aleitamento
materno: correção da pega, posição materna e do bebê, técnicas de aleitamento materno,
entre outros. Além do manejo clínico, o fonoaudiólogo também possui capacitação
profissional para atuar nas disfunções orais do lactente, que são alterações nas posturas
orais ou nos reflexos orais que alteram o padrão de sucção e dificultam ou impedem que
a amamentação ocorra de forma correta. Essas dificuldades podem causar as fissuras
mamilares, dor, dificuldades para ordenha do leite da mãe, choro excessivo no bebê,
perda de peso e outras consequências que, em muitas situações, levam a mãe pela
opção por outros leites e até mesmo pelo uso de bicos artificiais e, consequentemente,
pelo desmame.

As disfunções orais no lactente geralmente ocorrem em bebês a termo, sem intercorrências,


mas também podem ocorrer em bebês prematuros que foram submetidos a várias
intervenções que levaram a tais alterações, tais como intubação orotraqueal, uso de
sondas naso ou orogástricas, uso de bicos artificiais etc. O fonoaudiólogo deve realizar

70
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

avaliação intra e extraoral prévia, avaliação da mamada e, ao verificar as alterações,


atuar no sentido de corrigir as alterações de posturas orais, musculares e de mobilidade
com o objetivo de favorecer o aleitamento materno.

A seguir, é apresentada a tabela do artigo de Sanches (2004, p. S160) com o tipo de


disfunção oral, a descrição do padrão oral inadequado e a intervenção fonoaudiológica
para a mãe e/ou o bebê.

Tabela 1. Manejo clínico das disfunções orais.

Fonte: <http://www.scielo.br/img/revistas/jped/v80n5s0/a07tab01.gif>.

A Figura 23 revela a avaliação fonoaudiológica com o dedo mínimo enluvado para


verificação dos reflexos orais, força de sucção, postura e movimentos de língua,
lábios, bochechas, mandíbula, ritmo e grupos de sucção, pausas para avaliar possíveis
alterações motoras orais antes da avaliação da mamada, momento em que o bebê é
colocado em aleitamento materno e observada sua postura na mama materna.

71
UNIDADE III │ ALEITAMENTO MATERNO

A Figura 24 revela a intervenção fonoaudiológica no caso de “lábios invertidos”, no


caso o lábio inferior. A manobra é realizada ainda durante a avaliação da sucção não
nutritiva, ao perceber que o lactente tem a tendência a inverter o lábio inferior. O lábio
é gentilmente evertido com o dedo e são realizadas massagens lentas e profundas para
soltura muscular e relaxamento. Após a realização dos exercícios, o bebê é colocado em
aleitamento materno e verifica-se a necessidade de continuar as manobras e manter a
eversão dos lábios, talvez por toda a mamada.

Figura 23. Avaliação de sucção não nutritiva com dedo mínimo enluvado.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 24. Manobra para eversão do lábio inferior.

Fonte: Arquivo pessoal

A Figura 25 indica a manobra de intervenção no caso de língua posteriorizada. Sabe-se


que para o aleitamento materno, a língua do bebê deve estar anteriorizado, colocado
acima do lábio inferior. Ao avaliar a sucção e observar que a língua encontra-se
posteriorizada, geralmente posterior à gengiva, deve-se realizar treino de sucção com
anteriorização de língua, até que esta apareça à frente da gengiva, no lábio inferior.

72
ALEITAMENTO MATERNO │ UNIDADE III

Após a realização da manobra, colocar o bebê em aleitamento materno para verificar se


o padrão é mantido ou haverá necessidade de repetições do exercício.

Figura 25. Manobra para língua posteriorizada.

Fonte: Arquivo pessoal.

Desenvolva um plano terapêutico fonoaudiológico no caso de um lactente que


apresenta hipertonia de ponta de língua. A mãe está tentando amamentar,
porém refere que não sente o bebê sugar, ainda que sua boca esteja bem
aberta, abocanhando boa parte da aréola. Na avaliação do frênulo da língua foi
observado que o frênulo é normal, livre.

73
Para (não) Finalizar

As informações desta apostila são básicas, ainda que atualizadas. Portanto, serão
necessários estudos adicionais e aprofundamentos por meio de livros, artigos científicos
e estudos de casos clínicos. A ideia inicial foi embasar o estudante teoricamente com
teorias sólidas do que é esperado em termos de normalidade, para que o profissional
tenha capacidade de avaliar o que é esperado para o recém-nascido e lactente a termo,
sem intercorrências, e o bebê de risco, seus aspectos relevantes e seu desenvolvimento
esperado; os reflexos orais, funções esperadas e crescimento facial, desenvolvimento
muscular, ósseo, desenvolvimento neuromuscular, neurológico e amadurecimento
funcional.

Além disso, o profissional está capacitado a observar, com olhar clínico, as alterações
miofuncionais orais e os desvios de motricidade orofacial; realizar avaliação
fonoaudiológica em cada uma das funções estomatognáticas; fechar diagnóstico
fonoaudiológico e propor planejamento terapêutico, sempre levando em consideração
a atenção integral ao indivíduo, sua família e suas necessidades, inclusive de atenção
interdisciplinar.

A intervenção fonoaudiológica não possui receitas prontas e não pode ser aprendida
como técnica, por isso não somos tecnólogos e, sim, profissionais de uma ciência que leva
em consideração o indivíduo como único, inserido em uma comunidade, sociedade, com
aspectos emocionais, familiares e pessoais a serem considerados no plano terapêutico.
Por isso, foram fornecidos os princípios para raciocínio clínico profissional, visto que
em cada caso há de se desenvolver estratégias específicas a cada paciente, sua patologia
e sua realidade. As estratégias podem ser criadas pelo profissional de acordo com os
conhecimentos adquiridos e sempre com criatividade, autonomia, critérios científicos
e avanços nas leituras e discussões com outros profissionais. As bases foram lançadas,
agora é buscar novos conhecimentos e aprofundar os já adquiridos! Bom trabalho!

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