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CRIANÇAS
E ADOLESCENTES
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES............................................................................. 9
CAPÍTULO 1
ENTENDENDO O SONO....................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
RELAÇÃO ENTRE SONO E SAÚDE DE ADOLESCENTES...................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 3
PROBLEMAS DE SONO NA PRIMEIRA INFÂNCIA SÃO MUITO PERSISTENTES CASO NÃO SEJAM TRATADOS –
UNIDADE II
PSICOLOGIA DO SONO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.......................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 1
PROBLEMAS NO MOMENTO DE DORMIR................................................................................................................................................. 28
CAPÍTULO 2
DESPERTAR NOTURNO..................................................................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 3
INSÔNIA – CONSEQUÊNCIAS ADVINDAS DO PROBLEMA DO SONO............................................................................................ 42
UNIDADE III
TRATAMENTO COMPORTAMENTAL PARA O SONO INFANTIL........................................................................................................................ 50
CAPÍTULO 1
HIGIENE DO SONO............................................................................................................................................................................................... 50
CAPÍTULO 2
ROTINAS PRÉ-SONO........................................................................................................................................................................................... 61
CAPÍTULO 3
PADRÕES DE SONO DAS CRIANÇAS A PARTIR DA ESCALA DIMS (ESCALA DIFICULDADE DE INICIAR E
MANTER O SONO)............................................................................................................................................................................................... 68
CAPÍTULO 4
HÁBITOS E ROTINAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ANTES DE DORMIR.......................................................................... 75
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................................................... 86
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
Tão natural quanto respirar, é o ato de dormir, importante hábito para vida, pois,
uma vez que esse hábito se torne irregular, além de confundirmos o relógio biológico,
teremos prejuízos na dinâmica familiar e mesmo no desenvolvimento das crianças e
adolescentes.
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Introdução
Objetivos
» Ampliar o entendimento sobre sono enquanto conceito psicológico.
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PAPEL DO PSICÓLOGO
NA MEDICINA DO
SONO DE CRIANÇAS UNIDADE I
E ADOLESCENTES
CAPÍTULO 1
Entendendo o sono
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/828169818949403810/.
O que é o sono? Como ele se desenvolve? Qual a sua real função? Por que e para que
dormimos? Essas e outras questões pairam em nossos pensamentos e a intenção dessa
comunicação é tentar respondê-las. Tão natural quanto respirar é o ato de dormir,
importante hábito para vida, pois, uma vez que esse hábito se torna irregular, além
de confundirmos o relógio biológico, corremos o risco de adquirir doenças como:
hipertensão, síndrome do pânico e outras. Para iniciarmos o conteúdo, é necessário
compreender o conceito de sono. Para tanto, segue uma das explicações possíveis:
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Sabemos que o ser humano passa uma boa parte da sua vida dormindo, cerca de
30% de toda a existência, por isso, o sono é fundamental, pois ajuda a melhorar e a
equilibrar o nosso organismo. Uma noite mal dormida ocasiona indisposição, além de
movimentos físicos e raciocínios lentos, sonolência e altos níveis de estresse. O sono
é uma atividade fisiológica vital para nosso organismo.
Nesse sentido, dormir bem é uma recomendação essencial para quem quer ter ou manter
uma vida saudável, já que o sono é capaz não apenas de restabelecer as funções do
corpo e do cérebro após o período intenso de atividades diárias que todos executamos,
de tal modo que fisiologicamente o sono de qualidade contribui para a melhora do
metabolismo, para manter o peso sob controle, para o fortalecimento do sistema
imunológico, bem como para prevenir doenças e ainda para que haja a regulação
emocional e manter o indivíduo com a sensação de bem-estar e disposição para executar
as atividades do dia seguinte.
Dormindo Acordado
Percebemos com a figura acima que passamos cerca de um terço das nossas vidas
dormindo. Os estudos sobre o sono são recentes e, apesar disso, o que se tem comprovado
é que o sono é essencial para o ser humano, pois isso significa também, uma vida
saudável, implicando em um melhor desempenho diário, bem como no auxílio positivo
da nossa saúde mental e física.
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PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES | Unidade I
Sabe-se também que uma boa noite de sono age como função restauradora da memória,
como consolidador do aprendizado, preservando as funções cognitivas, auxilia a (re)
lembrar fatos e ou histórias e ajuda a melhorar a criatividade.
O sono é um comportamento. Exceto pelos seus movimentos rápidos dos
olhos que acompanham um de seus estágios específicos, não são caracterizados
por movimentação e sim pela urgência da necessidade de dormir.
Não parece estar relacionado com o exercício físico; assim, talvez o seu papel
mais importante não seja, provavelmente, o descanso e a recuperação física
do corpo, ele realmente parece ser necessário para manter o funcionamento
normal do cérebro.
Portanto, o sono tem como principal função fornecer boa saúde mental e física, restaurar
e conservar a energia corporal ocasionando em uma qualidade de vida saudável.
Nesse sentido, nossa proposta inicial, como já foi mencionada é apresentar os elementos
da psicologia do sono com crianças e adolescentes, visando fornecer embasamento
suficiente para compreender acerca dos contextos que envolvem a psicologia do sono
nesse público específico.
Quando pensamos em bem-estar, diversos fatores vêm à nossa cabeça, uma vez que os
elementos ligados ao bem-estar podem variar de pessoa para pessoa, todavia, entre os
pesquisadores, há consenso do que seria bem-estar ou qualidade de vida, relacionado
aos fatores essenciais que integram as necessidades humanas. Assim, o sono está
intrinsecamente ligado a essas categorias.
Como já foi apontado, quando estamos dormindo, nesse período de inatividade que
estamos deitados sobre nossas camas, ocorre um processo que envolve mecanismos
fisiológicos complexos em nosso organismo e em diferentes regiões do nosso sistema
nervoso central. Apesar de não estarmos conscientes e de acreditarmos que estamos
apenas repousando, esse momento é de grande atividade em nosso organismo por inteiro.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Planejamento
Antecipação Flexibilização
Após decorrer os três estágios, é que chega a vez do sono Rem em si, nessa fase, mais
profunda há intensa atividade cerebral e movimentos oculares rápidos, é então, neste
período que ocorrem os sonhos e a consolidação da memória.
Abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para saber mais sobre o tema:
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Portanto, em uma noite completa e com sono de qualidade, um adulto pode apresentar
de quatro a seis ciclos, contendo os estágios de sono Não-Rem, assim como de Sono
Rem. Cada ciclo, nesse sentido, pode durar em média noventa minutos. Por isso é
importante o sono completo, sem interrupções, para que todo o processo ocorra e a
pessoa possa acordar no dia seguinte com as energias reestabelecidas para começar
um novo dia de atividades.
Figura 4.
Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/11/ansiedade-pode-ser-reduzida-em-30-com-sono-profundo-aponta-novo-estudo/.
Segundo informações do National Sleep Foundation, para cada faixa etária existe uma
quantidade de horas necessárias de sono por dia, no mínimo. Podemos ver na ilustração
abaixo, que, com o passar dos anos, o tempo ideal para descansar e repor as energias
para o dia posterior por meio do sono diminui (UNIMED, 2019).
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CAPÍTULO 2
Relação entre sono e saúde
de adolescentes
Figura 5.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/quanto-tempo-uma-crianca-precisa-dormir/.
Segundo Del Ciampo (2012) o sono é uma importante condição fisiológica caracterizada
por um estado comportamental reversível, com modificações do nível de consciência
e de responsividade a estímulos internos e externos.
Do mesmo modo, o autor nos ensina que nos âmbitos somático, psicológico e cognitivo,
o sono desempenha papel fundamental, relacionando-se com as alterações fisiológicas,
neuroquímicas e anatomofuncionais do nosso cérebro.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES | Unidade I
Mas, paradoxalmente, nos tempos modernos, sabemos que vários elementos concorrem
para que o adolescente não consiga dormir adequadamente com a qualidade que precisa,
já que, as pressões sociais da atualidade aumentam suas atividades, bem como o uso
excessivo de aparelhos eletrônicos, relacionamentos afetivos e sociais, frequência de
ida a festas etc.
Segundo Del Ciampo (2012) as atividades sociais e os hábitos, em geral, têm migrado
para horários cada vez mais noturnos, enquanto as aulas podem ser no período
matutino, vespertino e muitas vezes até integral, levam a diminuição considerável da
quantidade de horas de sono e na persistente dívida no decorrer dos dias.
A era tecnológica, por sua vez, causou diversas transformações na vida contemporânea, e
para os adolescentes, em específico, é inegável essa alteração nos modos de se relacionar
e de organizar a rotina. Desde o desenvolvimento da televisão, dos programas infantis
e, posteriormente com a internet e os smartphones, até os videogames em alta definição,
temos a modificação nos modos de uso e de inserção dessas ferramentas tecnológicas
em nossas vidas.
Desse modo, com o crescimento da internet, o hábito de navegar nas redes por longos
períodos é, cada vez mais, intensificado, principalmente entre os adolescentes e jovens
que passam quase a noite inteira em detrimento de horas regulares de sono para o
desenvolvimento físico e psicoemocional.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Além dos impactos visíveis dos fatores biológicos e ambientais, das demandas sociais,
com tarefas de casa, atividades extracurriculares e trabalho após o período das aulas,
podem afetar de forma significativa os padrões de sono dos adolescentes.
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PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES | Unidade I
O que podemos afirmar é que, com o passar dos anos, as horas de sono na adolescência
têm diminuído, cada vez mais. Dollman (2004) realizou pesquisa comparando uma
amostra de adolescentes australianos de dez a quinze anos de idade entre os anos de
1985 e 2004, onde os autores observaram diminuição na carga horaria de sono na
segunda avaliação quando em comparação com a primeira.
Podemos considerar, portanto que, para que o ser humano viva em harmonia consigo
e com o seu meio ambiente é necessário, que cumpra adequadamente um período
diário de sono.
De acordo com reflexão de Del Ciampo (2012), os eventos físicos e emocionais que
ocorrem na segunda década da vida, quando associados ao estresse das demandas diárias,
tornam o adolescente um indivíduo com diversas dificuldades em conseguir organizar
e cumprir as suas demandas diárias, inclusive, quanto ao tempo dedicado ao sono.
Diante de tudo que foi visto até aqui, é importante conhecer as características
específicas do ciclo sono-vigília e dos eventos que ocorrem durante o período
específico da adolescência para que seja possível conhecer e, assim, prestar orientações
sobre como dormir bem e desfrutar dos benefícios que o sono proporciona para o
organismo humano.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Além disso, também se pode entender e investigar o histórico de vida a partir do sono
para ter um completo entendimento das atividades educacionais, sociais e profissionais
de um adolescente.
Quando falamos em adolescência, cabe destacar que nesse período específico da vida,
em um mundo dinâmico, desafiador e estimulante que oferece informações de forma
ininterrupta, competindo com as diversas orientações de saúde, é preciso que os pais
e responsáveis por adolescentes saibam controlar e dosar a medida que eles acessam
e organizam as suas rotinas.
Concluindo, trabalhar com os adolescentes de modo que eles possam construir uma
rotina de sono, entendendo conceitos importantes, como horas de sono perdidas não
podem ser recuperadas e que o período de sono posterior programado não poderá
compensar uma noite mal dormida, são indicativos para se construir uma boa higiene
do sono, conceito que iremos observar mais profundamente nos próximos capítulos.
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CAPÍTULO 3
Problemas de sono na primeira infância
são muito persistentes caso não sejam
tratados – atuação do psicólogo no
sono de crianças e adolescentes
Fonte: http://aliancapelainfancia.org.br/inspiracoes/especialista-explica-porque-o-sono-e-tao-importante-durante-a-infancia/.
Torna-se mais curiosa a observação que fez sobre as crianças e o sono. Ele supôs que
os alimentos evaporavam muito mais nas crianças, dilatando o cérebro, e por isso a
cabeça apresenta tamanho proporcional ao corpo.
Acrescentou, ainda, que esse era o motivo pelo qual elas dormiam mais que os adultos.
Esse trecho de sua observação retrata o ciclo sono-vigília na infância, com horas de
sono bem maiores comparadas às outras faixas de idade e como já visto nos capítulos
anteriores, tende a diminuir com o avançar da idade.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A partir do sexto mês de gravidez, por exemplo, o bebê já apresenta no útero da mãe
ciclos de atividade e repouso, mas ainda não pode ser considerado sono, pois seu
sistema nervoso cerebral ainda está em formação.
Já nascido, um bebê pode dormir entre 16 e 20 horas por dia com alternâncias de
ciclos de 3 a 4 horas, esse sono em diversas etapas são apresentados como padrão de
sono e vigília polifásica.
A criança dorme a qualquer horário, pela manhã, tarde ou à noite, seu sono começa
pelo REM, o inverso dos adultos, e representa 50% do tempo. O sono, nas crianças, tem
uma função muito importante nesse momento, pois está ocorrendo o desenvolvimento
cognitivo da criança de forma bastante rápida (WALKER; STICKGOLD, 2006).
O sono noturno na fase infantil se inicia entre o terceiro e sexto mês de vida. Significa
que o sistema nervoso continua em seu processo de maturação e começa a ocorrer à
secreção do hormônio melatonina pela glândula pineal. Tal hormônio tem a função
principal de informar que é noite, sendo a melhor hora de descansar. A partir do sexto
mês de vida, o sono das crianças começa a acompanhar a rotina dos adultos em sua volta.
Figura 7.
Fonte: https://pt.depositphotos.com/stock-photos/bebe-dormindo.html.
Já entre 2 e 4 anos (período pré-escolar) a fase REM já é 25% do total do sono diário,
igual à fase adulta, as sestas diurnas diminuem ou não acontecem mais. O total de horas
de sono por dia vai decrescendo até que, entre 5 e 10 anos, aproxima-se do padrão de
8 horas (CANANI; SILVA, 1998).
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PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES | Unidade I
Figura 8.
Fonte: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Sono/noticia/2019/08/criancas-de-5-anos-vao-para-cama-em-media-20h30-diz-estudo.html.
No Brasil, um estudo realizado por Pires, Vilela e Câmara (2012) demonstrou que uma
a cada duas crianças apresenta dificuldades dormir. Nos casos de despertares noturnos
demasiados e sonolência durante o dia, verificou-se uma a cada três. A forma como os
pais dormem e a orientação dada às crianças sobre o sono são fatores essenciais para
as análises individuais.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Distúrbios respiratórios
Insônia
Distúrbios respiratórios
» Apneia do sono primária da infância: é definida como pausa respiratória
temporária e engloba distúrbios de apneia da prematuridade, apneia do
lactente e síndrome da morte súbita do lactente (SMSL). Muito em frente
em recém-nascido (RN) e crianças de 1 a 3 anos. Quanto à síndrome da
morte súbita do lactente (SMSL), pouco se sabe sobre sua fisiopatologia
e incidência, mas alguns fatores são relacionados a essa síndrome, como
tabagismo passivo e materno pré-natal, aleitamento artificial, hipertermia
por excesso de roupas e cobertores no lactente e a prática do coleito (quando
o RN dorme na mesma cama que a mãe).
» Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS): quando ocorre obstrução
parcial ou completa das vias aéreas superiores (VAS) em que o padrão
normal do sono e/ou a ventilação respiratória normal são interrompidos.
Atinge em média 2% das crianças em fase pré-escolar.
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Unidade I | PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Insônia
» Insônia comportamental da criança: dificuldade em iniciar e/ou manter
o sono. Acomete de 10 a 30% da população infantil na faixa etária de seis
meses a três anos.
» Insônia aguda ou de ajustamento: presença da insônia associada a um fator
estressante, o qual pode ser psíquico, psicossocial, físico, médico ou ambiental.
Geralmente, é de curta duração, de dias a algumas semanas, e são mais raros.
» Insônia psicofisiológica: é um estado cognitivo hipervigilante do sono.
Acontece raramente.
» Insônia relacionada à higiene do sono inadequado: não é frequentemente
diagnosticada em crianças, sendo mais comum em adolescentes e adultos.
Porém, como muitos casos de insônia na infância são comportamentais, a
higiene do sono faz parte do tratamento da insônia na fase pediátrica.
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PAPEL DO PSICÓLOGO NA MEDICINA DO SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES | Unidade I
Outro estudo muito importante na área foi o realizado pela Academia Americana de
Medicina em que foi divulgado que as intervenções comportamentais, como a higiene
do sono, o estabelecimento de rotinas, a extinção, bem como a educação preventiva
com os pais, são classificadas como terapias efetivas, e resultaram em melhores padrões
de sono.
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema:
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PSICOLOGIA DO SONO
COM CRIANÇAS E UNIDADE II
ADOLESCENTES
CAPÍTULO 1
Problemas no momento de dormir
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/mulher-tendo-problemas-para-dormir-ilustrado_10253186.htm.
Trazendo para o debate alguns estudos já realizados, as autoras citadas afirmam que o
sono normal se divide em ciclos durante a noite, onde, cada um pode durar em média
90 minutos para os adultos e em média 50 minutos para bebês e crianças.
Nesse sentido, após cada ciclo, é possível que o indivíduo passe por um leve despertar,
que nem sempre é consciente. Cada ciclo de sono é composto por estágios, o sono
Rem e o Não-Rem, tal sigla advém de Rapid Eye Movements.
A partir dos seis meses de idade o estágio Não-Rem começa a se dividir em quatro fases
distintas, sendo as duas primeiras correspondem ao adormecer e as duas seguintes ao
sono profundo.
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
Em casos que a criança não durma bem durante a noite, principalmente entre os
3 e 4 anos de idade, devem-se avaliar as causas orgânicas, emocionais e, ainda, as
causas ambientais que podem, muitas vezes, potencializar os distúrbios de sono.
O condicionamento das crianças aos maus hábitos pode perpetuar e manter os distúrbios
do sono conforme o crescimento.
idade, quando a confusão entre realidade, fantasia e conteúdos dos sonhos é facilmente
presente e mais intensa nos sonhos.
O terror noturno, por seu turno, trata-se de uma incapacidade da criança de discernir
sonho e realidade em sonos mais superficiais, quando acordam muitas vezes. A criança
pode acordar ou ainda inconsciente se sentar na cama, ficar agitada e desorientada e
não reconhecer as pessoas em sua volta.
De acordo com Busse e Baldini (1994), os despertares noturnos nos primeiros anos
de vida são frequentes e normais, nem sempre requerem cuidados especiais ou serem
motivo de preocupação. Por isso, é importante permitir que a criança adquira técnicas
para dormir sozinha, promovendo a sua independência.
É neste sentido que, de maneira geral, os despertares noturnos devem ser avaliados
sob uma perspectiva de desenvolvimento, já que a perturbação do sono pode ser
considerada normal em uma faixa-etária e um distúrbio patológico em outra.
A partir dessa pequena introdução sobre as causas dos despertares noturnos, é importante
pontuar aqui, de maneira classificatória, os principais distúrbios de sono admitidos
segundo a Associação Americana de Distúrbios do Sono (1997).
Distúrbios do
sono Distúrbios do
Dissonias Parassonias associados a sono
alterações propostos.
médicopsiquiá
tricas
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
Primários
Relacionados a
transtornos mentais
Relacionados à
condição médica geral
Induzidos por
substância
» apneia do sono;
» narcolepsia e cataplexia;
» distúrbios em geral;
Como já vimos nos capítulos anteriores, dormir bem é essencial. Essa é uma expressão
muito conhecida e presente na vida de todas as pessoas, dormir, não somente para
conseguir permanecer acordado ou acordada no dia seguinte e cumprir as tarefas mentais
e físicas do dia a dia, como estudar, trabalhar, passear, fazer exercícios físicos, mas
para manter-se saudável, melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade.
O sono é vital, pois, integra um processo dinâmico para a saúde dos seres humanos e
relaciona-se com o equilíbrio psíquico, neurológico e hormonal. Mas, infelizmente,
nem sempre conseguimos ter um bom sono, já que existem alguns “inimigos” que
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
estão presentes e nos fazem perder o sono e, às vezes, podemos contribuir para isso
no nosso cotidiano.
Para Silva (2011), as ocupações são ações desempenhadas no dia a dia em que as pessoas
constroem significados para si. Essas ocupações são classificadas de acordo com a
AOTA (2015) em áreas denominadas de: Atividade de Vida Diária (AVD), Atividade
Instrumental de Vida Diária (AIVD), Descanso e Sono, Educação, Trabalho, Lazer e
Participação Social. Christiansen et al., (2005) complementa dizendo que as ocupações
são “atividades dirigidas a objetivos que normalmente se estendem ao longo do tempo
e têm significado para o desempenho e envolve múltiplas tarefas”.
Assim, a partir das primeiras elucidações vistas acima, podemos perceber que
desempenhar alguma ocupação é fundamental na vida das pessoas, sobretudo pelo
sentido de que essas atribuem a sua ocupação.
Para que o indivíduo mantenha um bom equilíbrio de sua vida cotidiana, é necessário que
haja uma harmonia entre essas áreas de ocupação, desse modo, refletirá positivamente
na qualidade de vida deste.
Nesse sentido, é importante entendermos por que construir uma rotina em nossa
vida? Como conseguir conciliar os horários de trabalho, estudo, lazer e descanso em
um mundo cada vez mais tomado pelas coisas imediatas e instantâneas?
No quesito sono, que é a nossa discussão aqui, como qualquer outra área de ocupação,
necessita de um tempo de dedicação exclusiva para que ocorra de modo satisfatório,
entendendo que os mecanismos do sono exigem do indivíduo um tempo de descanso
e preparação para dormir, para que após a realização desses procedimentos, o mesmo
consiga um sono agradável (MARTINEZ, 2000).
32
Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
Os estudos na área ainda nos dizem que a maioria das causas da má qualidade do sono
é de origem externa. A urbanização, por exemplo, é uma delas – as cidades que nunca
param, atreladas a uma recorrente exigência de produção capitalista, nos deixam cada
dia mais acordados.
O sono é uma área de ocupação que, na maioria das vezes, é considerada menos
importante e até como perda de tempo, mas o que sabemos e vemos é que a sua privação
reflete diretamente no desempenho ocupacional, desenvolvendo diversas mazelas.
Além disso, a frequência de noites de sono ruim pode contribuir para a presença dos
distúrbios que atrapalham o sono considerado normal, e a saúde do indivíduo sofrerá
consequências como:
» hipertensão.
33
Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
Podemos apontar aqui ações simples, mas que contribuirão de maneira significativa
para uma noite de sono com mais qualidade, por exemplo, atentar-se para a postura
ao dormir, em uma cama que seja confortável, com travesseiros confortáveis e de
qualidade para apoiar a cabeça e as pernas, transformar o quarto em um ambiente
fresco e ventilado, ter uma alimentação leve antes de ir para cama, deixar de usar
aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de ir para cama entre outras ações,
podem contribuir para uma noite de sono restaurador.
Segundo Moura (2013), além dessas medidas citadas, existem outras estratégias,
denominadas higiene do sono, que são essenciais:
•Manter horários regulares para dormir e acordar (ação que contribui também para a
regulação do círculo circadiano).
1
•Não permanecer por tempos muito estendidos na cama, principalmente tentando dormir,
pois esse esforço para dormir pode se traduzir em ansiedade e outros estímulos que
2 agravam ainda mais os problemas relacionados ao sono.
• Evitar o consumo de álcool como facilitador para dormir, pois aparentemente o relaxamento
produzido contribui para que a pessoa consiga pegar no sono, mas o álcool dispara outras
3 funções que interferem na qualidade do sono podendo até mesmo afetar a estrutura do sono.
•Realizar atividade física regular, pois ajuda a regular o sistema fisiológico e a produção de
hormônios de bem-estar, além de contribuir para reduzir sintomas como estresse,
5 sonolência e depressão.
No tópico que indica que não se deve permanecer muito tempo na cama, é recomendado
que a cama seja utilizada exclusivamente para dormir, ou seja, não sendo utilizada em
períodos longos como local de trabalho, local de ver televisão ou filmes, ou quaisquer
outras atividades que prolonguem o tempo de estadia nela, por que fará com que o
corpo crie um entendimento de que a cama não é local para dormir, mas para realizar
diversas outras atividades, o que prejudicará o sono.
No que se refere à prática de exercícios físicos, é importante salientar que eles não
devem ser realizados em horários próximos ao de dormir, já que, podem gerar excitação
e adrenalina do corpo, dificultando o processo do sono completo de qualidade.
Nesse sentido, para melhor preparação da rotina do sono, é preciso estar atento ao
funcionamento biológico do corpo e, consequentemente, do sono. De acordo com
Martinez, Lenz e Menna-Barreto (2008), o homo sapiens é uma espécie de animal
diurna, naturalmente adaptada para realizar atividades durante o dia e para descansar
durante a noite.
35
Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
Vendo de maneira imediata, pode parecer obvio que tais métodos são eficientes para
se obter uma boa noite de sono, contudo, eles não são fáceis de serem reproduzidos
como uma rotina diária, nem tampouco mantidos por grandes períodos, devido ao
nível de atividades e do ritmo acelerado que temos na contemporaneidade.
Desse modo, podemos concluir que alguns comportamentos, aos quais nos acostumamos
a reproduzir, não permitem que tenhamos uma noite de sono completa e com qualidade
para nos dar disposição no dia seguinte. Assim, a ausência de rotina, associada a uma
higiene adequada do sono estão como os principais fatores desencadeadores da insônia
e outros disturbios de sono presentes na atualidade. A insônia é um dos distúrbios
mais diagnosticados, principalmente entre jovens e adultos, contudo, será nosso tema
de estudo nos proximos capítulos desse livro didático.
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema:
36
CAPÍTULO 2
Despertar noturno
Figura 14.
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/garota-ilustrada-na-cama-tendo-insonia_9989020.htm.
Estima-se que, no Brasil, os diversos distúrbios do sono afetam de dez a vinte bilhões de
pessoas (DANDA et. al, 2005). Devido às importantes funções que o dormir bem possui
em nossa vida, as perturbações do sono podem acarretar alterações significativas no
funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social do indivíduo, além de comprometer
substancialmente a qualidade de vida.
É importante salientar que as fases do sono não são gerais. De acordo com a idade,
a quantidade do sono normal sofre variações ao longo do desenvolvimento humano
quanto à duração, distribuição de estágios e ritmo circadiano, como vimos nos primeiros
capítulos.
Para Muller e Guimarães (2007), durante a infância, a quantidade de sono são maiores,
e decresce nos primeiros dias de vida. Do sexto mês em diante, comprovou-se que o
tempo de sono da criança diminui 30 minutos ao ano até completar cinco anos de idade.
Em adultos, a quantidade e o ciclo do sono variam conforme a idade, mas esses, por
possuírem vida social ativa, os fatores externos terão papel fundamental. Com o avanço
da idade, ocorrem perdas na duração, manutenção e qualidade do sono (FERRARA;
DE GENNARO, 2001).
Outros exemplos para explicar alterações no sono são o uso de medicações, condições
clínicas que a pessoa apresenta à dor persistente, são fatores que podem afetar a
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
quantidade e a qualidade do sono, especialmente entre idosos, que são mais propensos
a essas condições (MCCRAE et. al, 2003).
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema deste capítulo:
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
O despertar noturno, objeto de nosso estudo neste capítulo, costuma gerar preocupação
mais elevada entre os pais e responsáveis, vez que interfere em toda a rotina familiar,
especialmente nos casos em que ocorrem várias vezes em uma noite.
De acordo com Monteiro (2018), as parassonias são eventos físicos com sensações
indesejáveis que acontecem durante o sono REM, ou mesmo o sono Não-Rem ou na
transição entre esses. Segundo a autora a faixa etária pediátrica compreende o principal
grupo que é afetado por esses distúrbios durante o sono.
As parassonias são os distúrbios do sono que ocorrem quando dois ou mais estágios
coexistem (sono Rem; sono Não-Rem e vigília), sendo conhecido como estágio de
dissociação. É nesse estágio que as funções cognitivas altamente especializadas ficam
diminuídas, ainda que as funções motoras continuem ativas.
Os estudos informam que vários fatores podem influenciar as parassonias. Entre eles, a
idade é importante, já que os distúrbios do despertar e a enurese noturna predominam
na infância e, muitas vezes, desaparecem na adolescência.
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
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CAPÍTULO 3
Insônia – consequências advindas
do problema do sono
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/01/dicas-para-combater-a-insonia-9706179.html.
A pesquisa foi realizada com 60.202 adultos (≥ 18 anos), o índice é um dos destaques
da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada, em 2013, pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Por esse motivo, também a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aumentou sua prudência para a fabricação de medicamentos
com promessa de resolução para os diversos transtornos do sono.
Todos, ou pelo menos grande parte dos pesquisadores da área, concordam que a
insônia, por possuir um número grande de critérios, seja pelo número ou na duração
dos sintomas, mais a associação com outros distúrbios do sono e ainda se o paciente
apresenta transtornos mentais, torna difícil a comparação dos resultados entre os
estudos, mesmo com a existência de tantas classificações.
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
O Consenso Brasileiro de Insônia também mantém esse conceito. Além dos já citados,
o critério leva ainda em consideração fatores ambientais como a higiene do sono
inadequada, doenças e uso de substâncias (POYARES, 2002).
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
Foi percebido que existe uma predisposição genética feminina para um sono superficial
e alterado. Para um diagnóstico e tratamento com recorte de gênero, além de uma
análise histórica baseada nas funções estabelecidas socialmente, seriam necessários
estudos genéticos e/ou familiares.
A descrição e classificação dos distúrbios do sono foram compiladas pela primeira vez
em 1979 pela Associação dos Centros de Distúrbios do Sono, é chamada de Classificação
Diagnóstica dos Transtornos do Sono e Vigília. Uma década depois, 1990, a American
Sleep Disorders Association (ASDA) realizou uma nova publicação que foi revisada
novamente em 1997.
» insônia;
» parassonias;
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
modifica e orienta que a insônia deve ser tratada como comorbidade, ou seja, ter
abordagem individualizada, mesmo quando secundário.
Acredita-se que a alteração se deu por causa do aumento de casos, atualmente, a insônia
é o transtorno do sono mais comum na população geral. No centro também estão as
discussões sobre o grande impacto na qualidade de vida, baixa produtividade e gastos
da saúde pública, pois a insônia, mesmo em casos tidos como secundários, aumenta o
risco de desenvolver hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, diabetes
e mellitus tipo 2. Essa discussão desencadeia outra sobre a utilização exacerbada de
medicamentos para sono sem orientação médica, contudo, não será possível debater
aqui neste material.
Se a insônia, quadro apresentado pelo paciente como sono inadequado e/ou não
restaurador, persiste por mais de seis meses associada a consequências diurnas, como
irritabilidade, fadiga, concentração baixa e défice de memória recente, por exemplo,
indica comorbidade a transtornos clínicos e psiquiátricos ou a insônia comórbida à
depressão.
Como exemplo, o transtorno de ansiedade, muitas vezes vem junto com depressão,
insônia e pode intensificá-las tornando-a o transtorno principal. Nota-se, então, que
o diagnóstico não será independente para cada transtorno, podendo acontecer a não
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
Eles estão relacionados ao temporizador interno que cada corpo contém. São situações
nas quais o período de sono se desloca para mais tarde e mais cedo, respectivamente.
Mas o que define esse temporizador?
Embora haja significativas exceções em nossa sociedade, que por muitas vezes são por
motivos externos, nossa espécie, Homo sapiens, é naturalmente designada a desenvolver
atividades durante o dia e a dormir de noite. Mas o que define isso no nosso sistema
biológico?
O ciclo claro/escuro dará as ordens para a produção dos hormônios responsáveis pelo
despertar ou pelo adormecer. A nossa dependência visual ligada à luminosidade, por
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Unidade II | Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes
exemplo, nos reafirma como espécie diurna. Mas nós não somos os únicos, todos os
animais utilizam seu nicho temporal e espacial para uma noção de horário, a saber,
quando correm menos riscos de encontrar seus predadores, ou quando procuram
seu alimento. Para os vegetais, a presença ou ausência de luz indicará energia ou
racionalização dela.
Esse desalinhamento entre o período do sono e o ambiente físico e social de 24h ocorre
com a produção de melatonina desalinhada ao horário de sono.
Um adolescente pode ser diagnosticado com insônia por queixar-se da demora de pegar
no sono quando se deita e acordar pela manhã, no horário da escola, com sonolência.
O mesmo ocorre com os idosos, quando adormecem em horário mais cedo, vendo
TV e despertam, ainda, na madrugada.
É imprescindível ter conhecimentos sobre esses transtornos para evitar confusões com
a insônia e a sonolência excessiva. É importante salientar que existem nove possíveis
diagnósticos de interesse clínico.
Martinez, Lenz e Menna-Barreto (2008) nos chamam atenção para casos com
trabalhadores noturnos e pessoas com deficiência visual, pois, sendo a luz o principal
sinal para regular os relógios biológicos, esses indivíduos têm maior probabilidade em
desenvolver transtornos do sono relacionados ao ritmo circadiano.
Todo esforço de análise clínica para diagnóstico correto é fundamental para que
indivíduos com transtorno do ritmo circadiano não se exponham a riscos de acidentes
ou a tratamentos indevidos, por exemplo, o uso de hipnóticos sem indicação precisa.
Esse método pode ser bem aceito porque é mais fácil prolongar a vigília do que
antecipar o sono, mas, na prática, a necessidade de aderência rigorosa ao esquema e
os inconvenientes dos horários intermediários tornam o tratamento pouco eficiente.
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Psicologia do Sono com Crianças e Adolescentes | Unidade II
Luz intensa aplicada no horário desejado de levantar-se, por 1 ou 2h, reajusta o relógio
biológico em poucos dias, mas também sofre limitações práticas.
Segue abaixo algumas indicações de artigos para refletir mais sobre o tema da
insônia de forma breve e didática:
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TRATAMENTO
COMPORTAMENTAL
PARA O SONO UNIDADE III
INFANTIL
CAPÍTULO 1
Higiene do sono
Fonte: https://adrianagomesnutricionista.com.br/blog/post/phigiene-do-sono-p.
É nesse percurso que simples correções podem diminuir ou excluir as causas futuras de
insônia em estado avançado, ou de outros distúrbios e dificuldades do sono. A higiene
do sono, tema do nosso estudo, poderá garantir que o sono ininterrupto dê acesso à
fase reparadora, responsável por repor as energias diárias.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Meio Ambiente
Luminosidade: claridade excessiva deve ser evitada
Barulho: ruídos e sons devem ser abafados o máximo possível.
Quarto
Cama
As medidas para a higiene do sono em crianças não se diferenciam muito das outras
idades, até em adultos. Elas concentram ações simples e de fácil aplicação, relativas
ao ambiente em que se dorme e a correção de hábitos inadequados que atrapalham
o sono. Depois de afastados os casos de doenças com exames clínicos e laboratoriais,
medidas deverão ser tomadas mediante ao diagnóstico psicoterapêutico.
Os pais podem fazer um diário do sono e hábitos da criança, para a melhor compreensão
e acompanhamento. Fraldas, bichinhos ou brinquedos prediletos podem ser utilizados
como objetos de transição, diminuindo a presença dos pais durante a indução do sono,
isso ajudará na insônia comportamental da criança.
Em idade superior a dois anos, os cuidadores poderão criar rotinas, com um sistema de
recompensa e não ceder aos choros. A Psicoterapia e terapia cognitiva comportamental
têm demonstrado resultados bastante positivos para a criança e toda a família.
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema:
Outro aspecto a ser considerado nesse tópico é o relacionado à luz das telas de aparelhos
eletrônicos, como tablets e celulares, que pode resultar em insônia e outros distúrbios
do sono. É que a luminosidade alta prejudica na hora de dormir, já que compromete
a produção do hormônio responsável pelo sono.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Estudos desenvolvidos pelo King’s College apontaram que entre crianças e adolescentes,
aquelas que utilizam o celular antes de dormir, apresentam alto risco no desenvolvimento
da obesidade, baixo sistema imunológico, crescimento atrofiado e depressão.
Consequentemente, essa falta de sono em longo prazo reduz os hormônios importantes
para o desenvolvimento do corpo como um todo, como:
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
É nesse sentido que, assim como a higiene do corpo, a higiene do sono também deve
estar presente em nossas vidas, já que é ela a responsável pelo ato do sono saudável e
reparador.
Também chama atenção para o uso de celular e outros aparelhos eletrônicos à noite,
principalmente quando já deitado na cama. Algumas características individuais também
destacadas, como, por exemplo, a prática de exercícios físicos intensos no período
noturno e próximo à hora de dormir.
Trata-se, então, de uma função fisiológica importante para o nosso corpo, do mesmo
modo que precisamos comer de forma correta, praticar exercícios físicos regularmente
e ingerir a quantidade de água recomendada.
Pedido para que desse algumas dicas importantes para que possamos ter um sono mais
saudável, ele responde com a fórmula já apresentada anteriormente: consultas médicas
regulares associadas a hábitos saudáveis, cuidado com a alimentação, atividades físicas
regulares e ainda acrescenta a meditação.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Uma importante ressalva que o médico faz, é que o sono é algo natural e inerente ao ser
humano, assim, ele é necessário e esperado pelo nosso organismo, ligado diretamente
aos bons hábitos que geram qualidade de vida e refletem em todos os aspectos de nosso
dia a dia.
Evitar comer e beber em excesso antes de deitar-se, evitar alimentos com alto
índice de carboidratos e gorduras.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Os médicos indicam ainda que a criança deve, ao menos desde os seis meses de vida, e
idealmente até os doze meses de vida, dormir no mesmo quarto que os pais, mas, não na
mesma cama. A recomendação é que o berço da criança seja colocado ao lado da mãe a
uma distância que permita que os cuidadores alcancem a criança permanecendo deitada.
As rotinas positivas são fundamentais para a higiene do sono e devem ser consistentes
com a rotina das crianças, usadas de forma isolada ou em conjunto com outras abordagens.
As rotinas que são adotadas por cada família, em cada casa podem variar conforme
a preferência dos pais e das crianças, contudo, elas devem ser consistentes, como o
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
preparo para o início do sono, que deve começar no mesmo horário todos os dias, assim
como ter o mesmo horário para despertar, tendo uma duração semelhante durante os
dias da semana e fins de semana.
Para as crianças menores, indica-se que as rotinas de sono devem iniciar de vinte a
trinta minutos antes da hora de ir para a cama. Para os maiores, esse tempo pode ser
de até uma hora antes, de modo que se resuma em atividades calmas como leituras,
escuta ou canto de músicas tranquilas, também é possível conversar com a criança
sobre o seu dia.
As rotinas devem ocorrer de forma a iniciar fora do quarto e terminar dentro do quarto
da criança, por exemplo, ao jantar, no banho, na escovação dos dentes, ao colocar o
pijama e ler uma história, esses últimos já no quarto, na cama.
Recomenda-se ainda, para sucesso de uma boa noite de sono, que não se associe a
cama a outras atividades que não estejam relacionadas ao início do sono, já que, não
se deve estimular que a criança brinque ou jogue jogos eletrônicos na cama, mesmo
durante o dia.
Além disso, a cama não deve ser associada a outras atividades que não dormir, por
isso, é importante desestimular que a criança brinque ou manipule eletrônicos, ou faça
refeições na cama antes de dormir.
É importante que o sono se inicie na cama da criança, sem que os pais estejam deitados
junto, nem inicie no sofá ou na cama dos pais, para que assim a criança associe o início
do sono com a sua própria cama em seu próprio quarto.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
No caso específico das crianças maiores e adolescentes, as atividades físicas não devem
ocorrer antes de três horas do horário do início do sono. Entre os adolescentes, estudos
dos autores demonstraram que as medidas de higiene do sono são responsáveis por
adiantar o início do sono, reduzir a latência e aumentar o tempo total de sono.
Por outro lado, jogos eletrônicos, uso de smartphones, acesso à internet e computadores
com forte luminosidade se relacionam com a dificuldade em dormir mais cedo e na
qualidade do sono. Ademais como já foi discutido aqui, o consumo de cafeína está
associado à menor duração de sono noturno.
Sua aplicação, pode ser dificultada por uma série de motivos que envolvem a tolerância
dos pais em relação ao choro do bebê, medo do vínculo com a criança ser prejudicado
pelo tempo de choro, diferenças culturais, situação emocional e física dos pais (cansaço,
ansiedade, estresse, tristeza).
Nesse sentido, a técnica deve ser indicada pelo pediatra em conjunto com os pais,
considerando as dinâmicas familiares, os hábitos diários e as possibilidades dos
cuidadores. Abaixo, descreveremos as principais técnicas de extinção citadas por
El Halal e Nunes (2018).
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Existem outras técnicas que podem ser utilizadas em conjunto com as técnicas de
extinção, como medidas de rotinas positivas:
Ao adotar essas e outras técnicas e medidas antes do sono os resultados podem variar
de criança para criança, conforme a técnica eleita. De qualquer modo, os especialistas
indicam que a chave para os bons resultados é a persistência e a consistência na aplicação
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
das intervenções. O comportamento positivo da criança deve ser reforçado pelos pais,
parabenizando e elogiando a criança e, se desejado, com produções de cartazes, imagens
e outros pela própria criança, para assinalar as noites com bom desempenho no sono.
Assim, cabe aos pais, cuidadores e médicos pediatras conhecerem as técnicas disponíveis
para, então, selecionar em conjunto com os pais as mais adequadas para cada paciente,
de modo a fornecer o suporte necessário para a manutenção das medidas, mesmo com
as dificuldades que poderão surgir.
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CAPÍTULO 2
Rotinas pré-sono
Fonte: https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/a-importancia-da-rotina-escolar/.
Uma dessas distrações vai até dormir juntinho na cama: o famoso celular. Estamos sempre
prestando atenção a tudo a nossa volta, por meio dos noticiários, das redes sociais,
disponíveis para assuntos de trabalhos e até mesmo pra divertimento. Os aparelhos
eletrônicos estão sempre lá, emitindo luzes e elementos de alerta.
O telefone celular já aparece como o aparelho eletrônico mais utilizado pelas pessoas para
acesso à internet, 99,2% em diversas pesquisas. Esse percentual é bastante considerável
e por pouco não atinge a totalidade dos domicílios com acesso à internet.
O acesso por meio da televisão subiu de 16,1%, em 2017, para 23,3%, em 2018,
microcomputador com 48,1%, e o tablet era utilizado em 13,4% dos domicílios que
tinham acesso à rede. Esse movimento de crescimento ocorreu em todas as regiões
do país.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Figura 20. Equipamento usado para acesso à internet por domicílio (%).
2017 2018
98,7% 99,2%
Microcomputador
2017 2018
52,4% 48,1%
Televisão
2017 2018
16,1% 23,3%
Tablet
2017 2018
16,1% 23,3%
Fonte: IBGE, 2017-2018.
A forte luz branca que penetra nos olhos causa confusão no relógio biológico, que
acessa outros estímulos que deixam o cérebro em estado de alerta. Por isso, a criança
ou adolescente demoram mais tempo para adormecer e acordam mais vezes durante
a noite, ocasionando menor descanso e menor qualidade do sono.
O processo será mais fácil para a criança se os pais e cuidadores adotarem também esse
estilo de vida, mas se a dinâmica conjectural da casa não permite, pode-se reduzir o
tempo de celular e aparelhos durante a noite, entre 30 minutos a 2 horas, antes de ir
pra cama. Outra ação eficaz está na retirada desses aparelhos do quarto, pois a emissão
de sons de notificação é o suficiente para atrapalhar uma boa noite de sono.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
É preciso destacar que a melatonina não deve ser denominada como hormônio do
sono e sim da noite (sem luz), a referência para nomeá-lo do sono serve para o homo
sapiens, nós humanos ou animais que dormem a noite.
Pois, para animais noturnos, como os felinos, ratos, o seu pico de melanina éigu
maiores também à noite, no entanto, a sua característica noturna o deixa mais agitado,
deixando o sono para o dia.
Mas nem toda luz é igual. Buscando minimizar os males, a indústria de eletrônicos
buscou aperfeiçoar-se criando um tipo de luz menos prejudicial à saúde, dando mais
qualidade aos usuários destes aparelhos eletrônicos.
É o caso da luz azul. Seu comprimento de onda é benéfico durante o dia porque
potencializa a atenção, o tempo de reação e o humor. Pesquisas médicas e biológicas
têm mostrado consistentemente que a luz, além de efeito visual, tem um importante
efeito biológico não visual sobre o corpo humano (BOMMEL, 2005). No entanto,
parecem ser mais desestabilizadoras à noite.
Nos chama atenção que até o advento da iluminação artificial, o sol era a principal
fonte de iluminação, e as pessoas passavam as noites em (relativa) escuridão. Agora, em
grande parte do mundo, as noites são iluminadas e consideramos nosso acesso a todos
esses lúmens praticamente garantidos.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Fonte: https://www.tnh1.com.br/noticia/nid/checar-o-celular-antes-de-dormir-faz-mal-a-saude-diz-medico/.
Alguns estudos indicam uma ligação entre a exposição à luz à noite ao diabetes,
doenças cardíacas e obesidade. Estando mais propensos aqueles que trabalham
no turno da noite. Os pesquisadores ainda não têm evidências que comprovem
causa/efeito diretamente entre a exposição de luz e as doenças acima citadas, mas
avançam nas correlações e desdobramentos.
Para manter uma boa noite de sono, separamos algumas dicas importantes:
» Use luzes vermelhas fracas para luzes noturnas. É menos provável que a luz
vermelha altere o ritmo circadiano e suprima a melatonina.
» Evite olhar para telas brilhantes duas a três horas antes de dormir.
» Exponha-se a muita luz forte durante o dia, o que aumentará sua capacidade
de dormir à noite, bem como seu humor e estado de alerta durante o dia.
Alguns estudos recentes apontam que, ao contrário do que se pensa, praticar atividades
leves e moderadas antes de dormir melhora o sono e, ainda, diminui a sonolência
diurna (O’CONNOR, 1995).
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Os dados afirmam que a prática de exercícios físicos vale para as pessoas saudáveis, com
atenção especial à quantidade e intensidade, pois, a prática em demasia pode diminuir
gradativamente o tempo de sono e a sua qualidade. O intervalo, por exemplo, entre a
musculação e a hora de dormir, deve ser, no mínimo de três horas. Menos que isso,
os resultados poderão ser contrários, ocasionando até episódios de insônia.
Ainda existem muitas lacunas a serem estudadas nessa relação entre o exercício físico
e o sono, e algumas hipóteses são levantadas. Sobre os efeitos que surgem a partir dos
mecanismos termorregulatórios, Horne e Moore (s/d) foram os primeiros a propor
que “os efeitos do aquecimento corporal durante a corrida, podem desempenhar um
papel fundamental nas mudanças de SWS (ondas lentas), e que o resfriamento adicional
parece eliminar qualquer aumento potencial de SWS”.
Seus estudos revelaram que, após a corrida, o SWS, particularmente o sono de estágio
4, apresentou aumentos significativos e o sono REM diminuiu.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Alguns estudos foram realizados para preencher essas lacunas. Dez jovens do sexo
masculino submeteram-se a um registro polissonográfico após uma sessão habitual de
exercícios durante a tarde. Puderam observar uma relação positiva entre a quantidade
de sono de ondas lentas, estágios 3 e 4 do sono, e a quantidade de exercícios realizados
durante o dia (BAEKELAND; LASKY, 1966).
Sobre a noite Sasazawa et al. (s/d) e Youngstedt et al. (s/d) demonstraram que exercícios
próximos ao horário de dormir podem levar a um aumento na latência para o sono
e um aumento no sono de ondas lentas, enquanto exercícios realizados pela manhã
não o fazem. Os resultados mostraram também que atividades físicas realizadas tarde
da noite não perturbaram o sono de indivíduos treinados.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema:
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CAPÍTULO 3
Padrões de sono das crianças a partir
da escala DIMS (escala dificuldade
de iniciar e manter o sono)
Figura 22.
Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/17/coronavirus-afeta-gravemente-sono-das-criancas-diz-estudo.htm.
É por esse mesmo ângulo que Amaral (apud VALLE; REIMÃO; MALVEZZI, 2011)
ressalta o papel do psicopedagogo na medicação da relação entre aluno, instituição
educacional e família.
Valle, Valle e Rubens (2009) realizaram um estudo com 286 crianças entre seis e nove
anos de idade em cinco escolas de Poço de Caldas, no estado de Minas Gerais. O QRL
foi aplicado com os pais dos alunos que integraram a pesquisa.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
O QRL foi elaborado por dois neurologistas e tem como base diversos acúmulos de
prática clínica, que vão desde informações relativas ao ciclo sono-vigília à identificação
de sinais que apontem para a necessidade de técnicas clínicas mais complexas, como
a polissonografia.
Isso ocorre porque “parte dos adultos realiza tarefas noturnas, sacrificando, desse modo,
horas de sono, sem levar em consideração que esse comportamento altera a qualidade
de vida” (COUTO; SARDINHA; LEMOS, 2018, p. 21). Esse fato, no entanto, não faz
parte apenas da realidade dos adultos. Cada vez mais adolescentes têm apresentado
atividade durante o período noturno.
Um dos fatores responsáveis por esse quaro está relacionado diretamente às frenéticas
mudanças e inovações tecnológicas que têm se intensificado cada vez mais na última
década. O uso de aparelhos eletrônicos com acesso à internet, sobretudo no que diz
respeito a redes sociais, tem corroborado imensamente a redução do sono entre
adolescentes tanto quantitativa quanto qualitativamente (DOLLMAN, 2007).
Tal comportamento afeta os compromissos diurnos, a vida social e, sobretudo, o
aprendizado.
Felden, Barbosa, Ferrari Júnior, Andrade, Filipin, Pelegrini e Silva (2018) realizaram um
estudo comparativo do sono de adolescentes de uma cidade interiorana de Maravilha
e de uma cidade que integra a região metropolitana de Florianópolis, no estado de
Santa Catarina.
Não houve, porém, registro de discrepância no tempo total de sono entre os grupos.
Tal trabalho contribui expressivamente para a diversificação de abordagens dos
transtornos do sono, sobretudo as referentes a fatores externos de ordem social,
econômica, política e psicológica.
Para Sidarta Ribeiro (2003), o fato de as produções psicanalíticas sobre o sonho terem
sido muito questionadas sobre seu baseamento empírico e seu foco exclusivo aos
71
Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
De acordo com Griner (2020) informações sobre os padrões de sono das crianças no
que se refere à duração total, latência para o início do sono, resistência para ir à cama,
dificuldades em adormece, despertares noturnos e as dificuldades de retornar ao sono
quando despertadas durante a noite entre outros, são coletados a partir da Escala de
Distúrbios do Sono para Crianças e Adolescentes.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
Segue abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para refletir mais sobre o
tema:
Tal escala é utilizada no meio médico para indicar os padrões de vigilância e de sono,
em crianças e adolescentes, para que assim o pediatra possa, em diálogo e cooperação
com os pais, atuar com as melhores estratégias para subverter as dificuldades de
adormecer e de se manter no sono.
A medição entre o período em que se adormece e o período que dura o sono é calculado
na escala, observando, ainda, o padrão de sono em um determinado período entre
dias, semanas e até meses.
Ainda segundo Griner (2020), é possível perceber na observação e na análise pela escala
a resistência, nas crianças e adolescentes, em ir para cama, bem como nas crianças em
ceder a adormecer. As técnicas de higiene do sono, de exceção e outras são tomadas
visando contornar as dificuldades com o sono e os transtornos que esses geram no
ambiente familiar e doméstico.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Ainda se observa que a maioria das crianças passaram a não ter mais despertares noturnos
toda semana, apresentando menos dificuldades em retornar ao sono. Enfim, a partir
de tudo que foi estudado aqui, podemos considerar as possibilidades e perspectivas em
melhorar consideravelmente a qualidade do sono em crianças e adolescentes quando
se instituíram medidas e estratégias diárias no momento anterior ao sono. Assim, a
higiene do sono e a mudança de hábitos é o caminho incontestável para organizar
melhor o momento de ir para cama e adormecer.
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CAPÍTULO 4
Hábitos e rotinas de crianças
e adolescentes antes de dormir
Figura 23.
Fonte: https://cangurunews.com.br/ler-para-criancas-em-casa-dez-dicas/.
Contudo, na prática, não é simples estabelecer uma rotina na vida dos filhos, considerando
a dinâmica da vida atual, com horários irregulares e a falta de tempo que está em todas
as casas.
Ainda assim, reforçamos como é importante que a família como um todo consiga
adotar uma rotina regular com regras e horários para os pequenos. A criança que tem
uma rotina desde cedo, colabora para que ela cresça mais confiante e independente.
De acordo com Oliveira (2017), quando a criança sabe o que vai acontecer durante o
dia, assim como vivencia a repetição dos acontecimentos, ela cria uma estabilidade e se
sente em um ambiente saudável, fazendo com que os pequenos se sintam confortáveis
e seguros.
É nesse sentido que a médica e autora afirma que as crianças e adolescentes gostam
de saber o que vai acontecer durante o seu dia. Ou seja, saber que após o momento
da soneca ela terá o lanche ou que, antes de dormir, irá colocar o pijama, escovar os
75
Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
dentes e ouvir uma história são hábitos que proporcionam uma sensação de segurança
para ela.
De maneira geral, os hábitos e rotinas fazem com que a criança se sinta menos ansiosa,
ou ainda, a rotina poderá, com o tempo, fazer com que a criança desenvolva certas
manias, como querer dormir sempre com o mesmo cobertor ou só fazer as refeições
em determinados pratos e locais, todos esses hábitos são demonstrações do desejo que
elas têm de se sentir no controle, em um mundo ainda estranho a elas.
Todavia, os benefícios de criar uma rotina para as crianças não são somente para elas,
mas para os pais, mães e cuidadores também. Podemos apontar, principalmente, a
segurança que a rotina traz aos pais, em que as crianças tendem a aceitar melhor os
momentos da realização das tarefas e das possíveis despedidas.
Oliveira (2017) cita, como exemplo, a hora de ir embora de um local de diversão como
um parquinho, ou mesmo de uma festa, e ainda do momento de se despedir dos pais
quando esses vão trabalhar ou quando alguma visita vai embora. Com a rotina, esses
momentos não se tornam mais difíceis já que as crianças irão entender que aquela ação
faz parte da sua vida e que logo irá se repetir. É um processo de entender e assimilar
os horários, regras e hábitos do cotidiano que elas vão incorporando.
Ao passo que crescem, as crianças tendem a tornar-se adolescentes e jovens com maior
senso de organização e responsabilidade, conseguindo estabelecer, de forma natural, os
horários de estudos e das obrigações cotidianas, como, por exemplo, ajudar a família
nas atividades de casa.
Não se pode deixar de lembrar que as rotinas colaboram muito na organização da vida
de todos os membros da família, já que ter horário pré-estabelecido para a hora de
acordar, refeições, compromissos, soneca, banhos e brincadeiras faz com que todos
possam se organizar e com antecedência tenha mais tempo para aproveitar esses
momentos de forma coletiva.
De tal modo, que é bom saber ponderar o momento de ser flexível para que a rotina
não se torne uma imposição e obrigação sem diálogo. Por exemplo, aos fins de semana,
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
A psicóloga Letícia Araújo juntamente com a autora Ana Clara Oliveira (2017) do
Blog Leiturinha elencaram algumas dicas pertinentes para estabelecer uma rotina em
casa com as crianças, veremos algumas abaixo:
Espaços
organizados
Estabelecer
horários ROTINA Hora de
alimentar
Hora de
dormir
Pensando em um dia completo com vinte e quatro horas, pode parecer que são horas
demais para dormir, contudo, por tudo que foi visto até aqui o sono é fundamental
para o desenvolvimento infantil, assim, a quantidade de horas de sono é tão importante
quanto os outros cuidados com alimentação, saúde, educação etc.
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
É importante salientar que menor quantidade de sono diária pode prejudicar em vários
níveis o desenvolvimento infantil, inclusive levando a comportamentos e problemas
de saúde como irritabilidade, dificuldade de concentração, hipertensão, obesidade,
dores de cabeça e depressão interferindo no rendimento escolar.
De acordo com o pediatra José Luiz Setúbal, algumas rotinas e hábitos são importantes
para melhorar a qualidade do sono, sendo medicamente recomendadas, vejamos abaixo
as principais indicações:
» Dormir o suficiente deve ser uma prioridade familiar: é preciso compreender a
importância do sono na vida e na saúde de uma família inteira. É fundamental
tornar o sono uma prioridade pessoal, assim, dando exemplo às crianças e
adolescentes, como parte de um estilo de vida saudável, juntamente com a
alimentação e com a regularidade de exercícios físicos.
» Manter uma rotina diária regular: o mesmo tempo de vigília, ou seja,
acordado, o horário das refeições, horário de cochilo, de trabalho, estudo
e lazer irão ajudar as crianças a se sentir seguras e confortáveis, além de
contribuir sobremaneira na rotina do sono. Com as crianças pequenas, é
importante criar a rotina da higiene do sono com a dinâmica de escovar
os dentes, colocar a roupa de dormir, ler uma história e adormecer.
É interessante conseguir realizar a rotina em qualquer lugar em que a criança
esteja, para que não perca o costume.
» Atividades durante o dia: as crianças devem ocupar-se de atividades
interessantes e variadas durante o dia, incluindo atividades físicas ao ar
livre e atividades de desenvolvimento intelectual, como leituras, estudo etc.
» Uso de eletrônicos: a recomendação é de manter as telas de eletrônicos como
das TVs, computadores, laptops, tablets, smartphones e outros fora do quarto
das crianças, especialmente no período noturno. Pelo menos uma hora antes
de dormir é importante desligar os equipamentos, uma dica importante é
definir os planos e períodos específicos para uso.
» Ambiente de quarto e casa seguro para o sono: é fundamental que o local em
que a criança dormirá seja confortável e seguro para ela, assim transformar em
um ambiente aconchegante é importante para que o sono seja de qualidade.
Diminuir as luzes antes de dormir e controlar a temperatura é a primeira
atitude. Ademais, não ter na cama brinquedos, travesseiros demais e outros
objetos que possam atrapalhar o sono. A cama deve ser local especificamente
para dormir.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Nesse sentido, muitas famílias enfrentam severos desafios e dificuldades para que o
filho consiga dormir ou para que tenha uma noite de sono sem interrupções. De fato,
os problemas com sono podem surgir a qualquer idade.
Contudo, é preciso ter em mente que nunca é cedo ou tarde demais para observar
e analisar com sensibilidade as causas que podem estar atrapalhando o bom sono.
A diversidade de fatores pode advir das questões fisiológicas, psicológicas ou mesmo
físicas, como algum desconforto na cama, na luminosidade ou temperatura do quarto.
Como já foi aprendido no decorrer desse estudo, ainda que haja dicas e orientações
gerais, não há, efetivamente, uma receita única para solucionar os problemas advindos
de uma baixa qualidade de sono, sem cuidar, principalmente, do fator principal, que
é dormir. Já sabemos que cada situação particular deve ser avaliada e tratada em sua
própria complexidade.
Essas ferramentas, como algumas que já vimos anteriormente, induzem ações que
sinalizam ao corpo e à mente que as tarefas do dia foram finalizadas e que aquele
é o momento de desacelerar e descansar corpo e mente, aproveitando uma noite
revigorante de sono.
Alguns fatores dos hábitos de sono, como já foram vistos, influenciam o desenvolvimento
de crianças e adolescentes. Desse modo, ter horários certos e definidos para dormir e
acordar é fundamental para se criar bons hábitos de sono para crianças e adolescentes.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
O hábito de ter hora para dormir e acordar é, hoje em dia, uma recomendação da
Organização Mundial da Saúde, na qual entende-se que é fundamental para prevenir
o sedentarismo e a obesidade infantil.
Ainda segundo a pesquisa realizada pela Academia Americana, dormir pelo tempo
recomendado para cada faixa etária está diretamente associado à melhora na atenção,
memória, comportamento social, aprendizagem, bem como no controle emocional.
É visto que as crianças que se sentem cansadas e com sono apresentam sintomas e
dificuldades em administrar recusas, emoções e para manter a concentração para reter
novas informações.
É nesse sentido que o sono é responsável por auxiliar o cérebro no processo de aquisição
de aprendizagem e retenção dos conhecimentos adquiridos. Ou seja, a falta do sono
pode ocasionar irritação, dificuldade de concentração e de aprendizagem, desinteresse
nas atividades escolares etc.
Griner (2020) apresenta algumas estratégias para estabelecer uma rotina do sono
eficaz para as crianças e adolescentes. Ela inicia afirmando que os pais e cuidadores
são os principais responsáveis por auxiliar o sono das crianças em casa. Assim, é desse
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Tratamento Comportamental para o sono Infantil | Unidade III
modo que cabe aos responsáveis diretos pelo cuidado das crianças e adolescentes em
estabelecer os procedimentos que ajudem na manutenção de uma boa rotina de sono
e, consequentemente de desenvolvimento.
Assim, trata-se de uma via de mão dupla, ou seja, os distúrbios de sono nas crianças e
adolescentes afetam diretamente no bem-estar dos pais, do mesmo modo, os problemas
emocionais dos pais e cuidadores podem precipitar ou mesmo piorar o distúrbio de
sono das crianças e adolescentes.
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Unidade III | Tratamento Comportamental para o sono Infantil
Salienta-se, ainda, que não é saudável segurar o sono e não deixar a criança
dormir durante o dia, pensando que ela dormirá mais cedo ou melhor
durante a noite. Isso poderá causar, na verdade, estresse e irritação e até
mesmo mais dificuldades em dormir à noite.
» Levar a criança ainda acordada para a cama, avisando a ela que é hora de
dormir em sua própria cama.
De acordo com a autora não é indicado levar e deixar as crianças dormirem
na cama dos pais ou em outros locais que não sejam sua cama, na tentativa
de dormir ou acalmar a criança antes de levá-la para sua própria cama. Há o
risco de ela acordar durante a noite assustada pela mudança do ambiente e
poderá gerar um hábito que pode ser muito difícil de ser revertido mais tarde.
» Diminuir o uso de telas (tablets, smartphones e televisores).
Nesse sentido, orienta-se que o jantar não deve ser muito próximo ao
momento que antecede o sono, pois a quantidade de alimento ingerido
poderá interferir na qualidade do sono.
As crianças não devem ser alimentadas imediatamente antes de dormir,
esse hábito, além de dar prejuízos à saúde bucal, pode aumentar a chance
de refluxos e piora a apneia do sono.
Portanto, de tudo que vimos nesse capítulo e neste estudo como um todo, podemos
compreender a importância do sono e da sua qualidade para a saúde e desenvolvimento
das crianças e adolescentes, bem como os benefícios que ele traz para toda a família.
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Abaixo algumas indicações de vídeos e artigos para saber mais sobre o tema:
» “Veja como regular o sono das crianças com a volta da rotina escolar”.
Programa Hoje em dia, 2018.
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REFERÊNCIAS
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Referências
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Referências
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QUANTAS HORAS POR DIA AS CRIANÇAS E OS ADOLESCENTES PRECISAM DORMIR?
Blog do Oswaldinho, 2020. Disponível em: http://www.oswaldocruz.com/oswaldinho/blog-do-
oswaldinho/quantas-horas-por-dia-as-criancas-e-os-adolescentes-precisam-dormir Acesso em: dez. 2020.
RECOMENDAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME DA APNEIA
OBSTRUTIVA DO SONO NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE. Associação Brasileira do
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ROTINA DO SONO DO BEBÊ. Canal Almanaque dos Pais, 2018. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=7iwup1p7lMI Acesso em: dez. 2020.
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Referências
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Referências
Figuras
Figura 1. Mulher deitada, dormindo - Felix Vallotton 1899 Fonte: https://br.pinterest.com/
pin/828169818949403810/. Acesso em: nov. 2020.
Figura 2. O tempo que passamos dormindo. Fonte: Própria autora.
Figura 3. Habilidades desenvolvidas no lobo frontal. Fonte: Adaptado de Benson e Miller (1997).
Figura 4. Mulher dormindo. Fonte: https://pt.dreamstime.com/photos-images/sono-da-mulher-
negra.html. Acesso em: nov. 2020.
Figura 5. Adolescente dormindo. Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-
bem-estar/quanto-tempo-uma-crianca-precisa-dormir. Acesso em: nov. 2020.
Figura 6. Sono de crianças e adolescentes. Fonte: http://aliancapelainfancia.org.br/inspiracoes/
especialista-explica-porque-o-sono-e-tao-importante-durante-a-infancia. Acesso em: nov. 2020.
Figura 7. Bebê dormindo. Fonte: https://pt.depositphotos.com/stock-photos/bebe-dormindo.html.
Acesso em: nov. 2020.
Figura 8. Criança dormindo. Fonte: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Sono/noticia/2019/08/
criancas-de-5-anos-vao-para-cama-em-media-20h30-diz-estudo.html. Acesso em: nov. 2020.
Figura 9. Transtornos de sono mais frequentes em crianças. Fonte: Adaptado de Nunes (2002).
Figura 10. Problemas para dormir. Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/mulher-tendo-
problemas-para-dormir-ilustrado_10253186.htm. Acesso em: nov. 2020.
Figura 11. Distúrbios do Sono. Fonte: Associação Americana de Distúrbios do Sono, 1997.
Figura 12. Classificação dos transtornos do sono. Fonte: elaborada pela autora.
Figura 13. Higiene do sono. Fonte: adaptada de Moura (2013).
Figura 14. Despertar noturno. Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/garota-ilustrada-
na-cama-tendo-insonia_9989020.htm. Acesso em: nov. 2020.
Figura 15. Insônia. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/01/dicas-para-
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Figura 16. Princípios da Higiene do Sono. Fonte: https://adrianagomesnutricionista.com.br/blog/
post/phigiene-do-sono-p. Acesso em: nov. 2020.
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Referências
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