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O bebê já aprende no útero, enquanto ainda é feto? Crianças desnutridas
apresentam necessariamente dificuldades escolares? É o neurologista quem está
capacitado a opinar sobre os chamados problemas de aprendizado? Por que ir a
museus, ao zoológico, ao parque e propiciar uma boa convivência familiar melhoram
o desempenho escolar e social das crianças? Como o brincar colabora para o
aprendizado?
As habilidades para matemática, linguagem, música, entre outras, são
determinadas geneticamente? Por que as emoções interferem com a capacidade de
cálculo, de raciocínio, de decisão? Criança e adultos aprendem em qualquer idade
qualquer assunto? Existe época melhor para se aprender determinado conteúdo?
Por que meu aluno não aprende e nem tem atenção? O que é hiperatividade? Qual
é o efeito do meio ambiente no desenvolvimento da criança? A repetência se
justifica? Ou a aprovação automática é fundamentada pela ciência cognitiva? Essas
são questões presentes no dia-a-dia do professor e de outros profissionais da
educação.
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Dessa forma, entende-se as Funções Executivas como função mental
superior, defendendo-se sua origem cultural e histórica, ainda que os estudos
contemporâneos em neurociências tenham começado a reconhecer sua dimensão
social muito recentemente.
Assim, para situar essas funções traça-se um breve histórico desse
constructo assim como seus aspectos neurobiológicos sob o ponto de vista das
pesquisas contemporâneas, cotejando-as com as contribuições de Luria e Vygotsky.
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2.2 O desenvolvimento das funções executivas na infância
As funções executivas, sob a perspectiva do desenvolvimento ontogenético,
alcançam sua maturidade mais tarde que outras funções mentais.
As funções executivas são um conjunto de processos cognitivos que dão suporte à
regulação dos pensamentos, emoções e comportamentos. Elas nos ajudam a atingir
metas em nossa vida diária, seja planejando as férias, controlando a raiva ou
realizando várias tarefas ao mesmo tempo. Elas se desenvolvem intensamente
durante a infância, e são um indicador do desempenho futuro na escola, e em
termos de saúde e renda. Sob algumas condições, elas podem também ser
ensinadas. Ao mesmo tempo, as funções executivas dependem muito da
hereditariedade, isto é, as diferenças genéticas entre os indivíduos contribuem para
a existência de diferenças entre suas funções executivas. Além disso, essas
diferenças permanecem estáveis durante o desenvolvimento: o baixo nível de
funções executivas na infância é um indicador de um baixo nível de funções
executivas décadas mais tarde. Observam-se deficiências nas funções executivas
em crianças oriundas de famílias de baixo status socioeconômico, e em casos de
vários distúrbios clínicos como, por exemplo, TDAH (transtorno de déficit de atenção
com hiperatividade), autismo e depressão.
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Entre os tópicos citados por Tokuhama-Espinosa (2008), a partir de sua
pesquisa na bibliografia já existente, que delimitam possíveis abordagens para
pesquisa em neuroeducação, estão as várias técnicas de captação de
informações neuronais, por sinais elétricos ou imageamento cerebral como
instrumento de observação de aprendizagem, a neurogênese e plasticidade; as
teorias da consciência e da inteligência , a neuroética; as diferenças de
aprendizado; e as relações corpo-mente (sono e exercícios físicos, entre outros
itens a esse respeito).
Enumera ainda o que seriam 14 princípios básicos, a serem usados
como fio condutor da neuroeducação, em torno dos quais se articulariam
premissas das três áreas estruturadoras (neurociências, psicologia e
educação, segundo a autora), não necessariamente em ordem hierárquica
de relevância:
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Aprendizado é baseado em parte na habilidade do cérebro de se
autocorrigir e aprender pela experiência, através da análise de dados e
auto-reflexão;
A busca por sentido é inata na natureza humana;
A busca por sentido ocorre através de padronizações;
Aprendizado é baseado em parte na habilidade do cérebro de detectar
padrões e fazer aproximações para aprender;
Emoções são críticas para detectar padrões;
Aprendizado é baseado em parte na capacidade do cérebro para criar; 23
Aprendizado é potencializado pelo desafio e inibido pela ameaça; l) o
cérebro processa partes e todo simultaneamente (é um processador
paralelo);
Cérebros são projetados para flutuações mais do que atenção constante;
Aprendizado envolve tanto atenção focada quanto percepção periférica;
O cérebro é social e cresce na interação (tanto quanto na reflexão
pessoal);
Aprendizado sempre envolve processos conscientes e inconscientes;
Aprendizado é desenvolvimental;
Aprendizado recruta a fisiologia completa (o corpo impacta o cérebro e o
cérebro controla o corpo);
Diferentes sistemas de memória (curto prazo, de trabalho, longo prazo,
emocional, espacial, de hábito) aprendem de formas diferentes;
Informação nova é arquivada em várias áreas do cérebro e pode ser
evocada através de diferentes rotas de acesso;
O cérebro recorda melhor quando os fatos e habilidades são integrados
em contextos naturais; e v) Memória + Atenção = Aprendizado. ”
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se modificar sob a ação de estímulos ambientais. Esse processo, denominado de
plasticidade do sistema nervoso, ocorre graças à formação de novos circuitos
neurais, à reconfiguração da árvore dendrítica e à alteração na atividade
sináptica de um determinado circuito ou grupo de neurônios. É essa
característica de constante transformação do sistema nervoso que nos permite
adquirir novas habilidades motoras, cognitivas e emocionais, e aperfeiçoar as já
existentes.
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regularidade, o desenvolvimento, o tempo de cada um. A Neurociência traz para
a sala de aula o conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o
sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a
linguagem, as interpretações das imagens que fazemos mentalmente, o "como" o
conhecimento é incorporado em representações dispositivas, às imagens que
formam o pensamento, o próprio desenvolvimento infantil e diferenças básicas
nos processos cerebrais da infância. Tudo isto se torna subsídio interessante e
imprescindível para nossa compreensão e ação pedagógica (ASSENCIO-
FERREIRA, p. 60, 61. 2005).
Fonte: sites.google.com
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O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é formado pelos nervos e gânglios
nervosos.
Sua função é ligar o Sistema Nervoso Central aos outros órgãos do corpo e
com isso realizar o transporte de informações.
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O ensino de pares: o ensino de pares ou duplas é uma grande maneira para
construir habilidades interpessoais e para repassar a matéria.
Desempenho de papel: conhecido por role play no meio acadêmico, sua limitação
de tempo o torna quase impraticável depois que seja apresentada a informação de
uma aula. Portanto, organizar os estudantes em grupos para um desempenho de
papéis pode resolver o problema.
O professor também deve sair de sua sala de aula, talvez possa usar a
biblioteca ou sair para um local mais apropriado à matéria que está ensinando,
isto é, qualquer coisa em que se use a criatividade, fazendo da aprendizagem
um momento único e permanente. Por exemplo: se a matéria é geografia e se
discute sobre uma determinada montanha, seria interessante que esse
professor fosse até essa montanha com seus alunos.
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Fonte da imagem: https://novaescola.org.br/conteudo/7580/ensinar-a-turma-a-desenhar
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Não são raras as vezes em que o portador de déficit de atenção, seja ele criança
ou adulto, é visto apenas como uma pessoa distraída, que vive com a cabeça “no
mundo da lua”, e não presta atenção à sua volta por mero descuido.
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Desmotivação;
Letargia;
Sentimento de vazio;
Dificuldade de ficar parado (desassossego);
Dificuldade em ficar sentado por longos períodos em que seja
necessário;
Falar excessivamente ou falar pouco;
Dificuldade em aguardar a vez;
Intromissão ou interrupção (em conversas alheias, por exemplo).
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isso é possível a partir do momento que se consegue despertar e conseguir a
atenção em sala de aula.
Fonte: https://pgpneuroeducacao.wordpress.com/sabia-que/estimulos-ao-cerebro-infantil-
conheca-algumas-atividades-que-incitam-a-inteligencia-e-outras-capacidades-e-competencias/
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9. A APRENDIZAGEM A PARTIR DE ATIVIDADES AUTÊNTICAS À LUZ DOS
ESTUDOS SOBRE O FUNCIONAMENTO COGNITIVO
Fonte: https://canaldoensino.com.br/
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Os esquemas são abstratos na medida em que condensam informação
relativa a uma série de fatos e processos e, ao mesmo tempo, são estruturados
porque representam as relações entre os diferentes componentes das situações.
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10. NEUROEDUCAÇÃO: UMA VISÃO FUTURISTA
Fonte: https://www.iberdrola.com/talentos/o-que-e-neuroeducacao
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Referências:
MARTA PIRES RELVAS/ Livro: Neurociência e transtornos de aprendizagem / Editora: Wak,
ed.1º (1 de janeiro de 2011) / ISBN-10: 8588081830 / ISBN-13: 978- 8588081833.
MARILZA DELDUQUE/ Livro: a neurociência na sala de aula: uma abordagem neurobiológica/
ISBN-10: 8578543610/ ISBN-13: 978-8578543617/ Editora: Wak; ed 1º (1 de janeiro de
2016).
RAMON M. CONSENZA. LEONARDO B. GUERRA/ Livro: Neurociência e educação: como o
cérebro aprende/ ISBN-10: 8536325488/ ISBN-13: 978.8536325484/ Editora: Artmed; ed.1º:
(19 de março de 2011)
MORALLES, Pedro. La relación professor-alumno en el aula. Madri: PPC S.A., 1998.
SPRENGER, M. Learning and Memory. The brain in action. Alexandria, VA: ASCD, 1999
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SMITH, C.; STRICK, L. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z. Porto Alegre: Artmed, 2001.
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Publicado: Janeiro 2013 (Inglês). Consultado: 05/03/2021.
Glaucio Aranha e Alfred Sholl-Franco (Org.) CAMINHOS DA NEUROEDUCAÇÃO. 2a.
edição. Rio de Janeiro: Ciências e Cognição, 2012
Sites:
Artigo científico: http://bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-
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Toda Matéria. Disponível em https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-
periferico/#:~:text=O%20Sistema%20Nervoso%20Perif%C3%A9rico%20(SNP,pelos%20nervo
s%20e%20g%C3%A2nglios%20nervosos.&text=Ele%20%C3%A9%20uma%20das%20divis%C3
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http://www.cienciasecognicao.org/portal/?page_id=745
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