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SUMÁRIO
CAP 01: ANSIEDADE EM CRIANÇAS ................................................... 3
CAP 02: COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS?...................................... 7
Crises de ansiedade e sintomas físicos ........................................... 10
Pais ansiosos, filhos ansiosos? ........................................................ 11
CAP 03: COMO DIMINUIR E TRATAR A ANSIEDADE EM CRIANÇAS ..... 13
Entendê-la. .......................................................................................... 14
História para diminuir a ansiedade de crianças ............................ 15
CAP 04: COMO LIDAR COM CRISES DE ANSIEDADE EM CRIANÇAS ..... 20
CAP 05: 5 REMÉDIOS CASEIROS E NATURAIS PARA TRATAR ............ 22
CAP 06: 10 ATIVIDADES PARA REDUZIR A ANSIEDADE EM CRIANÇAS
...................................................................................................... 26
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CAP 01: ANSIEDADE EM CRIANÇAS


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Transtornos de ansiedade são os distúrbios psiquiátricos mais


comuns na infância. Saiba quando é hora de buscar atendimento.

Quem convive ou já conviveu com um transtorno de ansiedade sabe


como pode ser sofrido e paralisante. Imagine ter que lidar com isso
ainda durante a infância, quando o cérebro está em formação e não
tem a maturidade necessária para entender o que está acontecendo.

Os transtornos de ansiedade são os quadros psiquiátricos mais


comuns na infância e na adolescência. De 10% a 15% da população
nessa faixa etária tem algum transtorno – desde casos mais leves
até casos mais graves e com grande prejuízo funcional. O problema
é mais frequente em meninas.

Antes de tudo, é preciso destacar que um certo grau de ansiedade é


normal, e até saudável. A ansiedade faz parte da vida de todas as
pessoas e é a reação emocional esperada diante de diversas
situações. No caso das crianças, é comum antes de uma viagem,
uma festa de aniversário ou uma apresentação na escola, por
exemplo.

A ansiedade é importante para a nossa sobrevivência, é o que alerta


o cérebro e nos faz agir diante de um perigo.

O problema ocorre quando ela é


desproporcional às situações vividas,
causando impacto funcional no dia a dia. A
ansiedade patológica é excessiva,
persistente e causa sofrimento. Diante
disso, em muitos casos a criança se
afasta ou tenta evitar a situação que lhe
causa ansiedade a qualquer custo.
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Transtornos de ansiedade
Existem diferentes transtornos de ansiedade. Um dos mais
conhecidos é o transtorno de ansiedade generalizada, que é muito
frequente em adultos, mas existem outros tipos que também podem
surgir na infância ou adolescência. Entenda um pouco mais sobre
eles:

Transtorno de ansiedade de separação


A ansiedade excessiva e frequente ao se separar dos pais, de forma
não adequada para a fase do desenvolvimento. É mais comum
durante a pré-escola, entre 4 e 5 anos de idade;

Transtorno de ansiedade social (fobia social)


Medo e ansiedade desproporcional em situações de interação social
cotidiana. Mais frequente no início da adolescência;

Mutismo seletivo
Recusa de se comunicar verbalmente quando não está em casa ou
com pessoas que não sejam seus familiares ou cuidadores.
Geralmente, se inicia antes dos 5 anos;

Transtorno de ansiedade generalizada


Tensão frequente, medos e preocupações desproporcionais em
variadas situações. Diversos fatores podem ser provocadores da
ansiedade. Pode ocorrer em qualquer idade;
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Fobias específicas
Medo exagerado ligado a alguma situação ou objeto – como altura,
espaços fechados, injeção e sangue, por exemplo – que pode levar a
reações de choro, desespero e até ataques de pânico. Pode surgir
desde muito cedo;

Transtorno do pânico
Ataques de pânico em que a pessoa sente medo de morrer e pode
ter vários sintomas físicos, como taquicardia, sudorese, falta de ar e
tontura. Costuma ocorrer no final da adolescência;

Agorafobia
Ansiedade relacionada a situações como ficar em transporte público,
em locais fechados ou no meio de uma multidão, por exemplo,
porque existe a sensação de que será difícil sair dali se necessário. É
mais comum na adolescência.
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CAP 02: COMO IDENTIFICAR OS


SINTOMAS?
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A ansiedade deixa de ser considerada normal quando começa a


influenciar o “funcionamento” da pessoa. A criança deixa de fazer
coisas ou ter uma atividade rotineira normal por causa da
ansiedade.

Segundo o dr. Fernando Asbahr, médico psiquiatra e coordenador do


Ambulatório de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de
Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP (HCFMUSP), o primeiro passo para observar os sinais de
ansiedade patológica na criança é ter um parâmetro do que é
normal.

“Você tem que ter ideia mais ou menos de quais são os


medos normais naquela faixa etária. Por exemplo, na pré-
escola, é comum ter os medos imaginários, uma coisa mais
fantasiosa; a criança cresce, entrando no fundamental, e
começa a ter preocupação com a saúde dos pais, tem a ver
com reconhecimento do que é morte, de finitude, medo de
causar algum mal para alguém ou para ela própria; depois
vem a questão social, que tem a ver com competência e
incompetência, ser observado – isso vai ficando cada vez
mais forte ao longo da adolescência”, explica.

Sabendo o que é o “normal”, fica mais fácil identificar sinais que


fogem muito desse parâmetro.

“Na ansiedade generalizada, por exemplo, você não tem um objeto


específico, o elevador, a agulha, como nas fobias, ou a sala de aula,
na ansiedade social. Mas você tem aquelas crianças que não
relaxam de forma nenhuma”, exemplifica ele.
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Muitas vezes, o nível de antecipação frente a uma situação é


extremamente exagerado, como uma criança maior que tem uma
prova marcada na escola e semanas antes começa a pensar que não
vai conseguir estudar, que não vai se sair bem, e por isso ela passa
a ter insônia e dores de barriga, e não consegue se concentrar na
aula.

No caso da fobia social, é comum ser um aluno que não levanta a


mão para tirar dúvida em sala de aula em hipótese alguma, se
desespera se precisar ir na frente da classe ou até falta na aula para
não ter que apresentar algum trabalho.

O psiquiatra explica que alguns transtornos são difíceis de serem


identificados na escola. Às vezes, a criança fica mais retraída, no
canto dela, e o transtorno acaba passando despercebido. Mas alguns
casos são mais visíveis, como uma fobia social muito grave, ou o
mutismo seletivo, em que a criança não verbaliza de forma
nenhuma.

Essa última situação foi o caso de Laís Riccioni, hoje com 6 anos. A
consultora de beleza Tauana Riccioni conta que a filha começou a
ter comportamentos como congelamento da fala com pessoas que
não eram do seu convívio aos 3 anos de idade. “A escola foi o
principal elo no diagnóstico, pois foi onde ela começou a apresentar
mais características. Quando houve troca de professora do maternal
1 para o 2, ela passou a não falar mais com adultos da escola.
Passamos também por alguns períodos em que ela apresentou TOC,
e algumas sensibilidades a sons e tipos de tecidos, o que gerava
bastante irritação nela. No decorrer de todo esse tempo tinha
épocas tranquilas e fases de muito estresse”, conta.
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Crises de ansiedade e sintomas físicos

Assim como acontece com os adultos, as crianças também podem


passar por crises de ansiedade e vivenciar os clássicos sintomas
físicos. Segundo Fernanda Bittencourt, psicóloga infantil e
especialista em terapia cognitivo-comportamental (TCC), além das
preocupações exageradas, hipervigilância e medos comuns para a
idade – que são sinais de ansiedade –, os sintomas também podem
incluir taquicardia, sudorese, mãos e pés trêmulos, dores no
estômago, vômitos, dificuldade para respirar, entre outros.

“O primeiro passo é buscar um pediatra para descartar


qualquer causa física e, ao descartar, buscar um psicólogo
para avaliação”, recomenda.

O psiquiatra comenta que também pode haver dor de cabeça,


desconforto, dor de barriga e enjoo, e muitas vezes a criança evita
uma situação, como ir à escola, porque começa a se sentir mal
devido à antecipação causada pela ansiedade.
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Segundo Fernanda, as crises de ansiedade costumam ser muito


intensas e difíceis de manejar, principalmente quando não há um
treinamento prévio para isso. O mais importante, nesses casos, é
não invalidar o que a criança está sentindo. “Acolher, ser empático,
olhar nos olhos, oferecer um abraço e respirar junto com ela é uma
boa opção”, orienta a psicóloga.

“O acolhimento durante os momentos de ansiedade é


fundamental para que a criança se sinta compreendida e
amada. Isso vai ajudá-la a lidar melhor com esta emoção tão
importante para nós, e também vai ensinar a lidar com as
emoções dentro do seu contexto social, estimulando a
empatia através do exemplo.”

11 Sinais de ansiedade infantil:

• Unhas roídas; • Oscilação de humor;


• Alterações no apetite; • Dor de barriga;
• Dificuldades no sono; • Dores de cabeça;
• Agitação; • Machucar a si próprio;
• Medo excessivo; • Irritabilidade ou apatia.
• Queda no rendimento
escolar;

Pais ansiosos, filhos ansiosos?

Crianças cujos pais têm diagnóstico de um transtorno ansioso têm


3,5 vezes mais chance de ter um transtorno de ansiedade do que
uma criança sem esse histórico familiar, destaca o médico. “Esse é o
maior fator de risco: pais ansiosos.
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Os fatores familiares que estão associados a uma herança biológica
e genética são os maiores fatores de risco para o desenvolvimento
de um quadro de ansiedade patológica.” Segundo ele, grande parte
dos adultos teve início de um quadro ansioso ainda na infância.

É muito comum que os pais, ao levarem a criança para tratamento,


percebam que apresentavam os mesmos sintomas na infância ou
adolescência, mas na época essas questões não foram investigadas,
em alguns casos porque os pais achavam que era “frescura”. “Era
muito assim antigamente. Ainda bem que isso mudou de alguma
forma”, comenta o médico.

Os pais também devem cuidar de sua própria ansiedade – o que


será benéfico para si e para os filhos. “É importante que a família
observe seus próprios comportamentos ansiosos, buscando lidar
com eles de forma mais saudável, para que sejam exemplos para a
criança”, afirma a psicóloga.
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CAP 03: COMO DIMINUIR E TRATAR A


ANSIEDADE EM CRIANÇAS
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Para diminuir a ansiedade do seu filho, experimente algo que você
ainda não tentou: explicar para a criança o que é essa tal de
ansiedade. Exatamente. Se você nota o problema, não o torne um
assunto proibido.

Pois você já deve ter notado que oferecer recompensas ou ameaçar


punições são caminhos que não funcionam.

Se a criança sente medo do escuro hoje, continuará sentindo medo


amanhã — e durante todo o tempo que ela interpretar aquele
cenário como uma ameaça (o que aciona seu instinto de fugir).

Portanto, diminuir a ansiedade é uma questão de encará-la.

Entendê-la.
Muito provavelmente, você já fez inúmeros esforços para entender o
porquê da ansiedade de seu filho. Mas, acaso, já explicou para ele o
que ele está sentindo?

Você nota que a criança tem ansiedade


porque você conhece o conceito.
Reconhece sinais. Identifica
padrões. Mas e ele? Tem esse
conhecimento todo? Será que a
criança não fica perdida, sem saber
como reagir de outra forma?

Então, se você quer ajudá-la,


lembre-se de como ela melhor
aprende coisas novas nessa fase
da vida: conte a ela uma história.
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História para diminuir a ansiedade de


crianças
Você pode improvisar a história como quiser. Mas alguns pontos
precisam estar presentes.

Vamos ver quais são elas:

1. Explique como funciona o corpo


Seja didático, usando exemplos e vocabulário de acordo com a idade
da criança. A importância dessa parte da história é trazer a
compreensão de que os sintomas da ansiedade são normais e,
muitas vezes, são úteis.

Se o seu filho souber o porquê de suas reações (que são instintivas


e perfeitamente naturais) ele sentirá melhor controle sobre si
mesmo, conseguindo diminuir a ansiedade assim que ela aparece.
Afinal, nossa capacidade de enfrentar desafios é proporcional ao
nosso entendimento sobre o que eles significam.

Quer uma sugestão de como você pode explicar essa história para
seu filho? Experimente algo assim:

Qual o papel do cérebro?


Dentro da nossa cabeça, a profissão do cérebro é cuidar da nossa
segurança e do nosso bem (o filme “Divertida Mente” é perfeito para
ilustrar a ideia). E um dos poderes do cérebro é o radar do perigo.
Com esse radar, ele enxerga tudo o que pode nos prejudicar, nos
ferir ou nos magoar. Muito esperto, quando o cérebro vê um sinal de
problema, ele logo avisa todo o corpo. Sem demora, o corpo
entende que há apuros à vista.
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O que o corpo faz?
Sabendo que há perigo, o corpo precisa dar um jeito de ficar longe
do inimigo. E como ele pode fazer isso? Ele usa todas as armas que
conhece! Então, às vezes o corpo sai correndo para fugir. Outras
vezes, fica parado, “empacado” no lugar. Às vezes, para se proteger
do perigo, o corpo fala alto, dá gritos, bate o pé, chora ou até faz
sentir dor de barriga ou de cabeça.

O cérebro e o corpo fazem um excelente trabalho. Quase sempre


eles acertam ao nos proteger do perigo. Mas, às vezes, o cérebro
não entende direito o que o radar quis dizer. Aí ele se assusta e
manda todo o corpo ficar atento — preparado para fugir ou para
lutar. É uma pena. Porque, naquele lugar onde o cérebro só viu
coisas ruins, se ele pudesse olhar de novo, iria encontrar tantas
coisas interessantes…

2. Fale sobre a ansiedade


Nessas horas, quando o cérebro e o corpo se enganam, eles estão
enfrentando seu grande inimigo: a ansiedade. Ela é uma espécie de
vilão invisível, que quer nos derrotar com seu superpoder do medo.
Adultos também enfrentam a ansiedade. Ela atrapalha a vida de
todo mundo de vez em quando. Sabe quando a ansiedade gosta de
aparecer?

• Quando vamos conversar com uma pessoa que ainda não


conhecemos bem.
• Quando estamos em lugares grandes, que não parecem
tão seguros quanto nossas casas.
• Quando precisamos passar um tempo separado das
pessoas que amamos.
• Quando há muita gente diferente ao nosso redor.
• Quando precisamos fazer uma coisa pela primeira vez.
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Dica: Convide a criança para contar outras situações que dão medo.
Como se fosse a continuação da história. Ela não vai se sentir
intimidada a falar diretamente sobre os próprios medos. E vai
acabar revelando motivos de sua ansiedade, espontaneamente.

3. Como vencer a ansiedade?


Mas, então, como podemos ensinar nosso cérebro e nosso corpo a
não cair nas armadilhas da ansiedade? Afinal, ficar ansioso, com
medo, é uma sensação bem ruim, não é verdade? A gente se sente
pequenininho, sem chance de vencer o inimigo.

Sabe qual é o truque para ficar mais forte e corajoso? É diminuir a


ansiedade!

Isso mesmo!

Para vencê-la, o melhor jeito é deixá-la bem pequena. Tão pequena


que irá perder seus superpoderes do medo. Agora, você deve estar
curioso para saber como fazer isso, certo?

Então preste atenção nessas 3 armas secretas:

Sopro mágico
Você sabia que a ansiedade diminui de tamanho sempre que ela
enfrenta um sopro especial? Quer aprender esse sopro mágico? É
bem simples: primeiro, você respira bem fundo, puxando bastante
ar pelo nariz. Depois você solta todo esse ar pela boca, como se
estivesse enchendo um balão ou soprando uma vela de aniversário.
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O sopro mágico é um poder infinito! Então você pode usá-lo várias
vezes, porque cada sopro deixará a ansiedade menor e menor.

Escudo do pensamento
Outra coisa que diminui a ansiedade são os pensamentos felizes.
Sabe por quê? Porque o medo fica covarde quando pensamos em
coisas boas! Então, na hora que a ansiedade chegar, lembre-se do
escudo do pensamento. Basta pensar nas coisas que você gosta de
fazer, nos carinhos que você recebe, nas vezes que você já foi
corajoso e se sentiu muito bem.

Raio silenciador
O raio silenciador serve para deixar a ansiedade quieta. Porque a
ansiedade gosta de falar muito e, toda vez que ela fala, fica maior.
Lembra que o truque é diminuir a ansiedade? Então, para fazê-la
desaparecer, você não pode escutá-la!

Faça assim: quando a ansiedade começar


a falar, você olha para outro lado.
Procure coisas que tenham a cor branca
e conte quantas encontra. Enquanto
você está contando quantas coisas
brancas estão perto de você, a voz da
ansiedade vai ficando cada vez mais baixa.
Até que, de repente, ela nem existe
mais!

Pronto: com o raio silenciador


você vence mais uma batalha!
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4. Continue a história
Seu conhecimento sobre a ansiedade infantil será o grande
diferencial na ajuda que pode oferecer a seu filho. Então, aprenda
outras técnicas para diminuir a ansiedade.

Leia textos que expliquem causas e sintomas comuns da ansiedade


em crianças. Enfim, entenda — com profundidade — o que é a
ansiedade. E procure traduzir todo esse conhecimento nas
conversas com seu filho. Responda às suas perguntas. Sugira
estratégias de enfrentamento. Deixe-o saber que você é um aliado,
com o qual pode contar para vencer seus medos. Lembre-se: você
só pode ensinar aquilo que conhece. Então, assuma a tarefa de
aprender mais sobre a ansiedade.
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CAP 04: COMO LIDAR COM CRISES DE


ANSIEDADE EM CRIANÇAS
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Quando a criança entra em crise, os pais ou tutores têm o
importante papel de estabilizá-la emocionalmente. Como se trata de
uma situação complicada, porém, é comum os pais cometerem
alguns erros independentemente de terem as melhores intenções.

Diferente de um adulto, uma criança não consegue entender o que


está acontecendo com ela. Após vivenciar a crise de ansiedade
repetidas vezes, pode desenvolver um pouco de consciência sobre
os sintomas e as sensações, mas não consegue processar o possível
transtorno em sua totalidade. Por isso, a ajuda dos pais ou tutores é
essencial. Os sinais de uma crise ansiosa para ficar atento são:
hiperventilação, tremores nas mãos ou em outros membros do
corpo, choro descontrolado, transpiração, tensão muscular e
palpitações.

O que fazer diante de uma crise?


• validar as emoções e/ou sentimentos dos pequenos;
• mostrar que estão lá para ajudá-las;
• tentar distraí-las por meio de conversas casuais e
questionamentos sobre como foi o dia, o que gostaria de
comer no jantar e qual brincadeira gostaria de fazer com
os pais;
• evitar contato físico imediato. Observe o comportamento
da criança para verificar o momento mais apropriado
para abraçá-la ou tocá-la;
• remover brinquedos ou objetos que possam machucar a
criança do cômodo. Ela pode se movimentar sem querer
e esbarrar/pisar neles e se machucar;
• fazer exercícios de respiração para a criança copiar,
tentando fazê-la manter contato visual durante o
processo; e
• permanecer com a criança durante a crise.
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CAP 05: 5 REMÉDIOS CASEIROS E


NATURAIS PARA TRATAR
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1. Reforce a alimentação
A falta de nutrientes essenciais no corpo pode favorecer os quadros
de ansiedade. Quando maior for o bem estar e quanto mais
fortalecido estiver o sistema imunológico da criança, mais preparada
ela estará para lidar com esse problema.

Por isso, dê atenção especial à alimentação e reforce o consumo de


alimentos ricos em vitaminas do complexo B: fígado, cereais
integrais, levedura de cerveja, gérmen de trigo, cereais germinados,
aveia, legumes, hortaliças de folhas escuras, gema de ovo, laranja,
peixes, amendoins, nozes, geleia real, laticínios, missô, banana,
maçã, feijão e carnes.

Caso o filho tenha problemas para se alimentar, procure um


especialista que possa indicar suplementos alimentares para
complementar as refeições.
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2. Diminua o consumo de alimentos-gatilho
Alguns alimentos podem desencadear a ansiedade pela sua ação no
organismo. Diminuir o consumo de alimentos ricos em açúcar ou
que apresentem um alto índice glicêmico é recomendável, porque a
glicose em excesso pode aumentar os níveis de adrenalina no
organismo.

Dê preferência a alimentos frescos, como frutas e legumes em


saladas ou servidos in natura. Eles são muito mais benéficos e
causam um bem estar a longo prazo muito mais eficiente do que
alimentos processados e industrializados. É uma mudança de
hábitos que pode ser complicada no começo, mas se realizada
adequadamente, vale muito a pena!

3. Dê chás que ajudam a acalmar


Existem diversos chás com propriedades calmantes que podem ser
incluídas na dieta da criança ansiosa. Um dos mais conhecidos é o
de camomila. Mas os chás de erva cidreira, erva doce e hortelã
também são muito eficientes.

Apenas fique atenta a quantidade de chá dado à criança. Evite servir


chá mais de duas vezes ao dia. Confira a dosagem de chá conforme
a idade da criança:

• menos de 2 anos: 2 a 3 colheres de chá (misturar ao


leite integral);
• 2 a 4 anos: 2 colheres de sopa (misturar ao leite
integral);
• 5 a 7 anos: 1/4 de xícara (misturar ao leite integral);
• 8 a 12 anos: 1/2 xícara (misturar ao leite integral);
• mais de 12 anos: 1 xícara (igual a dose de um adulto).
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4. Use óleos essenciais
Óleos essenciais, se usados da maneira correta, podem proporcionar
um tratamento suave e natural que acalma e tranquiliza a criança.
Use essências naturais de alfazema, bergamota, camomila, gerânio,
tangerina e laranja em banhos, massagens ou vaporize pela casa.

As fragrâncias calmantes, se usadas em conjunto com uma rotina de


cuidado e carinho, podem reforçar o vínculo da criança com seu
cuidador e aliviar o medo.

5. Mantenha o contato com a natureza


Levar a criança para um local onde ela possa ter contato com a
natureza e com outras crianças periodicamente é muito saudável.
Essa quebra de rotina também pode ser um momento para curtir,
brincar e conversar levemente, apenas para se divertir.

Dar uma pausa no uso dos equipamentos eletrônicos nessas horas


pode ser uma oportunidade para usar a imaginação e a criatividade.
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CAP 06: 10 ATIVIDADES PARA REDUZIR A


ANSIEDADE EM CRIANÇAS
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Concentração, socialização e autocontrole. Que pais não almejam
ver essas características nos filhos? Que professores não desejam
ter alunos assim? É comum, no entanto, as crianças sofrerem com
falta de foco, dificuldades de relacionamento e de linguagem. Esses
problemas podem ter uma raiz comum: a ansiedade.

Os pais devem ficar especialmente atentos se a criança não dorme


bem, não consegue terminar as atividades ou se dispersa com
facilidade, e começa a ter resultados insatisfatórios na escola.
Segundo a fonoaudióloga Vera Mattos, mestre em Psicologia, é
possível ajudar as crianças a regular essa inquietação por meio de
atividades direcionadas.

— Regular a ansiedade é mais do que controlar. É algo que parte


das crianças, e a conquista é delas. Quando se fala em controlar,
caracteriza um interesse dos outros. Logo, os exercícios sugeridos
estimulam os resultados a longo prazo, e a própria criança pode
internalizá-los como fundamentais — explica a especialista.

Vera, fundadora do espaço Móbile, contou com a ajuda da equipe,


que reúne psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, professores
de educação física e pedagogos, para elaborar o livro
“Desenvolvimento infantil - 130 ideias para estimular brincando”,
que será lançado este mês. Confira dez atividades selecionadas por
ela para ajudar as crianças a lidar com a ansiedade:

1) Amassadinho com carinho


Ponha a criança deitada em um colchonete ou edredom e,
delicadamente, “amasse” com outro colchonete por cima (ou a
dobra do edredom). Sentir o corpo envolvido vai deixá-la segura
para receber o toque do outro. A atividade pode ser feita a partir
dos 2 anos de idade, e tem como objetivos o relaxamento, o
cuidado com o outro e o controle do medo e da ansiedade.
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2) Psicoeducação e regulação emocional
Essa atividade deve ser feita face a face ou em uma mesa com
crianças a partir dos 4 anos, individualmente ou com grupos de até
cinco. Separe fotos da internet de crianças com diferentes
expressões (tristeza, alegria, medo, nojo e raiva) e plastifique-as.
Mostre as imagens uma a uma, incentivando a criança a falar sobre
a emoção que aparece. Primeiro, deve-se identificar qual emoção
que a imagem demonstra. Depois, questioná-la o que a faz sentir tal
emoção. Qual foi a última vez que ela se sentiu assim. É uma forma
de fazê-la olhar para o outro e se reconhecer em cada uma das
emoções, o que traz um sentimento de humanidade. A troca
desenvolve linguagem, cognição, memória afetivo-emocional e
socialização.

3) Respira, esfrega e sopra


Pode ser desenvolvida a partir dos 4 anos. Sente-se face a face com
a criança e coloque um pouco de gel nas mãos dela. Em seguida,
peça que ela esfregue as mãos e depois sopre-as. A respiração vai
acalmar a criança e fazê-la tomar consciência da sensação do gel.
Para que a atividade seja feita em grupo, organize as crianças em
pares e ponha o gel nas mãos de um dos integrantes de cada dupla.
Peça para que esfreguem suas mãos nas do outro colega. Essa
atividade desenvolve atenção, socialização, respiração e percepção.

4) E a bola rola
Solicite que a criança a partir dos 3 anos desenrole um tapete no
chão. Peça para que ela se deite no tapete de uma maneira
confortável e ponha uma música suave para tocar com uma luz
ambiente. Em seguida, faça massagem nela dos pés ao tórax
usando uma bola grande. A massagem desenvolve atenção e
esquema corporal.
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5) Tomando consciência do ar
Você vai precisar de uma flor artificial ou natural, uma vela de
aniversário e música relaxante. Ponha a criança a partir de 3 anos
sentada de frente para você. Em seguida, mostre a ela como o
exercício deve ser feito: primeiro deve-se cheirar a flor e depois
soprar a vela bem devagar. Na vez da criança, peça para que ela
repita esse processo no mínimo quatro vezes. Essa atividade voltada
para a respiração tranquiliza e estimula a atenção e a imitação.

6) Desenvolvendo a empatia
Esse exercício vai incentivar a criança a reconhecer o desempenho
do colega, e pode ser feita a partir dos 2 anos. Estimule-a a fazer
elogios ao outros: parabéns, muito bem, o seu desenho está bonito,
está lindo, arrasou, maravilhoso, excelente, você é tão criativo, você
é extraordinário, você é muito esperto, incrível etc. A tarefa vai
desenvolver linguagem, habilidades sociais, empatia e socialização.
Além disso, ser elogiado, elogiar e ver sua produção reconhecida
como algo de valor por outra pessoa reforçam a autoestima e a
autoconfiança.

7) Atenção plena
Esse exercício pode ser feito com crianças a partir dos 3 anos e é
especialmente indicado na hora de dormir. Peça para a criança se
sentar em um tapete ou na cama com um bichinho de pelúcia e
apresentá-lo. Depois, deitar-se no tapete com o seu bichinho na
barriga. O adulto deve colocar uma música ambiente e iniciar as
instruções de respiração em tom adequado para o relaxamento. O
pequeno deve perceber como o brinquedo sobe e desce na barriga,
com os movimentos. Se o exercício for feito em grupo, os colegas
podem trocar as pelúcias entre si. A atividade pode iniciar com cinco
minutos e, à medida que a criança for se adaptando, pode-se
aumentar o tempo. Desenvolve foco, atenção, concentração,
respiração, linguagem, socialização e autocontrole.
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8) Cantinho da paz
Construa com a criança um lugarzinho no quarto que seja
agradável, com almofadas, cobertores e os brinquedos favoritos
dela. Ideal para os pequenos com 3 ou 4 anos. Nos momentos de
angústia, ele pode ser acompanhado até seu cantinho da paz, que
pode também ser usado por outros membros da família. A proposta
é buscar a regulação emocional e o autocontrole.

9) Tapete mágico
Nessa atividade a criança a partir de 1 ano se senta em uma ponta
do tecido e o adulto puxa a outra, arrastando o “tapete mágico” pela
sala. O passeio no lençol permite que ela relaxe seu corpo e se
deixe levar pela força e condução do outro, construindo confiança.
Trabalha equilíbrio, tônus postural e relaxamento.

10) Com a mão na massa


A partir de 1 ano a criança a criança já pode ser convidada a
experimentar as etapas de produção da massinha, percebendo as
texturas e observando as transformações a partir das misturas. Para
fazer a massinha, você vai precisar de uma xícara de sal, quatro
xícaras de farinha de trigo, uma xícara e meia de água, três
colheres de sopa de óleo, corante alimentício e, se quiser, um
aromatizante. A massinha permite à criança construir coisas, mas
também destruir e assim externar possíveis tensões. O fato de
confeccionar a própria massinha também desperta interesse e
motivação nos pequenos. Trabalha livre expressão, motricidade fina,
estímulo sensório motor e alívio de tensão.

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