Você está na página 1de 18

2º ano e 3º ano - Ensino Médio

1. Incentivar os estudantes a projetar seu futuro. Organizar uma roda de conversa com o tema “Eu espero
que o meu futuro seja …”. O professor poderá ser o primeiro a expor sua trajetória, contando aos
estudantes quais eram suas aspirações quando jovem, resumir os caminhos percorridos para chegar até
o momento e quais são suas metas para o futuro. Ao final de cada socialização, pode-se adotar como
dinâmica o orador deve escolher quem será o próximo, até que todos os estudantes tenham a
oportunidade de participar da conversa.

2. Organizar uma rotina de pensamento sobre o tema “Eu e o trabalho”, de modo que os estudantes
escrevam: “Hoje eu estou assim…”, “Daqui 5 anos, eu espero estar assim…” e, “Para daqui 10 anos
minha expectativa é …” . Essa produção poderá ser guardada pelos estudantes para serem revisitadas ao
longo de suas vidas, para isso, se possível, sugerir o uso de uma ferramenta digital que possibilita ao
jovem enviar um e-mail para si mesmo no futuro.

3. Utilizar as ideias da rotina de pensamentos sobre “Eu e o trabalho” para propor aos aos estudantes
realizar um planejamento para viabilizar a concretização dos projetos de vida na forma de uma rota de
percurso profissional definindo metas de curto, médio e longo prazo, considerando que podem haver
revisões periódicas com o decorrer dos anos de sua vida.

4. Organizar pequenos grupos para discutir as realidades financeiras dos estudantes e discutir
possibilidades de obtenção de renda para auxiliar na concretização dos projetos de vida, considerando
bolsas de estudos, estágios remunerados, trabalhos como jovem aprendiz, a realização de
financiamentos como oferecido pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), ou outros meios de
financiamentos, empréstimos ou formas de investimentos a curto prazo.

5. Em seguida realizar a modelagem das possibilidades utilizando funções exponenciais e taxas reais de
juros aplicadas no Brasil, permitindo uma análise e reflexão sobre a saúde financeira, tais como resgate
de investimentos ou pagamentos de empréstimos, antes de realizar esses tipos de compromissos
financeiros. Pode-se solicitar um relatório ou planilha com os estudos realizados.

6. Incentivar a revisita ao Glossário Crítico do “Economiquês”, elaborado pelos estudantes desde o começo
das aulas desta Unidade, para verificar a possibilidade de inserção de novos termos. Poderá ser
orientada a realização da leitura de toda sua composição de modo a refletir sobre o que aprenderam
durante cada uma das vivências realizadas. Nessa etapa final, sob orientação do professor, os estudantes
podem construir alguns critérios de avaliação desse material produzido, de modo que a análise não seja
subjetiva e que possa contribuir para o aperfeiçoamento dessa criação que é de todos.

Propostas de Avaliação

Neste bimestre espera-se que os estudantes demonstrem domínio matemático de cálculos


envolvendo a matemática financeira em estudos de possibilidade de investimentos, financiamentos e
empréstimos para obter rendas que auxiliem na realização dos projetos de vida, promovendo o
desenvolvimento das habilidades (EMIFMAT01), (EMIFMAT03) e (EMIFMAT11).
Ao longo dos estudos foram organizados pequenos grupos, rodas de conversas, momentos de
socialização e trocas de saberes, discussões coletivas em que foi possível observar o desenvolvimento das
competências gerais (EMIFCG07) e (EMIFCG08).
Os registros do professor durante este percurso e as produções dos estudantes podem se somar à
produção coletiva do Glossário Crítico do “Economiquês”, para o acompanhamento de cada jovem e as
intervenções para assegurar aprendizagens.
Poderá ser realizada uma autoavaliação final, na qual os estudantes podem se posicionar sobre o que
aprenderam e trazer sugestões para a melhoria das aulas e do conteúdo deste componente, pensando em
outras turmas de jovens. Após esta autoavaliação e análise do professor, ele pode preparar um devolutiva à
turma e destacar a importância das aprendizagens feitas para o enfrentamento de situações problema na
escola e fora dela, especialmente, as conquistas em termos de autoconhecimento, autoconfiança e
persistência, que certamente estiveram presentes nos diversos momentos deste percurso.

37 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

Humanidades para economia e trabalho - CHS

Matemática e suas tecnologias e


Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Economia e Trabalho

Humanidades para Economia e Trabalho


1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Economia: uma
interpretação da Afinal, e eu com a A economia explica Economia, Trabalho e
realidade? economia? o Brasil? Juventudes.

A proposta central deste componente curricular é propiciar aos estudantes um


aprofundamento na compreensão crítica acerca das relações entre a economia e a vida
cotidiana das juventudes. Os e as estudantes poderão reconhecer as estruturas sociais,
políticas e culturais que atravessam suas vidas, como se inter-relacionam e são determinadas
pela economia, enquanto história e atualidade, oferecendo-se, assim, um debate econômico
em que as juventudes estão no centro do processo. Espera-se que você, professor(a),
modifique, amplie ou complemente as propostas/indicações a seguir, considerando seu
conhecimento, sua experiência, as características das suas turmas e as condições da sua
escola.

1º Bimestre - Economia: uma interpretação da realidade?

O primeiro bimestre propõe uma discussão sobre a economia e suas possibilidades de


interpretação da realidade e do trabalho, enquanto processo histórico que permite
compreender o desenvolvimento das sociedades, suas culturas e as relações com a atual
realidade social-econômica brasileira. Alguns conceitos estruturantes da economia serão
abordados na perspectiva de compreensão crítica da história do trabalho nas famílias dos e
das estudantes. A proposta central para a produção deste bimestre é uma árvore genealógica
do trabalho das famílias dos e das estudantes, desta forma, é importante envolver a
comunidade escolar no processo, convide os e as estudantes para sensibilizarem o maior
número de familiares possíveis.

38 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

1º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Economia: uma interpretação da realidade?
Sugestão de subtemas:

● Economia e os processos civilizatórios: subsistência, escravagista e capitalista;


● Conceitos estruturantes da economia: lucro, mais valor, mercadoria;
● Economia e a realidade social brasileira.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Investigação Científica
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis
Empreendedorismo
(EMIFCG12) Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos presentes e
futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao mundo do trabalho, que orientem
escolhas, esforços e ações em relação à sua vida pessoal, profissional e cidadã.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Investigação Científica
(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.
Empreendedorismo
(EMIFCHS10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos, em âmbito local,
regional, nacional e/ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os impactos socioambientais,
os direitos humanos e a promoção da cidadania.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta central do bimestre: árvore genealógica do trabalho, e abrir o
debate para o planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar
na elaboração e definição dos prazos, fluxos, estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas
expectativas de vivências neste aprofundamento. Considerar pactuar com os e as estudantes paradas
periódicas, para um acompanhamento crítico dos processos e produções em andamento. Promover
coletivamente a elaboração de algumas evidências de aprendizagem, para que os(as) estudantes
tenham clareza do que é esperado como aprendizagem para o bimestre. É muito importante garantir
uma escuta sensível em relação aos entendimentos, anseios, receios e objetivos de cada um(a),
evidenciando o caráter participativo e democrático desta unidade curricular.

39 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

2. Apresentar aos estudantes a proposta de produzir um Glossário Crítico do “Economiquês” ao longo do


ano de forma integrada entre as duas áreas do conhecimento, ancorada pelo componente
“Desenvolvimento Econômico”.

3. Selecionar, previamente, imagens que ilustrem as formas de trabalho relacionadas aos modos de
produção de subsistência, escravagista e capitalista, em vários momentos históricos e culturais. Uma
possível fonte para a seleção das imagens é o site: https://pixabay.com/pt/*

4. Solicitar que a turma se divida de forma espontânea em 7 grupos. Cada grupo deve escolher três
imagens e debater a partir das seguintes reflexões: O que essas imagens nos contam sobre as formas
de trabalho ao longo dos anos? Existem relações entre as formas de trabalho nas imagens? Quais as
relações entre essas imagens e a nossa realidade?. Acordar com a turma o tempo para a realização do
debate.

5. Convidar dois representantes de cada grupo para apresentar para toda a turma as reflexões dos seus
grupos. Durante a apresentação o(a) professor(a), de forma dialógica, fará intervenções no sentido de:

6. Provocar e estimular a percepção da realidade social econômica civilizatória, no sentido de garantir que
os e as estudantes identifiquem as características relacionadas ao trabalho modos de produção de
subsistência, escravagista e capitalista em uma perspectiva histórica, antropológica, sociológica;

7. Promover uma reflexão pautada na memória e na identificação crítica e simbólica das relações
econômicas e seus desdobramentos na vida coletiva e individual dos sujeitos sociais;

8. Estabelecer relações entre economia e os processos civilizatórios: subsistência, escravista e capitalista.

9. Propor que após as reflexões e debates realizados, os e as estudantes realizem um registro coletivo em
um mural que possa ficar colado na sala de aula sobre a seguinte reflexão: Quais indícios essas formas
de trabalho nos fornecem para compreender a realidade atual?

10. Promover um momento de sensibilização e autoria para os primeiros registros no Glossário Crítico do
“Economiquês”, como os conceitos sobre: trabalho, modos de produção, desigualdade e etc. É
importante neste momento discutir com os e as estudantes sobre a compreensão de registros
contínuos, ou seja, explicar para a turma a importância de retomar continuamente os registros sobre
conceitos complexos como os que estarão presentes neste aprofundamento.

11. Mediar os registros coletivos destacados no mural, no sentido de promover identificações sobre quais
elementos apontam na direção de que a economia se aprende e se constrói na amplitude das
interações sociais, culturais e políticas. Convide-os a pensar se a economia também faz parte da
construção da nossa subjetividade.

12. Convidar os e as estudantes a debaterem coletivamente quais são os seus entendimentos acerca do
que é uma árvore genealógica. É importante que eles e elas compreendam que a árvore genealógica é
uma representação visual de uma pessoa que deseja conhecer a linha histórica de sua origem e que
pode ser usada para o registro das atividades laborais (trabalho) realizadas pelos seus ancestrais(pais,
avós, bisavó, trisavó e tetravó).

13. Propor e discutir com os e as estudantes a elaboração de uma pesquisa de campo, para o
levantamento de práticas e pessoas pertinentes às atividades laborais dos ancestrais da turma. Explicar
para os e as estudantes que essa modalidade de pesquisa é utilizada especialmente nas Ciências
Sociais, com o objetivo de fazer um levantamento de dados, com uso de roteiros de entrevistas.
Elaborar com a turma os roteiros, contemplando: fatos, acontecimentos históricos, como viviam, o que
faziam como forma de trabalho.

14. Preparar a organização para produção árvore genealógica, considerando as questões técnicas: utilidade
do organograma ou diagrama na mensuração desse conhecimento. Indicar que o(a) estudante fica na
base e sobe através de linhas para as sucessivas camadas geracionais básicas (pais, avós, bisavó, trisavó
e tetravó). Aproveitar esse momento de organização para pactuar quais serão os critérios de avaliação,
abra espaços para que os e as estudantes tragam sugestões e apresente algumas, como: relacionar as

40 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

atividades de trabalho com um dos modos de produção; curadoria dos dados levantados na pesquisa
de campo; identificar a historicidade do trabalho e etc.

15. Produzir individualmente, em folhas grandes, a árvore genealógica do trabalho da família, a partir dos
registros coletados sobre as atividades laborais de seus ancestrais, colhidos na pesquisa de campo.

16. Promover um debate considerando as seguintes reflexões: O que mudou na sua história laboral
transgeracional? O que permanece na sua história transgeracional? Até que ponto essa história o
influencia?

17. Propor a livre divisão da turma em 07 grupos e cada grupo, em uma folha de papel kraft, vai construir
coletivamente um quadro, com identificação de semelhanças e diferenças entre as histórias laborais de
cada um e como essas histórias os influenciam.

18. Promover um momento de apresentação dos quadros elaborados pelos grupos para toda a turma.

19. Considerando a perspectiva de aula invertida, propor à turma que leia as definições de trabalho,
mercadoria e mais-valor apresentadas no Pequeno glossário marxiano | Taylisi de Souza Corrêa Leite
|Cult e elabore três relações entre esses conceitos e as vivências do bimestre. Essas relações devem ser
pautadas nas compreensões dos e das estudantes (considerando que esses conceitos estão presentes
na formação geral básica) e elas servirão de base para a identificação das fragilidades e dos pontos
ainda não alcançados sobre os conceitos.
● Professor(a), para auxiliar sua prática nesse momento, pode ser interessante a leitura do
artigo Considerações em torno da obra O Capital de Karl Marx no que tange à mercadoria,
valor e trabalho |Evandro José Machado | Kínesis.

20. Elaborar uma sistematização das compreensões dos conceitos e das relações percebidas. Neste
momento, pode ser interessante utilizar trechos do episódio Marxismo: o que você precisa saber para
entender | História FM | Spotify.

21. Convidar os e as estudantes a voltarem no mural desenvolvido no início do bimestre e ampliá-lo,


abordando as relações entre a reflexão proposta anteriormente (Quais indícios, considerando as
mudanças em relação às escalas de produção, o uso de ferramentas e/ou tecnologia, essas formas de
trabalho nos fornecem para compreender a realidade atual em relação às condições de trabalho
contemporâneas?) e os conceitos trabalhados para garantir que os e as estudantes compreendam que
a força de trabalho é uma mercadoria no sistema capitalista que gera mais-valor. Nesse momento, é
importante acompanhar esses registros para mediar possíveis fragilidades ou incompreensões acerca
das relações esperadas.

22. Propor à turma, após esses registros, que se organize em dois grupos, para revisitar as árvores
genealógicas do trabalho familiar e desenvolver uma análise por grupo, em formato de resumo,
considerando também o mural elaborado no bimestre, para responder às seguintes chaves de reflexão:

O trabalho ancestral da minha família foi uma mercadoria?


a) O que a árvore genealógica da minha família tem a ver com mais-valor?
b) Considerando a árvore genealógica da minha família, quais mudanças eu gostaria de promover em
diálogo com meus projetos de vida?
c) A economia gerada pelos meus ancestrais ajuda a compreender a realidade econômica atual do
Brasil? Se sim, como e por quê?
d) Considerando o meu papel de cidadão e a realidade econômica atual do Brasil, quais aspectos eu
gostaria que fossem melhorados sobre as condições de trabalho vivenciadas pela minha família?
*Caso utilize o Pixabay ou iStock seguem abaixo algumas sugestões de buscas que podem auxiliar na
curadoria:

Modo de produção de subsistência: Agricultor | Pixabay


Colheita | Pixabay
Subsistência | iStock

41 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

Modo de produção de escravista: Trabalho escravo | iStock


Escravidão | iStock

Modo de produção de capitalista: Trabalho industrial | Pixabay


Indústria | Pixabay

Professor(a), caso você deseje realizar sua própria curadoria de imagens, algumas palavraschaves que podem
auxiliar neste momento são: trabalho escravo, agricultura intensiva, construção civil, indústria, trabalho
assalariado, subsistência, agricultura, exploração e escravidão.

*O site Pixabay tem imagens liberadas para uso público.

Propostas de Avaliação

A avaliação no Itinerário Formativo tem como premissa oportunizar ao estudante o desenvolvimento da


metacognição, acentuando sua natureza processual e formativa. O fato de não haver reprovação nos
componentes curriculares do Itinerário Formativo não significa que estes não devam ser avaliados. Deve-se
garantir preferencialmente a autoavaliação, bem como o “feedback” do professor quanto à apropriação de
habilidades e competências, visando o avanço contínuo do estudante.
Para fins técnico-didáticos, o professor deverá atribuir notas de 60 a 100 pontos anuais para cada
estudante. Assim, é primordial definir critérios para essa distribuição, demonstrando aos estudantes a
importância do processo de aprimoramento e adequação, ajustando a mediação da aprendizagem,
qualificando-a ainda mais ao perfil dos estudantes e à realidade local.

Considerando o caráter deste bimestre a avaliação contínua pode ser desenvolvida através de rubricas ao final
de cada atividade, os critérios avaliativos devem ser decididos em conjunto com os e as estudantes e os
tópicos das dimensões avaliativas devem ser explicados e contextualizados com as habilidades para toda a
turma. Essa avaliação pode ser realizada de forma coletiva e individual.
Utilize essa mesma abordagem para a autoavaliação, convide os e as estudantes a realizarem suas
autoavaliações a partir da rubrica.
Sugestão de rubrica:

42 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

2º Bimestre - Afinal, e eu com a economia?

O segundo bimestre foca nas relações entre a economia e a vida cotidiana dos e das
estudantes, através do debate sobre orçamento doméstico, inflação e direitos trabalhistas,
temas que estão presentes também nas mídias. Dessa forma, trabalhá-los na perspectiva das
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas promove uma maior compreensão da conjuntura que
impacta a vida dos e das estudantes e suas famílias.
A estratégia central deste bimestre é abordar esses subtemas, por meio de vivências com
o Teatro do Oprimido. A escolha dessa proposta dialoga com a compreensão de que as
relações entre economia e as juventudes são plurais e atravessadas por contextos históricos,
econômicos e culturais. Dessa forma, promover uma estratégia em que as vivências, as
histórias genealógicas do trabalho das famílias, as experiências cotidianas desses(as) jovens e
seus conhecimentos prévios estejam no centro do processo é oportunizar e desenvolver um
debate crítico sobre a realidade dessas juventudes.
Essa estratégia deve se materializar como um processo: no bimestre será produzida uma
peça de teatro, os e as estudantes poderão estar em cartaz diversas vezes. Oferece-se, assim,
uma perspectiva de progressão analítica, por meio da dramaturgia, acerca das relações entre
suas vidas e a economia.
Integrado à produção da peça de teatro, propomos o desenvolvimento de um diário de
experiências, um instrumento de registro contínuo dos e das estudantes sobre as vivências
no teatro e as relações construídas com os objetos de conhecimento em questão. O objetivo
é que os(as) estudantes realizem seus registros, de forma criativa e autoral, tendo em vista a
experiência com o teatro. Esse instrumento pode ser um caminho potente para registros
criativos no Glossário Crítico do “Economiquês”, uma vez que os(as) estudantes trabalharão
com abordagens cotidianas da economia.

2º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Afinal, e eu com a economia?
Sugestão de subtemas:

● Orçamento doméstico;
● Inflação;
● Direitos trabalhistas.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

43 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

Eixo Processos Criativos


(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de
vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas,
originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia,
flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos, o
combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Processos Criativos


(EMIFCHS04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica
sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global.
(EMIFCHS05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre, vivências a partir do Teatro dos Oprimidos (aqui
pode ser interessante o vídeo:o vídeo O teatro do Oprimido | Janaina Russeff | YouTube) e propor a
construção de um Diário de Experiências. Abrir o debate para o planejamento coletivo do percurso de
aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos,
estratégias, instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de vivências neste
aprofundamento.

2. Apresentar aos estudantes a proposta de desenvolvimento de um diário das experiências, em que eles
e elas deverão realizar registros (em diferentes formatos) acerca das experiências artísticas e
pedagógicas deste bimestre.

3. Apresentar aos estudantes a problematização central deste bimestre: Afinal, e eu com a economia?.
Promover uma discussão das relações que eles e elas estabelecem entre a economia e a sua vida
cotidiana, caso seja necessário, proponha algumas reflexões, como: As atuais compras mensais da sua
família são as mesmas de alguns anos atrás? O que a sua família consegue fazer com a renda mensal
de todos e todas que trabalham? Os trabalhadores e trabalhadoras da sua família têm carteira
assinada? Se não, quantos têm plano de saúde?

Neste momento é importante mediar as reflexões, orientando os e as estudantes na própria


compreensão do “eu”, no sentido de que não se trata exclusivamente de uma perspectiva
individualista, mas, sim, de diferentes contextos, comunidades e famílias

44 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

4. Convidar, inicialmente, os e as estudantes para refletir sobre quais são as relações que eles e elas
constroem sobre orçamento doméstico, inflação e direitos trabalhos, com a sua vida cotidiana. Em
seguida, pedir para que eles e elas se organizem em grupo e cheguem a uma resposta, em seguida,
propor que cada grupo apresente suas respostas para os outros grupos e que a classe construa
coletivamente quais são as relações compreendidas como estruturantes pela turma.

5. Propor que os e as estudantes pesquisem em jornais e/ou revistas, matérias e/ou reportagens que
exemplifiquem os pontos debatidos anteriormente. O objetivo é montar um acervo da turma, com
diferentes situações e abordagens sobre as relações apontadas pela turma.

Professor(a), caso você sinta necessidade de apoiar os e as estudantes nessa curadoria, aqui
estão algumas sugestões que podem ser utilizadas para exemplificar a proposta:

▪ Mais de um terço das famílias relata queda da renda mensal no primeiro trimestre, aponta
pesquisa | G1

▪ Mães são responsáveis pelo orçamento familiar em 56% dos lares brasileiros | FABASA

▪ Gás consome 22% do orçamento de serviços básicos dos mais pobres | Folha de S. Paulo

▪ Minas Gerais tem quatro milhões de trabalhadores na informalidade | R7

▪ Trabalho informal ou autônomo cresce e chega a 34% em Minas | Simon Nascimento | O


Tempo

▪ Maior queda do desemprego no interior de Minas Gerais é da região | Diário do Aço ▪


Queda na produção de alimentos afetou resultado de 8 dos 12 locais, diz IBGE | Uol

▪ Em BH, compra com R$ 100 que preenchia carrinho agora cabe em cestinha | Gabriel
Ronan | O Tempo

6. Apresentar aos estudantes o que é o Teatro dos Oprimidos e o que são os jogos teatrais, compostos por
dois princípios: as regras e a liberdade (as regras representam a sociedade e suas regras estruturantes;
a liberdade representa a criatividade, o repertório de vivências pessoais). É importante garantir neste
momento que os e as estudantes compreendam a base desta proposta, ou seja, que eles e elas
compreendam o quanto as suas vivências, conhecimentos prévios escolares e não escolares,
experiências, sonhos, desejos e etc. compõem a estrutura desta perspectiva de teatro.

7. Convidar os e as estudantes a se organizarem em grupos e propor que cada grupo interprete uma cena,
de maneira espontânea, sem roteiro, a partir do Teatro Imagem (técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui
pode ser interessante o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b5aMlBahAf0) sobre uma das
relações que eles e elas apontaram no início do bimestre.

8. Organizar uma roda de troca e percepções e convidar os e as estudantes a refletirem sobre as


experiências e relações que surgiram nas interpretações e solicitar que eles e elas registrem esses
pontos no diário. As seguintes perguntas podem nortear o debate:

Como eu percebo a economia na minha vida e no meu bairro?

Quais aspectos vivenciados nas cenas dialogam com a minha realidade? Por quê?

As cenas me apresentaram outros conhecimentos e realidades até então desconhecidos em


relação à economia?

9. A partir das experiências e relações apontadas, desenvolver um mapa conceitual, abordando os


conceitos-chaves do bimestre: orçamento (promover também uma abordagem sobre orçamento
doméstico), inflação e direitos trabalhistas (aqui podem ser interessantes as leituras: Novíssimo
dicionário de economia e Desenhando a nova morfologia do trabalho no Brasil | Ricardo Antunes |
Scielo), apresentando aos estudantes como esses conceitos são compreendidos pela área de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas. Neste momento, é interessante convidar os e as estudantes a

45 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

complementarem o mapa conceitual, de acordo com as aprendizagens vivenciadas em Matemática,


permitindo que as abordagens, as compreensões e as aprendizagens se integrem. Para a mediação
desse momento, pode ser interessante propor uma rotina de pensamento (saiba mais sobre o assunto
em: Avaliação: as rotinas de pensamento | Tríade e Aprendizagens Visíveis e as Rotinas de Pensamento
- com Júlia Andrade | Sala de Professor | Spotify), com questões como: Como as ideias que você entrou
em contato se conectam às ideias que você já tinha? Como o seu pensamento foi ampliado em relação
aos conteúdos que você vivenciou? Como você conecta seus conhecimentos entre as áreas?

10. Promover um momento para que a turma registre coletivamente no Glossário Crítico do
“Economiquês” os conceitos trabalhados até o momento. Incentive os estudantes a fazer esse registro
de forma criativa, usando, por exemplo, recursos da HQ e que dialoguem com as vivências do teatro.
Alguns possíveis conceitos: inflação, poder aquisitivo/compra, juros, orçamento etc.

11. Organizar novos grupos, sortear para cada grupo uma matéria ou reportagem do acervo da turma e
propor que os grupos interpretem, a partir do Teatro Jornal (técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui
pode ser interessante o vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=HeI7ss7TH60), a realidade retratada
nestas matérias.

12. Organizar novos grupos e propor que os grupos interpretem, a partir do Teatro Arco-Íris dos Desejos
(técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui pode ser interessante o vídeo:
https://youtu.be/a8R0RDeSgRc?t=193), os pontos discutidos na roda anteriormente. Garantir que os e
as estudantes coloquem em cena o que foi apontado como desejo, como caminho possível da
realidade e, principalmente, que eles e elas interpretem o final que gostariam que aquelas realidades
(das matérias) tivessem.

13. Convidar os e as estudantes a partilharem as experiências anotadas no diário e, com base nelas, o(a)
professor(a) deve construir falas de sínteses teórico-conceituais e sua relação com a vida cotidiana dos
e das estudantes que, eventualmente, ainda não tenham sido alcançadas, como:

- compreensão dos conceitos de orçamento, inflação e direitos trabalhistas;


- construção das relações entre economia e a vida cotidiana das famílias;
- relação entre economia e direitos trabalhistas.

Propostas de Avaliação

Para garantir um processo avaliativo pautado em evidências de aprendizagens, considere o


acompanhamento dos diários de experiências. Neles, se desenvolverão sínteses teóricas, relações conceituais,
temáticas e processuais, utilizando diferentes formas de registro, ou seja, os e as estudantes estarão em um
processo contínuo de metacognição.
Elabore um roteiro de acompanhamento para os momentos de partilha coletiva, você pode construir
esse instrumento a partir das primeiras referências coletadas no início do bimestre e utilizá-lo como apoio
para acompanhar o desenvolvimento dos e das estudantes durante o bimestre.
Considere propor aos estudantes uma autoavaliação encenada, ou seja, proponha que através de
uma cena de interpretação livre eles e elas realizem suas autoavaliações, uma vez, que a turma já terá
compreendido e vivenciado a potência desta abordagem teatral. A interpretação das cenas é um importante
momento para acompanhar e coletar possíveis evidências de aprendizagem, utilize algumas perguntas
norteadoras, como:
● O que os e as estudantes foram trazendo durante a interpretação que dialoga com o tema deste
bimestre: e eu com a economia?
● Quais objetos de conhecimento foram aparecendo nas interpretações?
● Quais foram as relações apresentadas?
Por último, é possível também, convidar os e as estudantes a registrar em seus diários uma reflexão
acerca do seguinte questionamento: O que mais eu sei sobre as situações relatadas nos textos jornalísticos?

46 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

Há outras explicações da história, da política, da economia que não estão nas informações dadas?. Esse
registro pode ser utilizado como uma potente ferramenta para avaliar as aprendizagens do bimestre.

3º Bimestre - A economia explica o Brasil?

No terceiro bimestre, o foco do componente é compreender os caminhos que a economia


nos oferece para explicar o Brasil contemporâneo, através da análise dos setores produtivos
e como eles fazem parte da realidade econômica das juventudes. A proposta central deste
bimestre é o desenvolvimento de um projeto de pesquisa, onde os e as estudantes poderão

47 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

aprofundar seus repertórios a partir de temáticas que dialogam com seus interesses. Esse
instrumento permitirá que os e as estudantes protagonizem momentos de discussões e
posicionamentos críticos, pautados(as) em dados econômicos que estão na agenda
contemporânea e vivenciem a experiência de produção de um projeto de pesquisa em
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

3º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


A economia explica o Brasil?
Sugestão de subtemas:

Os setores produtivos e a economia:


● Primeiro setor: o agronegócio e a mineração;
● Segundo setor: a indústria brasileira;
● Terceiro Setor: o comércio e os serviços.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou
propor soluções para problemas diversos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG09) Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para problemas
socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global, corresponsabilizando-se pela
realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
(EMIFCHS03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar
as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de

48 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre: elaboração de um projeto de pesquisa científica.


Abrir o debate para o planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para
colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos, estratégias e instrumentos de avaliação e as
respectivas expectativas de vivências neste aprofundamento.

2. Apresentar a problemática central deste bimestre: A economia explica o Brasil? e propor que os e as
estudantes produzam uma “tempestade de ideias”, para resgatar e ampliar os conhecimentos sobre os
setores produtivos da economia. Caso a turma tenha dificuldades em iniciar o levantamento de ideias,
apresente algumas chaves de reflexão, como:
a. Quais são as características fundamentais de cada setor?
b. Quais as características dos setores no território brasileiro?
c. Qual o setor predominante na nossa região?
d. Em qual setor a maior parte dos familiares trabalha?
e. Há concentrações de capital e de produção nos setores?
Promover um momento para que a turma registre coletivamente no Glossário Crítico do
“Economiquês” os conceitos vivenciados, incentive que esse registro seja criativo e que dialogue com
os interesses da turma.

3. Para auxiliar a compreensão da proposta, apresente também, a estrutura de um projeto de pesquisa


através de um modelo para que vocês possam discutir todos os pontos ( sugestão de modelo:
https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/educacao/docs/06a.pdf) .

4. Considerando a carga horária do bimestre, pondere a estrutura que será desenvolvida no projeto de
pesquisa, como sugestão, indicamos os seguintes pontos:
a. Formulação do problema de pesquisa;
b. Formulação de hipótese;
c. Seleção de informações, materiais e fontes confiáveis;
d. Desenvolvimento: análise dos dados e interpretação dos resultados encontrados;
e. Considerações finais.

5. Resgatar a tempestade de ideias e as chaves de reflexão apresentadas e convidar os e as estudantes a


pensar sobre em quais assuntos/temas relacionados a problemática central eles e elas possuem mais
interesse, considerando os subtemas propostos no bimestre.

6. Convidar os e as estudantes a apresentarem seus interesses para a turma e propor que eles e elas
encontrem interesses que dialoguem entre si e formem trios ou quartetos de trabalho. Neste
momento, é importante cuidar do processo de mediação, considerando que este mapeamento é um
exercício complexo e que talvez os e as estudantes tenham um pouco mais de dificuldade para criar as
conexões.

7. Explicar para os grupos o que se compreende por problema de pesquisa e apresentar alguns exemplos,
como: Qual setor produtivo predomina na região nordeste do estado de Minas Gerais? Quais as
contradições entre as áreas de maior concentração de riqueza produtiva do estado de Minas Gerais em
relação ao desenvolvimento social? Neste momento, é importante apresentar problemas de pesquisa
mais amplos, para não condicionar os interesses, apresentando apenas alguns horizontes possíveis.
Pode ser interessante resgatar o modelo de projeto abordado anteriormente para ajudar na
exemplificação.

8. Propor que cada grupo tente elaborar uma primeira versão do problema de pesquisa. Promover
momentos de orientação com os grupos, ajudando-os na delimitação dos temas até o desenvolvimento
do problema de pesquisa.

49 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

9. Promover com os grupos, após a definição do problema de pesquisa, um roteiro inicial para auxiliar nos
primeiros levantamentos bibliográficos e fontes. O objetivo é que os grupos encontrem informações
iniciais sobre a pesquisa, para iniciar o desenvolvimento de uma hipótese.

10. Propor que os grupos pesquisem o que é uma hipótese e boas técnicas de elaboração. Neste momento,
é importante dialogar com os e as estudantes sobre o caráter investigativo das hipóteses, enquanto
uma tentativa de responder ao problema de pesquisa, que pode ser revisitada ao longo do processo.

11. Apresentar para a turma, após a elaboração das hipóteses, algumas chaves de reflexão para ajudar no
desenvolvimento do trabalho de seleção de informações, materiais e fontes confiáveis. Um possível
caminho, pode ser através da seguinte reflexão: Quem é a bibliografia da minha bibliografia?, ou seja,
proponha que os e as estudantes mapeiem quais são as referências das primeiras fontes que eles e elas
tiveram contato. Esse exercício de estudar referências bibliográficas é um potente caminho para ajudar
nesse momento. Seria interessante, também, convidar estudantes universitários que estejam
envolvidos com pesquisas com temáticas afins à da unidade para o desenvolvimento de pequenas
oficinas sobre as diferentes técnicas de levantamento bibliográfico, de estudo, de seleção criteriosa de
informações e fontes e de curadoria de materiais. Apresentar essa diversidade de processos pode ser
um caminho didático para esta etapa tão importante.

12. Orientar e acompanhar o desenvolvimento da pesquisa. Considerar a elaboração de um roteiro de


tarefas e metas para os grupos, facilitando a organização e divisão do trabalho. Neste momento, pode
ser interessante a criação de grupos de estudo, considerando que todas as pesquisas dialogam com a
mesma problemática, desta forma, é possível que alguns autores, autoras e obras sejam de comum
interesse, assim um grupo de estudo/leitura pode ser uma importante estratégia. Caso haja a criação
desses grupos, propor que os grupos organizem esses momentos, revezando na liderança dos
encontros.

13. Pactuar com os grupos quais serão os critérios de avaliação dessas pesquisas. É importante abrir espaço
para que a turma proponha alguns critérios e você, professor(a), pode propor alguns, como: curadoria
das fontes de pesquisa; seleção de conceitos e referência coerentes com o problema de pesquisa; o
grupo estabelece relações entre as fontes, teorias e conceitos com o problema proposto e etc.

14. Promover, caso seja possível na sua escola, momentos de parada para que outros professores e
professoras possam realizar a leitura crítica das pesquisas em desenvolvimento e apresentar
contribuições para os grupos, ampliando os repertórios e horizontes de análise e compreensão das
propostas.

15. Viabilizar momentos de parada para apresentações prévias das pesquisas, efetuando rodas de diálogo e
troca sobre as descobertas feitas sobre os setores produtivos, os procedimentos metodológicos, as
dificuldades, as bibliografias etc., a fim de que os e as estudantes vivenciam uma experiência de
pré-banca, ou seja, um treinamento para a apresentação para as bancas.

16. Promover, ao final das pesquisas, bancas de avaliação dos projetos. Propor que os grupos escolham
professores e professoras da escola, ou convidados externos, e apresentem as pesquisas e dialoguem
com as contribuições da banca. Neste momento, pode ser interessante convidar a comunidade escolar
para participar, conhecer e prestigiar os grupos e suas pesquisas.

Propostas de Avaliação

O(a) professor(a) poderá, ao longo do bimestre, registrar suas observações sobre o desenvolvimento
dos projetos, pautadas nos critérios de avaliação pactuados com os e as estudantes.
Para as habilidades (EMIFCHS01) e (EMIFCHS07) considere as evidências de aprendizagem que
dialogam com o processo de elaboração e desenvolvimento do problema de pesquisa, como: O problema de
pesquisa dialoga com a problemática central e os subtemas propostos? O problema de pesquisa oferece, de
fato, uma questão, um problema, uma pergunta ou uma dúvida que pode ser pesquisada?

50 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

Para as habilidades (EMIFCHS03) e (EMIFCHS08), construa uma ficha de acompanhamento que pode
ser preenchida coletivamente com os grupos durante o desenvolvimento das pesquisas e nos momentos de
mediação, considerando aspectos, como: o grupo tem estabelecido conexões entre as leituras e o objeto de
pesquisa? Como tem sido o processo de levantamento de dados e curadoria? O grupo tem referenciado os
conceitos e teorias durante a pesquisa? É importante, neste momento, considerar os critérios de avaliação
pactuados durante o bimestre com a turma.
Propor aos estudantes uma autoavaliação orientada pautada no exercício da metacognição.
Sugerimos que o professor construa uma tabela com três colunas a serem preenchidas pelos estudantes:
Coluna 1 - O que eu sabia ou pensava (nessa coluna, os estudantes colocariam as informações que já
tinham ou mesmo algum pensamento equivocado sobre o tema);
Coluna 2 - O que descobri (nessa coluna, os estudantes colocariam as informações importantes
resultantes de sua pesquisa);
Coluna 3 - O que gostaria de saber (nessa coluna, os estudantes colocariam elementos que ainda têm
dúvida ou que têm interesse em aprofundar em suas pesquisas futuras).

4º Bimestre - Economia, Trabalho e Juventudes

No quarto bimestre, o componente investe no protagonismo criativo dos e das estudantes


e na comunicação com a comunidade escolar, promovendo ações de divulgação científica de
assuntos centrais na atualidade, como as relações entre as juventudes e o trabalho, as
desigualdades inerentes nessas relações através do território brasileiro. Neste bimestre, a
proposta central é compreender como os temas abordados anteriormente podem ser

51 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

analisados e interpretados na escala nacional, a partir de recortes conceituais estruturantes


deste componente: trabalho, economia e as juventudes. O esperado é que os e as
estudantes façam um observatório de pesquisas que relacionem esses temas, tomando por
problematização central para a investigação a questão: O que as pesquisas indicam sobre as
juventudes do Brasil e o trabalho? Esse processo de levantamento e estudo de pesquisas
deve alimentar processualmente um canal de perfil de divulgação de conhecimento em rede
social, culminando em conteúdo de conclusão do observatório, com síntese sobre as
contradições, desigualdades e semelhanças sobre as Juventudes e o Trabalho no território
brasileiro, mapeadas pelas pesquisas.

4º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Economia, Trabalho e Juventudes
Sugestão de subtemas:

● Trabalho e juventudes: rurais, urbanas e periféricas;


● O trabalho e os territórios brasileiros.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
Eixo Processos Criativos
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e
plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores
pretendidos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural

(EMIFCG09) Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para problemas


socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global, corresponsabilizando-se pela
realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica,filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
(EMIFCHS03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local,regional, nacional e/ou global,

52 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar
as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias
Eixo Processos Criativos
(EMIFCHS06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre: realização de um observatório de pesquisa e


divulgação científica em uma rede social. Abrir discussão para o planejamento coletivo do percurso de
aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos,
estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de vivências neste
aprofundamento.

2. Apresentar aos estudantes uma definição do que é um observatório de pesquisa (aqui pode ser
interessante a leitura de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico | UCS | disponível em
https://bityli.com/qkclPDdN) e, em seguida, convidá-los(as) para discutir o que eles(as) gostariam de
propor para o observatório que a turma construirá.

3. Considerando a perspectiva de aula invertida, proponha um levantamento de informações e dados,


com base nas seguintes chaves de reflexão:
O que as pesquisas indicam sobre as juventudes do Brasil e o trabalho?
O que identificamos quando analisamos essas relações nas regiões brasileiras?
Há diferenças entre as informações obtidas, como maior número de jovens trabalhando
em determinada região? Por quê?
As juventudes contribuem para a economia?
Algumas fontes com que os estudantes poderão trabalhar nesse momento são as seguintes:
Atlas das Juventudes (Disponível em: https://atlasdasjuventudes.com.br);
OIT - Organização Internacional do Trabalho. (Disponível em
https://www.ilo.org/brasilia/lang--es/index.htm);
Observatório da Juventude (Disponível em: https://observatoriodajuventude.ufmg.br/);
E-book Jovens e trabalho no Brasil: desigualdades e desafios para as políticas públicas, da Ação
Educativa e Instituto ibi de Desenvolvimento Social; (Disponível em:
https://acaoeducativa.org.br/wp-content/uploads/2016/10/Jovens_trabalho_Brasil.pdf)
Série de vídeos #TôNoRumo, desenvolvida pelo canal Viração Educomunicação sobre o trabalho e
as juventudes (Disponível em:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLwfdlW-xgl3Q0eEVBmD_FILoRwGG9d-FO);
Episódio de podcast: Juventudes e Mundo do Trabalho (Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/4ktn6o74IE2k6RF37nhqiu?si=ZOx1UvpOQIyszoPU6hLHlw&utm
_source=whatsapp&nd=1).
4. Propor que os e as estudantes construam em papel pardo um mapa do Brasil (bem grande) e fixem na
sala de aula para que possa servir como um campo de registro dos pontos que eles e elas
compreenderem como os mais significativos ao longo do bimestre.

53 Estado de Minas Gerais - 2024


2º ano e 3º ano - Ensino Médio

5. Promover a organização da turma em grupos, considerando seus desejos e intencionalidades debatidas


no início do bimestre.

6. Considerando a problemática central: As Juventudes e o Trabalho no território brasileiro, organizar


coletivamente subtemas de pesquisa que dialoguem com a problemática e os interesses dos(as)
estudantes, a partir do levantamento de informações, realizado anteriormente.

7. Desenvolver roteiros de pesquisa para cada grupo, porém com a participação de toda a turma, para
que assim os e as estudantes consigam compreender todas as pesquisas que o observatório produzirá.

8. Promover neste momento de elaboração dos roteiros quais serão os critérios de avaliação dessas
pesquisas. É importante abrir espaço para que a turma proponha alguns critérios e você, professor(a),
pode propor alguns, como: curadoria das fontes de pesquisa; sínteses com referências bibliográficas;
conteúdo coerente com o tema e etc.

9. Solicitar que os e as estudantes criem uma conta em uma rede social para a turma e um responsável
de cada grupo para a gestão do perfil.

10. Promover continuamente (conforme as pesquisas forem se desenvolvendo) registros no mapa do


Brasil, com dados e informações que dialoguem com a problemática central. Caso um único mapa não
seja suficiente, é possível construir uma tabela para cada região brasileira e colocar ao lado do mapa.
Durante esse processo, dialogar com a turma, promovendo reflexões como:
● A porcentagem de jovens trabalhando é similar entre as regiões brasileiras? Há estados
que se destacam?
● Quais são os principais tipos de trabalho dos jovens?
● Considerando as pesquisas do bimestre anterior, em quais setores produtivos a maior
parte dos jovens trabalha em cada região brasileira?
● O que os dados revelam sobre o número de jovens trabalhando em classes sociais? E nas
áreas urbanas e rurais? E no centro e na periferia?
● O que os dados nos revelam sobre as contradições, desigualdades e semelhanças entre
as juventudes e o trabalho no território brasileiro?

11. Garantir um tempo para registros no Glossário Crítico do “Economiquês, focando a discussão de
conceitos como: trabalho, desigualdade, desemprego, valor etc

12. Realizar momentos de socialização e troca entre os grupos acerca do andamento das pesquisas, dos
dados e informações mais relevantes, das maiores dificuldades e após esses momentos de partilha e
mediação do(a) professor, propor que cada grupo elabore vídeos divulgando os resultados e/ou dados
da pesquisa até o momento. Propor aos estudantes que na produção dos vídeos eles e elas
apresentam conexões entre as pesquisas e o dia a dia da comunidade à qual fazem parte.

13. Propor aos estudantes que elaborem os registros dos conceitos que estão em desenvolvimento no
Glossário Crítico do “Economiquês” neste bimestre, no formato de um pequeno roteiro de vídeo, e
solicitar que eles e elas produzam vídeos para a rede social abordando esses conceitos e utilizando os
registros realizados no glossário.

14. Ao final do bimestre, propor que a turma faça uma série de vídeos, apresentando o mapa do Brasil por
regiões, evidenciando assim as contradições, desigualdades e semelhanças sobre as Juventudes e o
Trabalho no território brasileiro.

(1) Definição de Observatório de Pesquisa


OBSERVAÇÃO:
A proposta de divulgação das pesquisas produzidas pelo observatório através de vídeos em uma rede
social não depende de uma grande disponibilidade de conectividade. A necessidade de internet será apenas
nos momentos de upload dos vídeos, que podem ser gravados com as câmeras dos celulares disponíveis, ou
seja, de modo offline. O upload dos vídeos pode ser realizado apenas por um aluno ou aluna (conforme
indicado anteriormente, cada grupo deve ter um(a) responsável pela administração da rede social), ou seja,
não há necessidade de internet para a turma toda. Porém, caso a sua escola não tenha acesso à internet, uma

54 Estado de Minas Gerais - 2024

Você também pode gostar