Você está na página 1de 37

2º ano - Novo Ensino Médio

dinâmica o orador deve escolher quem será o próximo, até que todos os estudantes tenham a
oportunidade de participar da conversa.

2. Organizar uma rotina de pensamento sobre o tema “Eu e o trabalho”, de modo que os estudantes
escrevam: “Hoje eu estou assim…”, “Daqui 5 anos, eu espero estar assim…” e, “Para daqui 10 anos
minha expectativa é …” . Essa produção poderá ser guardada pelos estudantes para serem revisitadas ao
longo de suas vidas, para isso, se possível, sugerir o uso de uma ferramenta digital que possibilita ao
jovem enviar um e-mail para si mesmo no futuro.

3. Utilizar as ideias da rotina de pensamentos sobre “Eu e o trabalho” para propor aos aos estudantes
realizar um planejamento para viabilizar a concretização dos projetos de vida na forma de uma rota de
percurso profissional definindo metas de curto, médio e longo prazo, considerando que podem haver
revisões periódicas com o decorrer dos anos de sua vida.

4. Organizar pequenos grupos para discutir as realidades financeiras dos estudantes e discutir
possibilidades de obtenção de renda para auxiliar na concretização dos projetos de vida, considerando
bolsas de estudos, estágios remunerados, trabalhos como jovem aprendiz, a realização de
financiamentos como oferecido pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), ou outros meios de
financiamentos, empréstimos ou formas de investimentos a curto prazo.

5. Em seguida realizar a modelagem das possibilidades utilizando funções exponenciais e taxas reais de
juros aplicadas no Brasil, permitindo uma análise e reflexão sobre a saúde financeira, tais como resgate
de investimentos ou pagamentos de empréstimos, antes de realizar esses tipos de compromissos
financeiros. Pode-se solicitar um relatório ou planilha com os estudos realizados.

6. Incentivar a revisita ao Glossário Crítico do “Economiquês”, elaborado pelos estudantes desde o começo
das aulas desta Unidade, para verificar a possibilidade de inserção de novos termos. Poderá ser
orientada a realização da leitura de toda sua composição de modo a refletir sobre o que aprenderam
durante cada uma das vivências realizadas. Nessa etapa final, sob orientação do professor, os estudantes
podem construir alguns critérios de avaliação desse material produzido, de modo que a análise não seja
subjetiva e que possa contribuir para o aperfeiçoamento dessa criação que é de todos.

Propostas de Avaliação

Neste bimestre espera-se que os estudantes demonstrem domínio matemático de cálculos


envolvendo a matemática financeira em estudos de possibilidade de investimentos, financiamentos e
empréstimos para obter rendas que auxiliem na realização dos projetos de vida, promovendo o
desenvolvimento das habilidades (EMIFMAT01), (EMIFMAT03) e (EMIFMAT11).
Ao longo dos estudos foram organizados pequenos grupos, rodas de conversas, momentos de
socialização e trocas de saberes, discussões coletivas em que foi possível observar o desenvolvimento das
competências gerais (EMIFCG07) e (EMIFCG08).
Os registros do professor durante este percurso e as produções dos estudantes podem se somar à
produção coletiva do Glossário Crítico do “Economiquês”, para o acompanhamento de cada jovem e as
intervenções para assegurar aprendizagens.
Poderá ser realizada uma autoavaliação final, na qual os estudantes podem se posicionar sobre o que
aprenderam e trazer sugestões para a melhoria das aulas e do conteúdo deste componente, pensando em
outras turmas de jovens. Após esta autoavaliação e análise do professor, ele pode preparar um devolutiva à
turma e destacar a importância das aprendizagens feitas para o enfrentamento de situações problema na
escola e fora dela, especialmente, as conquistas em termos de autoconhecimento, autoconfiança e
persistência, que certamente estiveram presentes nos diversos momentos deste percurso.

33 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Humanidades para economia e trabalho - CHS

Matemática e suas tecnologias e


Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Economia e Trabalho

Humanidades para Economia e Trabalho


1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Economia: uma
interpretação da Afinal, e eu com a A economia explica Economia, Trabalho e
realidade? economia? o Brasil? Juventudes.

34 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

A proposta central deste componente curricular é propiciar aos estudantes um


aprofundamento na compreensão crítica acerca das relações entre a economia e a vida
cotidiana das juventudes. Os e as estudantes poderão reconhecer as estruturas sociais,
políticas e culturais que atravessam suas vidas, como se inter-relacionam e são determinadas
pela economia, enquanto história e atualidade, oferecendo-se, assim, um debate econômico
em que as juventudes estão no centro do processo. Espera-se que você, professor(a),
modifique, amplie ou complemente as propostas/indicações a seguir, considerando seu
conhecimento, sua experiência, as características das suas turmas e as condições da sua
escola.

1º Bimestre - Economia: uma interpretação da realidade?

O primeiro bimestre propõe uma discussão sobre a economia e suas possibilidades de


interpretação da realidade e do trabalho, enquanto processo histórico que permite
compreender o desenvolvimento das sociedades, suas culturas e as relações com a atual
realidade social-econômica brasileira. Alguns conceitos estruturantes da economia serão
abordados na perspectiva de compreensão crítica da história do trabalho nas famílias dos e
das estudantes. A proposta central para a produção deste bimestre é uma árvore genealógica
do trabalho das famílias dos e das estudantes, desta forma, é importante envolver a
comunidade escolar no processo, convide os e as estudantes para sensibilizarem o maior
número de familiares possíveis.

1º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Economia: uma interpretação da realidade?
Sugestão de subtemas:

● Economia e os processos civilizatórios: subsistência, escravagista e capitalista;


● Conceitos estruturantes da economia: lucro, mais valor, mercadoria;
● Economia e a realidade social brasileira.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

35 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Investigação Científica
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis
Empreendedorismo
(EMIFCG12) Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos presentes e
futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao mundo do trabalho, que orientem
escolhas, esforços e ações em relação à sua vida pessoal, profissional e cidadã.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Investigação Científica
(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.
Empreendedorismo
(EMIFCHS10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos, em âmbito local,
regional, nacional e/ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os impactos socioambientais,
os direitos humanos e a promoção da cidadania.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta central do bimestre: árvore genealógica do trabalho, e abrir o
debate para o planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar
na elaboração e definição dos prazos, fluxos, estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas
expectativas de vivências neste aprofundamento. Considerar pactuar com os e as estudantes paradas
periódicas, para um acompanhamento crítico dos processos e produções em andamento. Promover
coletivamente a elaboração de algumas evidências de aprendizagem, para que os(as) estudantes
tenham clareza do que é esperado como aprendizagem para o bimestre. É muito importante garantir
uma escuta sensível em relação aos entendimentos, anseios, receios e objetivos de cada um(a),
evidenciando o caráter participativo e democrático desta unidade curricular.

2. Apresentar aos estudantes a proposta de produzir um Glossário Crítico do “Economiquês” ao longo do


ano de forma integrada entre as duas áreas do conhecimento, ancorada pelo componente
“Desenvolvimento Econômico”.

3. Selecionar, previamente, imagens que ilustrem as formas de trabalho relacionadas aos modos de
produção de subsistência, escravagista e capitalista, em vários momentos históricos e culturais. Uma
possível fonte para a seleção das imagens é o site: https://pixabay.com/pt/*

4. Solicitar que a turma se divida de forma espontânea em 7 grupos. Cada grupo deve escolher três
imagens e debater a partir das seguintes reflexões: O que essas imagens nos contam sobre as formas
de trabalho ao longo dos anos? Existem relações entre as formas de trabalho nas imagens? Quais as
relações entre essas imagens e a nossa realidade?. Acordar com a turma o tempo para a realização do
debate.

36 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

5. Convidar dois representantes de cada grupo para apresentar para toda a turma as reflexões dos seus
grupos. Durante a apresentação o(a) professor(a), de forma dialógica, fará intervenções no sentido de:

6. Provocar e estimular a percepção da realidade social econômica civilizatória, no sentido de garantir que
os e as estudantes identifiquem as características relacionadas ao trabalho modos de produção de
subsistência, escravagista e capitalista em uma perspectiva histórica, antropológica, sociológica;

7. Promover uma reflexão pautada na memória e na identificação crítica e simbólica das relações
econômicas e seus desdobramentos na vida coletiva e individual dos sujeitos sociais;

8. Estabelecer relações entre economia e os processos civilizatórios: subsistência, escravista e capitalista.

9. Propor que após as reflexões e debates realizados, os e as estudantes realizem um registro coletivo em
um mural que possa ficar colado na sala de aula sobre a seguinte reflexão: Quais indícios essas formas
de trabalho nos fornecem para compreender a realidade atual?

10. Promover um momento de sensibilização e autoria para os primeiros registros no Glossário Crítico do
“Economiquês”, como os conceitos sobre: trabalho, modos de produção, desigualdade e etc. É
importante neste momento discutir com os e as estudantes sobre a compreensão de registros
contínuos, ou seja, explicar para a turma a importância de retomar continuamente os registros sobre
conceitos complexos como os que estarão presentes neste aprofundamento.

11. Mediar os registros coletivos destacados no mural, no sentido de promover identificações sobre quais
elementos apontam na direção de que a economia se aprende e se constrói na amplitude das
interações sociais, culturais e políticas. Convide-os a pensar se a economia também faz parte da
construção da nossa subjetividade.

12. Convidar os e as estudantes a debaterem coletivamente quais são os seus entendimentos acerca do
que é uma árvore genealógica. É importante que eles e elas compreendam que a árvore genealógica é
uma representação visual de uma pessoa que deseja conhecer a linha histórica de sua origem e que
pode ser usada para o registro das atividades laborais (trabalho) realizadas pelos seus ancestrais(pais,
avós, bisavó, trisavó e tetravó).

13. Propor e discutir com os e as estudantes a elaboração de uma pesquisa de campo, para o
levantamento de práticas e pessoas pertinentes às atividades laborais dos ancestrais da turma. Explicar
para os e as estudantes que essa modalidade de pesquisa é utilizada especialmente nas Ciências
Sociais, com o objetivo de fazer um levantamento de dados, com uso de roteiros de entrevistas.
Elaborar com a turma os roteiros, contemplando: fatos, acontecimentos históricos, como viviam, o que
faziam como forma de trabalho.

14. Preparar a organização para produção árvore genealógica, considerando as questões técnicas: utilidade
do organograma ou diagrama na mensuração desse conhecimento. Indicar que o(a) estudante fica na
base e sobe através de linhas para as sucessivas camadas geracionais básicas (pais, avós, bisavó, trisavó
e tetravó). Aproveitar esse momento de organização para pactuar quais serão os critérios de avaliação,
abra espaços para que os e as estudantes tragam sugestões e apresente algumas, como: relacionar as
atividades de trabalho com um dos modos de produção; curadoria dos dados levantados na pesquisa
de campo; identificar a historicidade do trabalho e etc.

15. Produzir individualmente, em folhas grandes, a árvore genealógica do trabalho da família, a partir dos
registros coletados sobre as atividades laborais de seus ancestrais, colhidos na pesquisa de campo.

16. Promover um debate considerando as seguintes reflexões: O que mudou na sua história laboral
transgeracional? O que permanece na sua história transgeracional? Até que ponto essa história o
influencia?

17. Propor a livre divisão da turma em 07 grupos e cada grupo, em uma folha de papel kraft, vai construir
coletivamente um quadro, com identificação de semelhanças e diferenças entre as histórias laborais de
cada um e como essas histórias os influenciam.

37 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

18. Promover um momento de apresentação dos quadros elaborados pelos grupos para toda a turma.

19. Considerando a perspectiva de aula invertida, propor à turma que leia as definições de trabalho,
mercadoria e mais-valor apresentadas no Pequeno glossário marxiano | Taylisi de Souza Corrêa Leite
|Cult e elabore três relações entre esses conceitos e as vivências do bimestre. Essas relações devem ser
pautadas nas compreensões dos e das estudantes (considerando que esses conceitos estão presentes
na formação geral básica) e elas servirão de base para a identificação das fragilidades e dos pontos
ainda não alcançados sobre os conceitos.
● Professor(a), para auxiliar sua prática nesse momento, pode ser interessante a leitura do
artigo Considerações em torno da obra O Capital de Karl Marx no que tange à mercadoria,
valor e trabalho |Evandro José Machado | Kínesis.

20. Elaborar uma sistematização das compreensões dos conceitos e das relações percebidas. Neste
momento, pode ser interessante utilizar trechos do episódio Marxismo: o que você precisa saber para
entender | História FM | Spotify.

21. Convidar os e as estudantes a voltarem no mural desenvolvido no início do bimestre e ampliá-lo,


abordando as relações entre a reflexão proposta anteriormente (Quais indícios, considerando as
mudanças em relação às escalas de produção, o uso de ferramentas e/ou tecnologia, essas formas de
trabalho nos fornecem para compreender a realidade atual em relação às condições de trabalho
contemporâneas?) e os conceitos trabalhados para garantir que os e as estudantes compreendam que
a força de trabalho é uma mercadoria no sistema capitalista que gera mais-valor. Nesse momento, é
importante acompanhar esses registros para mediar possíveis fragilidades ou incompreensões acerca
das relações esperadas.

22. Propor à turma, após esses registros, que se organize em dois grupos, para revisitar as árvores
genealógicas do trabalho familiar e desenvolver uma análise por grupo, em formato de resumo,
considerando também o mural elaborado no bimestre, para responder às seguintes chaves de reflexão:

O trabalho ancestral da minha família foi uma mercadoria?


a) O que a árvore genealógica da minha família tem a ver com mais-valor?
b) Considerando a árvore genealógica da minha família, quais mudanças eu gostaria de promover em
diálogo com meus projetos de vida?
c) A economia gerada pelos meus ancestrais ajuda a compreender a realidade econômica atual do
Brasil? Se sim, como e por quê?
d) Considerando o meu papel de cidadão e a realidade econômica atual do Brasil, quais aspectos eu
gostaria que fossem melhorados sobre as condições de trabalho vivenciadas pela minha família?
*Caso utilize o Pixabay ou iStock seguem abaixo algumas sugestões de buscas que podem auxiliar na
curadoria:

Modo de produção de subsistência: Agricultor | Pixabay


Colheita | Pixabay
Subsistência | iStock

Modo de produção de escravista: Trabalho escravo | iStock


Escravidão | iStock

Modo de produção de capitalista: Trabalho industrial | Pixabay


Indústria | Pixabay

Professor(a), caso você deseje realizar sua própria curadoria de imagens, algumas palavraschaves que podem
auxiliar neste momento são: trabalho escravo, agricultura intensiva, construção civil, indústria, trabalho
assalariado, subsistência, agricultura, exploração e escravidão.

*O site Pixabay tem imagens liberadas para uso público.

Propostas de Avaliação

38 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

A avaliação no Itinerário Formativo tem como premissa oportunizar ao estudante o desenvolvimento da


metacognição, acentuando sua natureza processual e formativa. O fato de não haver reprovação nos
componentes curriculares do Itinerário Formativo não significa que estes não devam ser avaliados. Deve-se
garantir preferencialmente a autoavaliação, bem como o “feedback” do professor quanto à apropriação de
habilidades e competências, visando o avanço contínuo do estudante.
Para fins técnico-didáticos, o professor deverá atribuir notas de 60 a 100 pontos anuais para cada
estudante. Assim, é primordial definir critérios para essa distribuição, demonstrando aos estudantes a
importância do processo de aprimoramento e adequação, ajustando a mediação da aprendizagem,
qualificando-a ainda mais ao perfil dos estudantes e à realidade local.

Considerando o caráter deste bimestre a avaliação contínua pode ser desenvolvida através de rubricas ao final
de cada atividade, os critérios avaliativos devem ser decididos em conjunto com os e as estudantes e os
tópicos das dimensões avaliativas devem ser explicados e contextualizados com as habilidades para toda a
turma. Essa avaliação pode ser realizada de forma coletiva e individual.
Utilize essa mesma abordagem para a autoavaliação, convide os e as estudantes a realizarem suas
autoavaliações a partir da rubrica.
Sugestão de rubrica:

2º Bimestre - Afinal, e eu com a economia?

O segundo bimestre foca nas relações entre a economia e a vida cotidiana dos e das
estudantes, através do debate sobre orçamento doméstico, inflação e direitos trabalhistas,
temas que estão presentes também nas mídias. Dessa forma, trabalhá-los na perspectiva das
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas promove uma maior compreensão da conjuntura que
impacta a vida dos e das estudantes e suas famílias.
A estratégia central deste bimestre é abordar esses subtemas, por meio de vivências com
o Teatro do Oprimido. A escolha dessa proposta dialoga com a compreensão de que as

39 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

relações entre economia e as juventudes são plurais e atravessadas por contextos históricos,
econômicos e culturais. Dessa forma, promover uma estratégia em que as vivências, as
histórias genealógicas do trabalho das famílias, as experiências cotidianas desses(as) jovens e
seus conhecimentos prévios estejam no centro do processo é oportunizar e desenvolver um
debate crítico sobre a realidade dessas juventudes.
Essa estratégia deve se materializar como um processo: no bimestre será produzida uma
peça de teatro, os e as estudantes poderão estar em cartaz diversas vezes. Oferece-se, assim,
uma perspectiva de progressão analítica, por meio da dramaturgia, acerca das relações entre
suas vidas e a economia.
Integrado à produção da peça de teatro, propomos o desenvolvimento de um diário de
experiências, um instrumento de registro contínuo dos e das estudantes sobre as vivências
no teatro e as relações construídas com os objetos de conhecimento em questão. O objetivo
é que os(as) estudantes realizem seus registros, de forma criativa e autoral, tendo em vista a
experiência com o teatro. Esse instrumento pode ser um caminho potente para registros
criativos no Glossário Crítico do “Economiquês”, uma vez que os(as) estudantes trabalharão
com abordagens cotidianas da economia.

2º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Afinal, e eu com a economia?
Sugestão de subtemas:

● Orçamento doméstico;
● Inflação;
● Direitos trabalhistas.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Processos Criativos


(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de
vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas,
originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia,
flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos, o
combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

40 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Eixo Processos Criativos


(EMIFCHS04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica
sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global.
(EMIFCHS05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre, vivências a partir do Teatro dos Oprimidos (aqui
pode ser interessante o vídeo:o vídeo O teatro do Oprimido | Janaina Russeff | YouTube) e propor a
construção de um Diário de Experiências. Abrir o debate para o planejamento coletivo do percurso de
aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos,
estratégias, instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de vivências neste
aprofundamento.

2. Apresentar aos estudantes a proposta de desenvolvimento de um diário das experiências, em que eles
e elas deverão realizar registros (em diferentes formatos) acerca das experiências artísticas e
pedagógicas deste bimestre.

3. Apresentar aos estudantes a problematização central deste bimestre: Afinal, e eu com a economia?.
Promover uma discussão das relações que eles e elas estabelecem entre a economia e a sua vida
cotidiana, caso seja necessário, proponha algumas reflexões, como: As atuais compras mensais da sua
família são as mesmas de alguns anos atrás? O que a sua família consegue fazer com a renda mensal
de todos e todas que trabalham? Os trabalhadores e trabalhadoras da sua família têm carteira
assinada? Se não, quantos têm plano de saúde?

Neste momento é importante mediar as reflexões, orientando os e as estudantes na própria


compreensão do “eu”, no sentido de que não se trata exclusivamente de uma perspectiva
individualista, mas, sim, de diferentes contextos, comunidades e famílias

4. Convidar, inicialmente, os e as estudantes para refletir sobre quais são as relações que eles e elas
constroem sobre orçamento doméstico, inflação e direitos trabalhos, com a sua vida cotidiana. Em
seguida, pedir para que eles e elas se organizem em grupo e cheguem a uma resposta, em seguida,
propor que cada grupo apresente suas respostas para os outros grupos e que a classe construa
coletivamente quais são as relações compreendidas como estruturantes pela turma.

5. Propor que os e as estudantes pesquisem em jornais e/ou revistas, matérias e/ou reportagens que
exemplifiquem os pontos debatidos anteriormente. O objetivo é montar um acervo da turma, com
diferentes situações e abordagens sobre as relações apontadas pela turma.

Professor(a), caso você sinta necessidade de apoiar os e as estudantes nessa curadoria, aqui
estão algumas sugestões que podem ser utilizadas para exemplificar a proposta:

▪ Mais de um terço das famílias relata queda da renda mensal no primeiro trimestre, aponta
pesquisa | G1

41 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

▪ Mães são responsáveis pelo orçamento familiar em 56% dos lares brasileiros | FABASA

▪ Gás consome 22% do orçamento de serviços básicos dos mais pobres | Folha de S. Paulo

▪ Minas Gerais tem quatro milhões de trabalhadores na informalidade | R7

▪ Trabalho informal ou autônomo cresce e chega a 34% em Minas | Simon Nascimento | O


Tempo

▪ Maior queda do desemprego no interior de Minas Gerais é da região | Diário do Aço ▪


Queda na produção de alimentos afetou resultado de 8 dos 12 locais, diz IBGE | Uol

▪ Em BH, compra com R$ 100 que preenchia carrinho agora cabe em cestinha | Gabriel
Ronan | O Tempo

6. Apresentar aos estudantes o que é o Teatro dos Oprimidos e o que são os jogos teatrais, compostos por
dois princípios: as regras e a liberdade (as regras representam a sociedade e suas regras estruturantes;
a liberdade representa a criatividade, o repertório de vivências pessoais). É importante garantir neste
momento que os e as estudantes compreendam a base desta proposta, ou seja, que eles e elas
compreendam o quanto as suas vivências, conhecimentos prévios escolares e não escolares,
experiências, sonhos, desejos e etc. compõem a estrutura desta perspectiva de teatro.

7. Convidar os e as estudantes a se organizarem em grupos e propor que cada grupo interprete uma cena,
de maneira espontânea, sem roteiro, a partir do Teatro Imagem (técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui
pode ser interessante o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b5aMlBahAf0) sobre uma das
relações que eles e elas apontaram no início do bimestre.

8. Organizar uma roda de troca e percepções e convidar os e as estudantes a refletirem sobre as


experiências e relações que surgiram nas interpretações e solicitar que eles e elas registrem esses
pontos no diário. As seguintes perguntas podem nortear o debate:

Como eu percebo a economia na minha vida e no meu bairro?

Quais aspectos vivenciados nas cenas dialogam com a minha realidade? Por quê?

As cenas me apresentaram outros conhecimentos e realidades até então desconhecidos em


relação à economia?

9. A partir das experiências e relações apontadas, desenvolver um mapa conceitual, abordando os


conceitos-chaves do bimestre: orçamento (promover também uma abordagem sobre orçamento
doméstico), inflação e direitos trabalhistas (aqui podem ser interessantes as leituras: Novíssimo
dicionário de economia e Desenhando a nova morfologia do trabalho no Brasil | Ricardo Antunes |
Scielo), apresentando aos estudantes como esses conceitos são compreendidos pela área de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas. Neste momento, é interessante convidar os e as estudantes a
complementarem o mapa conceitual, de acordo com as aprendizagens vivenciadas em Matemática,
permitindo que as abordagens, as compreensões e as aprendizagens se integrem. Para a mediação
desse momento, pode ser interessante propor uma rotina de pensamento (saiba mais sobre o assunto
em: Avaliação: as rotinas de pensamento | Tríade e Aprendizagens Visíveis e as Rotinas de Pensamento
- com Júlia Andrade | Sala de Professor | Spotify), com questões como: Como as ideias que você entrou
em contato se conectam às ideias que você já tinha? Como o seu pensamento foi ampliado em relação
aos conteúdos que você vivenciou? Como você conecta seus conhecimentos entre as áreas?

10. Promover um momento para que a turma registre coletivamente no Glossário Crítico do
“Economiquês” os conceitos trabalhados até o momento. Incentive os estudantes a fazer esse registro
de forma criativa, usando, por exemplo, recursos da HQ e que dialoguem com as vivências do teatro.
Alguns possíveis conceitos: inflação, poder aquisitivo/compra, juros, orçamento etc.

11. Organizar novos grupos, sortear para cada grupo uma matéria ou reportagem do acervo da turma e
propor que os grupos interpretem, a partir do Teatro Jornal (técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui

42 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

pode ser interessante o vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=HeI7ss7TH60), a realidade retratada


nestas matérias.

12. Organizar novos grupos e propor que os grupos interpretem, a partir do Teatro Arco-Íris dos Desejos
(técnica do Teatro dos Oprimidos- aqui pode ser interessante o vídeo:
https://youtu.be/a8R0RDeSgRc?t=193), os pontos discutidos na roda anteriormente. Garantir que os e
as estudantes coloquem em cena o que foi apontado como desejo, como caminho possível da
realidade e, principalmente, que eles e elas interpretem o final que gostariam que aquelas realidades
(das matérias) tivessem.

13. Convidar os e as estudantes a partilharem as experiências anotadas no diário e, com base nelas, o(a)
professor(a) deve construir falas de sínteses teórico-conceituais e sua relação com a vida cotidiana dos
e das estudantes que, eventualmente, ainda não tenham sido alcançadas, como:

- compreensão dos conceitos de orçamento, inflação e direitos trabalhistas;


- construção das relações entre economia e a vida cotidiana das famílias;
- relação entre economia e direitos trabalhistas.

Propostas de Avaliação

Para garantir um processo avaliativo pautado em evidências de aprendizagens, considere o


acompanhamento dos diários de experiências. Neles, se desenvolverão sínteses teóricas, relações conceituais,
temáticas e processuais, utilizando diferentes formas de registro, ou seja, os e as estudantes estarão em um
processo contínuo de metacognição.
Elabore um roteiro de acompanhamento para os momentos de partilha coletiva, você pode construir
esse instrumento a partir das primeiras referências coletadas no início do bimestre e utilizá-lo como apoio
para acompanhar o desenvolvimento dos e das estudantes durante o bimestre.
Considere propor aos estudantes uma autoavaliação encenada, ou seja, proponha que através de
uma cena de interpretação livre eles e elas realizem suas autoavaliações, uma vez, que a turma já terá
compreendido e vivenciado a potência desta abordagem teatral. A interpretação das cenas é um importante
momento para acompanhar e coletar possíveis evidências de aprendizagem, utilize algumas perguntas
norteadoras, como:
● O que os e as estudantes foram trazendo durante a interpretação que dialoga com o tema deste
bimestre: e eu com a economia?
● Quais objetos de conhecimento foram aparecendo nas interpretações?
● Quais foram as relações apresentadas?
Por último, é possível também, convidar os e as estudantes a registrar em seus diários uma reflexão
acerca do seguinte questionamento: O que mais eu sei sobre as situações relatadas nos textos jornalísticos?
Há outras explicações da história, da política, da economia que não estão nas informações dadas?. Esse
registro pode ser utilizado como uma potente ferramenta para avaliar as aprendizagens do bimestre.

3º Bimestre - A economia explica o Brasil?

No terceiro bimestre, o foco do componente é compreender os caminhos que a economia


nos oferece para explicar o Brasil contemporâneo, através da análise dos setores produtivos
e como eles fazem parte da realidade econômica das juventudes. A proposta central deste
bimestre é o desenvolvimento de um projeto de pesquisa, onde os e as estudantes poderão
aprofundar seus repertórios a partir de temáticas que dialogam com seus interesses. Esse

43 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

instrumento permitirá que os e as estudantes protagonizem momentos de discussões e


posicionamentos críticos, pautados(as) em dados econômicos que estão na agenda
contemporânea e vivenciem a experiência de produção de um projeto de pesquisa em
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

3º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


A economia explica o Brasil?
Sugestão de subtemas:

Os setores produtivos e a economia:


● Primeiro setor: o agronegócio e a mineração;
● Segundo setor: a indústria brasileira;
● Terceiro Setor: o comércio e os serviços.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou
propor soluções para problemas diversos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG09) Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para problemas
socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global, corresponsabilizando-se pela
realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
(EMIFCHS03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar
as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de

44 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre: elaboração de um projeto de pesquisa científica.


Abrir o debate para o planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para
colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos, estratégias e instrumentos de avaliação e as
respectivas expectativas de vivências neste aprofundamento.

2. Apresentar a problemática central deste bimestre: A economia explica o Brasil? e propor que os e as
estudantes produzam uma “tempestade de ideias”, para resgatar e ampliar os conhecimentos sobre os
setores produtivos da economia. Caso a turma tenha dificuldades em iniciar o levantamento de ideias,
apresente algumas chaves de reflexão, como:
a. Quais são as características fundamentais de cada setor?
b. Quais as características dos setores no território brasileiro?
c. Qual o setor predominante na nossa região?
d. Em qual setor a maior parte dos familiares trabalha?
e. Há concentrações de capital e de produção nos setores?
Promover um momento para que a turma registre coletivamente no Glossário Crítico do
“Economiquês” os conceitos vivenciados, incentive que esse registro seja criativo e que dialogue com
os interesses da turma.

3. Para auxiliar a compreensão da proposta, apresente também, a estrutura de um projeto de pesquisa


através de um modelo para que vocês possam discutir todos os pontos ( sugestão de modelo:
https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/educacao/docs/06a.pdf) .

4. Considerando a carga horária do bimestre, pondere a estrutura que será desenvolvida no projeto de
pesquisa, como sugestão, indicamos os seguintes pontos:

a. Formulação do problema de pesquisa;


b. Formulação de hipótese;
c. Seleção de informações, materiais e fontes confiáveis;
d. Desenvolvimento: análise dos dados e interpretação dos resultados encontrados;
e. Considerações finais.

5. Resgatar a tempestade de ideias e as chaves de reflexão apresentadas e convidar os e as estudantes a


pensar sobre em quais assuntos/temas relacionados a problemática central eles e elas possuem mais
interesse, considerando os subtemas propostos no bimestre.

6. Convidar os e as estudantes a apresentarem seus interesses para a turma e propor que eles e elas
encontrem interesses que dialoguem entre si e formem trios ou quartetos de trabalho. Neste
momento, é importante cuidar do processo de mediação, considerando que este mapeamento é um
exercício complexo e que talvez os e as estudantes tenham um pouco mais de dificuldade para criar as
conexões.

7. Explicar para os grupos o que se compreende por problema de pesquisa e apresentar alguns exemplos,
como: Qual setor produtivo predomina na região nordeste do estado de Minas Gerais? Quais as
contradições entre as áreas de maior concentração de riqueza produtiva do estado de Minas Gerais em
relação ao desenvolvimento social? Neste momento, é importante apresentar problemas de pesquisa
mais amplos, para não condicionar os interesses, apresentando apenas alguns horizontes possíveis.
Pode ser interessante resgatar o modelo de projeto abordado anteriormente para ajudar na
exemplificação.

45 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

8. Propor que cada grupo tente elaborar uma primeira versão do problema de pesquisa. Promover
momentos de orientação com os grupos, ajudando-os na delimitação dos temas até o desenvolvimento
do problema de pesquisa.

9. Promover com os grupos, após a definição do problema de pesquisa, um roteiro inicial para auxiliar nos
primeiros levantamentos bibliográficos e fontes. O objetivo é que os grupos encontrem informações
iniciais sobre a pesquisa, para iniciar o desenvolvimento de uma hipótese.

10. Propor que os grupos pesquisem o que é uma hipótese e boas técnicas de elaboração. Neste momento,
é importante dialogar com os e as estudantes sobre o caráter investigativo das hipóteses, enquanto
uma tentativa de responder ao problema de pesquisa, que pode ser revisitada ao longo do processo.

11. Apresentar para a turma, após a elaboração das hipóteses, algumas chaves de reflexão para ajudar no
desenvolvimento do trabalho de seleção de informações, materiais e fontes confiáveis. Um possível
caminho, pode ser através da seguinte reflexão: Quem é a bibliografia da minha bibliografia?, ou seja,
proponha que os e as estudantes mapeiem quais são as referências das primeiras fontes que eles e elas
tiveram contato. Esse exercício de estudar referências bibliográficas é um potente caminho para ajudar
nesse momento. Seria interessante, também, convidar estudantes universitários que estejam
envolvidos com pesquisas com temáticas afins à da unidade para o desenvolvimento de pequenas
oficinas sobre as diferentes técnicas de levantamento bibliográfico, de estudo, de seleção criteriosa de
informações e fontes e de curadoria de materiais. Apresentar essa diversidade de processos pode ser
um caminho didático para esta etapa tão importante.

12. Orientar e acompanhar o desenvolvimento da pesquisa. Considerar a elaboração de um roteiro de


tarefas e metas para os grupos, facilitando a organização e divisão do trabalho. Neste momento, pode
ser interessante a criação de grupos de estudo, considerando que todas as pesquisas dialogam com a
mesma problemática, desta forma, é possível que alguns autores, autoras e obras sejam de comum
interesse, assim um grupo de estudo/leitura pode ser uma importante estratégia. Caso haja a criação
desses grupos, propor que os grupos organizem esses momentos, revezando na liderança dos
encontros.

13. Pactuar com os grupos quais serão os critérios de avaliação dessas pesquisas. É importante abrir espaço
para que a turma proponha alguns critérios e você, professor(a), pode propor alguns, como: curadoria
das fontes de pesquisa; seleção de conceitos e referência coerentes com o problema de pesquisa; o
grupo estabelece relações entre as fontes, teorias e conceitos com o problema proposto e etc.

14. Promover, caso seja possível na sua escola, momentos de parada para que outros professores e
professoras possam realizar a leitura crítica das pesquisas em desenvolvimento e apresentar
contribuições para os grupos, ampliando os repertórios e horizontes de análise e compreensão das
propostas.

15. Viabilizar momentos de parada para apresentações prévias das pesquisas, efetuando rodas de diálogo e
troca sobre as descobertas feitas sobre os setores produtivos, os procedimentos metodológicos, as
dificuldades, as bibliografias etc., a fim de que os e as estudantes vivenciam uma experiência de
pré-banca, ou seja, um treinamento para a apresentação para as bancas.

16. Promover, ao final das pesquisas, bancas de avaliação dos projetos. Propor que os grupos escolham
professores e professoras da escola, ou convidados externos, e apresentem as pesquisas e dialoguem
com as contribuições da banca. Neste momento, pode ser interessante convidar a comunidade escolar
para participar, conhecer e prestigiar os grupos e suas pesquisas.

Propostas de Avaliação

O(a) professor(a) poderá, ao longo do bimestre, registrar suas observações sobre o desenvolvimento
dos projetos, pautadas nos critérios de avaliação pactuados com os e as estudantes.

46 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Para as habilidades (EMIFCHS01) e (EMIFCHS07) considere as evidências de aprendizagem que


dialogam com o processo de elaboração e desenvolvimento do problema de pesquisa, como: O problema de
pesquisa dialoga com a problemática central e os subtemas propostos? O problema de pesquisa oferece, de
fato, uma questão, um problema, uma pergunta ou uma dúvida que pode ser pesquisada?
Para as habilidades (EMIFCHS03) e (EMIFCHS08), construa uma ficha de acompanhamento que pode
ser preenchida coletivamente com os grupos durante o desenvolvimento das pesquisas e nos momentos de
mediação, considerando aspectos, como: o grupo tem estabelecido conexões entre as leituras e o objeto de
pesquisa? Como tem sido o processo de levantamento de dados e curadoria? O grupo tem referenciado os
conceitos e teorias durante a pesquisa? É importante, neste momento, considerar os critérios de avaliação
pactuados durante o bimestre com a turma.
Propor aos estudantes uma autoavaliação orientada pautada no exercício da metacognição.
Sugerimos que o professor construa uma tabela com três colunas a serem preenchidas pelos estudantes:
Coluna 1 - O que eu sabia ou pensava (nessa coluna, os estudantes colocariam as informações que já
tinham ou mesmo algum pensamento equivocado sobre o tema);
Coluna 2 - O que descobri (nessa coluna, os estudantes colocariam as informações importantes
resultantes de sua pesquisa);
Coluna 3 - O que gostaria de saber (nessa coluna, os estudantes colocariam elementos que ainda têm
dúvida ou que têm interesse em aprofundar em suas pesquisas futuras).

4º Bimestre - Economia, Trabalho e Juventudes

No quarto bimestre, o componente investe no protagonismo criativo dos e das estudantes


e na comunicação com a comunidade escolar, promovendo ações de divulgação científica de
assuntos centrais na atualidade, como as relações entre as juventudes e o trabalho, as
desigualdades inerentes nessas relações através do território brasileiro. Neste bimestre, a
proposta central é compreender como os temas abordados anteriormente podem ser
analisados e interpretados na escala nacional, a partir de recortes conceituais estruturantes
deste componente: trabalho, economia e as juventudes. O esperado é que os e as
estudantes façam um observatório de pesquisas que relacionem esses temas, tomando por
problematização central para a investigação a questão: O que as pesquisas indicam sobre as
juventudes do Brasil e o trabalho? Esse processo de levantamento e estudo de pesquisas
deve alimentar processualmente um canal de perfil de divulgação de conhecimento em rede
social, culminando em conteúdo de conclusão do observatório, com síntese sobre as
contradições, desigualdades e semelhanças sobre as Juventudes e o Trabalho no território
brasileiro, mapeadas pelas pesquisas.

4º Bimestre - Humanidades para economia e trabalho


Economia, Trabalho e Juventudes

47 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Sugestão de subtemas:

● Trabalho e juventudes: rurais, urbanas e periféricas;


● O trabalho e os territórios brasileiros.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
Eixo Processos Criativos
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e
plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores
pretendidos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG09) Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para problemas
socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global, corresponsabilizando-se pela
realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica,filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
(EMIFCHS03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local,regional, nacional e/ou global,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar
as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias
Eixo Processos Criativos
(EMIFCHS06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre: realização de um observatório de pesquisa e


divulgação científica em uma rede social. Abrir discussão para o planejamento coletivo do percurso de
aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos,
estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de vivências neste
aprofundamento.

2. Apresentar aos estudantes uma definição do que é um observatório de pesquisa (aqui pode ser
interessante a leitura de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico | UCS | disponível em

48 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

https://bityli.com/qkclPDdN) e, em seguida, convidá-los(as) para discutir o que eles(as) gostariam de


propor para o observatório que a turma construirá.

3. Considerando a perspectiva de aula invertida, proponha um levantamento de informações e dados,


com base nas seguintes chaves de reflexão:
O que as pesquisas indicam sobre as juventudes do Brasil e o trabalho?
O que identificamos quando analisamos essas relações nas regiões brasileiras?
Há diferenças entre as informações obtidas, como maior número de jovens trabalhando
em determinada região? Por quê?
As juventudes contribuem para a economia?
Algumas fontes com que os estudantes poderão trabalhar nesse momento são as seguintes:
Atlas das Juventudes (Disponível em: https://atlasdasjuventudes.com.br);
OIT - Organização Internacional do Trabalho. (Disponível em
https://www.ilo.org/brasilia/lang--es/index.htm);
Observatório da Juventude (Disponível em: https://observatoriodajuventude.ufmg.br/);
E-book Jovens e trabalho no Brasil: desigualdades e desafios para as políticas públicas, da Ação
Educativa e Instituto ibi de Desenvolvimento Social; (Disponível em:
https://acaoeducativa.org.br/wp-content/uploads/2016/10/Jovens_trabalho_Brasil.pdf)
Série de vídeos #TôNoRumo, desenvolvida pelo canal Viração Educomunicação sobre o trabalho e
as juventudes (Disponível em:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLwfdlW-xgl3Q0eEVBmD_FILoRwGG9d-FO);
Episódio de podcast: Juventudes e Mundo do Trabalho (Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/4ktn6o74IE2k6RF37nhqiu?si=ZOx1UvpOQIyszoPU6hLHlw&utm
_source=whatsapp&nd=1).
4. Propor que os e as estudantes construam em papel pardo um mapa do Brasil (bem grande) e fixem na
sala de aula para que possa servir como um campo de registro dos pontos que eles e elas
compreenderem como os mais significativos ao longo do bimestre.

5. Promover a organização da turma em grupos, considerando seus desejos e intencionalidades debatidas


no início do bimestre.

6. Considerando a problemática central: As Juventudes e o Trabalho no território brasileiro, organizar


coletivamente subtemas de pesquisa que dialoguem com a problemática e os interesses dos(as)
estudantes, a partir do levantamento de informações, realizado anteriormente.

7. Desenvolver roteiros de pesquisa para cada grupo, porém com a participação de toda a turma, para
que assim os e as estudantes consigam compreender todas as pesquisas que o observatório produzirá.

8. Promover neste momento de elaboração dos roteiros quais serão os critérios de avaliação dessas
pesquisas. É importante abrir espaço para que a turma proponha alguns critérios e você, professor(a),
pode propor alguns, como: curadoria das fontes de pesquisa; sínteses com referências bibliográficas;
conteúdo coerente com o tema e etc.

9. Solicitar que os e as estudantes criem uma conta em uma rede social para a turma e um responsável
de cada grupo para a gestão do perfil.

10. Promover continuamente (conforme as pesquisas forem se desenvolvendo) registros no mapa do


Brasil, com dados e informações que dialoguem com a problemática central. Caso um único mapa não
seja suficiente, é possível construir uma tabela para cada região brasileira e colocar ao lado do mapa.
Durante esse processo, dialogar com a turma, promovendo reflexões como:
● A porcentagem de jovens trabalhando é similar entre as regiões brasileiras? Há estados
que se destacam?
● Quais são os principais tipos de trabalho dos jovens?

49 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

● Considerando as pesquisas do bimestre anterior, em quais setores produtivos a maior


parte dos jovens trabalha em cada região brasileira?
● O que os dados revelam sobre o número de jovens trabalhando em classes sociais? E nas
áreas urbanas e rurais? E no centro e na periferia?
● O que os dados nos revelam sobre as contradições, desigualdades e semelhanças entre
as juventudes e o trabalho no território brasileiro?

11. Garantir um tempo para registros no Glossário Crítico do “Economiquês, focando a discussão de
conceitos como: trabalho, desigualdade, desemprego, valor etc

12. Realizar momentos de socialização e troca entre os grupos acerca do andamento das pesquisas, dos
dados e informações mais relevantes, das maiores dificuldades e após esses momentos de partilha e
mediação do(a) professor, propor que cada grupo elabore vídeos divulgando os resultados e/ou dados
da pesquisa até o momento. Propor aos estudantes que na produção dos vídeos eles e elas
apresentam conexões entre as pesquisas e o dia a dia da comunidade à qual fazem parte.

13. Propor aos estudantes que elaborem os registros dos conceitos que estão em desenvolvimento no
Glossário Crítico do “Economiquês” neste bimestre, no formato de um pequeno roteiro de vídeo, e
solicitar que eles e elas produzam vídeos para a rede social abordando esses conceitos e utilizando os
registros realizados no glossário.

14. Ao final do bimestre, propor que a turma faça uma série de vídeos, apresentando o mapa do Brasil por
regiões, evidenciando assim as contradições, desigualdades e semelhanças sobre as Juventudes e o
Trabalho no território brasileiro.

(1) Definição de Observatório de Pesquisa


OBSERVAÇÃO:
A proposta de divulgação das pesquisas produzidas pelo observatório através de vídeos em uma rede
social não depende de uma grande disponibilidade de conectividade. A necessidade de internet será apenas
nos momentos de upload dos vídeos, que podem ser gravados com as câmeras dos celulares disponíveis, ou
seja, de modo offline. O upload dos vídeos pode ser realizado apenas por um aluno ou aluna (conforme
indicado anteriormente, cada grupo deve ter um(a) responsável pela administração da rede social), ou seja,
não há necessidade de internet para a turma toda. Porém, caso a sua escola não tenha acesso à internet, uma
alternativa de divulgação das pesquisas pode ser a elaboração de uma mesa de conversa entre os e as
estudantes e convidados.
Esse momento de trocas e partilhas pode ser chamado de Papo Reto ou Se Liga na Resenha, uma vez
que essas expressões/gírias possuem diversos significados para as juventudes, como: conversa direta e
objetiva, troca de ideias, um vocativo e etc. Desta forma, convide os e as estudantes a organizar esse
momento, para que eles e elas decidam sobre:
● Quais convidados(as) farão parte deste momento?
● As pesquisas serão apresentadas por sessões temáticas?
● Quando e onde este momento acontecerá?
● Como a comunidade escolar poderá fazer parte?

Propostas de Avaliação

Para as habilidades (EMIFCHS01) e (EMIFCHS07) produza registros das aprendizagens dos e das
estudantes durante os momentos de partilha e de mediação dos registros no mapa do Brasil, ao longo do
bimestre. Esses registros podem ser feitos a partir de chaves de reflexão para mapear as evidências de
aprendizagem, como: Quais conceitos eles e elas já conseguem compreender? As desigualdades no território
brasileiros entre as juventudes e o trabalho estão sendo percebidas? Eles e elas estão conseguindo mapear as
semelhanças entre as juventudes? e etc.
Para as habilidades (EMIFCHS03) e (EMIFCHS06) acompanhe a produção dos roteiros de cada vídeo,
como os e as estudantes conseguiram sistematizar os dados e informações, quais estratégias criativas foram
consideradas para a comunicação e se a mediação dos comentários nos vídeos tem sido feita com
embasamento científico, criatividade e propondo soluções e/ou avanços.

50 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

A produção dos registros em formato de roteiro de vídeo no Glossário Crítico do “Economiquês” e a


elaboração dos vídeos podem ser uma importante estratégia de acompanhamento, uma vez que, os principais
conceitos do bimestre estarão sendo abordados, desta forma, o(a) professor(a) poderá encontrar diversas
evidências de aprendizagem, como:
Os estudantes têm conseguido explicar de forma clara e simples os conceitos?
Os estudantes têm apresentado relações com a vida cotidiana?
Os estudantes têm trazido bons exemplos?

Desenvolvimento Econômico- CHS

Matemática e suas tecnologias e


Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Economia e Trabalho

Desenvolvimento Econômico

1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre

O que é O desenvolvimento Economia solidária


desenvolvimento? econômico é uma O capitalismo pode e outras
questão de raça, gênero ser verde e sustentável? Possibilidades.
e classe?

51 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

No percurso deste componente curricular os e as estudantes poderão analisar


criticamente a complexidade acerca do debate sobre desenvolvimento econômico,
considerando as diferentes formas de compreender o que é desenvolvimento e as suas
origens epistemológicas. No desenvolvimento dos bimestres os e as estudantes poderão
aprofundar suas compreensões sobre temas que estão nas agendas contemporâneas e que
são atravessadas por questões de raça, gênero e classe. Espera-se que você, professor(a),
modifique, amplie ou complemente as propostas/indicações a seguir, considerando seu
conhecimento, sua experiência e as características das suas turmas e as condições da sua
escola.

1º Bimestre - O que é desenvolvimento?

No 1º Bimestre, o foco central está no debate acerca do que é desenvolvimento. Os e as


estudantes serão convidados a analisar criticamente as camadas que estão postas no debate
sobre desenvolvimento, considerando três principais lentes de análise: socioambiental, social
e econômica. A produção central deste bimestre é um mini documentário que pode ser
gravado com a câmera de um celular e editado em aplicativos gratuitos disponíveis para
celular, caso sua escola não tenha um laboratório de informática com computadores
disponíveis. Vocês podem abrir uma conta em um serviço gratuito de nuvem para armazenar
os conteúdos produzidos e não sobrecarregar a memória de nenhum aparelho celular. Um
dos objetivos centrais desta proposta é que este mini documentário reflita as
intencionalidades artísticas e sociais da turma, evidenciando-se o protagonismo dos e das
estudantes.
Esta unidade curricular terá como atividade integrada entre as duas áreas do
conhecimento o Glossário Crítico do “Economiquês”, que abordará conceitos estruturantes
da economia de modo crítico, apresentando perspectivas analíticas importantes para as
áreas. Desta forma é importante ter um cuidado especial com a organização e
desenvolvimento desta proposta, envolvendo os e as estudantes nas decisões e sentidos
dessa produção processual e coletiva.

52 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

1º Bimestre - Desenvolvimento econômico


O que é desenvolvimento?

Sugestão de subtemas:

● Desenvolvimento socioambiental;
● Desenvolvimento social;
● Desenvolvimento econômico.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Processos criativos


(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas,
originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e
plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores
pretendidos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia,
flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos, o
combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Processos criativos


(EMIFCHS04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica
sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local,regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre, mini-documentário, e abrir o debate para o


planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na
elaboração e definição dos prazos, fluxos , estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas
expectativas de vivências neste aprofundamento.

2. Apresentar aos estudantes a proposta de produzir um Glossário Crítico do “Economiquês”, ao longo


do ano, de forma integrada entre as duas áreas do conhecimento. Esta produção deve ser uma
vivência coletiva da turma, ou seja, o objetivo é que haja apenas um glossário para a turma inteira,
ficando como uma atividade integrada também entre os e as estudantes. Desta forma, é importante
promover um diálogo para que eles(as) pactuem combinados acerca desses registros e das
responsabilidades nesta atividade. Propor que os registros sejam feitos utilizando diferentes
formatos, como: desenho, mapa mental, mapa conceitual, resumo criativo, cálculo, poesia, música,
resumo e etc., abrir espaço para que a turma vivencie uma experiência criativa e autoral acerca
desses registros.

53 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

3. Apresentar a proposta de realização de um mini-documentário, no formato de entrevista com a


comunidade escolar, a partir da problemática central: O que é desenvolvimento para você? É
importante abrir espaço para que os e as estudantes tragam suas ideias para a composição da
proposta, personalizando assim os detalhes perante cada realidade escolar. Ressalte que a gravação e
edição do documento pode ser realizada pelo celular, com trocas de saberes entre os estudantes
quanto ao uso de aplicativos de edição.

4. Mediar a organização dos(as) estudantes em dois “times” a partir de suas auto-percepções acerca de
suas habilidades: 1- AUDIOVISUAL (a ideia é formar um time que gosta e tem habilidades
relacionadas ao audiovisual); 2- COMUNICAÇÃO ( a ideia é formar um time que gosta de conversar,
de comunicação e de abordagens pessoais). Neste momento cada estudante deve escolher em qual
time ele(a) se encaixa. Pedir que a classe construa uma tabela ou outra forma de registro e deixe
fixada na parede da sala de aula, para que todos e todas conheçam as potencialidades da turma.

5. Solicitar que os e as estudantes se organizem em quartetos, considerando que cada quarteto deve ter
dois integrantes de cada um dos times de habilidades já definidas (2 do audiovisual e 2 da
comunicação).

6. Promover a construção de um roteiro norteador para as entrevistas do mini documentário, que


dialogue com os interesses dos e das estudantes, considerando a problemática central: O que é
desenvolvimento para você?. Solicitar que cada grupo elabore um cronograma de atividades, prazos
e fluxos, alinhados com os combinados gerais da turma. Caso os grupos tenham dificuldade em
elaborar os roteiros, pode ser interessante apresentar alguns itens, como:
O que você entende por desenvolvimento?
Você acha que desenvolvimento e crescimento são sinônimos?
Na sua compreensão, o crescimento econômico significa desenvolvimento social?
Você acha que desenvolvimento é o mesmo para todos os sujeitos ou há diferenças? Se não,
quais causas você apontaria
7. Orientar e acompanhar a produção do minidocumentário e sugerir aos estudantes que as entrevistas
contemplem, dentro do possível, a maior diversidade de pontos de vista e opiniões entre homens,
mulheres, jovens, adultos, idosos, negros, indígenas, imigrantes, quilombolas etc.

8. Promover paradas para que os grupos partilhem com a turma os processos de produção e troquem
experiências e sugestões acerca dos roteiros, das entrevistas, das edições, das filmagens e das
aprendizagens. Convidar os e as estudantes a refletirem coletivamente nesses momentos acerca de
alguns pontos que podem nortear, você, professor, no acompanhamentos das aprendizagens, como:
Com quais percepções coletadas até o momento ele e elas concordam?
Os e as estudantes têm conseguido notar pontos problemáticos, como o entendimento de
que todo crescimento econômico gera desenvolvimento social?
Quais noções de desenvolvimento a fala do entrevistado carrega? Como eles e elas
percebem isso?
9. Durante esses momentos, propor os registros coletivos no Glossário Crítico do “Economiquês” sobre
os conceitos trabalhados: desenvolvimento, crescimento econômico, retrocesso econômico etc.
Aproveitar para pactuar com os e as estudantes quais evidências de aprendizagem serão
consideradas nesta atividade. Apresentar possibilidades de reflexão para a turma, como:
identificação de equívocos que podem ter surgido nas entrevistas, complexidade do conceito de
desenvolvimento, relação entre o repertório dos entrevistados e as estruturas sociais, políticas e
econômicas. Em alguns desses momentos, é interessante promover uma roda de trocas a partir da
leitura do significado de desenvolvimento econômico apresentado no Dicionário de Economia
(Disponível em:
http://www2.fct.unesp.br/docentes/geo/magaldi/GEO_ECONOMICA_2019/dicionario-de-economia-s
androni.pdf). Para auxiliar nesse debate, algumas chaves de reflexão podem ajudar, como:

54 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Alguns pontos apresentados nesta definição de algum modo têm aparecido nas entrevistas?
Se sim, de quais maneiras?
A complexidade dessa definição tem sido evidente para os e as estudantes durante o
desenvolvimento do minidocumentário?
10. Promover uma sessão de cinema, para que os grupos assistam aos mini documentários produzidos
pelos outros grupos, com o objetivo de mapear sintonias, divergências e particularidades entre as
opiniões apresentadas.

11. Desenvolver com a classe toda um mapa mental (pode ser feito na lousa ou em uma grande folha de
papel pardo, com a mediação do professor), sintetizando as informações dos mini documentários a
partir da seguinte reflexão: Quais são os pontos apresentados nos mini documentários que nos
fornecem conhecimento sobre:

a. Desenvolvimento socioambiental;
b. Desenvolvimento econômico-social;
c. Desenvolvimento econômico.

12. Apresentar uma sistematização dos pontos levantados pela turma, evidenciando as diferentes
compreensões acerca do que é desenvolvimento, dos acertos, erros e/ou equívocos sobre as
informações/objetos do conhecimento, ressaltando a complexidade do debate sobre
desenvolvimento e da importância de compreender a influência das macroestruturas nas percepções
sociais, como: classe, gênero, raça, norte e sul global e etc.

13. Dialogar com os e as estudantes sobre as aprendizagens construídas e o percurso vivenciado durante
o bimestre.

Propostas de Avaliação

A avaliação no Itinerário Formativo tem como premissa oportunizar ao estudante o desenvolvimento da


metacognição, acentuando sua natureza processual e formativa. O fato de não haver reprovação nos
componentes curriculares do Itinerário Formativo não significa que estes não devam ser avaliados. Deve-se
garantir preferencialmente a autoavaliação, bem como o “feedback” do professor quanto à apropriação de
habilidades e competências, visando o avanço contínuo do estudante.
Para fins técnico-didáticos, o professor deverá atribuir notas de 60 a 100 pontos anuais para cada
estudante. Assim, é primordial definir critérios para essa distribuição, demonstrando aos estudantes a
importância do processo de aprimoramento e adequação, ajustando a mediação da aprendizagem,
qualificando-a ainda mais ao perfil dos estudantes e à realidade local.

Planeje momentos de parada, ao longo do processo, para que os e as estudantes possam avaliar,
replanejar e dialogar acerca dos resultados alcançados até aquele momento. Considere um diálogo
provocativo acerca das seguintes reflexões: o que foi significativo até agora, o que foi mais fácil de mobilizar
e/ou produzir, qual a maior dificuldade, quais as melhores estratégias utilizadas.
Para avaliar a habilidade (EMIFCHS04), construa uma pauta de observação que deve ser preenchida
processualmente por você, professor(a), e pelos grupos. Trabalhe com marcos indicativos como: alcançado /
em processo / ainda não alcançado, ou proponha que a turma escolha os marcos indicativos e solicite que os
grupos indiquem justificativas e apresentem etapas, resultados e vivências que evidenciam os resultados
indicados.
Para a habilidade (EMIFCHS08), promova durante o bimestre a produção de registros, no formato
que pode ser acordado com a turma, em que os e as estudantes precisam apresentar as relações entre os
seus conhecimentos da área de ciências humanas e sociais aplicadas e os repertórios coletados nas
entrevistas.

55 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

2º Bimestre - O desenvolvimento econômico é uma questão de raça, gênero e classe?

O 2º Bimestre aprofunda o debate do bimestre anterior, à luz das questões estruturantes


da sociedade e do desenvolvimento brasileiro, raça, gênero e classe, na medida em que
propõe uma análise crítica das vivências das juventudes e dos dados relacionados a elas. O
esperado é que os e as estudantes produzam infográficos que elucidem a problematização
central das pesquisas: O desenvolvimento econômico é uma questão de raça, gênero e
classe?. Neste bimestre os e as estudantes serão convidados a conhecer fontes de pesquisas
importantes para os subtemas propostos no diálogo com as juventudes brasileiras.

2º Bimestre - Desenvolvimento econômico


O desenvolvimento econômico é uma questão de raça, gênero e classe?
Sugestão de subtemas:

● Darwinismo social;
● Eugenia e higienismo social e racial;
● Democracia racial no Brasil;

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e
evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas,
coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça
social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou
propor soluções para problemas diversos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia,
flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos, o
combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
(EMIFCHS02) Levantar e testar hipóteses sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica,
filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, contextualizando os

56 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

conhecimentos em sua realidade local e utilizando procedimentos e linguagens adequados à investigação


científica.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS07) Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a grupos
sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio ambiente, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacionados às Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre, produção de infográficos, e abrir o debate para o
planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração
e definição dos prazos, fluxos , estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de
vivências neste aprofundamento.

2. Propor que a turma construa, coletivamente, em cartolina ou com o material disponível na sua escola,
uma tabela com as seguintes divisões: Raça, Gênero e Classe e solicitar que eles e elas apresentem
uma definição de acordo com seus conhecimentos. Após os registros coletivos, convidar a turma a
procurar no dicionário essas definições e refletir a partir das seguintes chaves de reflexão:

a. As definições são similares?


b. Há divergências? Se sim, quais são elas?
c. É possível que a realidade social-econômica de cada um(a) tenha influenciado nas definições
apresentadas pela turma? Por que?

Neste momento, é importante garantir uma mediação sobre as compreensões dos conceitos, a fim
de identificar possíveis fragilidades e principalmente de ampliar o repertório dos e das estudantes,
em especial em relação ao conceito de gênero. Lançar uma provocação sobre como nossas
concepções são atravessadas pela história, especialmente nos países que foram colonizados,
pensando na visão ocidentaleurocêntrica de nossas percepções.

Para motivar e repertoriar esse debate, apresentar as discussões da socióloga nigeriana Oyèrónké
Oyewùmí, "Hierarquia baseada no gênero não existia entre os iorubás" (disponíveis
em:https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/05/28/oyeronk-oywumi-hierarquia-basead
a-no-genero-nao-existia-entre-os-iorubas.htm ). Também, propor a leitura do artigo Conceituando o
Gênero: os fundamentos eurocêntricos dos conceitos feministas e o desafio das epistemologias
africanas de Oyèrónké Oyěwùmí (Disponível em:
https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/oy%C3%A8r%C3%B3nk%C3%A9_o
y%C4%9Bw%C3%B9m%C3%AD_-_conceitualizando_o_g%C3%AAnero._os_fundamentos_euroc%C3
%AAntrico_dos_conceitos_feministas_e_o_desafio_das_epistemologias_africanas.pdf)

3. Solicitar que, após os debates, mediados pelo(a) professor(a), a turma registre na tabela, os pontos
centrais discutidos. É importante que neste momento a turma seja provocada no sentido de decidir
quais são esses pontos, ou seja, construir uma síntese coletiva. Solicitar que a tabela seja fixada na
parede da sala de aula.

4. Apresentar aos estudantes o Atlas das Juventudes (aqui pode ser interessante:
https://atlasdasjuventudes.com.br/relatorio/), o Atlas da Violência (aqui pode ser interessante:
https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes), sensibilizando acerca dos conteúdos e dos
materiais disponíveis. Neste momento, é importante explicar para a turma que estes materiais
poderão ser utilizados como fontes de pesquisa durante o desenvolvimento deste bimestre.
Considerando a perspectiva de aula invertida, propor aos estudantes que explorem esses materiais e

57 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

leiam a reportagem do The Intercept Brasil sobre castração não autorizada de mulheres no Brasil (aqui
pode ser interessante também: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/85082) e desenvolvam
três percepções críticas a partir do questionamento: o que esses materiais nos revelam sobre o
desenvolvimento brasileiro nas últimas décadas?

5. Propor que a turma se divida em quatro grupos. Promover um debate acerca da problemática central
do bimestre: “ O desenvolvimento econômico é uma questão de raça, gênero e classe?''. Convidar os e
as estudantes a refletirem sobre essa problemática considerando os seguintes materiais:

a. Registros individuais produzidos a partir do estudo dos materiais;


b. Registros apresentados na tabela anteriormente;
c. Atlas da Violência;
d. Atlas das Juventudes;
e. Reportagem do The Intercept_Brasil.

6. Promover um momento de estudo coletivo dos infográficos disponíveis nos Atlas indicados. Propor que
os e as estudantes dialoguem sobre a estética, a forma, e a linguagem. Promover um debate a partir da
seguinte reflexão: o que os infográficos nos contam sobre raça, gênero e classe no Brasil?

7. Propor que cada grupo escolha uma música, poema ou crônica que represente suas reflexões sobre a
problemática e apresente para a turma.

8. Apresentar para os grupos os subtemas do bimestre (Darwinismo Social, Eugenia e Higienismo social e
racial, Democracia racial e Estrutura das famílias brasileiras) e propor que cada grupo escolha um tema
de acordo com os seus interesses. Solicitar que os grupos realizem um levantamento inicial de
informações sobre o subtema escolhido. Este levantamento pode conter os seguintes pontos:

a. O que é?
b. Ideias centrais?
c. Contextos históricos/ culturais/ sociais que devem ser considerados para a compreensão do
subtema?

9. Construir com a participação dos grupos uma sistematização dos subtemas e indicar que os grupos
assistam a entrevista do intelectual brasileiro Jessé Souza sobre o livro “O Brasil dos Humilhados”
(disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BwBhCkXo1fE) e anotem os pontos que dialogam
com as ideias pesquisadas e sistematizadas sobre os subtemas.

10. Solicitar que cada grupo retorne a tabela inicial e a transforme em um mural “investigativo” dos
subtemas (a ideia aqui é um mural em que os e as estudantes possam visualizar e relacionar os pontos
chaves, exemplo: https://images.app.goo.gl/P9veFFq6bbEMaAZH7) e elabore uma síntese dos
subtemas escolhidos e os pontos apresentados por Jessé Souza, abordando os seguintes aspectos:

a. Quais são as informações compreendidas como centrais?


b. Quais as principais conexões?
c. É possível perceber conexões dos assuntos com a nossa vida cotidiana?

11. Solicitar que após essas sínteses a turma crie uma seção especial no Glossário Crítico do
“Economiquês” para conceitos importantes deste bimestre, como: raça, gênero, classe, segregação,
democracia racial e outros que surgirem. Combinar com a turma como eles e elas gostariam de realizar
os registros nesta seção considerando seus interesses.

12. Propor que a turma se divida em 4 grupos novamente. Neste momento, é importante garantir que
cada grupo tenha pelo menos dois representantes de cada subtemas pesquisado anteriormente.

58 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

13. Apresentar a proposta de produção de infográficos(1) sobre a problemática central do bimestre.


Apresentar exemplos de infográficos (aqui pode ser interessante:
https://www.youtube.com/watch?v=_skCVmGJwVg) que compõem o Atlas da Violência.

14. Propor que a partir das discussões anteriores cada grupo escolha um recorte temático para
desenvolver no infográfico que ofereça subsídios para compreender a problematização central: O
desenvolvimento econômico é uma questão de raça, gênero e classe?

15. Orientar e acompanhar a produção dos infográficos. Convidar os grupos a elaborar um roteiro de
trabalho, considerando a seguinte estrutura:

a. Definir escolha do tema;


b. Dados e informações sobre o tema;
c. Definição das informações mais importantes;
d. Ideação de layout, considerando a combinação de textos, cores e imagens.

16. Pactuar, neste momento, quais serão os critérios de avaliação e convidar os grupos a participar dessa
escolha. É possível propor uma categorização dos critérios, como: conteúdos, estética, comunicação,
organização e etc.

17. Promover paradas para que os grupos partilhem com a turma os processos de produção e troquem
experiências e sugestões acerca dos infográficos. Aproveitar estes momentos para pactuar com os e as
estudantes quais evidências de aprendizagem serão consideradas nesta atividade, apresente
possibilidades de reflexão para os grupos, como: os conceitos estruturantes estão presentes? As
informações dialogam com a problematização central? Há utilização dos elementos estéticos
característicos de um infográfico?

18. Promover, inicialmente, uma partilha dos infográficos da turma, com o objetivo de mapear sintonias,
divergências e particularidades entre as produções.

19. Apresentar uma sistematização das produções desenvolvidas, evidenciando os pontos centrais acerca
da problemática do bimestre.

20. Promover uma mostra dos infográficos para a comunidade escolar. Convidar os e as estudantes para
organização neste momento.

21. Dialogar com os e as estudantes sobre as aprendizagens construídas e o percurso vivenciado durante o
bimestre.

(1) - Este infográfico pode ser digital, caso sua escola tenha conectividade suficiente. Existem
plataformas digitais com layouts pré-definidos para auxiliar. Porém, eles também podem ser
desenvolvidos com os recursos disponíveis na sua escola, como: cartolina, papel pardo, flipchart,
canetinha, lápis de cor, colagem e etc.

Propostas de Avaliação

Proponha uma autoavaliação individual e coletiva através de rubricas. Considere a construção


coletiva das rubricas (se pode construir rubricas atitudinais, processuais e ontológicas) e convide os(as)
estudantes para propor quais pontos ele(as) entendem como importantes sobre o processo.
Professor(a), as rubricas podem ser modificadas, excluídas e incluídas ao longo do processo de
desenvolvimento das atividades e aprendizagens. As rubricas permitem que se discuta com mais clareza os
avanços ou dificuldades das aprendizagens coletivas e individuais. Elas permitem, também, que se perceba o
avanço na consolidação de cada uma das habilidades selecionadas neste bimestre.
Para apoiar a avaliação através das rubricas, considere os registros realizados durante os momentos
de acompanhamento das atividades e dos critérios de avaliação pactuados com a turma.
Para avaliar as habilidades EMIFCHS01 e EMIFCHS07, considere o painel investigativo construído pela
turma, a fim de mapear as conexões entre a problemática central e os subtemas do bimestre. Pode ser

59 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

interessante realizar essa avaliação coletivamente com a turma, evidenciando quais outras conexões
poderiam ter sido feitas e os pontos de força.

3º Bimestre - O consumo consciente atrapalha a economia e as relações de trabalho?

O 3º Bimestre foca no protagonismo social dos e das estudantes, a partir da sua relação
com a comunidade escolar. O debate crítico sobre a possibilidade de um capitalismo verde e
sustentável, do consumo consciente e seus possíveis impactos estarão em pauta a partir da
proposta central do bimestre, criação de um brechó, permitindo que os e as estudantes
vivenciem situações reais de aplicabilidade dos conhecimentos propostos neste bimestre. É
importante convidar a comunidade escolar para participar deste projeto, abrir espaço para
que as famílias participem das decisões pode ser um caminho facilitador, por exemplo, para a
doação de objetos para o brechó.

3º Bimestre - Desenvolvimento econômico


O consumo consciente atrapalha a economia e as relações de trabalho?
Sugestão de subtemas:

➢ Emissão de Carbono e Mercado de Carbono


➢ Consumo consciente
➢ Produções sustentáveis

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Processos Criativos


(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e
plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores
pretendidos
Eixo Empreendedorismo
(EMIFCG11) Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabelecer e
adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar projetos pessoais e produtivos
com foco, persistência e efetividade.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Processos Criativos


(EMIFCHS06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Empreendedorismo
(EMIFCHS10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos, em âmbito local,
regional, nacional e/ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os impactos socioambientais,
os direitos humanos e a promoção da cidadania.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

60 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre, criação de um brechó, e abrir o debate para o
planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para colaborar na elaboração
e definição dos prazos, fluxos , estratégias e instrumentos de avaliação e as respectivas expectativas de
vivências neste aprofundamento. Considerar pactuar com os e as estudantes paradas periódicas para
um acompanhamento crítico dos processos em andamento. Promover coletivamente a elaboração de
algumas evidências de aprendizagem para que os(as) estudantes tenham clareza do que é esperado
como aprendizagem para o bimestre.

2. Propor um debate sobre as concepções de brechó que a turma possui, buscando refletir sobre como
essas concepções são, muitas vezes, reproduções de estigmas e preconceitos, especialmente
relacionados à classe, e também descortinar outras apropriações e sentidos dessa prática. Para isso,
faça questões como:

a) O que é um brechó?
b) Eu conheço e frequento algum brechó?
c) Minhas percepções estão relacionadas a quais vivências pessoais?
d) Quais palavras são compreendidas como sinônimo de brechó?

Mediar o debate para promover reflexões mais críticas, a fim de ampliar o repertório dos e das
estudantes. Para esse momento, pode ser interessante apresentar para os e as estudantes os
seguintes materiais:

BRECHÓ tá na MODA? O movimento das grandes marcas no mercado de segunda mão | Lu


Valente | YouTube. (Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ohcOIViF-bY)

Mizuneira, o jovem que restaura os tênis mais cobiçados na periferia de SP | Felipe Maia |
TAB Uol (Disponível em:
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2022/05/22/mizuneira-o-jovem-que-restaura-os-te
nis-mais-cobicados-na-periferia-de-sp.htm)

Professor(a), para auxiliar sua prática nesse momento pode ser interessante a leitura de “Gostos de
Classe e Estilos de Vida”, de Pierre Bourdieu (Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1807511/mod_resource/content/1/Bourdieu_.pdf), que
nos apresenta um debate acerca do que compreendemos como gosto, estilos de vida e consumo,
discutindo como eles não são aleatórios ou frutos unicamente de nossa individualidade ou
subjetividade, mas são, em grande medida, imposições e opressões que dialogam com os interesses
das classes dominantes e se constituem como formas de alienação.

3. Mediar um brainstorming sobre quais compreensões os e as estudantes consideram, quando o assunto


é consumo consciente e outras formas de consumir. Provocar reflexões relacionadas às escalas de
consumo e impactos, ou seja, é importante garantir que os e as estudantes compreendam que focar o
debate e vivência deste bimestre em uma escala local não elimina a escala global e estrutural (aspectos
abordados na Formação Geral Básica), mas ampliam caminhos possíveis que podem impactar
positivamente a comunidade escolar. A fim de coletar evidências das aprendizagens sobre produção e
consumo na macroescala, algumas chaves de reflexão podem auxiliar neste momento, como:
a) Os e as estudantes trouxeram para o debate conhecimentos que evidenciam que eles e
elas compreendem que a produção em larga escala de alimentos e produtos industriais
atende ao comércio exterior e não interno?
b) Nas ideias apresentadas os e as estudantes trouxeram aspectos relacionados aos
problemas de consumo de água pelo agronegócio, como volume, desperdício,
contaminação etc.?
c) Os e as estudantes apresentaram relações entre o consumo não consciente e o mercado
publicitário das grandes marcas e empresas?
Caso sua escola esteja localizada em uma região que já possui brechós, é possível convidar o(a) dono(a)
ou responsável para um momento de troca e partilha com os e as estudantes sobre esses impactos na
escala local e na vida cotidiana.

61 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

4. Apresentar detalhadamente a proposta de realização de um brechó, ao longo do bimestre. Construir


coletivamente com a turma um planejamento inicial, de um modo livre, democrático e criativo, para a
execução desta proposta, algumas sugestões para nortear o planejamento:
a. O brechó será contínuo ou em edições ao longo do bimestre?
b. Como faremos a arrecadação das doações? Toda a comunidade pode ser convidada
para fazer doações?
c. Quais produtos serão vendidos no brechó? Haverá seções? Como será organizado?
d. Como faremos a divulgação?

5. Organizar a turma em grupos e elaborar coletivamente um roteiro para as pesquisas que serão
desenvolvidas continuamente ao longo do bimestre sobre os subtemas propostos. Apresentar aos
estudantes algumas questões norteadoras, tais como:
a. Qual é a relação entre as taxas de emissão de carbono e/ou gases do efeito estufa e a
indústria têxtil?
b. A moda pode ser sustentável e consciente?
c. Quais são as relações entre a indústria da moda, o trabalho e os preços acessíveis das
mercadorias?
d. Por que certas marcas, como a Shein, conseguem produzir de forma tão barata?
e. Qual é a média de gasto de água para produção de um tênis, uma camiseta de algodão
e uma calça jeans? Essas produções podem ser sustentáveis?
f. O mercado de carbono pode ser um caminho possível para a sustentabilidade?

6. Propor que os e as estudantes criem um mural digital que sirva como uma biblioteca pública sobre os
assuntos. Esse mural pode ser criado em um jamboard, um padlet, trello, miró e etc,. É importante que
os alunos e alunas escolham a ferramenta que dialoga melhor com o formato planejado e desejado por
eles e elas.

7. Propor aos estudantes que cada peça ou objeto vendido no brechó tenha uma etiqueta/card com uma
pílula de conhecimento, na tentativa de despertar o interesse dos(das) compradores(as) para conhecer
o mural-biblioteca das pesquisas. Essas etiquetas/cards podem ter como concepção a seguinte
provocação: “Você Sabia?”. Apresentar nessas etiquetas/cards uma informação coletada na pesquisa
ou algum conceito importante do Glossário Crítico do “Economiquês” em um formato que desperte a
curiosidade, e um qrcode ou o link para o mural biblioteca, para que a comunidade possa conhecer as
pesquisas e aprofundar-se nos assuntos. Caso o Glossário Crítico do “Economiquês” da turma seja
virtual, considerar também a divulgação desta ferramenta. Se o mural-biblioteca for desenvolvido no
formato de cartazes, é possível enumerar cada cartaz e indicar essa numeração nas etiquetas. Os
cartões podem ser feitos, independentemente se o mural-biblioteca for digital ou não, com qualquer
material disponível na escola. Não há necessidade de impressão ou material específico. Aproveitar este
momento para provocar os e as estudantes a realizar produções criativas deste material e com uso
consciente de recursos.

8. Promover, durante o bimestre, momentos de partilha das pesquisas e vivências com o brechó, a fim de
que os grupos conheçam as pesquisas dos colegas, troquem fontes, estratégias de curadoria, analisem
o desenvolvimento do mural-biblioteca, considerando quais pontos eles e elas gostariam ainda de
abordar, de aprofundar e/ ou rever, bem como dificuldades encontradas no processos etc. Construir
coletivamente critérios de avaliação dessas pesquisas, considerando todo o processo vivenciado.

9. Propor, também, uma partilha da vivência no brechó enquanto aprendizagem dos subtemas e troca
com a comunidade. Convidar os e as estudantes a compartilharem quais conexões eles e elas têm
elaborado entre os subtemas e as vivências no brechó, como tem sido o diálogo com a comunidade,
como a troca com a comunidade tem ensinado sobre os subtemas etc. Mediar a conversa a fim de que
esses momentos permitam aos estudantes refletir sobre os subtemas e avançar nas pesquisas que já
estão em desenvolvimento

62 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

10. Propor no final do bimestre que a turma inteira elabore uma síntese, que possa ser publicada no
mural-biblioteca, no formato escolhido pela turma (como vídeo, texto, memes, charges e etc.), a partir
das seguintes reflexões: O que a vivência com os brechós revela sobre o conceito de trabalho? O
consumo consciente acabará com as formas de trabalho?

11. Promover um debate sobre os futuros caminhos que eles e elas querem e desejam dar ao brechó.
Convidar os(as) estudantes a pensar se o brechó pode se tornar um projeto empreendedor da
comunidade escolar e quais potencialidades de transformação da comunidade escolar este projeto
pode ofertar.

Propostas de Avaliação

Proponha uma autoavaliação individual e coletiva acerca das experiências com o brechó. Considere
construir coletivamente uma tabela reflexiva para apoiar, convidando os e as estudantes para propor quais
pontos eles e elas entendem como importantes sobre o processo, e convide-os(as) a comparar de forma
crítica e respeitosa a sua autoavaliação individual com a da turma.
Para avaliar as habilidades propostas neste bimestre, além do acompanhamento e do resultado do
mural-biblioteca, as etiquetas/cards podem oferecer potentes evidências de aprendizagem, elas vão exigir dos
e das estudantes boas sínteses, ampliação de repertórios, relações complexas entre objetos do conhecimento
e a vida cotidiana, comunicação social e difusão de conhecimento e etc., desta forma, considere acompanhar
o processo de produção das etiquetas/cards.
O Glossário Crítico do “Economiquês” pode ser uma importante fonte para o acompanhamento das
aprendizagens, proponha que a turma crie uma sessão especial sobre o Brechó, em que os conceitos
estruturantes acerca da concepção e administração do brechó estejam em evidência neste bimestre.

4º Bimestre - Economia Solidária e Outras Possibilidades

O 4º Bimestre propõe discussões sobre possíveis caminhos alternativos para o debate e


compreensão sobre desenvolvimento, com foco nos estudos em economia solidária e
economia criativa, a partir de uma saída a campo, onde os horizontes de pesquisa, de
vivência, de aprendizagem e mediação se ampliam, para além do ambiente escolar. O
esperado é que os e as estudantes criem fotografias autorais que representem as
aprendizagens relacionadas à saída a campo, onde as percepções, os sentimentos, os sonhos
e olhares dos e das estudantes estão no centro do processo.

4º Bimestre - Desenvolvimento Econômico


Economia Solidária e Outras Possibilidades
Sugestão de subtemas:

● Economia Solidária;
● Economia Criativa;

63 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC

Eixo Investigação Científica


(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
Eixo Processos Criativos
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e
plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores
pretendidos.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes,
consequentes, colaborativas e responsáveis.

Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes

Eixo Investigação Científica


(EMIFCHS03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos de natureza histórica,
social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar
as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias.
Eixo Processos Criativos
(EMIFCHS04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica
sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito
local, regional, nacional e/ou global.
Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural
(EMIFCHS08) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no
respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Estratégias de Ensino e Aprendizagem

1. Apresentar aos estudantes a proposta do bimestre: saída a campo e uma mostra de fotografia
autoral, aqui pode ser interessante a leitura:
http://gravuracontemporanea.com.br/fotografia-autoral-arte-contemporanea-investimento-colecao/
e abrir o debate para o planejamento coletivo do percurso de aprendizagem, convidando-os(as) para
colaborar na elaboração e definição dos prazos, fluxos, estratégias e instrumentos de avaliação e as
respectivas expectativas de vivências neste aprofundamento. Considerar pactuar com os e as
estudantes paradas periódicas para um acompanhamento crítico dos processos em andamento.
Promover coletivamente a elaboração de algumas evidências de aprendizagem para que os(as)
estudantes tenham clareza do que é esperado como aprendizagem para o bimestre. É muito
importante garantir uma escuta sensível em relação aos entendimentos, anseios, receios e objetivos
de cada um(a), evidenciando o caráter participativo e democrático desta unidade curricular.

2. Considerar a perspectiva de aula invertida e propor aos estudantes que escutem o podcast O é
economia solidária? | MOMENTO IECOSOL | Spotify (Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/1ilRLtrUlDmKUS2ckzc7pn?si=9b4f094ec25e4671&nd=1) e anotem
os pontos mais interessantes. Para nortear as anotações dos e das estudantes, considere apresentar
algumas chaves de reflexão, como:

a. O que é, de fato, economia solidária?


b. Quais são os pilares desta proposta?
c. Qual é o contexto de surgimento das economias solidárias?

64 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

d. Quais são as contribuições da economia solidária para o desenvolvimento do


Brasil?

3. Promover uma roda de partilhas acerca das anotações e compreensões dos e das estudantes sobre o
podcast e propor que a turma assista ao vídeo O que é economia criativa? | Elaborando Projetos -
Sociais e Culturais (https://www.youtube.com/watch?v=WvvOrZTjKMo) e dialogue sobre as
questões:

a. Há semelhanças entre essas propostas?


b. Essas propostas podem ser uma alternativa para o desenvolvimento?
c. Você conhece alguma iniciativa de economia solidária ou criativa?

4. Em seguida, elaborar estações de aprendizagem com a seguinte proposta: Raio X da economia


solidária e economia criativa. Apresentar em cada estação um conjunto de infográficos, reportagens
e vídeos que forneçam um panorama sobre essas propostas. Propor as seguintes perguntas
norteadoras da análise:

a. Qual é o perfil do público da economia solidária e da criativa?


b. Quais são os setores produtivos mais impactados pela economia solidária e
criativa?
c. Qual é a contribuição da economia solidária e criativa na economia brasileira?
d. Considerando que as fontes possuem diferenças de até 4 anos, o que podemos
considerar sobre a economia solidária e criativa quando analisamos os últimos
anos?
e. Quais regiões e estados brasileiros têm os maiores e menores números em relação
ao número de empregos gerados pela economia solidária e criativa?

Professor(a), algumas fontes que podem auxiliar neste momento:

Cooperativismo | CVale.
(Disponível em: https://www.cvale.com.br/site/nossa-empresa/cooperativismo)
Importância das cooperativas no Brasil | Feco Agro Leite Minas. (Disponível em:
https://fecoagroleiteminas.com.br/importancia-das-cooperativas-no-brasil/)
Por que escolher uma cooperativa financeira ao invés de um banco? | Blog Sicoob Credipit.
(Disponível
em:https://www.blogsicoobcredpit.com.br/cooperativismo/por-que-escolher-uma-cooperativa-
financeira-ao-inves-de-um-banco/?doing_wp_cron=1670867559.9659450054168701171875)
Em gráfico, veja a importância da indústria criativa para o crescimento da economia | G1.
(Disponível em:
https://g1.globo.com/especial-publicitario/cultura-gera-futuro/noticia/2018/11/08/em-grafico-
veja-a-importancia-da-industria-criativa-para-o-crescimento-da-economia.ghtml)
Economia Solidária, Eleições 2020 e o Futuro do Brasil: seminário debate estratégias de
desenvolvimento econômico com sustentabilidade | Unicopas. (Disponível em:
https://unicopas.org.br/noticias/economia-solidaria-eleicoes-2020-e-o-futuro-do-brasil-semina
rio-debate-estrategias-de-desenvolvimento-economico-com-sustentabilidade/)
CONGRESSO. Senador apresenta PEC que inclui a Economia Solidária na ‘ordem econômica
nacional’ | Claudemir Pereira. (Disponível em:
https://claudemirpereira.com.br/2022/07/congresso-senador-apresenta-pec-que-inclui-a-econ
omia-solidaria-na-ordem-economica-nacional/)
14ª edição: feira da economia popular solidária realizada em Teófilo Otoni atrai o público| TV
LESTE | YouTube. (Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-z8OPt2-24Y)
Economia Solidária é alternativa para geração de emprego e renda | TV BrasilGov | YouTube.
(Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ulzZP_4EQRk)

65 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Neste momento, é importante convidar os grupos a desenvolverem suas análises considerando também
os conhecimentos adquiridos anteriormente, como as complexidades sobre o debate acerca do conceito
de desenvolvimento, as relações entre raça, gênero, classe e desenvolvimento econômico, o status
financeiro do Brasil (MAT), a economia e o jovem consumidor (MAT).

5. Promover um momento de partilha das análises produzidas por cada grupo. Este pode ser um
importante momento para coletar evidências de aprendizagem com base nos pontos apresentados
pelos grupos. Considere pactuar com a turma quais serão essas evidências de aprendizagem.
Algumas sugestões são:

a. Os grupos conseguiram coletar e produzir análises pautadas em dados e informações?


b. Como foi o processo de interpretação de dados e fontes? Assertivo? Frágil?
c. As análises “respondiam” realmente às chaves de reflexão propostas?

Propor, durante esses momentos, que registrem no Glossário Crítico do Economiquês os conceitos
trabalhados no bimestre e nas partilhas dos grupos. Caso os e as estudantes tenham dificuldade em
identificar esses conceitos, apresentar alguns, como: economia solidária, economia criativa e
cooperativismo.

6. Com base nas partilhas, elaborar uma sistematização dos pontos centrais sobre economia solidária e
criativa, retomando em especial as fragilidades percebidas anteriormente.

7. Propor a construção coletiva de um resumo criativo das análises vivenciadas nas estações e pedir
que o fixem nas paredes da sala de aula. Podem ser mostrados como exemplos: http://gg.gg/12tdeh,
http://gg.gg/12tdej, http://gg.gg/12tdek, http://gg.gg/12tdel .

8. Retomar a proposta apresentada no início do bimestre: saída a campo e uma mostra de fotografia
autoral. Explicar que o objetivo desta saída a campo é conhecer na prática os pontos debatidos
anteriormente e partilhar essa vivência com a comunidade escolar por meio da mostra de fotografia
autoral.

9. Considerar a perspectiva de aula invertida e propor aos estudantes que pesquisem, de forma livre,
seguindo sua curiosidade, os seguintes pontos:

a. O que é uma fotografia autoral? Quais são suas características estruturantes? Como
tirar uma fotografia autoral?

b. O que é economia solidária? Quais as diferenças entre economia solidária e criativa?


Quais exemplos eles e elas gostariam de conhecer?

10. Propor em sala de aula, com o auxílio de folhas de papel pardo, ou outro material disponível, que a
turma de forma coletiva, crie dois painéis que possam ser utilizados como roteiros sobre:

a. Os pontos importantes para se considerar acerca de uma fotografia autoral;


b. Os pontos centrais sobre economia solidária e criativa;
c. Possíveis lugares para uma saída a campo.
d. Caso a turma não traga exemplos que oportunizem boas saídas a campo, considere
conhecer a Unicafes Minas Gerais. A União das Cooperativas da Agricultura Familiar e
Economia Solidária do Estado de Minas Gerais (Unicafes-MG) possui parceiros no
estado inteiro. Assim, pode-se entrar em contato e conhecer um parceiro próximo da
sua escola para considerar a saída a campo.

11. Apresentar, com mais detalhes para a turma, a proposta de criar uma mostra de fotografia autoral
que represente, ilustre e expresse as vivências neste bimestre, incluindo a saída a campo.

12. Organizar com a turma saída a campo, considerando as seguintes etapas:

66 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

a. Planejamento: definir o local, reunir as informações básicas para essa saída, organização
de um roteiro e distribuição de tarefas e/ou combinados pedagógicos. Organizar com
detalhes no roteiro os aspectos relacionados às fotografias autorais.

b. O roteiro pode conter respostas aos seguintes pontos:


1- Quais são as informações prévias do local? (Orientar a obtê-las por meio de
pesquisa.)
2- Quais aspectos deverão ser analisados com atenção? (Este tópico vai depender
do local escolhido por cada escola, porém, o importante é garantir que os e as
estudantes identifiquem os aspectos abordados na realidade do campo.)
3- Qual é a atividade desenvolvida?
4- Quais relações podem ser identificadas entre os pontos estudados e a realidade?
5- Quais foram os pontos mais significativos? Quais pontos serão representados
nas fotografias? (Neste momento é importante garantir que os e as estudantes
compreendam que devem fotografar, de acordo com as características de uma
fotografia autoral, os aspectos do campo que foram mais significativos.)
c. Saída a campo: todos e todas com os materiais combinados e clareza do roteiro.

13. Propor aos estudantes uma sistematização das aprendizagens relacionadas a saída a campo. Elaborar
juntos aos estudantes os temas centrais que eles e elas gostariam de abordar na sistematização.
Após essa definição solicitar que os e as estudantes se dividam em grupos (o número de grupos deve
contemplar a mesma quantidade de temas escolhidos para a sistematização), cada grupo será uma
“estação de aprendizagem” e as folhas e/ou cadernos de sistematização devem circular entre os
grupos, de acordo com o tempo pré definido coletivamente, desta forma cada grupo terá que
trabalhar a partir de onde o outro grupo parou, garantindo que a turma tenha disponível uma
coletânea de sistematizações coletivas.

14. Promover com a turma um momento de diálogo sobre as sistematizações e mediar os erros, acertos,
faltas, sobreposições ou qualquer outro ponto que seja necessário.

15. Pedir à turma que partilhe as fotografias tiradas em campo, de modo que cada estudante apresente
a sua foto e comente quais pontos quis registar e quais relações entre os subtemas do bimestre e a
realidade a fotografia pretende mostrar.

16. Iniciar com os alunos e alunas a organização da mostra de fotografias autorais, apresentar para a
turma a possibilidade de convidar as famílias para participar desta organizando, para que este
momento possa ser vivenciado pela comunidade escolar.

17. Abrir espaço para que a mostra seja estruturada e organizada em diálogo com os anseios dos e das
jovens. Propor que os e as estudantes definam alas para a mostra que devem expressar a jornada e
os conhecimentos adquiridos no bimestre.

18. Considerar a possibilidade de criar um evento cultural de fim de ano na escola, ancorado pela mostra
de fotografias autorais dos e das estudantes e apresentar também para a comunidade o Glossário
Crítico do “Economiquês”.

19. Dialogar com os e as estudantes sobre as aprendizagens construídas durante o ano letivo neste
aprofundamento.

Propostas de Avaliação

Considere uma autoavaliação acerca das vivências neste aprofundamento. Proponha que a turma
faça essa autoavaliação em círculo a partir das seguintes reflexões: Que bom que… / Que tal se… / Que pena
que….

67 Estado de Minas Gerais - 2023


2º ano - Novo Ensino Médio

Para as habilidades (EMIFCHS03) e (EMIFCHS08) as sistematizações coletivas podem oferecer


potentes evidências de aprendizagem, assim como, é possível propor que os e as estudantes realizem um
mapa mental, um resumo, gravem um pequeno vídeo apresentando individualmente suas aprendizagens.
Todo o processo, desde a elaboração até a execução da mostra de fotografias autorais, é uma fonte
de evidências das aprendizagens relacionadas às habilidades (EMIFCHS04) e (EMIFCHS08). Alguns possíveis
horizontes acerca dessas evidências, podem ser: Os e as estudantes tiveram dificuldades de “enxergar” os
objetos de conhecimento e aprendizagens no seu dia a dia? Quais foram as conexões criadas durante o
processo de roteirização dessas fotos? Quais vivências e objetos de conhecimento foram ilustrados nas fotos?
e etc.

REFERÊNCIAS

Matemática e Visão de Finanças - MAT

ALRO, Helle; SKOVSMOSE, Ole. Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica,
2006.

BACICH, Lilian. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Uma abordagem teórico prática. São
Paulo: Penso Editora Ltda, 2018.

68 Estado de Minas Gerais - 2023

Você também pode gostar