MITO DA CAVERNA TOMÁZ DE AQUINO RELAÇÃO ENSINO APRENDIZAGEM
Trabalho apresentado como requisito
parcial para avaliação na disciplina de Fundamentos Filosóficos da Educação, no curso de Pedagogia – modalidade à distância. Sob orientação do Professor Célio Juvenal Costa.
Paranavaí
2016 Análise do Mito da Caverna - Maurício de Souza.
O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, é um texto do filósofo grego
Platão, o mito fala sobre prisioneiros que desde o nascimento, vivem presos em correntes, numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia a dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens, analisando e julgando as situações. Até que um dos prisioneiros é forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Percebe que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real fica encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Volta para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, é ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros o chamam de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas. Maurício de Souza nos traz uma bem humorada visão desse mito. A caverna onde estão os prisioneiros representa o mundo em que vivemos, ele coloca como existente dois mundos: o de dentro da caverna, que é o que acreditamos ser verdade, segundo nossa tradição hábitos e cultura é o que conhecemos e o mundo fora da caverna, que é o conhecimento do real, o cientifico, o comprovado através da visão ampla. As imagens transmitidas na parede da caverna são sombras projetadas pela pouca luz que entra na caverna, e representam o senso comum, são verdades que acreditamos às vezes erroneamente, pois são passadas para nós e acreditamos sem questionar se realmente é isso mesmo. Quando estamos dentro da caverna somos acomodados, é mais fácil receber o conhecimento pronto e acreditar sem questionamentos sem averiguação se realmente só existe esse mundo. A vida fora da caverna nos faz pensar sermos pessoas inteligentes, buscar conhecimentos científicos. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna. A saída da caverna e a busca da luz é a busca pelo conhecimento, quando conseguimos enxergar a realidade de maneira diferente é difícil, saímos do comodismo para a busca do novo, devemos nos esforçar, temos que querer buscar conhecimentos novos. O homem não pode viver preso na caverna, acreditar somente no que é posto a ele, o conhecimento não pode ser sombra projetada na parede, imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante toda vida, tem que ser busca constante de conhecimento. O homem quando sai da caverna tem que voltar e mostrar a grande descoberta. Não deve ser somente o fogo que transmite o conhecimento tem que levar o outro a descoberta. Quem quer continuar na caverna, por medo ou comodismo, não está disposto a ir à busca da verdade, prefere acreditar no que os outros dizem, nas ideias dos outros e não vão à busca da verdade pautada em conhecimentos científicos. Em seus quadrinhos, ele consegue mostrar que um texto tão antigo parece ser atual, e como, mesmo com o passar dos séculos, o ser humano continua condicionado a uma vida determinada pelo ambiente à sua volta. Ele mostra de forma divertida como nos somos acomodados e influenciados pelas coisas ao nosso redor e até mesmo pela mídia que temos como verdade absoluta. É fato que a televisão é presente no dia a dia de grande parte da população mundial, produzindo costumes, gostos, hábitos, maneiras diferentes de se portar diante da sociedade, que não são nossas e nem se assemelham a nós. E pior, vamos adotando como referência os donos dessas imagens. Em nossos dias, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta. Temos as redes sociais onde passamos muito tempo olhando as imagens projetadas como verdades. E muitas vezes nos projetamos à imagem que acreditamos ser verdadeira e não gostamos quando somos questionados. Não somos educados para pensar, somos educados para fazer. Por isso somos acomodados em receber conhecimentos prontos e não buscamos aprofundamento. Estamos acostumados com as noções sem que delas reflitamos para fazer juízos corretos, mas apenas acreditamos e usamos como nos foi transmitido. ENSINO APRENDIZAGEM
Tomás de Aquino um monge dominicano foi um importante teólogo e filósofo
do século XIII. É considerado um dos principais representantes da escolástica (linha filosófica medieval de base cristã). Foi o fundador da escola tomista de filosofia e teologia (é chamado de tomista o conjunto de doutrinas teológicas e filosóficas de Tomás de Aquino). Buscou utilizar a filosofia greco latina clássica (principalmente de Aristóteles) para compreender a revelação religiosa do cristianismo. De acordo com o filósofo, há dois tipos de conhecimento, o sensível e o intelectivo, o sensível é captado pelos sentidos e o intelectivo alcançado pela razão. Pelo sensível só se pode conhecer a realidade com a qual se tem contato direto, já pelo intelectivo pode-se abstrair, agrupar, fazer relações e alcançar a essência das coisas. Tomás de Aquino, cujo pensamento privilegiou a atividade, a razão e a vontade humana, viveu para a evangelização e para o ensino, ele toma para si a tarefa de ensinar e de pregar princípios cristãos. Para ele, embora esteja subordinada à fé, a razão funciona por si mesma, segundo as próprias leis. O homem pode obter o conhecimento de duas maneiras, a primeira é quando o homem conhece sozinho, esse tipo de conhecimento é denominado descoberta por Tomás de Aquino, a segunda maneira é quando o homem é ajudado pelo mestre, essa forma é denominada ensino. Ele afirma que o homem por ter um intelecto capaz de apreender a verdade e ensiná-la, pode ser mestre. Um homem é de certo modo causa do conhecimento para outro homem, não no sentido de que lhe transmita o conhecimento dos princípios, mas porque estende a ato, mediante sinais sensíveis mostrados aos sentidos externos. O ensino, para ele, deve iniciar pelos elementos que o aluno conhece. O processo de abstração que vai da realidade concreta até a essência universal das coisas é um exemplo da dualidade entre ato e potência. Para extrair das coisas sua essência, é necessário transformar em ato algo que eles têm em potência. Disso se encarrega o que ele chama de inteligência ativa em complementação a uma inteligência passiva. A ideia introduz um princípio pedagógico moderno e revolucionário para o seu tempo, o de que o conhecimento é construído pelo aluno e não somente transmitido pelo professor. O envolvimento ativo do aluno é de muita importância, não basta somente a presença passiva, pois o conhecimento não pode ser transferido involuntariamente de uma mente para a outra. Para que o aprendizado ocorra é necessária a colaboração ativa do aluno, porque sem esta, os esforços do professor estão destinados ao fracasso. Compreendida como o processo de eduzir (extrair) o conhecimento em ato a partir da potência, o aluno é conduzido ao conhecimento do que ele ignorava. Distancia-se da concepção de ensino como simples transmissão mecânica, pois se o conhecimento preexiste como potência ativa no aluno, somente ele, auxiliado pelo professor, pode fazer esta passagem da potência para o ato. Em virtude disso, para Tomás de Aquino, o professor atua como um agente extrínseco, o qual age somente ajudando o agente intrínseco, no caso o aluno, fornecendo a este, meios que possam fazer surgir o ato, ou seja, o conhecimento, o aprendizado. O professor deve conduzir o aluno ao conhecimento do que ele ignorava, seguindo o caminho trilhado por alguém que chega por si mesmo à descoberta do que não conhecia. A contribuição fundamental do professor é de auxilio para tornar sua potencialidade intelectual em ato. O professor somente ampara o aluno e guia-o no conhecimento da verdade, mas não tem o poder de causar interiormente, no intelecto, o conhecimento. Ao definir o papel do aluno, Tomás de Aquino deixa bem claro que, embora o aluno seja o agente principal da sua formação, não significa que a missão do professor ocupe um lugar de menos importância, que sua atuação seja secundária, pois cabe a este ajudar o aluno a desenvolver suas potencialidades, conduzi-lo pelos caminhos do conhecimento. Educando e educador, devem abraçar suas responsabilidades, sem que um ocupe o lugar que compete ao outro. Desse modo, ao ressaltar a importância e a tarefa própria do professor, acabam levando os educadores a tomarem consciência da necessidade de investirem em sua própria formação, de buscarem aprofundar seus conhecimentos. Isso se justifica, essencialmente, pela percepção de que somente um professor que domina sua área, que busca sempre se atualizar, que tem ciência daquilo que ensina cumpre realmente a sua função e, ainda por cima, somente agindo assim ele poderá estimular a capacidade pessoal do próprio aluno.