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MODELO DE EDUCAÇÃO GREGO E ROMANA

                A educação é o meio pelo qual os conhecimentos de mundo, sociedade e


espiritualidade são passados de geração para geração. Ela engloba o ato de
ensinar e aprender.  O processo educativo passou e passa por uma série de
mudanças através da história das civilizações.

           A história da educação na Antiguidade não pode deixar indiferente nossa


cultura moderna: ela retraça as origens modernas de nossa própria tradição
pedagógica. Somos greco-latinos: o essencial da nossa civilização veio da deles:
isso é verdadeiro, num grau eminente, para nosso sistema de educação.(Marrou,
1975, p.4)

            As civilizações greco-latinas apresentavam uma educação voltada para a


resolução de problemas cotidianos e com um perfil mais prático, porém percorrendo
um caminho de refinamento pedagógico e intelectual ocorrido durante os anos e
que fundamentou os atuais pensamentos educacionais e metodológicos.

                Dos povos antigos, os gregos são os pioneiros na formação de teorias


educacionais, e os que mais se sobressaíam. Tais avanços educacionais deram
uma maior compreensão de cultura e do lugar ocupado pelo indivíduo na sociedade.

A educação participa na vida e no crescimento da sociedade, tanto no seu destino


exterior como na sua estruturação interna e desenvolvimento espiritual; e, uma vez
que o desenvolvimento social depende da consciência dos valores que regem a
vida humana, a história da educação está essencialmente condicionada pelos
valores válidos para cada sociedade. (JAEGER, 1994, p. 05).

                A educação grega tinha como princípio a formação integral do indivíduo,


corpo e espírito, tendendo ora para intelectualização por meio de debates, estudo
da filosofia, ora para a preparação militar, por meio de exercícios e esportes.

            Antes do surgimento da escrita, a educação ficava a cargo dos preceptores


que hoje seriam considerados hoje como tutores em tempo integral, e que davam
instruções e formação intelectual nas mais diversas áreas. Só que os preceptores
eram acessíveis somente a elite, aos menos abastados, a educação e preparação
dos filhos ficava a cargo das próprias famílias. O processo educativo passou e
passa por uma série de mudanças através da história das civilizações. Pois,
somente aqueles que não precisassem trabalhar poderiam se ocupar do assuntos
da Pólis. Mas alguém deveria se ocupar do trabalho braçal, neste momento entra
em cena os indivíduos que em sua maioria eram escravos e responsáveis pelo
trabalho em si.

             Na Grécia a educação física que era predominantemente militar começa a
ser viabilizada para os esportes. No caso do hipismo permanecia elitizado pelo alto
custo de manutenção, mas com o tempo o atletismo abriram-se portas para o
público em geral. Um aspecto da cultura educacional grega era de que a
preparação educacional não era exclusividade da escola, mas permeava vários
âmbitos como: reuniões, atividades coletivas, jogos artes e representações
dramáticas. Tanto que o teatro (tragédias) era considerado como a escola de todos
os cidadãos. Pois, em cada apresentação estava uma mensagem a ser imbuída nos
habitantes da Pólis, que já tinha sido selecionada pela elite.

Para evitar que algum autor trágico pudesse tender de encontro aos interesses dos
seus patrocinadores ou dos setores sociais que viabilizavam suas apresentações,
todas as peças eram previamente submetidas ao crivo de um magistrado escolhido
pelos legisladores da pólis. Esse magistrado tinha com função “estatal” selecionar e
escolher quais delas iriam ser apresentadas nas festas dionisíacas: “... Os autores
que participavam dos concursos dramáticos primeiramente submetiam suas peças
ao magistrado encarregado de organizar a festa, que eliminava certo número de
candidatos” (ROBERT, 1987, p. 27).

A educação espartana consistia basicamente em uma formação militar, como


manejo de armas, técnicas de luta. Até os doze anos, a educação tinha uma
dinâmica escolar mais lúdica, com música, poesia e educação física, sendo esta
mais tarde intensificada como parte do treinamento militar, como suportar frio, fome,
dormir de forma desconfortável e vestir-se de forma simples. A prioridade dos
preceitos eram a obediência, a aceitação dos castigos físicos e o respeito aos mais
velhos e a total devoção ao Estado. Durante os jogos era orgulho para os
espartanos exibirem agilidade, força e corpos bem treinados. As mulheres também
eram preparadas para serem fortes físico e moralmente, visando seu futuro como
mãe.

                Atenas foi o ponto de partida para a maior parte do conhecimento


acumulado de toda Grécia Antiga, a ideia de Estado criou o cidadão da Polis.  Com
a ascensão dos comerciantes, surge um novo grupo com poder e com esse uma
nova educação, que pouco a pouco se disseminou pela população grega como um
direito de todos. E, é neste contesto que surge a escrita alfabética, para aos poucos
substituir a escrita bustofrédica que era usada basicamente para as leis e na
administração estatal.

Na época de Sólon (séc. VI a.C), era praticada a escrita bustrofédica para as leis,
que só foi abandonada no inicio de 570 a.C, o novo uso da escrita alfabética
difundiu-se rapidamente através da escola. (MANACORDA, 2002, p. 49)

                Com o surgimento da escrita alfabética, a educação obtém uma posição


de bem social, proporcionando o direito ao conhecimento escrito e democratizando
os saberes acumulados e o regimento das leis, não sendo mais prioridade de uns
poucos.

                Com as novas mudanças, a educação tornou-se aberta a coletividade, e


assim o número de crianças aumentou muito, portanto fez se necessário um espaço
para acolher e ensinar essas crianças, nesse momento temos o aparecimento da
primeira escola. Nesse local era ensinado: música pelo citarista (mestre de música),
pedotriba (mestre de ginástica), o gramatista (mestre de letras e do alfabeto) e o
pedagogo que era responsável por acompanha-lo o pupilo, carrega seus pertences,
ensinar boas maneiras ajudar a repetir as lições e decorar os poemas.

            A educação elementar terminava por volta dos 13 anos, nesse momento os
pobres buscavam um ofício, em contra partida os de famílias mais abastadas era
encaminhados ao ginásio. Com o passar do tempo, e pela própria necessidade da
Pólis, novas disciplinas começaram a ser lecionadas, como: matemática, geometria
e astronomia.

             A educação romana tendia em grande maioria para a práxis diferente da


grega que tinha como ponto de referencia o pensamento filosófico. A sua instrução
escolar tendia para a formação técnica por seu cunho de eficácia, como no caso
das letras e escrita que em muitas vezes era grego, em suma ela tinha um caráter,
prático, familiar e civil.

             Em Roma apesar do pai ter papel central,  a mãe era considerada de suma
importância e tinha um posicionamento muito menos submisso que na Grécia. A
mãe era valorizada e reconhecida como organizadora da vida educacional dos
filhos, junto a pedagogos e mestres. Se por um lado a mãe zelava pela formação
cultural da criança, cabia ao pai a formação moral e social, até mesmo permeando
os estudos, o qual era feito de forma rígida, para a formação do futuro cidadão.

            Até os 7 anos a responsabilidade para com os filhos era da mãe, após isso
as meninas permaneciam no aprendizado dos afazeres do lar e os meninos
passavam a ter o pai como responsável por sua educação.

                A partir do século I a.c foram implantadas escolas baseadas nos moldes
gregos, e surgiram as primeiras escolas latinas de retórica e gramática. Pouco
tempo depois, o espírito de praticidade romano levou a uma estruturalização das
escolas que passaram a ser divididas em graus e com instrumentos específicos,
como manuais de estudo. Dentro dessa divisão existiam as escolas elementares,
que eram responsáveis por ensinar a ler, escrever e calcular, tais escolas
funcionavam em locais alugados ou nas casas de ricos, as crianças dirigiam-se para
lá acompanhadas dos pedagogos. As escola secundárias provinham conhecimentos
em geometria, música, astronomia, literatura e oratória.     

A cultura grega continua influenciando a educação em Roma, e assim, surgem as


escolas de retórica que poderiam ser consideradas de nível superior, e eram
frequentadas por aqueles que iriam seguir carreira política, direito e filosofia.

Diante deste contexto é notório que o sistema educacional grego,


influenciou a educação romana contribuindo para a disseminação do conhecimento.

Referências

SETOGUTI, Ruth Izumi, FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇAO v3, Maringá


Eduem 2009.

JAEGER, Werner. Paidéia- A FORMAÇÃO DO HOMEM GREGO. São Paulo:


Martins Fontes, 1994.

ROBERT, Fernand. A literatura grega. Trad: Gilson César Cardoso de Souza. 1ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1987

MANACORDA, M, A. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: Da Antiguidade aos nossos dias.


São Paulo: Cortez, 2002.

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