Este documento descreve a educação na Grécia Antiga, com foco na educação em Esparta e Atenas. Em Esparta, as crianças eram treinadas para se tornarem guerreiros obedientes desde os 7 anos. Em Atenas, a educação enfatizava a cultura, literatura, música e oratória para formar cidadãos livres. O documento também discute o papel das mulheres e crianças na sociedade grega.
Descrição original:
CAMBI, Franco. A educação na Grécia. In:______. História da Pedagogia. São Paulo: Ed. UNESP, 1999. p. 75-102.
Título original
ROTEIRO - História da Pedagogia - A educação na Grécia
Este documento descreve a educação na Grécia Antiga, com foco na educação em Esparta e Atenas. Em Esparta, as crianças eram treinadas para se tornarem guerreiros obedientes desde os 7 anos. Em Atenas, a educação enfatizava a cultura, literatura, música e oratória para formar cidadãos livres. O documento também discute o papel das mulheres e crianças na sociedade grega.
Este documento descreve a educação na Grécia Antiga, com foco na educação em Esparta e Atenas. Em Esparta, as crianças eram treinadas para se tornarem guerreiros obedientes desde os 7 anos. Em Atenas, a educação enfatizava a cultura, literatura, música e oratória para formar cidadãos livres. O documento também discute o papel das mulheres e crianças na sociedade grega.
CAMBI, Franco. A educação na Grécia. In:______. História da Pedagogia. São
Paulo: Ed. UNESP, 1999. p. 75-102.
Visão geral sobre o material:
Na sociedade grega a família é a primeira responsável a repassar aos indivíduos ensinamentos que influenciaram em sua identidade física, sociológica e cultural, exercendo sobre ele forte ação ideológica. A família na antiguidade ora era vista como patriarcal, ora como relação pais e filhos aplicada sobre um modelo autoritário, onde o pai era considerado um deus, membro máximo da família, de forma que é da união das famílias que nasce a comunidade social que ocupam as cidades-Estados. No seio familiar, a mulher é vista como esposa e mãe, vez que responsável pelo trabalho doméstico e pela criação dos filhos, de forma que socialmente ocupa uma posição invisível e subalterna, primeiro é submissa ao pai e depois ao marido, ao qual tem dever de fidelidade e amor absolutos. A mulher tinha que se ocupar em casa, pois fora dela era uma figura tentadora para o homem e poderia o desviar de seus deveres, a feminilidade era vista como perdição, capaz de trazer o mal e a desordem. Porém, existiam mulheres que se opunham a esses modelos de domesticidade e submissão, eram as Amazonas, guerreiras, com características de coragem e força, as quais eram consideradas masculinas, o que rompia com a regra moral. Haviam também na sociedade grega, mulheres consideradas mais livres, sem tamanha submissão, como a sacerdotisas, anciãs, hetairas ou prostitutas de luxo, as quais eram cultas e tinham participação ativa na vida social ao lado de homens. Mas, no geral, era no òikos que se desenvolvia a vida feminina que era compreendida por casamentos, nascimentos e mortes, rodeada de filhos, parentes e criadas, a mulher representava uma comunidade feminina que trabalhava, organizada a vida da casa e rezava, o que acontecia no òikos estava sob seu controle. No que tange as crianças, a infância não é valorizada, é considerada idade de passagem e é ameaçada por doenças, vive sem afetividade e sempre é colocada à margem da vida social, vivem em família assistidas pelas mulheres e subordinadas aos pais, controladas pelo “medo do pai”, atemorizadas por figuras míticas como bruxas e entretidas com brinquedos e jogos. Existem também aquelas que são brutalmente corrompidas e submetidas à violência, estupro e trabalho e até sacrifícios rituais. A sociedade grega apresentou dois modelos políticos, enquanto Esparta apresentava um modelo de Estado totalitário, Atenas pregava uma democracia muito avançada, de forma que seus ideais de educação também eram opostos, Esparta se baseava no conformismo e no estatismo e Atenas na concepção paidéia, de formação humana livre e nutrida de experiências culturais e antropológicas diversas. Esparta uma cidade agrícola, onde crianças do sexo masculino, a partis dos sete anos, já eram retiradas da família e inseridas em escolas- ginásios até os dezesseis anos, onde recebiam formação militar com manuseamento de armas, baseada na força e na coragem, valorizando a obediência e formando cidadãos guerreiros, de forma que a cultura, baseada na leitura e escrita, era baseada no estritamente necessário, pouco tinha espaço na formação espartana. De modo diverso, as mulheres espartanas deviam robustecer seus corpos com a educação física para suporta a gravidez, voltando-se a sua obrigação de mãe. Após, em conflito com Atenas, ocorreu a guerra de Peloponeso (451 a 404 a.c) em que Esparta se enfraqueceu e entrou em declínio, enquanto outras cidades adotaram a política de Atenas a partir do século V, Esparta manteve seus costumes e ideais, que foi sendo superado por uma nova civilização, mudando-se a cultura e adotando o intercâmbio e a escrita, antes alheia, virando a formação do guerreiro uma atração turística. Em ascensão, Atenas se baseava na obra de Sólon adotou uma constituição democrática, libertou camponeses, instituiu Tribunal do povo, criou o Conselho dos Quatrocentos (executivo) designando por sorteio pela Assembleia do povo, ou seja, seu povo deliberava. Na cultura, adotou-se o alfabeto iônico, totalmente fonético, que se tornou comum na Grécia, teve ascensão em todos os campos: poesia, teatro, da história à filosofia, exercendo forte papel político em toda a Grécia. Atenas apostou em uma burocracia culta, incentivava seu povo a dedicar-se a oratória, filosofia, literatura, desprezando o trabalho manual e comercial, todo o povo escrevia, alcançando a cultura também as mulheres. A educação em Atenas tornou-se debate e tendia a universalizar, superando os limites da pólis. Assim, a particularidade da educação ateniense inspira o processo educativo com sua formação harmônica e o lugar que ocupa a cultura literária e musical, é uma educação ligada à palavra e à escrita para formação do homem como orador, adquirindo uma excelência pelo estudo e empenho individual. O helenismo é um período de desenvolvimento de várias ciências humanas e exatas, traça uma cultura mais científica, especializada, em formas diferenciadas entre si tando pelos objetos quanto pelos métodos, além de adotar um modelo de valorização da humanidade, ou seja, há um crescimento ao mesmo tempo científico e humanístico. Na época helenística se organiza mais minuciosamente o sistema de estudos, do nível elementar ao superior adotando-se o modelo paidéia, em que a escola elementar iniciada aos sete anos compreende leitura, escrita, gramática, música e desenho e a escola secundária inicia aos doze anos, dando-se prioridade à gramática, ensinada por meio de regras e exercícios, além de princípios de retórica e lógica, aplicados à literatura, e à matemática, seguindo os elementos de Euclídes. Após, passava-se por um período de dois ou três anos em que trabalhava-se a formação do caráter como um intercâmbio cultural. Já a formação superior-científica era baseada nas escolas filosóficas, sobretudo as Alexandrias, quando a condição do homem de ciência assumiu uma fisionomia nova, diferente do período grego, valoriza-se unicamente o trabalho científico, o objeto da ciência se restringe e se especializa na “observação da natureza” ou na “ciência dos números”.