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INSTITUTO DE FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS

CAMPOS DO JODÃO

MELINA RODRIGUES

ATIVIDADE:
Resumo do livro:
História da Educação e da Pedagogia:
Geral e do Brasil

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2022
Antiguidade oriental: a educação tradicionalista
O período Neolítico, tem como característica revolucionária a transformação cultural com a
transição do mundo nômade, torna-se sedentários. Junto a revolução da arte e técnicas,
trouxeram o desenvolvimento da escrita e os saber diverso.
Surgiu a Mesopotâmia, às margens dos rios Tigre e Eufrates. O Egito, conhecido por ser a
dádiva do Nilo, a Índia dos rios Indo e Ganges e a China dos rios Yangtse e Hoang-Ho que
impuseram governos despóticos de natureza teocrática.

A China permaneceu fora da influência ocidental até o século XIX. As civilizações orientais
representaram a transição de uma comunidade indivisa para uma sociedade de classes. No
Egito o faraó era o sacerdote supremo e considerado o filho do deus Sol, enquanto na China o
imperador era o Filho do Céu. Esse tipo de organização política manteve as sociedades
tradicionalistas presas ao passado.

A forma como os povos das primeiras civilizações orientais se relacionava para produzir sua
subsistência é conhecida como modo de produção asiático. Além dos mesopotâmios, egípcios,
hindus e chineses, outros povos seguiram nas regiões do Oriente Médio e Oriente Próximo,
ora ocupados com o pastoreio e levando uma vida nômade, ora dedicados ao comércio e à
navegação.

A invenção da escrita
Hoje usamos para a escrita o sistema fonético alfabético, que registra sons, e cada som
representa uma letra. Ademais, costuma-se chamar de pictográfica a escrita que representa
figuras, enquanto em um nível maior de abstração, a escrita ideográfica representa objetos e
ideias.
Contudo, escritas como os hieróglifos egípcios, os caracteres cuneiformes da Mesopotâmia e
os ideogramas chineses são ideográficas, ainda quando passaram por etapas anteriores de
registro pictográfico, mais presas à imagem.
Já as escritas fonéticas decompõem as palavras em unidades sonoras: neste caso, libertados da
figura, do objeto e da ideia, os sinais diminuem drasticamente de quantidade para registrar
apenas os sons em infinitas composições possíveis.
Na Antiguidade oriental a invenção da escrita não se dissocia do aparecimento do Estado, pois
a manutenção da máquina estatal supunha uma classe especial de funcionários capazes de
exercer funções administrativas e legais cujo registro era imprescindível.
Essa escrita era no início pictográfica(representava figuras) e só posteriormente adquiriu
características ideográficas, concomitantemente à aplicação da fonética silábica, isto é, a
escrita egípcia dispõe de todo um estoque de sinais figurados, cada um dos quais pode ter um
valor seja de ideograma, seja de elemento fonético.
Composta por cerca de seiscentos sinais, o que a tornava especialmente difícil, era utilizada
pelos escribas, a minoria encarregada de exercer funções para o Estado e que, por isso, gozava
de condição privilegiada. Além das inscrições nas pedras de túmulos e monumentos, os
egípcios usavam madeira e papiro para o registro das atas administrativas, da justiça e para as
anotações contábeis nas atividades do comércio.
Na Mesopotâmia, a escrita cuneiforme (inscrições em forma de cunhas) também foi
inicialmente pictográfica e depois ideográfica e fonética, quando o signo não mais indicava o
objeto, mas o som (de sílabas).
Escribas no Egito, mandarins na China, magos na Mesopotâmia e brâmanes na Índia exerciam
suas funções monopolizando a escrita em meio à população analfabeta.
O termo alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias aleph e bet, é composto
das letras gregas alpha (α) e beta (β).

A educação Tradicionalista
Quando as sociedades se tornaram mais complexas, vimos que a divisão se instalou no seio
delas: as mulheres, confinadas no lar, passaram a ser dependentes dos homens, os segmentos
sociais se especializaram entre governantes, sacerdotes. Essas mudanças exigiram uma
revolução na educação, que deixou de ser igualitária e difusa, portanto, acessível a todos,
como nas tribos.
Em decorrência, estabeleceu-se uma diferenciação entre os destinados aos estudos. Teve
início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os
filhos dos nobres e de altos funcionários.
Nas civilizações orientais não havia propriamente uma reflexão livros sagrados, que oferecem
regras ideais de conduta, segundo as prescrições. Daí o caráter religioso dos compromissos
impostos e não discutidos; sagrado e esotérico.
Com o tempo, aumentou o número dos que procuravam instrução, embora apenas os filhos
dos privilegiados conseguissem atingir os graus.

Egito:

Apesar do forte teor religioso da cultura egípcia, as informações eram muito práticas, como o

cálculo da ração das tropas em campanha, o número de tijolos necessários para uma

construção e complicados problemas de geometria destinados à agrimensura.

As escolas eram frequentadas por pouco mais de vinte alunos cada uma, segundo as raras

informações de que dispomos. Apesar de já se perceber a institucionalização das escolas, elas

não funcionavam em prédios especialmente construídos para essa função, mas sim nos

templos e em algumas casas. E completa citando o ensinamento egípcio: “Pune duramente e

educa duramente!”
Dissemos que a educação enfatizava a arte de bem falar, mas a técnica do “escrever bem” não

era inicialmente o intuito principal dessa educação, mas daquela voltada para a formação de

peritos, dos escribas encarregados dos registros de atos oficiais, ou ainda, em um nível

inferior, dos registros do comércio.

Conforme atesta um antigo papiro, o reconhecimento do valor do escriba era tão grande que

um pai estimulava o filho a levar a escola a sério.Havia ainda o ensino dos ofícios

especializados para formar artesãos e para o treinamento dos guerreiros, o que separava a

escola nos seus objetivos “intelectuais” ou “práticos” (profissionais). Mas uma abundante

iconografia representando as crianças no ambiente de trabalho dos adultos nos faz supor que a

grande maioria aprendia com pais e parentes.

Mesopotâmia

Apesar dessa sequência de conquistas, a cultura suméria — religião, arte, leis e literatura —

permaneceu com pequenas alterações por 3 mil anos. Portanto, além de usarem ferramentas e

armas de bronze e de terem inventado a escrita cuneiforme - os mesopotâmios dispunham de

conhecimentos diversos. É bem verdade que esses saberes se achavam impregnados de

misticismo: as doenças seriam causadas pelos demônios, e a posição dos astros revelava os

desígnios dos deuses.

De início, predominava a educação doméstica, em que os saberes, crenças e habilidades eram

transmitidos de pai para filho. Com o tempo surgiram instâncias de educação superior — os

centros de estudos de história natural, astronomia, matemática criados nos palácios reais.

Também proliferaram ricas bibliotecas no interior dos templos, em que os “livros” eram

tabuletas ou cilindros gravados com caracteres cuneiformes e versavam sobre os mais

diversos assuntos. Por isso, o aprendizado era longo, minucioso e voltado para a preservação

dessa cultura milenar


Na Índia

Para o hinduísmo, religião composta de diversas crenças, das quais a mais disseminada é o

bramanismo, os seres e os acontecimentos são manifestações de uma só realidade chamada

Brahman, alma ou essência de todas as coisas. A população era dividida em castas fechadas:

os brâmanes (sacerdotes), os xátrias (guerreiros e magistrados), os vaicias (agricultores e

mercadores), os sudras (artesãos) e os párias (servos dedicados aos serviços considerados

mais humildes). Devido à crença de que todos saíram do corpo do deus Brahman, os

brâmanes eram considerados mais importantes por terem sido gerados da cabeça do deus. No

outro extremo, os párias, por nem sequer terem origem divina, não pertenciam a nenhuma

casta e por isso eram intocáveis e reduzidos a uma condição miserável. Inicialmente só os

brâmanes estendiam os estudos aos cursos superiores, em que, além da religião, estudavam

gramática, literatura, matemática, astronomia, filosofia, direito, medicina. Além do

bramanismo, a educação na Índia foi influenciada pelo budismo, religião fundada no século

VI a.

Na China

É inevitável que a educação também reproduzisse o caráter conservador, voltado para a

transmissão da sabedoria contida nos livros clássicos, ainda que burilada por interpretações

posteriores de outros sábios. Da longa tradição dos chamados livros canônicos ou clássicos,

talvez o mais antigo e de maior dificuldade de interpretação seja o I Ching (Livro das

mutações), cuja origem se perdeu nos tempos, uma vez que percorreu longo período de

transmissão oral até ser registrado por escrito. O confucionismo, criado por Confúcio (Kung

Futsé), seguia uma orientação mais conservadora que a de Lao Tsé. O rigoroso sistema de

seleção para esse ensino superior baseava-se em exames oficiais que distribuíam os

candidatos nas diversas atividades administrativas.


Hebreus

Como nas demais civilizações antigas, os hebreus estavam impregnados da religiosidade

transmitida pela Bíblia. Além disso, enquanto as outras civilizações não destacavam

propriamente a individualidade, por estarem seus membros mergulhados nas práticas

coletivas, os hebreus desenvolveram uma nova ética voltada para os valores da pessoa: os

mandamentos são um apelo ao ser humano interior. De início as sinagogas também serviam

de local para a instrução religiosa, pela qual se transmitiam as verdades da Bíblia, cujos cinco

primeiros livros sagrados são chamados Torá, que significa “ensinamento” ou “instrução”.

Por isso, os documentos bíblicos têm inestimável interesse histórico e não somente nos fazem

conhecer os valores morais e jurídicos do povo hebreu, como ajudam a compreender as raízes

judaico-cristãs da cultura ocidental. Como veremos mais adiante, quando o cristianismo

passou de religião perseguida a culto oficial na Roma antiga, preparou-se o terreno para a

herança religiosa que iria marcar todo o período medieval do ocidente cristão, cujos valores

repercutem até os dias atuais.

E hoje?

O macedônio Alexandre Magno, após a ocupação da Grécia, estendeu seu império pela Ásia

Menor, Oriente Médio, Mesopotâmia, Pérsia, até a Índia. Embora os árabes tenham recuado

na Europa no final da Idade Média — não sem antes ter fecundado a ciência e a filosofia

ocidental —, a religião muçulmana permanece até hoje em extensas regiões da África e da

Ásia. Na época do colonialismo europeu, no século XIX, o Egito esteve sob o domínio

britânico, que se firmou também na Índia. A partir de meados do século XX, a filosofia e a

religião hindus atraíram os jovens norte-americanos desgostosos com os rumos da civilização

tecnocrata ocidental, considerada extremamente racionalista e pragmática, e cujo capitalismo


desenfreado tudo submeteu aos valores do lucro e da competição, sobrepondo o mundo dos

negócios à vida afetiva. Teve início então o movimento de contracultura no Ocidente: os

beatniks e, depois, os hippies voltaram sua atenção para o Oriente, e uma onda mística

percorreu o mundo. Vale lembrar que o movimento estudantil de maio de 1968 na França

sofreu influências as mais diversas, entre as quais a de segmentos da contracultura com

inspiração oriental. Ainda hoje, início do século XXI, mantém o controle político, mas abre-se

gradualmente para a economia de mercado ocidental. Isso não significa que as civilizações

orientais não nos digam respeito, sobretudo porque muitos de seus saberes foram assimilados

pelos povos que surgiram posteriormente.

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