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ESCOLA SECUNDARIA PAULO SAMUEL KANKHOMBA

Trabalho da Disciplina de História

HISTORIOGRAFIA DA ANTIGUIDADE ORIENTAL

Discente Docente

Júnior Amisse Felismino Ulaia Jussa

Classe: 11ª

Lichinga

2022
Índice

1.0. Introdução .................................................................................................................. 3

2.0. HISTORIOGRAFIA DA ANTIGUIDADE ORIENTAL ..................................... 4

2.1. O Conceito de História........................................................................................... 4

2.2. Conceito de História como Ciência ....................................................................... 4

2.2.1. O Surgimento da História ................................................................................... 4

2.2.2. Importância da escrita ......................................................................................... 5

2.3. Conceito de Cosmogonias e Mitografia ................................................................. 5

2.4. Historiografia ......................................................................................................... 5

2.5. Historiografia da Antiguidade Oriental ................................................................. 5

2.5.1. Historiografia Judaica (Hebraica) ....................................................................... 6

2.5.1.1. A importância da Bíblia na historiografia judaica ........................................... 6

2.5.1.2. Limitações da Bíblia ........................................................................................ 7

2.5.2. A Historiografia Grega ....................................................................................... 7

3.0. Conclusão ........................................................................................................... 9

4.0. Bibliografia....................................................................................................... 10
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1.0. Introdução

Antiguidade Oriental é um conceito utilizado para identificar as civilizações que se


desenvolveram durante a Idade Antiga no Oriente, em especial no norte da África e
no Oriente Médio. Essa denominação é dada em oposição ao conceito de Antiguidade
Clássica - ou Ocidental. As civilizações da Antiguidade Oriental, apesar de possuírem
diversas peculiaridades entre si, atendem a algumas características em comum. Essas
sociedades se caracterizaram pela formação dos primeiros Estados centralizados,
com governos teocráticos baseados em crenças politeístas, ou seja, que acreditavam em
mais de uma divindade.
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2.0. HISTORIOGRAFIA DA ANTIGUIDADE ORIENTAL

2.1. O Conceito de História

O Termo História, no seu sentido epistemológico tem origem na palavra


grega historiê (Lotop) que significa investigação ou inquérito. Por influência de
Heródoto de Halicarnasso que deu o título de História ao resultado das pesquisas sobre
as guerras entre os gregos e os persas, o termo História assumiu o sentido de busca do
acontecimento das coisas humanas, de saber histórico.

Georges Lefebvre, um dos grandes historiadores do séculos XX, definiu história nos
seguintes termos:
“A história é a memoriado género humano, o que lhe dá consciência de si
mesmo, isto é, da sua identidade no tempo, desde a sua origem; é por isso consequência
o relato do que, no passado, deixou marca na recordação dos homens”.

2.2. Conceito de História como Ciência

“Por ciência entende-se o conhecimento de determinados factos, com objecto


definidos e um método próprio ou, por outra, é um conjunto de conhecimentos
adquiridos e organizados metodicamente. Segundo a teoria do conhecimento, objecto de
estudo da história, é aquilo com que se ocupa a história, o que o homem procura
compreender e explicar”.

A busca de informações sobre o passado dos homens não teve sempre carácter
científico. A história como ciência, na acepção actual do termo só surge no século XIX.
Mas a cada etapa de desenvolvimento da sociedade correspondeu uma forma própria de
encarar e fazer a história, ou seja tipo de historiografia. De forma geral a História é a
ciência que estuda o homem no tempo e no espaço.

2.2.1. O Surgimento da História

Durante vários milénios de existência humana o passado humano foi sendo transmitindo
de geração em geração por via da oralidade e da experiencia. O registo do passado dos
homens começou do quarto milénio a.n.e, quando surgiu a escrita.
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2.2.2. Importância da escrita

O aparecimento da escrita permitiu aos sacerdotes dessas antigas culturas fixarem por
escrito o passado religioso, até ai conservado e transmitindo por via oral. Igualmente,
começaram a ser registadas as memórias dos antigos heróis guerreiros (a tradição
épica). Neste processo foram produzidas as primeiras formas de literatura histórica que
se conhecem, as cosmogonias e mitografias, as primeiras formas de literatura histórica
que se conhecem.

2.3. Conceito de Cosmogonias e Mitografia

Cosmogonia: são os registos das primeiras tentativas, pré-cientificas, de explicação do


universo, uma explicação que inclui tantos elementos naturais assim como sobrenaturais
frequentemente associados.

Mitografia: é considerada como a narração de factos com recursos a seres sobrenaturais


ou ciência dos mitos ou lendas. A primeira forma de explicação dos fenómenos nas
sociedades antigas é o mito.

Mito
É uma história que envolve personagens sobrenaturais, os deuses, e é transmitida em
forma de tradição oral e esta ligado á superstição. É uma história sagrada, que retrata
um passado tão remoto que ninguém sabe quando se deu.

2.4. Historiografia

Conjunto de obras concernentes a um assunto histórico, produzidas numa determinada


época ou num determinado local. Quando se diz por exemplo historiográfica
moçambicana, a designação refere-se as obras escritas sobre a História de Moçambique,
tendo por autores nacionais assim como estrangeiros.

2.5. Historiografia da Antiguidade Oriental

A historiografia da Antiguidade Oriental é uma historiografia mítica e Cosmogónica,


cujo objecto de estudo são factos políticos e militares das grandes personalidades,
deuses e as suas obras.
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Fazia-se uma abordagem mítica e teocrática da evolução da humanidade. O objectivo da


história era os deuses e os homens importantes a quem se atribuía total responsabilidade
pela evolução da sociedade.

As informações, de origem mitológicas, não eram sujeitas a qualquer tipo de


investigação ou explicação casual. Era uma história que não se preocupava com a
verdade e com a objectividade.

A historiografia antiga oriental, contribuiu para o conhecimento da história do oriente


antigo, na medida em que foi neste processo importante de materiais sobre a história
daquela região, nomeadamente anais, listas de dinastias ou de soberanos, listas de
sacerdotes, inscrições comemorativas e biografias importantes.

2.5.1. Historiografia Judaica (Hebraica)

A historiografia judaica antiga baseia-se, na bíblia sagrada (o velho testamento). A


Bíblia é, por excelência, a fonte de conhecimento da história do povo do Médio Oriente,
sobretudo do povo Judeu.

A bíblia é uma obra pluralista, pois, é constituída por vários livros atribuídos a
diferentes autores. É, por isso, nela também estão presentes vários géneros literários
distintos.

2.5.1.1. A importância da Bíblia na historiografia judaica

A bíblia foi importante porque foi escrita e conservada pelos sacerdotes, a bíblia
constituiu para os judeus um instrumento de unidade, que era posta em causa pelo
contacto com outros povos, a que os judeus eram sujeitos por ser um povo nómada.

Existiam duas formas de poder entre os judeus: o poder espiritual, dos sacerdotes, e o
temporal, dos reis, sempre em aliança ou em rivalidade ou em luta. O desentendimento
entre estes dois poderes resultava de facto de os sacerdotes pretender a unidade do povo
judaico, recusando, por isso o contacto com outros povos, em quanto priorizavam o
alargamento do território integrando as populações vencida o que significava a
admissão no mesmo panteão dos deuses dos vencidos.
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A bíblia funcionou como um instrumento dos objectivos da classe sacerdotal,


conservando um carácter exclusivista de defesa da tradição judaica e de ataque a tudo
que lhe fosse estranho. Baseada na bíblia, a historiografia judaica teve como principal
característica a incapacidade de aceder a uma concepção universalista do homem,
ou seja a limitação do homem ao homem judeu. Assim, para os judeus, a história da
humanidade passada a confundir-se com a história judaica contada na bíblia. Os outros
povos apenas eram referenciados na medida em que tivesse algum relacionamento com
Deus.

2.5.1.2. Limitações da Bíblia

Como livro de sagrado dos católicos, protestantes e cristão ortodoxo, a Bíblia, teve uma
credibilidade quase universal e até ao século XIX constituiu a única fonte da história
dos judeus e dos povos do médio oriente, com quem estiveram em contacto. Só no
século XIX, com a decifração dos escritos egípcios e sumérios surgiu uma alternativa
para as fontes da história judaica. Assim a bíblia passaria a ocupar um lugar secundário
como fonte histórica.

De forma geral a seguinte citação ilustrar a importância e limitação da Bíblia (velho


testamento):
No entanto, a Bíblia tem algumas limitações. Por exemplo, através da sua
leitura, não é possível aceder-se a uma concepção universalista do homem. Concepção
do ser humano está limitada ao homem Judeu. Mesmo assim, na ausência de outras
fontes, a Bíblia constitui a principal fonte da informação sobre a história do Próximo
Oriente Antigo isto e na falta de outras fontes no primeiro quartel do século XIX e por
ser ainda a bíblia o livro de Católicos, Protestantes e Ortodoxos cristãos. Conferiu ao
conteúdo da bíblia uma credibilidade quase universal. A bíblia foi um instrumento de
unidade do povo judaico.

2.5.2. A Historiografia Grega

O espírito democrático que se vivia nas cidades-estado da Grécia Antiga contribuiu para
o desenvolvimento da História. Heródoto e Tucidides, dois historiadores gregos, são
considerados os “ pais da História”.

Heródoto
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Heródoto (484-425 a.C.), historiador grego, conhecido como o pai da história. Viajou
pela Ásia Menor, Babilónia, Egipto e Grécia, o que lhe proporcionou valiosos
conhecimentos. Aproximadamente em 447 a.C., chegou em Atenas, onde conquistou a
admiração dos homens mais distintos, inclusive Péricles. Sua obra Histórias é o
primeiro trabalho histórico importante em prosa. Demonstrou um grande conhecimento
da literatura grega e um pensamento racional.

Contribui para a definição da História como ciência. Por um lado, definiu o Homem
como Objecto de estudo, pois não só falava dos Gregos, mas também dos povos
vizinhos da Grécia. Deste modo, Heródoto incutiu uma visão mais global do homem e
do universo.

Por outro lado, tinha uma preocupação pela verdade e pela pesquisa científica dos factos
históricos que narrava.

Tucidedes

Tucídides (460-400 a.C.), historiador grego. Na guerra do Peloponeso, foi nomeado


comandante da frota ateniense, porém não chegou a tempo de evitar a captura de
Anfípolis. Por isso, foi exilado. É um dos pais da história com sua obra História da
guerra do Peloponeso. Mostrou uma grande objectividade e um conhecimento prático
tanto da ciência política como da militar. Seu estilo é conciso e objectivo.

Contribui para a evolução do pensamento histórico pela sua inteligibilidade assente na


objectividade. Este pensador procurou explicar os acontecimentos relacionando-os e
confrontando as decisões com hipóteses (explicação didáctica causa e efeito). Os seus
escritos apresentam-se críticos, sólidos, preciosos, analíticos e perspicazes.
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3.0. Conclusão

A Historiografia oriental é mítica e teocrática. A sua base são os mitos e as cosmologias


e, portanto, o seu objecto de estudo eram os deuses e os homens importantes,
considerados únicos responsáveis pela evolução da sociedade. O que fundamentalmente
caracteriza a Historiografia Judaica é a sua incapacidade em aceder a uma concepção
universalista do homem. Tudo se passa como se a História da nação Judaica fosse o
contexto da História Universal. Já na a historiografia grega não se interessa
exclusivamente por fatos isolados, mas pelo decurso dos acontecimentos na íntegra.
Na historiografia grega em geral superam-se os limites da história local e até mesmo
Heródoto abarcou quase todo o mundo conhecido pelos gregos.
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4.0. Bibliografia

MALATE, Erudito et al. História 11. 1ª Edição. Longman: Moçambique. 2010

Oficina do Conhecimento. Introdução a História. 2013. Disponível em


http://princidonioabraomathavel.blogspot.com/2013/06/introducao-historia-parte-i.html.
Acesso em 17 de Março de 2022.

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