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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Licenciatura em Direito

Cadeira: Economia Política

TEMA: AS REACÇÕES SOCIALISTAS CONTRA A ESCOLA CLÁSSICA

Discente:

DÉRCIO MESSIAS

EDSON GULUBE

GILDA MOISÉS

Docente:

Msc. Samuel Simango

Beira

Setembro de 2023
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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................3
CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIAS.................................................................................4
2. As reacções socialistas contra a escola clássica......................................................................4
2.1. Fundamentos da Escola Clássica.........................................................................................4
2.2.As Reacções Socialistas........................................................................................................6
2.2.1. Karl Marx e a Educação....................................................................................................6
2.2.2. Educação Libertária e Anarquismo...................................................................................6
2.2.3. Educação Socialista Soviética...........................................................................................6
2.3. Desdobramentos Contemporâneos.......................................................................................7
2.3.1. Pedagogia Crítica..............................................................................................................7
2.3.2. Críticas ao Sistema Educacional Actual...........................................................................7
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
`A história do pensamento económico é marcada por debates fervorosos e mudanças
paradigmáticas que moldaram as políticas económicas e sociais em todo o mundo. Um dos
conflitos mais fundamentais ocorreu entre os economistas clássicos, como Adam Smith e
David Ricardo, que promoveram a ideia do laissez-faire e da livre concorrência como motores
do progresso económico, e os pensadores socialistas, liderados por Karl Marx e Friedrich
Engels, que questionaram profundamente as premissas do capitalismo emergente.

Este embate ideológico entre a Escola Clássica e os socialistas foi muito mais do que
uma disputa teórica; representou os interesses conflituantes de classes sociais em um período
de transformações industriais rápidas e crescimento económico desigual. Os clássicos viam o
mercado como um mecanismo auto-regulado, enquanto os socialistas argumentavam que o
capitalismo estava intrinsecamente ligado à exploração e à desigualdade.

Nesta análise, explorarei as críticas fundamentais dos socialistas contra a Escola


Clássica, examinando as teorias que surgiram desse embate intelectual e o impacto
subsequente nas políticas económicas e sociais ao longo dos séculos XIX e XX. Ao entender
as raízes dessas divergências, podemos apreciar melhor a complexidade do desenvolvimento
económico e das ideias políticas que moldaram o mundo moderno.
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CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIAS


2. As reacções socialistas

O socialismo é uma ideologia de orientação política e econômica que surgiu na virada


do século XVIII para o século XIX por meio da contribuição de diferentes pensadores. O
socialismo não tem uma data específica para o seu surgimento, mas suas origens são
diretamente relacionadas com o contexto da Revolução Industrial.

Essas mudanças permitiram o desenvolvimento da indústria e um grande salto na


produção de mercadorias e riqueza. Junto dessas mudanças, estabeleceram-se também uma
profunda desigualdade social e uma intensa exploração sobre os trabalhadores. Esses
primeiros pensadores socialistas criticavam esse contexto, defendendo a transformação da
sociedade para que ela se tornasse mais igualitária.

Segundo Oliveira, (2007), os socialistas, por outro lado, questionavam essas premissas
fundamentais da escola clássica. Karl Marx e Friedrich Engels, por exemplo, argumentavam
que o capitalismo estava intrinsecamente ligado à exploração da classe trabalhadora. Eles
criticavam a ideia de que os mercados poderiam funcionar de forma justa e eficiente,
apontando para a concentração de riqueza nas mãos de poucos e a alienação dos trabalhadores
que resultava do sistema capitalista.

Além disso, os socialistas também rejeitavam a ideia de que a propriedade privada dos
meios de produção era justa, defendendo, em vez disso, a propriedade colectiva ou estatal dos
recursos e das indústrias. Eles propunham a implementação de políticas que visassem a
redução das desigualdades sociais, como a tributação progressiva e a garantia de acesso
igualitário a serviços básicos, como educação e saúde.

Portanto, as reacções socialistas contra a escola clássica foram profundas e influentes,


levando a debates ideológicos e políticos que moldaram o curso da história económica e
social em muitos países ao longo dos séculos XIX e XX. Estas críticas ajudaram a
fundamentar teoricamente movimentos políticos e sociais que buscavam transformações
profundas na estrutura económica e social, buscando criar sistemas mais igualitários e justos.

2.1. Fundamentos da Escola Clássica

A escola clássica, também conhecida como escola tradicional, era caracterizada por
uma estrutura hierárquica, currículo fixo, ênfase na disciplina e na memorização, e aulas
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expositivas. Essa abordagem visava a formação de indivíduos instruídos e obedientes,


preparados para se tornarem cidadãos produtivos em uma sociedade industrial em ascensão.

Segundo Oliveira, (2007), A escola clássica reflectia a visão de uma sociedade


hierarquizada, na qual o conhecimento era transmitido de cima para baixo. A memorização e
a repetição de fatos eram valorizadas, e a disciplina era imposta como um meio de controlar
os alunos. Essa abordagem buscava criar uma mão-de-obra obediente e homogénea para
atender às necessidades da Revolução Industrial.

A Escola Clássica refere-se a uma linha de pensamento económico com base em


Adam Smith e David Ricardo. Foi com esta escola que a Economia adquiriu carácter
científico integral à medida que passou a centralizar a abordagem teórica do valor, cuja única
fonte original era identificada no trabalho em geral.

Para Paul Singer (1985, p. VII), David Ricardo foi, ao lado de Adam Smith, o
principal representante da Escola Clássica de Economia Política.

[...] Quase não há problema teórico actualmente debatido pelos economistas,


como o da teoria do valor, da repartição da renda, do comércio
internacional, do sistema monetário, que não tenha como ponto de partida as
formulações expostas, no começo do século passado, por David Ricardo.

Além da Teoria do Valor-Trabalho, a Escola Clássica baseou-se nos preceitos


filosóficos do liberalismo e do individualismo, e firmou os princípios da livre-concorrência,
que exerceram decisiva influência no pensamento revolucionário burguês.

Como podemos observar, a Escola Clássica foi uma escola que caracterizou a
produção, deixando a procura e o consumo para o segundo plano. Segundo Smith, o objecto
da economia é estender bens e riqueza a uma nação.

E, nesse sentido, entende Smith, (2016), que a riqueza somente pode ser conseguida
mediante a posse do valor de troca. Valor de troca, ele é a capacidade de obter riquezas, ou
seja, é a faculdade que a posse de determinado objecto oferece de comprar com ele outras
mercadorias.

Os críticos iniciais da escola clássica, muitos dos quais eram socialistas, argumentaram
que essa abordagem favorecia as elites, perpetuando desigualdades sociais. A estrutura
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hierárquica da escola clássica reproduzia a estrutura de classe da sociedade, com os


privilegiados controlando a educação e determinando o currículo.

Além disso, questionavam a ênfase na memorização em detrimento do pensamento


crítico e criativo. Argumentavam que a escola clássica estava moldando trabalhadores
conformistas, incapazes de questionar as injustiças do sistema capitalista.

2.2. Origem e história do socialismo

O socialismo é um ideário político e económico concebido no contexto da Revolução


Industrial, em fins do século XVIII e meados do século XIX. Tendo por princípio basilar a
igualdade, o socialismo foi construído em contestação ao capitalismo, que naquele período
operava sem nenhuma forma de regulação ou legislação trabalhista que conferisse aos
trabalhadores protecção e condições dignas de trabalho.

A Revolução Industrial, embora seja um marco de modernização da produção de


riqueza, foi marcada por:

 Graves violações ao operariado;


 Insalubridade e precariedade nos ambientes fabris, que adoeciam muitos operários ou
os tornavam vulneráveis a acidentes de trabalho, inclusive fatais;
 Jornadas de trabalho de até 18 horas;
 Baixos salários;
 Emprego de crianças e adolescentes, que, devido às jornadas exaustivas, exposição a
doenças e acidentes, além da má alimentação, sequer se desenvolviam plenamente
para a vida adulta, tendo sua expectativa de vida diminuída.
Numa conjuntura social de intensificação das desigualdades sociais e,
consequentemente, da miséria, a teoria socialista foi criada por pensadores que desejavam
construir um caminho para uma sociedade organizada sob o princípio da igualdade. A
primeira corrente de pensamento de vertente socialista foi denominada socialismo utópico.
Posteriormente foi desenvolvido o socialismo científico.

2.3. Características do socialismo

As características do socialismo variam conforme a vertente de pensamento. O ponto


em comum é a busca da igualdade, mas os caminhos propostos para alcançá-la são distintos.

No socialismo utópico, podemos destacar:


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 Combate à desigualdade por meio da reforma do capitalismo;


 Conciliação entre as classes;
 Cooperação nas relações de trabalho e distribuição da riqueza produzida.
 O socialismo científico, vertente revolucionária desse pensamento, tem características
substancialmente diferentes da primeira vertente. Ele propõe:
 Combate à desigualdade por meio da extinção do capitalismo;
 Uma sociedade sem classes;
 Abolição da propriedade privada e socialização dos meios de produção.

2.4. Tipos de socialismo

2.4.1. Socialismo utópico

Segundo Oliveira, (2007). A primeira corrente do pensamento socialista foi


denominada socialismo utópico e desenvolvida na Primeira Revolução Industrial. O filósofo e
economista francês Saint-Simon foi seu principal intelectual. Ele não era defensor de uma
revolução e da abolição da propriedade privada, mas de uma tecnocracia governamental e
uma base económica industrial em que não houvesse ociosos e explorados, mas
compartilhamento na produção e usufruto da riqueza.

Advogava um Estado forte que arbitrasse a economia e instituições fortes que


distribuíssem os dividendos do progresso industrial e científico, conferindo aos pobres uma
boa formação intelectual e qualidade de vida. Saint-Simon ressaltava a necessidade de que os
ricos compreendessem que viabilizar melhores condições de subsistência aos pobres seria
bom para a sociedade como um todo, incluindo eles próprios. Esse filósofo também era crítico
da grande influência social exercida pela nobreza, pelo clero e pelos militares.

O segundo teórico mais importante do socialismo utópico, Charles Fourier, propunha a


criação de sociedades comunitárias independentes da sociedade capitalista. Elas dependeriam
do capital privado e teriam sua economia baseada na indústria. Ele não propunha a igualdade
absoluta, mas que as diferenças de renda não fossem muito grandes. Assim como Fourier,
Robert Owen idealizava comunidades independentes dentro da sociedade capitalista, porém
baseadas na igualdade absoluta, tendo por único critério de hierarquia a idade.

Para os socialistas utópicos, a indústria era o vector do desenvolvimento económico e


para melhores condições de vida. Eles não defendiam a aniquilação do sistema capitalista. A
nomenclatura “utópico” é decorrente da crítica que Marx e Engels, precursores da segunda
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vertente socialista, faziam a eles. Eles criticavam o socialismo utópico por apresentar um
modelo de sociedade, mas não apontar os instrumentos para que ele fosse colocado em
prática.

2.4.2. Socialismo científico

Socialismo científico é a corrente de pensamento protagonizado por Marx e Engels.


No século XIX, esses teóricos debruçaram-se na construção e divulgação de uma análise
económica da história. O socialismo científico, também conhecido como marxismo, propõe a
compreensão científica de como o capitalismo funciona para poder substituí-lo por um regime
económico igualitário. Para seus autores, todos os períodos da História e todos os modelos
económicos foram estruturados sobre a luta de classes.

Para Marx e Engels, a conscientização do proletariado sobre sua condição e, a partir


disso, sua organização política constituíam o caminho revolucionário para debelar o
capitalismo e construir em seu lugar uma sociedade igualitária. O socialismo seria marcado
pela abolição da propriedade privada e pela socialização dos meios de produção, isto é, terras,
indústria, todos os activos de produção de riqueza pertenceriam à sociedade e seriam
controlados pelo Estado e pela economia planificada, com o Estado dirigindo os sectores
económicos, definindo preços e salários, regulando o mercado. Após a aniquilação das
desigualdades por meio da interferência estatal, o próprio Estado seria abolido, e a sociedade
seria livre e sem classes.

2.5. As reacções socialistas contra a escola clássica


As reacções socialistas contra a escola clássica, que teve sua origem na Europa durante os
séculos XVIII e XIX, foram marcadas por críticas fundamentais ao sistema capitalista e às
desigualdades sociais que ele perpetuava. A escola clássica, representada por economistas
como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, defendia a liberdade económica, a
propriedade privada e a noção de que os mercados, se deixados livres de intervenções,
tenderiam a se autorregular para alcançar o equilíbrio e promover o bem-estar geral e os
pensadores socialistas, liderados por Karl Marx e Friedrich Engels, que questionaram
profundamente as premissas do capitalismo emergente.
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2.5.1. Marxismo

Marxismo é uma doutrina sociológica, filosófica e política baseada no materialismo


histórico dialético e no pensamento socialista científico criada por Karl Marx e Friedrich
Engels. Esses pensadores foram responsáveis por fundamentar econômica e sociologicamente
as ideias socialistas que já existiam na Europa, no século XIX, oriundas de teorias políticas
anticapitalistas que pregavam a necessidade de se pensar em uma sociedade igualitária .

Karl Marx, um dos pensadores mais influentes do socialismo, analisou a educação


dentro do contexto mais amplo das relações de classe. Ele argumentou que a escola clássica
servia aos interesses da classe dominante, reproduzindo as desigualdades sociais. Para Marx, a
educação não era apenas um meio de transmitir conhecimento, mas também de reproduzir as
relações de poder.

Características do marxismo
O termo “marxismo” foi criado por pensadores posteriores a Marx para fazer
referência ao conjunto de ideias propostas pelo autor, ou seja, para designar o conjunto de sua
obra e a sua doutrina socialista científica. No fim do século XIX e início do século XX, o
marxismo difundiu-se na Europa, principalmente, por conta dos sindicatos e dos partidos de
orientação socialista e comunista que surgiram no período, fazendo com que grande parte da
classe trabalhadora, também denominada proletariado, enxergasse a situação de exploração
em que vivia.
O reconhecimento da exploração sofrida pelo proletariado e causada pela burguesia, a
classe que detém os meios de produção, foi o principal ponto de partida da análise marxista da
sociedade. O socialismo, que era uma doutrina política anterior a Marx, já estabelecia a
necessidade de ansiar por uma sociedade com maior igualdade, pois o recente capitalismo
industrial estava levando a classe trabalhadora a uma miséria cada vez mais evidente. O que
Engels e Marx fizeram foi um estudo organizado e sistemático do pensamento socialista para
elaborar uma teoria económica socialista que fosse aplicável na prática.

No âmbito da economia, as principais características do marxismo são a proibição da


propriedade privada, e, consequentemente, a extinção da burguesia e da distinção de classes
sociais. E, segundo Marx, isso seria possível mediante uma forte ditadura que ele chamou de
ditadura do proletariado, que assumiria o estado e acabaria com todas as estruturas estatais e
sociais que mantinham o poder hegemônico da burguesia na sociedade capitalista: o sistema
jurídico burguês, a economia baseada na propriedade privada, a mídia burguesa e a religião.
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Marxismo nas escolas

Outro debate recente sobre o marxismo, também ligado à ideia de marxismo cultural,
remete ao ambiente escolar brasileiro. Há uma acusação, também por parte de setores
conservadores, que as universidades promovem uma doutrinação ideológica nos alunos de
licenciatura, que irão repetir tal doutrinação na sala de aula. Essa doutrinação seria de
inspiração marxista e visaria derrubar as estruturas religiosas e capitalistas, esteios do
conservadorismo, e culminaria na difusão do socialismo em nossa sociedade.

As críticas a quem defende a existência de uma doutrinação marxista nas escolas


destacam que qualquer pressuposto educativo baseado na equidade de direitos, seja ela social,
política, de gênero seja relacionada à sexualidade, é um tipo de doutrinação marxista.

Também há a perseguição de ideias oriundas de teóricos da educação marxistas (a


maioria dos teóricos e psicólogos da educação são marxistas), como o filósofo, escritor e
educador brasileiro Paulo Freire, o psicólogo francês Jean Piaget ou o psicólogo russo Lev
Vygotsky. Com uma análise mais acurada do que está em pauta, percebe-se que o que
chamam de doutrinação marxista é, na verdade, uma defesa dos direitos humanos e, ainda
mais profundamente, da valorização da docência e dos professores"

Impacto das Reacções socialistas

Segundo Ricardo, (1985), as reacções socialistas tiveram um impacto significativo ao


longo da história em várias partes do mundo. É importante notar que o socialismo não é uma
ideologia monolítica; há diferentes correntes e interpretações do socialismo, cada uma com
suas próprias características e abordagens. Abaixo estão alguns dos impactos gerais das
reações socialistas em diferentes contextos:

1. Revoluções Socialistas:

Revolução Russa (1917): A Revolução Russa de 1917, liderada pelos bolcheviques,


estabeleceu o primeiro Estado socialista do mundo, a União Soviética. Isso influenciou
movimentos revolucionários em outros países e gerou uma polarização global entre os blocos
socialista (liderado pela União Soviética) e capitalista (liderado pelos Estados Unidos),
conhecida como Guerra Fria.

 Revoluções na Ásia, África e América Latina: Ideias socialistas inspiraram movimentos


de independência e revoluções anti-imperialistas em países colonizados. Líderes como
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Fidel Castro em Cuba, Ho Chi Minh no Vietnã e Kwame Nkrumah em Gana adotaram
ideias socialistas em suas lutas.

2. Socialismo Democrático na Europa:

 Bem-Estar Social: Partidos socialistas e social-democratas na Europa desempenharam


um papel fundamental na criação de estados de bem-estar social. Isso incluiu políticas
como assistência médica universal, educação gratuita e programas de seguridade social,
que ajudaram a reduzir a desigualdade em muitos países europeus.

3. Socialismo no Século XXI:

 América Latina: Em países como Venezuela, Bolívia e Equador, líderes socialistas


buscaram reverter políticas neoliberais, promovendo programas sociais financiados por
receitas do petróleo e de outras commodities.

 Europa: Partidos socialistas continuaram a influenciar a política europeia, embora em


alguns lugares tenham enfrentado desafios eleitorais devido a mudanças econômicas e
demográficas.

 Socialismo Democrático nos EUA: Nos Estados Unidos, há um aumento no interesse por
políticas socialistas, com políticos como Bernie Sanders ganhando popularidade e
defendendo plataformas socialistas democráticas, como sistema de saúde universal e
ensino superior gratuito.

4. Críticas e Desafios:

 Colapso da União Soviética: O colapso da União Soviética e de outros regimes


socialistas do Leste Europeu levou a críticas profundas ao socialismo como um sistema
político e econômico viável. Muitos argumentam que esses eventos mostram falhas
fundamentais no modelo socialista centralizado de planejamento econômico.

 Globalização: A ascensão da globalização e do neoliberalismo também apresentou


desafios ao socialismo, levando a privatizações e reduções nas políticas de bem-estar
social em muitos países.

Em resumo, as reacções socialistas tiveram um impacto multifacetado no mundo,


moldando a política, a economia, a cultura e os movimentos sociais em muitas sociedades. No
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entanto, a interpretação e implementação do socialismo variaram amplamente, levando a uma


diversidade de resultados e experiências em diferentes contextos históricos e geográficos.
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CAPITULO III: CONCLUSÃO

O confronto intelectual entre a Escola Clássica da economia e os pensadores


socialistas foi mais do que um embate teórico; foi uma batalha de ideias que moldou o curso
da história económica e política. A Escola Clássica defendia a liberdade económica e via o
mercado como um mecanismo auto-ajustável, onde o interesse próprio resultava no bem-estar
geral. Por outro lado, os socialistas viam o capitalismo como uma fonte de exploração e
desigualdade, argumentando que a propriedade colectiva e a eliminação das classes eram
fundamentais para uma sociedade justa.

Essa contenda influenciou revoluções, guerras e políticas em todo o mundo. O século


XX testemunhou experiências socialistas em várias formas, desde o socialismo democrático
europeu até os regimes comunistas autoritários. O embate também levou a uma síntese de
ideias, como o welfare state, onde elementos do capitalismo e do socialismo foram
combinados para criar sistemas mistos em muitos países.

Hoje, à medida que as sociedades continuam a enfrentar desafios económicos


complexos, a intersecção entre o mercado livre e a intervenção estatal continua a ser um
tópico crucial de debate. As críticas socialistas à Escola Clássica destacaram questões
fundamentais sobre justiça, equidade e poder, que permanecem relevantes. O entendimento
dessas divergências históricas é essencial para informar as escolhas políticas e económicas do
futuro, à medida que buscamos sistemas que não apenas promovam o crescimento económico,
mas também garantam um padrão de vida digno para todos os cidadãos.
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Referências bibliográficas

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teorias do comércio internacional. DCS/UEM: Revista Urutágua, Nº 11. Maringá - Paraná.
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https://brasilescola.uol.com.br/historiab/barao-maua.htm

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