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INTRODUÇÃO À ECONOMIA:

A HISTÓRIA DA ECONOMIA

CARLOS GUILHERME ARAÚJO (cgararujo@id.uff.br)


GABRIEL MARTINS (martins_gabriel@id.uff.br)
SHAYENNE CRISTINE ALVES DE SOUZA (scristine@id.uff.br)
YURI DO ROSÁRIO DE ARAÚJO (yuriaraujo@id.uff.br)

A HISTÓRIA DA ECONOMIA

O QUE É ECONOMIA?
A economia desempenha um papel fundamental na humanidade. A noção de ciências
econômicas como uma área de estudo acadêmico pode ter sido introduzida
recentemente, se considerarmos a história da humanidade como um todo, mas a
economia está presente na sociedade desde quando o homem se viu na necessidade de
desenvolver habilidades de cooperação entre si. A economia pode ser observada por
ações humanas o tempo todo. Praticamos as ações que ponderam valores econômicos
diariamente, seja por intuição, seja por experiência, seja por qualquer fator que
consideramos útil para realizar as ações.
A economia, portanto, é o conjunto dessas ações que as pessoas realizam em
cooperação social a fim de obter recursos para a satisfação do próprio indivíduo.
Ludwig Von Mises (1949 p. 38) define que o “julgamento individual de valor é a única
medida possível que estabelece a satisfação pessoal do homem. Para ele também, a ação
humana pode ser definida como “a busca da felicidade”. Quando a ação humana de
escolha de alocação de recursos é analisada do ponto de vista da sociedade em geral,
surge a demanda da criação da economia como ciência social para atingir esse fim.
Sendo assim, a nova ciência é descoberta e pertencente ao conjunto de ciências
humanas.
Em toda e qualquer sociedade, os recursos que circulam em uma economia são finitos.
Porém a necessidade humana de consumi-los não tem fim, e precisam ser buscados a
todo tempo. Todo ser humano tem objetivos, desde os mais simples até os mais
complexos, e esses objetivos e demandas sempre se renovam, ao passo que uma
sociedade evolui, sendo valorados pelos indivíduos de forma pessoal. Surge então, o
conceito de escassez e a importância da aplicação da definição no estudo da economia.
Para Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia (1998 p. 22), a escassez é
definida como “a contraposição de recursos limitados às necessidades humanas
ilimitadas”. E em função dessa escassez, surge a necessidade do ser humano de escolher
entre alternativas de produção e alocação de recursos da forma mais eficiente possível.
É onde o estudo da economia se fundamenta de forma imprescindível para a sociedade.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA NA HISTÓRIA?
O pensamento econômico nasceu na Antiga Grécia com os pensadores Platão e
Aristóteles que descreveram problemas do comércio e a riqueza da época, já na idade
média onde as ideias predominavam em torno da igreja católica que gerencia o
comércio, entre os anos XV e XVIII surgiu a ideia do mercantilismo alguns fisiocratas
franceses começaram a formular a ideia de um modelo econômico.
Mas segundo os registros, a economia mundial nasceu no ano de 1776 quando o
filósofo e economista Adam Smith publicou em sua obra chamada “Uma investigação
sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, parte dos escritos de Smith foram
desenvolvidos depois por outros economistas do século XIX, como David Ricardo e
Thomas Robert Malthus, se destacando mais com o John Stuart Mill.
Smith defendeu a igualdade perante a lei para todos, sendo errado o governo conceder
vantagens a alguns à custa de outros. A noção de progresso smithiana também afirma
uma inversão de valores éticos que vinha se processando desde o século XVI, na qual o
egoísmo e a busca racional dos próprios interesses não mais aparecem como vícios, mas
sim como virtudes que levariam ao bem-estar e à felicidade de todos, na forma da
sociabilidade dada em um mercado livre. O indivíduo seria livre para buscar seus
interesses, e assim todos seriam livres e todos alcançariam, supostamente, a felicidade.
A lei da oferta e da demanda, elaborada por Adam Smith, é um conceito econômico
que relaciona a determinação do preço de um produto com sua demanda e oferta no
mercado. Ou seja, se houver mais produtos do que interessados em os comprar, os
preços tendem a cair. Por outro lado, se um produto estiver em falta, seu preço tende a
aumentar.
A impossibilidade de suprir totalmente um universo de interessados em algum produto
favorece a elevação do preço, já que a baixa disponibilidade de um artigo não costuma
refrear o consumo, ao contrário, instiga o desejo por sua obtenção literalmente a
qualquer custo. E essa circunstância se baseia no fato de que, para o produtor, cuja
intenção será sempre vender seu produto o mais caro possível, num ambiente de alta
procura e pouca oportunidade, surge o cenário ideal para que os preços decolem. No
quadro inverso, com abundância de opções e baixo interesse, os preços voltam a
aterrissar, integrando um fenômeno instável que, segundo Smith, estaria a cargo de uma
“mão invisível”, “entidade” representativa da interação entre consumidores e produtores
nas situações de alternância de predomínio entre oferta e procura e suas repercussões de
valor.
Jean Baptiste Say criador da lei de Say que afirmava a lei de oferta e demanda,
defendendo a tese de risco de desemprego com uma economia competitiva seria nula,
porque a própria oferta determinava a demanda, assim sem problemas com o
desemprego, nem com a superprodução, a cada aumento na produção aumentavam-se
também os salários.
Outro homem importante foi o filósofo alemão Karl Marx, que baseou sua explicação
histórica para as relações sociais em pilares economicistas. Segundo Marx, é a
economia que interfere na vida social em todas as suas formas, gerando frutos em sua
consequência. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de
ferramentas como o materialismo dialético e o caráter teleológico.
O materialismo dialético consiste em ler a história baseando-se na constante luta de
classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominante e uma classe dominada, sendo
que ambas estão em confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse embate
seria o motor da história, através do qual se daria o progresso da história e seria a
origem das transformações na estrutura. E o caráter teleológico consiste em considerar o
final da história como algo previamente conhecido. Essa forma de conceber o progresso
da história foi absorvida pela historiografia de corrente marxista.
Nos anos 80 surgem as escolas neoclássicas que introduzem ideias de novas produções
do pensamento econômico, John Maynard Keynes foi o analisador da grande depressão
econômica, a teoria Keynesiana foi sendo desenvolvida até então por matemáticos com
uma forma bem analítica.
A escola de economistas neoclássicos, também chamada de marginalistas, vigorou no
pensamento econômico no período entre 1870 e 1929. Procurava determinar as causas
da riqueza para a alocação de recursos, visando sempre a maximização da utilidade.
Léon Walras, foi o primeiro foi quem exerceu maior influência sobre a escola
neoclássica atual. A influência clássica, por sua vez, se dá através da presença de micro
fundamentos. O estado da arte da macroeconomia neoclássica, entretanto, baseia-se no
desenvolvimento de modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral (DSGE).
A partir dos anos 1930, após os trabalhos de John Hicks, a corrente Walrasiana assume
importância crescente e incorpora uma parte das ideias keynesianas, através da chamada
síntese neoclássica, que é considerada atualmente como a vertente dominante no ensino
de economia. Para E. Roy Weintraub, se a escola neoclássica representa a ortodoxia e é
ensinada nas maiores universidades, isso se deve à sua capacidade de "matematizar" e
“cientificar" a economia, bem como de fornecer indicações para a escolha da conduta a
seguir.

QUAL A IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS E ESTUDOS ECONÔMICOS


PARA A SOCIEDADE
Os conceitos econômicos são resultantes dos estudos desenvolvidos pelas ciências
econômicas no qual, são encarregados de analisar a dinâmica entre oferta e demanda.
Sendo uma ciência enquadrada como social aplicada, visto que se trata essencialmente
de como administrar a escassez de recursos com as necessidades humanas. Pode ser
visto como exemplo o conceito de inflação, Produto Interno Bruto (PIB) e Selic.
Os estudos econômicos segundo CHANG (2015) irão problematizar a exploração feita
acima, pois de acordo com o mesmo a definição neoclássica padrão de estudos
econômicos, variantes da qual ainda são usados, é dada no livro de Lionel Robbins de
1932. Um ensaio sobre a natureza e a importância da ciência econômica. No livro,
Robbins define estudos econômicos como “a ciência que estuda o comportamento
humano com uma relação entre afins e meios escassos que têm usos alternativos''. 
Nessa visão a economia é um estudo da escolha racional, isto é, da escolha feita com
base num cálculo deliberado, sistemático, de até que ponto os fins podem ser satisfeitos
usando meios inevitavelmente escassos. O objeto do cálculo pode ser qualquer coisa -
casar, ter filhos, o crime de vício em drogas, assunto sobre o qual escreveu. Gary
Becker, famoso economista de Chicago e vencedor do prêmio Nobel de economia de
1992 - e não apenas questões "econômicas" como as não econômicas iriam defini-los,
tais como emprego, dinheiro ou comércio internacional. quando Becker intitulou seu
livro de 1976, The Economic Approach to Human Behavior, ele estava de fato
declarando, sem sensacionalismo, que a economia realmente trata de “tudo”.
Segue argumentando “a maioria dos economistas de hoje, a maneira como os lutadores
de sumô conspiram para ajudar uns aos outros de como os professores americanos
falsificam as notas de seus alunos para melhorar sua avaliação no emprego são termos
tão legítimos da economia como discutir se a Grécia deve continuar na zona do euro, a
disputa da Samsung e da Apple pelo mercado de smartphones ou como reduzir o
desemprego dos jovens da Espanha. Para esses economistas, essas questões
‘econômicas’ não têm posição privilegiada na economia; é apenas parte das muitas
coisas que a economia pode explicar, porque definem o assunto em termos de sua
abordagem teórica, e não do seu objetivo de estudo”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro
MISES, L. V. Ação Humana: Um Tratado Sobre Economia. 3.1. ed. São Paulo.
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010. 1020 p.
VASCONCELLOS, M. A. S. Garcia, M. Enriquez. Fundamentos da Economia.
5 ed. São Paulo. Saraiva, 2014. 301 p.
CHANG, Ha-Joon. Economia: modo de usar: Um guia básico dos principais
conceitos econômicos. Portfolio-Penguin, 2015.
BECKER, G. S. (1976). The economic approach to human behavior (Vol. 803).
University of Chicago press.

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