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A HISTÓRIA DA ECONOMIA
A HISTÓRIA DA ECONOMIA
O QUE É ECONOMIA?
A economia desempenha um papel fundamental na humanidade. A noção de ciências
econômicas como uma área de estudo acadêmico pode ter sido introduzida
recentemente, se considerarmos a história da humanidade como um todo, mas a
economia está presente na sociedade desde quando o homem se viu na necessidade de
desenvolver habilidades de cooperação entre si. A economia pode ser observada por
ações humanas o tempo todo. Praticamos as ações que ponderam valores econômicos
diariamente, seja por intuição, seja por experiência, seja por qualquer fator que
consideramos útil para realizar as ações.
A economia, portanto, é o conjunto dessas ações que as pessoas realizam em
cooperação social a fim de obter recursos para a satisfação do próprio indivíduo.
Ludwig Von Mises (1949 p. 38) define que o “julgamento individual de valor é a única
medida possível que estabelece a satisfação pessoal do homem. Para ele também, a ação
humana pode ser definida como “a busca da felicidade”. Quando a ação humana de
escolha de alocação de recursos é analisada do ponto de vista da sociedade em geral,
surge a demanda da criação da economia como ciência social para atingir esse fim.
Sendo assim, a nova ciência é descoberta e pertencente ao conjunto de ciências
humanas.
Em toda e qualquer sociedade, os recursos que circulam em uma economia são finitos.
Porém a necessidade humana de consumi-los não tem fim, e precisam ser buscados a
todo tempo. Todo ser humano tem objetivos, desde os mais simples até os mais
complexos, e esses objetivos e demandas sempre se renovam, ao passo que uma
sociedade evolui, sendo valorados pelos indivíduos de forma pessoal. Surge então, o
conceito de escassez e a importância da aplicação da definição no estudo da economia.
Para Marco Antônio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia (1998 p. 22), a escassez é
definida como “a contraposição de recursos limitados às necessidades humanas
ilimitadas”. E em função dessa escassez, surge a necessidade do ser humano de escolher
entre alternativas de produção e alocação de recursos da forma mais eficiente possível.
É onde o estudo da economia se fundamenta de forma imprescindível para a sociedade.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA NA HISTÓRIA?
O pensamento econômico nasceu na Antiga Grécia com os pensadores Platão e
Aristóteles que descreveram problemas do comércio e a riqueza da época, já na idade
média onde as ideias predominavam em torno da igreja católica que gerencia o
comércio, entre os anos XV e XVIII surgiu a ideia do mercantilismo alguns fisiocratas
franceses começaram a formular a ideia de um modelo econômico.
Mas segundo os registros, a economia mundial nasceu no ano de 1776 quando o
filósofo e economista Adam Smith publicou em sua obra chamada “Uma investigação
sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, parte dos escritos de Smith foram
desenvolvidos depois por outros economistas do século XIX, como David Ricardo e
Thomas Robert Malthus, se destacando mais com o John Stuart Mill.
Smith defendeu a igualdade perante a lei para todos, sendo errado o governo conceder
vantagens a alguns à custa de outros. A noção de progresso smithiana também afirma
uma inversão de valores éticos que vinha se processando desde o século XVI, na qual o
egoísmo e a busca racional dos próprios interesses não mais aparecem como vícios, mas
sim como virtudes que levariam ao bem-estar e à felicidade de todos, na forma da
sociabilidade dada em um mercado livre. O indivíduo seria livre para buscar seus
interesses, e assim todos seriam livres e todos alcançariam, supostamente, a felicidade.
A lei da oferta e da demanda, elaborada por Adam Smith, é um conceito econômico
que relaciona a determinação do preço de um produto com sua demanda e oferta no
mercado. Ou seja, se houver mais produtos do que interessados em os comprar, os
preços tendem a cair. Por outro lado, se um produto estiver em falta, seu preço tende a
aumentar.
A impossibilidade de suprir totalmente um universo de interessados em algum produto
favorece a elevação do preço, já que a baixa disponibilidade de um artigo não costuma
refrear o consumo, ao contrário, instiga o desejo por sua obtenção literalmente a
qualquer custo. E essa circunstância se baseia no fato de que, para o produtor, cuja
intenção será sempre vender seu produto o mais caro possível, num ambiente de alta
procura e pouca oportunidade, surge o cenário ideal para que os preços decolem. No
quadro inverso, com abundância de opções e baixo interesse, os preços voltam a
aterrissar, integrando um fenômeno instável que, segundo Smith, estaria a cargo de uma
“mão invisível”, “entidade” representativa da interação entre consumidores e produtores
nas situações de alternância de predomínio entre oferta e procura e suas repercussões de
valor.
Jean Baptiste Say criador da lei de Say que afirmava a lei de oferta e demanda,
defendendo a tese de risco de desemprego com uma economia competitiva seria nula,
porque a própria oferta determinava a demanda, assim sem problemas com o
desemprego, nem com a superprodução, a cada aumento na produção aumentavam-se
também os salários.
Outro homem importante foi o filósofo alemão Karl Marx, que baseou sua explicação
histórica para as relações sociais em pilares economicistas. Segundo Marx, é a
economia que interfere na vida social em todas as suas formas, gerando frutos em sua
consequência. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de
ferramentas como o materialismo dialético e o caráter teleológico.
O materialismo dialético consiste em ler a história baseando-se na constante luta de
classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominante e uma classe dominada, sendo
que ambas estão em confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse embate
seria o motor da história, através do qual se daria o progresso da história e seria a
origem das transformações na estrutura. E o caráter teleológico consiste em considerar o
final da história como algo previamente conhecido. Essa forma de conceber o progresso
da história foi absorvida pela historiografia de corrente marxista.
Nos anos 80 surgem as escolas neoclássicas que introduzem ideias de novas produções
do pensamento econômico, John Maynard Keynes foi o analisador da grande depressão
econômica, a teoria Keynesiana foi sendo desenvolvida até então por matemáticos com
uma forma bem analítica.
A escola de economistas neoclássicos, também chamada de marginalistas, vigorou no
pensamento econômico no período entre 1870 e 1929. Procurava determinar as causas
da riqueza para a alocação de recursos, visando sempre a maximização da utilidade.
Léon Walras, foi o primeiro foi quem exerceu maior influência sobre a escola
neoclássica atual. A influência clássica, por sua vez, se dá através da presença de micro
fundamentos. O estado da arte da macroeconomia neoclássica, entretanto, baseia-se no
desenvolvimento de modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral (DSGE).
A partir dos anos 1930, após os trabalhos de John Hicks, a corrente Walrasiana assume
importância crescente e incorpora uma parte das ideias keynesianas, através da chamada
síntese neoclássica, que é considerada atualmente como a vertente dominante no ensino
de economia. Para E. Roy Weintraub, se a escola neoclássica representa a ortodoxia e é
ensinada nas maiores universidades, isso se deve à sua capacidade de "matematizar" e
“cientificar" a economia, bem como de fornecer indicações para a escolha da conduta a
seguir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro
MISES, L. V. Ação Humana: Um Tratado Sobre Economia. 3.1. ed. São Paulo.
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010. 1020 p.
VASCONCELLOS, M. A. S. Garcia, M. Enriquez. Fundamentos da Economia.
5 ed. São Paulo. Saraiva, 2014. 301 p.
CHANG, Ha-Joon. Economia: modo de usar: Um guia básico dos principais
conceitos econômicos. Portfolio-Penguin, 2015.
BECKER, G. S. (1976). The economic approach to human behavior (Vol. 803).
University of Chicago press.