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ALGUMAS DEFINIÇÕES

ECONOMIA

Do grego oikonomia, pelo latim oeconomia – Conjunto de atividades de


uma coletividade humana relativas à produção, distribuição e consumo
de bens. Organização das partes de um sistema; estrutura, o
funcionamento de um sistema; a troca de fluxos num sistema.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Há um vastíssimo conjunto de atos realizados pela humanidade,


individual ou coletivamente, que há muito são considerados constituintes
da atividade econômica. Pelo menos há dois séculos se aceita, na cultura
ocidental, que todos os atos relacionados à produção de “coisas”, à
distribuição dessas “coisas” entre grupos, classes e pessoas da sociedade,
e à utilização dessas “coisas”, constituem o núcleo da atividade
econômica. Se tomássemos como referência a sociedade atual, exemplos
desses atos que compõem, com outros, aquela atividade, seriam:

1- O plantio de alimentos;
2- As operações em Bolsa de Valores;
3- O transporte de mercadorias;
4- A produção de máquinas e ferramentas;
5- O pagamento de salários;
6- A compra de vestimentas por um cidadão, e muitos outros – todos
eles ligados direta ou indiretamente àqueles três fenômenos básicos.

A atividade econômica inclui, portanto, todo ato direta ou indiretamente


relacionado à produção, distribuição entre interessados e utilização de
“coisas”.

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ECONOMIA CLÁSSICA

A teoria econômica foi elaborada e sistematizada nas obras dos


economistas políticos (na maioria, britânicos) dos séculos 18 e 19, mais
especificamente entre Adam Smith (cuja obra A Riqueza das Nações foi
publicada em 1776) e J.S. Mill (cujos Princípios de Economia Política
apareceram em 1848). Além de Smith e Mill, os principais responsáveis
pela formação da economia clássica foram o francês Jean-Baptiste Say
(1767-1832), David Ricardo e Robert Malthus (1766-1834). A idéia
central da economia clássica é a de competição. Embora os indivíduos
ajam apenas em proveito próprio, os mercados em que vigora a
competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir (por um
mecanismo abstrato designado por Smith como "a mão invisível" que
ordena o mercado) a alocação mais eficiente dos recursos e da produção,
sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o único papel econômico
do governo (além do básico, que é garantir a lei e a ordem) é a
intervenção na economia quando o mercado não existe ou quando deixa
de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não há
competição livre. Segundo a teoria clássica, na economia competitiva a
oferta de cada bem e de cada fator de produção tende sempre a igualar a
demanda. Em todos os mercados, o elemento que determina esse
equilíbrio entre oferta e demanda são os preços (o preço do trabalho,
nesse caso, seria o salário). Os economistas clássicos partiam do
princípio de que a longo prazo os salários tendem a atingir o nível de
subsistência, e que qualquer elevação acima desse nível por tempo
demorado leva a um aumento da taxa de crescimento populacional. Ao
mesmo tempo, assumia-se que a chamada Lei de Say, que diz que "a
oferta cria sua própria demanda", impediria qualquer diminuição
demorada ou não-desejada do nível de emprego do trabalho. A análise
dos rendimentos relativos à propriedade da terra (por oposição aos
salários e ao lucro) constituía outra preocupação teórica dos economistas
clássicos, pois estes consideravam necessário explicar e justificar a
distribuição desigual de renda entre os possuidores dos diferentes fatores
da produção -- o trabalho, o capital e a terra. Segundo Ricardo, a renda
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fundiária equivaleria ao excedente capaz de ser produzido numa terra
mais fértil, em competição com terras menos férteis. Outro ponto
assumido pela economia clássica é que os investimentos e a poupança
são determinados principalmente pelas taxas de juros; esse foi um dos
aspectos da teoria contestados, no século 20, por Keynes. De acordo
com a perspectiva clássica da teoria do crescimento e do
desenvolvimento econômico, acabaria por se consolidar em algum
momento futuro um estágio econômico estacionário, não muito
diferente, em estrutura, daquele do mercado capitalista. Essa visão
contrasta com a dos economistas da segunda metade do século 20, que
procuraram estudar as condições em que um crescimento mais ou menos
contínuo poderia vir a erradicar ou diminuir a pobreza e as
desigualdades entre os países. Na segunda metade do século 19, a
economia clássica foi modificada e enriquecida pelos trabalhos do
inglês William Stanley Jevons (1835-82) e do austríaco Carl Menger
(1840-1921), que introduziram a perspectiva dita "marginalista",
segundo a qual o valor econômico não é determinado pelo custo, mas
sim pela utilidade variável que um bem pode ter para um agente
econômico. A partir daí, desenvolveu-se no século 20 a teoria
neoclássica do francês M.E.L. Walras (1834-1910), do italiano Pareto e
do britânico A. Marshall (1842-1924), entre outros. A teoria neoclássica
permanece como o núcleo científico das análises econômicas atuais,
especialmente em economia.

ESCOLAS DE ECONOMIA

Pode-se dividir o conjunto do pensamento econômico que se


desenvolveu entre meados do século 16 e o último quarto do século 20
em cinco grandes escolas ou tendências históricas principais:
mercantilismo; a corrente dos fisiocratas franceses; economia clássica e
neoclássica; keynesianismo e monetarismo. Essas escolas não têm
fronteiras definidas e se superpõem parcialmente; representam na
verdade amplas categorias dentro do pensamento econômico e não
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esgotam necessariamente o pensamento de todos os economistas. Os
mercantilistas, entre meados do século 16 e meados do século 18,
sustentavam que a riqueza das nações dependia do seu balanço
comercial. Com o sistema monetário simples então em vigor, os adeptos
dessa teoria tendiam a identificar riqueza com moeda, e pregavam a
maximização da quantidade de metais preciosos como forma de
fortalecimento econômico. Para isso, encorajavam-se medidas
protecionistas. Os críticos clássicos do mercantilismo, a começar pelo
filósofo Hume, demonstraram que a tentativa de acumular ouro e prata
pode acabar por determinar seu próprio fracasso, pois a entrada de
metais elevaria os níveis dos preços no país, a ponto de tornar os
produtos domésticos pouco competitivos em relação aos de outros
países, o que levaria à evasão de divisas com o aumento das
importações. Os fisiocratas franceses do século 18, cuja principal figura
foi François Quesnay (1694-1774), atribuíam papel primordial à
agricultura, considerada por eles como a única fonte de riqueza, assim
como a fonte da receita fiscal. Acreditavam que o papel do governo
deveria se limitar à manutenção da ordem natural da sociedade e eram
adeptos do livre comércio -- a atitude que seguiam e pregavam era
sintetizada na máxima "laissez faire, laissez passer, le monde va par lui
même" ("deixai fazer, deixai passar, o mundo segue por si mesmo"), que
se consagrou como expressão do princípio de não-intervenção. As idéias
fisiocratas do laissez-faire e do livre comércio foram adotadas pelos
economistas clássicos. Grande parte da microeconomia moderna
originou-se das teorias econômicas clássicas, cujo centro é a obra de
Smith, A Riqueza das Nações (1776). No século 19, a análise marginal e
a corrente marginalista levaram ao desenvolvimento da economia
neoclássica, que consistiu num refinamento e desenvolvimento da
economia clássica (na perspectiva marginalista, o valor de um bem, ou a
desejabilidade de sua produção ou consumo, é proporcional à disposição
do agente econômico em acrescentar à produção ou consumo uma nova
unidade desse mesmo bem). Ela esclareceu o modo de interação entre
demanda e oferta pelo mecanismo de preços e resolveu vários problemas
enfrentados pela teoria clássica, como por exemplo o aparente paradoxo
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de que diamantes -- um luxo, um bem não essencial -- tenham mais
valor (econômico) do que a água, que é imprescindível para a
sobrevivência. No início do século 20, foi muito discutido entre os
economistas o papel que caberia ao governo no controle do desemprego
causado por variações na demanda de bens. Os adeptos da visão clássica
afirmavam que o governo deveria limitar-se a equilibrar o orçamento,
enquanto outros defendiam a adoção de medidas cujos gastos deveriam
ser financiados com déficits orçamentários. A questão foi resolvida por
Keynes, em 1936, em Teoria Geral do Emprego, Juros e Dinheiro. Essa
obra estabeleceu os fundamentos do que é hoje conhecido como
macroeconomia. O keynesianismo é favorável à administração, pelo
governo, da demanda, através de políticas fiscais e monetárias. O
monetarismo, que prevaleceu nas décadas de 70 e 80, significou um
ressurgimento e uma atualização do pensamento pré-keynesiano quanto
a questões macroeconômicas. Essa corrente enfatizava a importância da
quantidade de moeda na economia como meio de controle da demanda
de dinheiro e da inflação, mas negava a idéia de que as políticas fiscal ou
monetária pudessem exercer alguma influência duradoura sobre o nível
de produção e de emprego, pois segundo ela a quantidade de moeda
disponível determinaria apenas o nível dos preços.

MACROECONOMIA

Área da ciência econômica que estuda a economia como uma grande


unidade complexa, e não como um conjunto de agentes econômicos e
mercados individuais e autônomos. Os estudos macroeconômicos têm
por objeto as variações e relações entre grandes agregados (isto é, somas
totais de determinados processos ou comportamentos econômicos),
especialmente a demanda agregada (e seus componentes: consumo,
investimento, gastos governamentais), a renda nacional, a balança de
pagamentos, o nível de emprego e o nível de preços. Sob tal perspectiva,
dá-se muita importância ao papel do governo e principalmente ao
impacto das políticas fiscal e monetária sobre o desempenho econômico
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geral. As diferentes correntes do pensamento econômico desenvolveram
diversos modelos de comportamento macroeconômico. Para os
keynesianos que pressupõem salários fixos, a produção da economia
nacional depende da intervenção do governo. Os modelos clássicos e
monetaristas, por outro lado, tendem a tomar salários e preços como
flexíveis, e a produção como basicamente independente da política
governamental.

MICROECONOMIA

Parte da economia concernente ao comportamento das unidades


decisórias individuais (agentes econômicos), oposta à macroeconomia,
que estuda conjuntos mais amplos, como a receita nacional e o nível dos
preços. Os agentes econômicos compreendem as famílias
(consumidores) e firmas. Os agentes interagem em mercados,
comprando e vendendo bens e serviços. A teoria da demanda do
consumidor estuda as quantidades adquiridas, de acordo com as
preferências, receita e preços de venda. O cálculo de produtividade de
uma empresa é descrito a partir de combinações alternativas de insumos
(fatores de produção) necessários para produzir quantidades
determinadas de produtos. Com base nas informações sobre preços de
insumos, o cálculo de produtividade possibilita a obtenção dos valores
dos lucros e custos da produção marginal; e isto, acrescido de
informações sobre os objetivos das empresas e sobre a estrutura do
mercado, determina as condições de fornecimento do produto no
mercado e a demanda de empresas por recursos. O preço de mercado
equilibra oferta e procura. Os economistas focalizaram o sentido e o
mecanismo de mercado que pode levar a uma alocação otimizada de
recursos; reconheceram as diversas formas de estruturas de mercado que
contrariam esta otimização e o campo de ação para uma intervenção
governamental que possa sanar ou mitigar a falência do mercado.

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