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Economia para

Engenheiros
Cap2. História do Pensamento Econômico

Local: Campus de Tucuruí
Carga Horária: 30 h
Período: 18/11 – 02/12/2022
Professor: Ronaldo Moura
e-mail: rrmoura@ufpa.br
ROTEIRO

1. Introdução à Economia;
2. História do Pensamento Econômico;
3. Atividade Econômica (Microeconomia e
Macroeconomia);
4. Teoria Monetária;
5. Comércio Internacional;
6. Localização Econômica;
7. Mercado de Capital;
8. Políticas Públicas – Economia Brasileira.
Introdução

Estima-se que as primeiras
discussões a respeito da economia
surgiram na Grécia Antiga,
enquanto era largamente estudada
e discutida por filósofos como
Aristóteles e Platão, tendo em vista
que ainda não era uma disciplina
propriamente dita, portanto era
mais um assunto pertencente à
filosofia e à ética.
Introdução

Porém os primeiros escritos que continham pensamentos sobre
economia de que temos conhecimento são provenientes da China,
citamos o Tao Te King de Lao Tse, os Anacletos de Confúcio e a Arte da
guerra de Sun Tzu entre os séculos IV e VI a.C.

Neste período os aspectos econômicos eram encarados pelos chineses


como mero procedimento para subsistência, era baseada na agricultura e
seguia uma ordem natural que consistia na expressão “laissez faire”,
cujo significado é “deixar fazer”.
Introdução

Introdução

O estudo teórico dos fenômenos econômicos surgiu somente na era
moderna com base em experiências. Foram desenvolvidas diversas
teorias e modelos de pensamento, com o objetivo de apresentar
racionalidade, lógica e explicar os fenômenos e processos da economia.

Desde então muitos estudiosos se dedicam ao assunto e os estudos sobre


economia vêm evoluindo, formando as escolas de pensamento econômico
que iremos estudar em seguida, tais como: Mercantilismo, Fisiocracia,
Escola Clássica, etc.
Mercantilismo

O Mercantilismo foi desenvolvido na Europa e consistia nas práticas
econômicas com o objetivo de fortalecer o Estado e enriquecer a
burguesia. O meio utilizado para esse fortalecimento era a ampliação da
economia, com a geração de mais lucro e consequentemente o
recolhimento de mais impostos.

O mercantilismo surgiu num período de nacionalismo econômico, a


denominação “Mercantilismo” foi criada por Adam Smith em 1776. Em
razão do aumento do comercio em nível internacional, o governo decide
realizar ações protecionistas para aumentar as importações e reduzir as
exportações, pois a entrada de mais metais tornaria o país mais rico.
Mercantilismo

Com isso surge o Metalismo. O metalismo consistia no acumulo de
moedas dentro do país, pois isso era o que quantificava a riqueza.
Também surge o Colbertismo e o Mercantilismo comercial e marítimo,
este adotava a teoria de superfaturar o preço do produto para obter mais
lucro. O colbertismo também denominado mercantilismo Industrial tinha
como objetivo suprir o mercado brasileiro.

Foi também neste período que os primeiros estudiosos do pensamento


econômico iniciaram seus trabalhos e estudos relacionados aos
fenômenos econômicos, circulação de mercadorias e comércio exterior,
entre eles Thomas Mun, Willina Petty e Josiah Child.
Mercantilismo

Princípios Básicos do Mercantilismo:
1. Intervencionismo: o Estado deve intervir na economia para
realização do bem comum, desde o seu crescimento até a redução
de desigualdades sociais.
2. Metalismo: também denominado bulionismo, sua teoria consiste na
afirmação que o crescimento da economia depende do aumento da
população e acumulo de metais preciosos.
3. Balança comercial favorável: a forma de aumento da riqueza se dá
com o acumulo de metais, para isso deve manter superávit da
exportação sobre a importação.
4. Protecionismo: a comercialização de produtos nacionais era
incentivada e o Estado protegia da concorrência internacional.
Mercantilismo

O desenvolvimento marítimo também foi um fator fundamental para o
mercantilismo, propiciava a ampliação dos horizontes, tanto para a
comercialização de produtos como para a conquista de novas colônias.

As colônias eram essenciais para o crescimento do Estado no sistema


mercantil, pois ofereciam recursos como trabalho e os metais que
enriqueciam o governo. Toda nação forte necessitava de trabalhadores
e soldados.
Fisiocracia

Criada na metade do século XVIII pelo francês François Quesnay, a
teoria fisiocrática foi idealizada no livro “Tableau Economique” que
significa quadro econômico.

A Escola Fisiocrática se opunha ao mercantilismo, para os fisiocratas


as práticas mais importantes para o crescimento da economia e
prosperidade do Estado era a agricultura, toda fonte de riqueza era a
terra, pois possibilitava grande margem de lucro com pouco
investimento.
Fisiocracia

Nesta tese era defendido o liberalismo econômico, que consistia na não
intervenção do Estado na economia. Para a fisiocracia, a economia era
governada por uma ordem natural, sendo inútil tentar modificar com a
aplicação de leis e regulamentos.

Como a produção agrícola era considerada a única fonte de riquezas,


entendia-se que os impostos deveriam recair sobre a terra, onerando os
seu proprietários e liberando a sociedade de obrigatoriedade de
contribuição.
Fisiocracia

Neste período de desenvolvimento da economia com base na
agricultura, as classes sociais se existentes e atuantes eram:

• Classe agrícola: composta por proprietários de terra, arrendatários,


camponeses;

• Classe manufatureira: formada por artesãos que desenvolviam suas


atividades nas cidades, também conduzidas de forma capitalista
assim como na agricultura.

Observação: de acordo com a teoria fisiocrata a agricultura era uma


atividade produtiva e a manufatura estéril, porque somente a agricultura
na gestão capitalista poderia ser expandida, já as
atividades manufatureiras eram exercidas de forma artesanal.
Fisiocracia

Teoria do Excedente

Como o objetivo do capitalismo era ampliar a produção e o consumo


como forma de obter mais lucros, era necessário produzir mais que o
necessário para o consumo normal, ou seja, produzir de forma
excedente.

O excedente se caracteriza quando a riqueza produzida é maior que a


riqueza consumida. O entendimento dos fisiocratas é que este excedente
tem origem na fertilidade da terra.
Fisiocracia
Crítica ao Sistema Fisiocrata

Ao criticar o sistema fisiocrata, Marx afirma que o excedente provém do
trabalho assalariado, constituído a mais-valia, ou seja, a exploração do
trabalho dos assalariados como fonte de lucros, prática essa típica do
capitalismo.

Karl Marx (1818 – 1883)


Foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico
político, jornalista, e revolucionário socialista alemão. Os seus títulos
mais conhecidos são o panfleto Manifesto Comunista de 1848 e o triplo
volume O Capital (1867–1883). O pensamento político e filosófico de
Marx teve uma enorme influência na história intelectual, económica e
política subsequente. O seu nome tem sido usado como adjetivo,
substantivo e escola de teoria social.
Escola Clássica

A teoria clássica foi criada por Adam
Smith em 1776, com a publicação
Uma Investigação sobre a Natureza e
a Causa da Riqueza das Nações, a
partir da teoria da fisiocracia, que
embora possuísse diversas limitações
foi de extrema importância.

Sua obra mais conhecida, e que Adam Smith (1723 - 1790):


continua sendo usada como referência Filósofo e economista escocês, É
para gerações de economistas, o pai da economia moderna, e é
considerado o mais importante
teórico do liberalismo
econômico.
Escola Clássica

Adam Smith, procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da
atuação de indivíduos que, movidos inclusive (e não apenas
exclusivamente) pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o
crescimento econômico e a inovação tecnológica.

Assim acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com


pouca ou nenhuma intervenção governamental, sendo defensor do free
banking (sistema bancário livre).

A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só à queda


do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações
tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os
competidores.
Escola Classica

Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário
poderoso a propulsionar a economia. Uma frase de Adam Smith se
tornou famosa:

"Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio


interesse (self-interest), é levado por uma "mão invisível" a promover
algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade."

Como resultado da atuação dessa "mão invisível", o preço das


mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir.
Escola Clássica

David Ricardo, principal discípulo de Smith contribuiu com a obra
Princípios de Economia Política e Tributação, publicada em 1817, que
marcou a escola. Outros colaboradores foram Malthus, Say, Stuart Mill,
Marx.

A Escola clássica se desenvolveu no período histórico em que aconteceu a


Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Até a metade do século
XIX o trabalho agrícola ou industrial era considerado fonte única de
riquezas e a economia foca seu estudo e no formação e preço dos bens.

Os economistas clássicos fundamentam seus pensamentos com base na


liberdade e racionalidade dos agentes econômicos, que incentiva os
indivíduos satisfazerem sua necessidades sem preocupação com o bem
estar coletivo.
Escola Clássica

Teoria do Valor Trabalho
Ricardo afirma que o valor de um produto resulta da quantidade de
trabalho utilizado em sua produção. Ao responder à criticas quanto a sua
teoria, procurou explicar a renda, o salário, o juro e o lucro.
Exercendo grande influencia sobre os economistas neoclássicos e
marxistas.

Teoria da Renda da Terra


Também denominada teoria da distribuição, que consiste na seguinte
fórmula:

Trabalho + Maquinário + Capital = Produto.


Escola Clássica

Que se divide entre as seguintes classes sociais existentes: proprietários
de terras; trabalhadores assalariados; arrendatários capitalistas.

De acordo com essa teoria, a sociedade é fator para o aumento do preço dos
alimentos e da renda da terra, pois quanto maior o número de pessoas maior
é a necessidade de alimentos. Para produzir maior quantidade é forçada a
utilização de terras menos férteis, o que acarreta o aumento de trabalho e
investimento, e consequentemente eleva os preços.

Para controlar o preço dos alimentos, Ricardo aponta como solução o


controle da natalidade e a livre importação de alimentos.

Teoria do Comércio Internacional


Defendia a liberdade de trocas entre nações, considerando vantajosa essa
comercialização em diversos aspectos.
Escola Clássica

Principais Teorias de Smith

Segundo Smith o trabalho dá origem a prosperidade, e melhores resultados


na produção enriquecem a nação. Dessa forma os rendimentos devem ser
crescentes, para isso utiliza-se da divisão social do trabalho.

A divisão social do trabalho consiste na divisão técnica. Para Smith essa


divisão apresenta três vantagens, são elas:

1. Aperfeiçoamento de uma habilidade: fazendo com que aumente a


produção e a qualidade;
2. Economia de tempo: uma vez que o exercício de uma mesma
atividade não exige concentração e preparação frequente;
3. Otimização do trabalho: devido à criação e utilização de máquinas.
Escola Clássica

Teoria da Mão Invisível
É a teoria mais importante de Adam Smith. De acordo com essa teoria as pessoas são
movidas por ideais individuais que livremente desenvolvidos atingem o bem
comum, gerando crescimento econômico e desenvolvimento de novas tecnologias.

Esse desenvolvimento livre é denominado Liberalismo Econômico e consiste na não


intervenção ou intervenção mínima do governo na economia. Assim, a harmonia da
economia era feita por uma espécie de mão invisível. Os mercados seriam livres,
mas os recursos e o capital seriam empregados para atender as necessidades sociais e
não somente para a obtenção de lucro. Com relação ao individualismo, defendia-se
que o trabalho devia ser desenvolvido conforme a vocação, tendo como resultado o
sucesso pessoal.
Escola Clássica

Teoria da Mão Invisível (cont.)

Smith associava o liberalismo e o individualismo ao bem comum. Suas


teses foram publicadas no período da Revolução Industrial, o que causou
maior impacto.

Para Smith o elemento essencial da riqueza é o trabalho produtivo,


considerando que o preço de venda de um produto pode ser maior que seu
preço de custo.
Escola Clássica

Teoria Clássica

Consiste no equilíbrio da economia de forma natural, decorrente da


oferta e demanda. As trocas e o crescimento do mercado aumentam a
demanda, propiciando maior produção com menor custo mediante o
investimento de capital e de trabalho, resultando em crescimento
econômico.

Para Smith a economia deve crescer de forma contínua, ampliando os


mercados e gerando novos empregos, pois isso possibilita o acumulo de
capital que possibilitará o progresso técnico e consequentemente o aumento
de salários.
Escola Clássica

Estado Estacionário

Estudado por Stuart Mill, o estado estacionário consiste na paralisação


do crescimento econômico, na obra Princípios de Economia Política, Stuart
coloca como causas principais a concorrência existente entre os capitalistas
e o crescimento demográfico.

Entretanto também existem causas que afastam do estado estacionário, tais


como, o desenvolvimento de novas tecnologias para resolução de problemas
na produção e a livre importação de alimentos.

Tal teoria afirma que o estado estacionário ocorrerá quando não mais houver
progresso técnico. Porém nesta fase o nível de vida será elevado e as
necessidades que se apresentarão será com relação ao desenvolvimento
cultural e espiritual. Stuart Mill trouxe para a economia preocupações com a
“justiça social”.
Escola Clássica

A Teoria da População

Segundo Thomas Malthus a população aumenta em proporcões maiores que


o aumento da produção de alimentos, estes crescem em proporção
aritmética (1, 2, 3, 4…), já a população cresce em proporções geométricas
(1, 2, 4, 8…).

Assim como Ricardo, Malthus defende o controle de natalidade como fator


fundamental para equilíbrio da economia, devido a impossibilidade de
subsistência para uma crescente população, o que resultaria em crises
econômicas no futuro.
Escola Clássica

Oposição à Escola Clássica

Contra o pensamento da escola clássica surgiram diversas teorias a partir de


1820, como o intervencionismo de Sismondi, o industrialismo de Saint-
Simon, o sistema nacional de economia política de Liste, o socialismo
utópico de Fourier e Proudhon.

Inicialmente Sismondi era seguidor da escola clássica, depois tornou-se o


principal crítico do capitalismo industrial. Sismondi foi precursor do
socialismo, mas foi Marx quem primeiro fez a análise da escola clássica de
forma integral.

A reação ao pensamento clássico resulta no pensamento socialista e no


pensamento marxista. O pensamento não socialista propaga a intervenção
do governo para corrigir falhas do sistema capitalista, são adeptos dessa
corrente, List, Keynes e Sismondi.
Escola Neoclássica
A teoria neoclássica surge no final do século XIX relacionadas com o

processo de mudanças econômicas que ocorreram nesse período. Os
fundadores da Escola Neoclássica foram o austríaco Carl Menger, o
francês Léon Walras e o inglês William Stanley Jevons.

Até 1873 a economia europeia teve grande expansão e também


crescimento industrial, motivado por uma concorrência considerada
agressiva e destrutiva. Após esse período de expansão seguiu um período
de crise denominado “longa depressão”.

A escola neoclássica surge em razão da crise, pois a escola clássica não


apontava a origem dos problemas nem possíveis soluções.
Destacam-se as Escolas de Lausanne, a Escola de Cambridge, a Escola
Sueca fundada por Wicksell e a Escola de Viena baseada na teoria de
Menger. Posteriormente tiveram grande importância os teóricos Vilfredo
Pareto, Irving Fisher e Alfred Marshall.
Escola Neoclássica
Teoria do Valor da Utilidade

Com base no principio da utilidade crescente, Menger criticou a teoria de
que o valor é determinado pelo trabalho e desenvolveu a teoria do valor
de troca. Segundo Menger:

“O valor que os bens possuem para cada indivíduo constitui a base mais
importante para a determinação do preço.”

Essa teoria provém do Utilitarismo de Jeremy Bentham, que afirma que a


felicidade consiste na obtenção do que é útil, do afastamento da dor e
aproximação do prazer.

Essa escola muda o foco de análise que era a geração de riqueza e o


consumo na escola clássica. Na escola neoclássica passa-se à análise das
necessidades dos indivíduos e sua satisfação, bem como o valor subjetivo
dos bens.
Escola Neoclássica

Individualismo e Racionalidade

Na teoria econômica, o conceito de racionalidade se refere à capacidade


racional do indivíduo para equilibrar suas despesas e seus ganhos. Já o
individualismo tem referência no indivíduo que busca a satisfação dos seu
interesses próprios, sendo base para o desenvolvimento da
microeconomia.
Escola Neoclássica
Teoria do Equilíbrio Geral

Walras desenvolveu um sistema matemático que demonstrava o equilíbrio
geral na economia, onde demonstrou a interdependência das unidades
econômicas que não podem ser analisadas separadamente. Existem
diversos modelos de análise da economia que podem recair sobre um
agente individual, que pode ser a família e a firma.

Essa teoria foi uma tentativa para estipular preços na economia, na


qual o equilíbrio é determinado pela igualdade entre oferta e demanda e
garantido por um vetor de preços.

“A análise de equilíbrio geral determina os preços e as quantidades


simultâneas em todos os mercados, sendo que ela explicitamente leva em
conta os efeitos feedback. O efeito feedback é o ajuste de preços ou de
quantidades em um determinado mercado causado pelos ajustes de preços
ou de quantidades em mercados correlatos.” (PINDYCK, 1994).
Escola Neoclássica
Teoria da Utilidade Marginal

William Stanley Jevons rompeu com a concepção de que o valor
do produto correspondia ao trabalho necessário para sua
produção, estabelecendo que o valor era definido em razão da sua
utilidade e que o valor do trabalho definido em razão do valor
do produto.

Foi neste período neoclássico que as primeiras marcas de produtos


foram criadas em nível nacional, por volta do ano de 1870, nos
EUA. Entre 1915 e 1929, as marcas já causam impacto e influência
no gosto dos consumidores, por isso o período foi chamado de
“fase dourada”.
Escola Neoclássica
(Escola Sueca)

É uma das principais escolas neoclássicas, representada por Knut
Wicksell, teve grande importância com suas contribuições relacionadas à
análise do valor e da distribuição, que estão inseridas na obra:

Juros e Preços
Wicksell integrou a análise monetária e a análise real, essa foi sua maior
contribuição para a economia, teoria essa que posteriormente foi
desenvolvida por Keynes.
O Marxismo

Marxismo é o pensamento contrário ao classicismo, foi desenvolvido
pelos socialistas Karl Marx e Friedrich Engels, consistindo numa crítica
ao sistema capitalista.

Marxismo foi a denominação consagrada para identificar as obras de


Marx e Engels e de outros seguidores. O pensamento de Marx abrange
diversos campos de conhecimento, como a filosofia, sociologia, história,
etc. As obras que marcaram esse período foram o capital e Manifesto
Comunista, este resultante dos estudos conjuntos de Marx e Engels.

As teorias de Marx são publicadas inicialmente na Alemanha, no ano de


1841, exercendo grande influência no trabalho posterior de outros
teóricos, dos quais destacam-se Mao Tsé-Tung, Trotski, Gramsci, Rosa
Luxemburgo, Lukács, Tito, Louis Althusser, entre outros.
O Marxismo

Na obra O Capital, encontramos a teoria da mais-valia que caracteriza o
sistema capitalista, o qual consiste na exploração do trabalhador. Segundo
Marx, o modo de produção industrial era maléfico para o proletariado, em
razão da baixa qualidade de vida e das péssimas condições de trabalho.
Para Marx, devia-se lutar para conquistar o chamado Estado da Ditadura
do Proletariado, o capitalismo devia ser substituído pelo socialismo por
meio de ação revolucionária da classe operária.
A teoria denominada mais-valia é um dos fundamentos do capitalismo,
que consiste em obter o máximo de trabalho com o menor pagamento de
salário possível. Essa é a fórmula utilizada pelo capitalismo para
acumulação de riquezas, os meios de produção pertencem ao dono do
capital que se apropria da mão de obra dos proletários e toma como lucros
o trabalho excedente não pago.
O Marxismo

O sistema socialista idealizado pelo Marxismo, denominado socialismo
científico, consiste no grupo de teorias econômicas que consideram que o
Estado atua em conformidade com os interesses da classe dominante,
sendo que a classe dominada, neste caso o proletariado, somente
consegue alterar tal situação se unir forças e lutar pelos seus direito.

No socialismo científico era estudado o mecanismo e contradições do


capitalismo. As contradições eram apontadas como fatores da queda do
capitalismo, associados com a luta de classes. Marx e Engels acreditavam
que o socialismo era uma etapa necessária para atingir o
comunismo, nesta fase preparatória os meios de produção seriam
socializados, deixando de pertencer ao dono do capital.
Comunismo

O comunismo seria o ponto final
da trajetória do socialismo, é uma
ideologia que consiste na
instauração de uma sociedade
sem classes, sem intervenção do
Estado e igualitária, onde a
propriedade dos meios de
produção é comum.

Nota: É a Utopia do
INFERNO!
“Ninguém teria direito à propriedade, nem de opinião, nem de defender-
se, etc. Todos seriam escravos do Estado!”
Socialismo Utópico X
Socialismo Científico

Socialismo utópico foi uma denominação atribuída ao socialismo, pois
os princípios para existência de uma sociedade ideal eram
desenvolvidos por diversos teóricos, porém os meios para alcançar tal
ideal não eram descritos.

Na Obra Manifesto Comunista (1848), Marx e Engels se preocupam


com a possibilidade de criação dessa sociedade sem classes,
diferentemente dos utópicos buscam uma organização prática e direta
da classe proletária.
Keynesianismo

O Keynesianismo surgiu na década de 1930, com o economista John
Maynard Keynes, cujas obras opunham-se ao classicismo e ao
marxismo. Sua obra de maior impacto foi Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda.

A revolução de Keynes consiste na renovação da doutrina econômica,


estabelecendo uma racionalidade na análise de novos fatos, conforme
exigia a nova realidade.

Os fatos novos na economia que Keynes procurava explicar eram as


flutuações ou ciclos econômicos e o desemprego, sua causa e solução.
Keynesianismo

A denominação “Revolução Keynesiana” se deu em razão do impacto
que o pensamento de Keynes produziu num período conturbado entre
duas guerras, entre os anos de 1883 e 1946, pelo rompimento com a
tradição neoclássica e o pelo desenvolvimento de programa para
promoção do emprego.

Outro fator que teve importância para o surgimento do Keynesianismo


foi a queda da Bolsa de Nova York, a denominada Crise de 1929, que
ocorreu devido ao excesso de produção e consequente desemprego
pelo acumulo de produtos em estoque. A teoria de Keynes pregava a
manutenção da produção para manter os empregos, para tanto era
essencial a intervenção do Estado e a diminuição de impostos.
Keynesianismo

Neste período é identificada a incompatibilidade do capitalismo com a
economia e a manutenção de empregos, por este motivo Keynes apontava
que era necessário a implantação de reformas no sistema, ao contrário de
Marx, acreditava que o capitalismo poderia ser mantido.

Keynes também defendia a intervenção do Estado na economia, porém


uma intervenção moderada, pois não havia necessidade da implantação
do socialismo, uma vez que a posse dos meios de produção não
resolveria todos os problemas sociais.

O Keynesianismo foi também denominado “Estado de Bem-estar


Social”, pois segundo Keynes, a intervenção do Estado como protetor da
sociedade, cabendo a ele a criação de medidas de proteção da população,
tais como a organização da economia, saúde, geração de empregos, etc.
Bibliografia

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