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Agrupamento de Escolas

Henriques Nogueira

O liberalismo económico: o
direito à propriedade e à
livre iniciativa

Ano Letivo: 2022/2023


História A
1. Índice
Introdução……………………………………………………………………………………….3
Desenvolvimento …………………………………………………………………………….4
O liberalismo económico …………………………………….……………………………….4
O fisiocratismo e o liberalismo económico ………………………………………………. 4
O direito à propriedade e à livre iniciativa …………………………………………………4
François Quesnay ………………………………………………………………………………………5
Vincent de Gournay …………………………………………………………………………………..6
Adam Smith………………………………………………………………………………………………..6

Conclusão………………………………………………………………………………………….7
Fontes………………………………………………………………………………………………..8
2. Introdução

O Liberalismo é uma forma de organização social, política e económica


que vigorou na Europa Ocidental nos séculos XVIII e XIX.
A nível político, o Liberalismo defende a representatividade popular
contra o regime absolutista; a nível económico, é a favor da liberdade de
iniciativa privada contra o intervencionismo do Estado; a nível social,
coloca a burguesia no topo da escala social contra os privilégios da nobreza
e do clero.
Este defende os direitos individuais porque considera que esses direitos
são naturais, isto é, derivam da própria condição do ser humano e, como
tal, nascem com o indivíduo. São eles: o direito à liberdade (que dá o nome
ao Liberalismo); o direito à igualdade; o direito à segurança e à
propriedade; o direito de intervir na governação.
Neste trabalho irá ser abordado, exclusivamente, o Liberalismo
económico: o direito à propriedade e à livre iniciativa.
3. Desenvolvimento

3.1- O liberalismo económico


A teoria do liberalismo económico surgiu na Europa e na América no
século XVIII.
O liberalismo económico é uma doutrina económica, baseada no
individualismo, na liberdade absoluta de cada membro da sociedade e na
ideia de ordem natural, segundo a qual a iniciativa privada deve atuar
livremente para que os desejos e os interesses de todos sejam satisfeitos da
melhor maneira possível.
Esta teoria teve origem no fisiocratismo.
3.1.1- O fisiocratismo e o liberalismo económico
O fisiocratismo é uma doutrina económica segundo a qual a base da
riqueza de cada país está agricultura. Segundo este, a terra devia ser
cultivada com total liberdade e os agricultores deviam cultivar e
comercializar os seus produtos livremente. Este defendia a liberdade de
produção e de concorrência e a sobrevalorização da agricultura.
Tanto o fisiocratismo como o liberalismo económico defendiam a
iniciativa individual e a ausência estatal de intervenção na economia,
insurgindo-se, assim, contra o dirigismo mercantilista.

3.1.2 -O direito à propriedade e à livre iniciativa


De acordo com o valor iluminista do individualismo, devia dar-se total
liberdade à iniciativa privada, pois a procura individual do lucro resultaria,
naturalmente, na riqueza e progresso de toda a sociedade.
Só a livre iniciativa em busca de riqueza promoveria o trabalho produtivo,
a poupança, a acumulação de capital e o investimento.
Destacaram-se vários pensadores na formulação dos princípios do
liberalismo económico.
3.1.3 - François Quesnay
François Quesnay nasceu em Méré, a 4 de junho de 1694 e faleceu em
Paris, a 16 de dezembro de 1774. Foi um médico e economista francês que
se destacou como principal figura da escola dos fisiocratas.
Este defendeu que a terra deveria ser cultivada com total liberdade pelos
proprietários, que promoveriam as devidas inovações.

Fig.1 – François Quesnay

Tal como referido mais acima, Quesnay foi a principal figura do fisiocratismo.
Isto é possível verificar através do seguinte documento:

“O fisiocratismo”
“ Que o soberano e a nação nunca percam de vista que a terra é a única fonte de riquezas
e que é o agricultor quem as multiplica(…). Que a propriedade dos bens fundiários e das
riquezas mobiliárias seja assegurada aos possuidores legítimos (…).
Que uma nação que tem um grande território a cultivar e a felicidade de exercer um
grande comércio dos géneros agrícolas não alargue demasiadamente o emprego do
dinheiro e dos homens às manufaturas e ao comércio de luxo, em prejuízo dos trabalhos
e despesas da agricultura; pois, preferentemente a tudo, o reino deve ser bem povoado
de ricos cultivadores(…). Que cada um seja livre de cultivar no seu campo as produções
que o seu interesse, as suas faculdades e a natureza do terreno lhe sugiram para obter a
maior produção possível(…).
Que se mantenha a inteira liberdade de comércio, pois o comércio interno e externo,
mais seguro, mais exato e mais proveitoso para a nação e para o Estado, deve estar
baseado na plena liberdade de concorrência(…). “
Quesnay, Máximas Gerais do Governo Económico de um Reino Agrícola, 1758

3.1.4 – Vincent de Gournay


Jacques Claude Marie Vincent, marquês de Gournay nasceu em Saint-
Malo, a 28 de maio de 1712 e faleceu em Paris, a 27 de junho de 1759. Foi
um negociante e economista francês, apoiante do fisiocratismo.
Advogou a liberdade de produção industrial e de circulação de
mercadorias.
A ele se atribuiu a expressão “laissez faire, laissez passer” (“deixai
produzir, deixai comercializar”), uma das palavras de ordem do
fisiocratismo e do liberalismo económico.

Fig. 2 – Vincent de Gournay

3.1.5 – Adam Smith


Adam Smith nasceu em Kirkcaldy a 5 de junho de 1723 e faleceu em
Edimburgo, a 17 de julho de 1790. Foi um filósofo e economista escocês,
considerado o mais importante teórico do liberalismo económico.
A este se devem as linhas-mestras do liberalismo económico:
 a livre iniciativa em busca da riqueza como forma de promover o
trabalho produtivo, a poupança, a acumulação de capital, o
investimento;
 as leis do mercado, assentes no livre jogo da oferta e da procura
e na livre concorrência: se um produto é solicitado, o seu preço
sobe e o seu fabrico é estimulado; o mesmo se passa com o salário
do trabalhador, que se altera pela maior ou menor necessidade de
mão de obra;
 a ausência de intervenção do Estado na regulação da economia, o
qual deveria abster-se de práticas protecionistas e monopolistas, de
lançar impostos sobre a circulação, de fixar preços e salários, de
controlar a contratação de mão de obra.

“A riqueza de uma nação mede-se pela riqueza do povo e não pela


riqueza dos príncipes.” – Adam Smith

Fig. 3- Adam Smith

4- Conclusão
Em síntese, o liberalismo económico defendia a total liberdade à
iniciativa privada, a liberdade de produção e de circulação de produtos, a
regulação do mercado pela lei da oferta e da procura e é contra a
intervenção do Estado na economia.
Expressando os interesses da burguesia, esta teoria revelou-se uma força
vital para o desenvolvimento do capitalismo industrial do século XIX.

5- Fontes

 Manual “Entre Tempos”, História A, 11º ano, Porto Editora;


ROSAS, Maria Antónia Monterroso; COUTO, Célia Pinto; COSTA,
Alfredo; SANTOS, Ana Cristina
 Manual “Preparação para o exame final”, História A, Porto Editora,
11º ano; JESUS, Elisabete
 Figura 1: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_Quesnay
 Figura 2: https://www.google.com/search?
q=vincent+de+gournay&sxsrf=AJOqlzVooqVg2_9YMc0jOzZ8P4a
FH4jImw:1678136724464&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2a
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 Figura 3: https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith

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