Profa. Enimar • No século XVIIII tem início a fase científica da Economia.
• As Escolas Fisiocrata e Clássica foram as primeiras
Escolas do Pensamento Econômico a surgirem neste período. A fisiocracia surgiu na França e a Escola Clássica na Inglaterra. • Quesnay era médico e foi um dos principais representantes da Escola Fisiocrata.
•Publicou em 1758 Le Tableau Économique (O Quadro
Econômico), que mostrava como ocorria a circulação da renda entre as atividades econômicas, a partir da agricultura. • Quesnay e os demais fisiocratas acreditavam que toda riqueza era extraída da natureza e desta forma, consideravam a agricultura a única atividade geradora de um excedente distribuído entre as diferentes classes sociais.
. • Pelo fato da agricultura ser a única atividade a gerar
riqueza, apenas a classe dos agricultores era considerada
produtiva.
• Enquanto a indústria e o comércio, pelo fato de apenas
transformarem e transportarem o que era gerado na agricultura, eram consideradas atividades estéreis. • A terra, por ser fértil, produziria valor, seguindo uma ordem natural desejada por Deus para o bem da humanidade.
• Como a ordem econômica era regulada por uma lei
natural, qualquer intervenção do Estado inibiria essa ordem e criaria obstáculos na economia. • Para evitar estes obstáculos, os fisiocratas propunham a
redução do controle da economia pelo Estado.
• As ideias dos fisiocratas baseavam-se no liberalismo e no
individualismo. Pensamento que traduzia-se na doutrina do laissez-faire, laissez-passer, que significa deixai fazer, deixai passar. • De acordo com o princípio do laissez-faire a ação do Estado deveria garantir apenas a livre-concorrência entre as empresas e o direito à propriedade privada.
• O pensamento clássico estaria fundamentado também
nos princípios do individualismo, da liberdade e do comportamento racional dos agentes econômicos com a mínima presença do Estado. • A participação do Estado ficaria limitada as funções da defesa, da justiça e da manutenção de obras públicas. • O liberalismo e o individualismo beneficiariam a sociedade, pois os indivíduos teriam como objetivo maximizar a sua satisfação pessoal.
• E na busca da própria satisfação os indivíduos
estariam contribuindo com o bem-estar da sociedade. • Para entender de que forma isto ocorreria podemos citar um exemplo do próprio Adam Smith, o mesmo afirmava que:
• Não seria da benevolência do padeiro ou do
açougueiro que deveríamos esperar o nosso jantar, mas da preocupação destes com o seu próprio interesse. • O padeiro ao produzir o pão estaria pensando no lucro que poderia obter.
• Mas, ao mesmo tempo este padeiro estaria contribuindo
com o bem-estar da sociedade ao produzir o pão e vendê- lo. • A existência de um mercado livre, onde produtores movidos pelo desejo egoísta de obter mais lucros, concorreriam entre si.
• Levaria a melhoria na qualidade dos produtos e a uma
organização da produção de forma mais eficiente e menos dispendiosa. • O mercado funcionaria de forma harmônica sem a interferência do Estado. Como se houvesse uma mão- invisível controlando este mercado.
• Os pensadores clássicos de destaque foram: Adam
Smith, David Ricardo, Thomas Robert Malthus, John Stuart Mill e Jean Baptiste Say. • Adam Smith publicou em 1776 “A Riqueza das Nações”,
obra que coincidiu com a Revolução Industrial e satisfazia
aos interesses econômicos da burguesia inglesa.
• Desenvolveu a teoria do valor-trabalho, segundo a qual o
trabalho seria a única medida real e definitiva do valor das mercadorias. • Ao investigar a natureza e as causas da riqueza de uma nação, conclui que esta depende do próprio trabalho do homem. Por sua vez, a divisão do trabalho contribuiria com o aumento da produtividade e beneficiaria a todos igualmente. • Ao contrário dos fisiocratas, para Smith todas as atividades que produzem mercadorias geram valor, inclusive a indústria. • Em Princípios de Economia Política e Tributação (1817)
David Ricardo deu grande contribuição à teoria do valor e
da distribuição.
• Ao elaborar a teoria da renda da terra, Ricardo destaca
que com o crescimento da população, ocupam-se terras cada vez piores para produzir alimentos. • Ao mesmo tempo, verificar-se-iam aumentos nos preços
dos alimentos, dos salários nominais e da renda da terra
dos proprietários.
• A teoria da renda da terra relaciona a escassez de terras
férteis com as necessidades de terra para o cultivo (SANDRONI, 2003, p. 523). • Com o contínuo cultivo de novas terras, o custo de produção teria um preço crescente e a renda da terra, embolsada pelos proprietários se expandiria.
• No longo prazo, com o aumento da população, cairiam
os lucros dos arrendatários, os salários reais (salário individual/preço dos alimentos) e a taxa de lucro (lucro absoluto/capital empregado). • Com a redução da taxa de lucro, os investimentos na agricultura e em toda a economia também reduziriam. A solução estaria no controle da natalidade e na livre importação de alimentos.
• A Thomas Malthus se deve a elaboração da teoria da população.
• De acordo com esta teoria, a população aumentaria em
proporções geométricas (1, 2, 4, 8...) e a produção de
alimentos cresceria a taxas aritméticas (1, 2, 3...).
• A população cresceria sempre que os salários nominais
estivessem acima do salário mínimo de subsistência. O que incentivaria os casamentos precoces e o tamanho das famílias. • Ao elaborar a Teoria da População, Malthus não levou em consideração as inovações tecnológicas que poderiam aumentar a produção de alimentos e o controle da natalidade.
• Os clássicos enfatizaram o lado da oferta, no caso, a
produção. A idéia era de que tudo o que fosse produzido seria consumido. • Em outras palavras, a oferta criaria a sua própria
demanda. Esta explicação foi formulada por Jean Baptiste
Say e ficou conhecida como a Lei de Say ou Lei dos Mercados.
• Neste caso, quando um produto fosse criado estaria ao
mesmo tempo abrindo mercado para um outro produto. O que impossibilitaria a existência de uma crise de superprodução. REFERÊNCIAS