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HISTÓRIA ECONÔMICA
Fabiano Prosa
Helder Henrique Jacovetti Gasperotto
Unidade 01 - As bases do pensamento Econômico:
Mercantilismo e Capitalismo Industrial
capitalismo industrial.
ESTUDANDO E REFLETINDO
situação, a burguesia quer acumular seus lucros sem o peso do pecado imposto
pelo cristianismo (catolicismo) da época. Começa, assim, a ética protestante; do
outro lado, uma nova religião ganha muitos adeptos, pois o protestantismo vai
dar razão ao pensamento da acumulação de capitais sem remorso.
renascimento intelectual.
Capitalismo Industrial
que lhes tiravam o emprego; em alguns pontos, eles quebraram máquinas nas
fábricas, pois não perceberam que o que havia mudado era o sistema. A mudança
paternalista cristã: ele propunha um livre mercado, sem aquela ideia de que os
ricos deveriam promover o bem-estar dos pobres. Smith defendia a ideia de que
a prosperidade econômica dependia da capacidade produtiva da economia e a
capitais seria maior e o lucro também. Ele defendia a liberdade econômica com a
lei da oferta e da procura.
sexo. Além disso, defendia a tese de que o estado não deveria dar assistência à
saúde das populações pobres. Para ele, se não acontecessem "obstáculos
o caos total.
Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um aumento exponencial na
ESTUDANDO E REFLETINDO
e proletariado).
“O modo de produção compunha-se de dois elementos: (1) as
forças produtivas e (2) as relações de produção. As forças
produtivas englobam as ferramentas, fábricas, equipamentos, o
conjunto de habilidades e conhecimentos adquiridos pela força de
trabalho, os recursos naturais e o nível tecnológico. As relações de
produção constituíam as relações sociais que os homens
mantinham entre si, em particular a relação de propriedade ou
não propriedade que cada classe de homens estabelecida com os
meios de produção, implicando determinada forma de repartição
dos frutos da atividade produtiva. O conjunto do sistema
econômico, ou modo de produção, foi criado por Marx base ou
infraestrutura. As religiões, a ética, as leis, os costumes e as
instituições sociais compunham a superestrutura.”
Capitalismo financeiro
Doutrina de Keynes
Nesta teoria, ele analisou o que acontecia com o sistema capitalista e fez
propostas para solucionar seus problemas. Ele faz um embasamento com três
demanda dos produtos para não gerar inflação, controlando assim a emissão de
moedas.
público).
BUSCANDO CONHECIMENTO
Economia Primitiva
coletivismo;
ausência do Estado.
- Escravismo
propriedade privada;
Estado controlado pela elite.
- Feudalismo
- Capitalismo Comercial
transição do feudalismo para o capitalismo;
- Capitalismo Industrial
a separação do capital-trabalho;
a mais-valia;
duas classes sociais: burguesia e proletariado;
- Capitalismo Financeiro
Terceira Revolução Industrial;
Modo de Produção
regionais, a saber:
1) Econômica existe uma inter-relação dos modos de produção de bens
atividade instrumento
humana de trabalho
Unidade 03. O Modo de Produção Feudal
Feudalismo.
A organização do Feudalismo deve-se a uma reunião de fatores, dentre os
ESTUDANDO E REFLETINDO
área de dominação.
Sociedade Estamental: A posição social do indivíduo era estabelecida desde o
senhor feudal (representante da nobreza) – “não existe senhor sem terra e não
existe terra sem senhor feudal” – na qual todo tipo de trabalho era exercido pelos
servos (camponeses).
Embora a palavra servo, derivada do latim servus, signifique escravo, a
servidão medieval não é caracterizada como tal, pois os servos, embora com
algumas restrições, tinham direito ao uso coletivo do solo e ficavam com parte
BUSCANDO CONHECIMENTO
manso servil para trabalhar no manso senhorial, pois mesmo nessa parte do
feudo, o trabalho era integralmente realizado pelos servos.
Banalidades: Pagamento, com parte da produção, toda vez que o servo
circulação de moedas, tais tributos eram pagos com parte daquilo que os servos
produziam.
Um ditado da Idade Média dizia que “feliz é o servo que come do seu
próprio trigo.”
militar e religioso.
A desagregação do modelo feudal deve-se a uma série de fatores, dentre
descortinou-se diante dos olhos dos camponeses. As trocas de gêneros não eram
ESTUDANDO E REFLETINDO
meses.
Dentro das cidades, que, na maior parte das vezes, eram muradas, também
havia as associações de artesãos, denominadas “corporações de ofício”. Essas
Outra figura importante nas cidades era o cambista, responsável pela troca
de moedas a serem utilizadas nas feiras medievais, pois, na maioria delas, os
detentora das propriedades rurais perdia o seu status de classe social dominante
para a recém-surgida burguesia, composta principalmente pelos comerciantes,
cambistas e banqueiros, os quais detinham uma outra fonte de riquezas, as
nobreza feudal.
Podemos afirmar que essa aliança só foi possível naquele contexto
nobreza feudal.
Dentro do Estado Nacional – território outrora dividido em diversos feudos
BUSCANDO CONHECIMENTO
Estado Nacional.
Unidade 05 - Processo de acumulação primitiva do capital
ESTUDANDO E REFLETINDO
de produção
Forças Produtivas: Representa a reunião da força de trabalho humana com
produção é o próprio homem, com seu corpo, sua energia, sua inteligência
e seu conhecimento.
O colonialismo (exploração dos recursos naturais das colônias pelas
burguesia).
Texto complementar
“Dois homens esperam na fila para comprar entradas para o espetáculo. Cada um
paga $9,90 por três poltronas. Ao se afastar da bilheteria, um deles se reúne a seus dois
amigos. Entram no teatro, sentam-se e esperam que o pano se levante. O outro homem
deixa a bilheteria, coloca-se no passeio em frente ao teatro e, com as entradas na mão,
aborda os transeuntes. "Quer um lugar no centro para hoje?", pergunta. Pode ser que
acabe vendendo as entradas (por $4,40 cada) ou pode ser que não venda. Não importa.
Há alguma diferença entre os seus $9,90 e os do outro homem? Há, sim. O dinheiro
do Sr. Cambista é capital, o dinheiro do Sr. Frequentador do Teatro, não. Onde está a
diferença?
O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou
trabalho com a finalidade de vendê-los novamente, com lucro. O Cambista não queria ver
o espetáculo. Pagou $9,90 com a esperança de tê-los de volta - com acréscimo. Portanto,
seu dinheiro tinha a função de capital. O Sr. Frequentador do Teatro, por outro lado, pagou
seus $9,90 sem pensar em consegui-los de volta - simplesmente desejava ver o espetáculo.
Seu dinheiro não tinha a função de capital.
Da mesma forma, quando o pastor vendia sua lã a dinheiro, a fim de comprar pão
para comer, não estava usando esse dinheiro como capital. Mas quando o negociante
pagava o dinheiro da lã com a esperança de vendê-la novamente a um preço mais
elevado, usava o dinheiro como capital. Quando o dinheiro é empregado num
empreendimento ou transação que dá (ou promete dar) lucro, esse dinheiro se transforma
em capital. É a diferença entre vender para comprar para uso (fase pré-capitalista) e
comprar para vender com o objetivo de ganhar (fase capitalista).
Mas o que é que o capitalista compra para vender com lucro? Entradas de teatro?
lã? carros? chapéus? casas? Não. Não é nenhuma dessas coisas, e ao mesmo tempo é parte
de todas elas. Converse com um trabalhador na indústria. Ele lhe dirá que o patrão lhe
paga salário pela sua capacidade de trabalhar. É a força de trabalho do operário que o
capitalista compra para vender com lucro, mas é evidente que o capitalista não vende a
força de trabalho de seu operário. O que ele realmente vende - e com lucro – são as
mercadorias que o trabalho do operário transformou de matérias-primas em produtos
acabados. O lucro vem do fato de receber o trabalhador um salário menor do que o valor
da coisa produzida.
O capitalista é dono dos meios de produção - edifícios, máquinas, matéria-prima;
compra a força de trabalho. É toda associação dessas duas coisas que decorre a produção
capitalista.
Observe o leitor que o dinheiro não é a única forma de capital. Um industrial de
hoje pode ter pouco ou nenhum dinheiro, e não obstante ser possuidor de grande volume
de capital. Pode ser dono de meios de produção. Isso, o seu capital, aumenta na medida em
que ele compra a força de trabalho.
Uma vez iniciada uma indústria moderna, ela obtém seus lucros e acumula seu
capital muito depressa. Mas de onde veio inicialmente o capital - antes de começar a
indústria moderna? É uma pergunta importante, porque, sem a existência do capital
acumulado, o capitalismo industrial, tal como o conhecemos, não teria sido possível. Nem
teria sido possível sem a existência de uma classe trabalhadora livre e sem propriedades -
gente que tinha de trabalhar para os outros para viver. Como se criaram essas duas
condições?
Poderíamos dizer que o capital necessário para iniciar a produção capitalista veio
das almas cuidadosas, que trabalharam duro, gastaram apenas o indispensável e
ajuntaram as economias aos poucos. Houve sempre quem economizasse, é verdade, mas
não foi dessa forma que se concentrou a massa de capital inicial. Seria bonito se assim
fosse, mas a verdade é bem diversa. A verdade não é tão bonita.
Antes da idade capitalista, o capital era acumulado principalmente através do
comércio - termo elástico, significando não apenas a troca de mercadorias, mas incluindo
também a conquista, pirataria, saque, exploração.
Não foi em vão que as cidades-Estados italianas se prontificaram a ajudar a Europa
ocidental nas Cruzadas. O término dessas guerras "religiosas" encontrou Veneza, Gênova e
Pisa controlando um fraco império e os conquistadores italianos aproveitaram ao máximo
sua oportunidade. Uma corrente de riqueza do Oriente para as mãos de seus comerciantes
e banqueiros. Uma das melhores autoridades no assunto, John A. Hobson, disse sobre esse
comércio italiano com o Oriente: "Assim, muito cedo foram lançadas as bases do comércio
lucrativo que proporcionou à Europa ocidental a riqueza necessária para a posterior
expansão dos métodos capitalistas de produção."
(HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem.
21ª. Edição. Rio de Janeiro: LTC,1986, pág.156-158)
Unidade 06 - Antecedentes da industrialização
ESTUDANDO E REFLETINDO
Acúmulo de Capitais
burguesia.
Revolução Puritana (1642-1649):
Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/06/revolucao-puritanismo.jpg
puritana e exército).
A vitória dos puritanos e a decapitação do rei Carlos X simbolizam o fim do
da nação.
Entretanto, a República transformou-se num governo ditatorial sob o
Objetivos:
Identificar as principais características do processo de industrialização
ESTUDANDO E REFLETINDO
o rural.
Para controlar o excedente de mão de obra urbana e evitar a vadiagem nas
ruas das cidades inglesas, foram aprovadas severas leis que puniam os
desocupados, transformando-os em escravos ou enforcando-os publicamente.
Principais Máquinas
Produzia fios grossos e era movida a água, o que a tornava bastante viável
no processo de produção têxtil.
BUSCANDO CONHECIMENTO
“É um filme do cineasta britânico Charles Chaplin, em que o seu famoso personagem "O
Vagabundo" (The Tramp) tenta sobreviver em meio ao mundo moderno e industrializado.
É considerado uma forte crítica ao capitalismo (...) bem como uma crítica aos maus tratos
que os empregados passaram a receber depois da Revolução Industrial.
Nesse filme Chaplin quis passar uma mensagem social. Cada cena é trabalhada para que
a mensagem chegue verdadeiramente tal qual seja. E nada parece escapar: máquina
tomando o lugar dos homens, as facilidades que levam a criminalidade, a escravidão. O
amor também surge, mas surge quase paternal: o de um vagabundo por uma menina de
rua.
Tempos Modernos é ao mesmo tempo comédia, ao mesmo tempo drama e romance.
Um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase
escrava. É levado para um hospício, e quando retorna para a “vida normal”, para o
barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada.
Charles vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é
tomado como o líder comunista por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser
preso.
Quando é libertado e depois de uma agradável estadia na prisão, decide fazer de tudo
para voltar para lá e ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu
lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e estraga tudo. Mesmo
assim, ele faz de tudo para ir preso, no entanto os dois acabam escapando e vão tentar a
vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta.
Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.
Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele
mete-se novamente em perigo.
No meio da confusão, vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
Fonte: www.wikipedia.com
Unidade 08 - Trabalho assalariado
(burgueses).
ESTUDANDO E REFLETINDO
profissional.
As condições de trabalho eram as mais degradantes possíveis. As doenças,
BUSCANDO CONHECIMENTO
Texto Complementar
“Todo homem é rico ou pobre, de acordo com o grau em que consegue desfrutar
das coisas necessárias, das coisas convenientes e dos prazeres da vida. Todavia, uma vez
implantada plenamente a divisão do trabalho, são muito poucas as necessidades que o
homem consegue atender com o produto de seu próprio trabalho. A maior parte delas
deverá ser atendida com o produto do trabalho de outros, e o homem será então rico ou
pobre, conforme a quantidade de serviço alheio que está em condições de encomendar ou
comprar.
Portanto, o valor de qualquer mercadoria, para a pessoa que a possui, mas não
tenciona usá-la ou consumi-la ela própria, senão trocá-la por outros bens, é igual à
quantidade de trabalho que essa mercadoria lhe dá condições de comprar ou comandar.
Consequentemente, o trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias.
O preço real de cada coisa - ou seja, o que ela custa à pessoa que deseja adquiri-la - é o
trabalho e o incômodo que custa a sua aquisição. O valor real de cada coisa, para a pessoa
que a adquiriu e deseja vendê-la ou trocá-la por qualquer outra coisa, é o trabalho e o
incômodo que a pessoa pode poupar a si mesma e pode impor a outros. O que é comprado
com dinheiro ou com bens, é adquirido pelo trabalho, tanto quanto aquilo que adquirimos
com o nosso próprio trabalho. Aquele dinheiro ou aqueles bens na realidade nos poupam
este trabalho. Eles contêm o valor de uma certa quantidade de trabalho que permutamos
por aquilo que, na ocasião, supomos conter o valor de uma quantidade igual. O trabalho
foi o primeiro preço, o dinheiro de compra original que foi pago por todas as coisas. Não foi
por ouro ou por prata, mas pelo trabalho, que foi originalmente comprada toda a riqueza
do mundo; e o valor dessa riqueza, para aqueles que a possuem, e desejam trocá-la por
novos produtos, é exatamente igual à quantidade de trabalho que essa riqueza lhes dá
condições de comprar ou comandar.
Riqueza é poder, como diz Hobbes. Mas a pessoa que adquire ou herda uma
grande fortuna não necessariamente adquire ou herda, com isto, qualquer poder político,
seja civil ou militar. Possivelmente sua fortuna pode dar-lhe os meios para adquirir esses
dois poderes, mas a simples posse da fortuna não lhe assegurará nenhum desses dois
poderes. O poder que a posse dessa fortuna lhe assegura, de forma imediata e direta, é o
poder de compra; um certo comando sobre todo o trabalho ou sobre todo o produto do
trabalho que está então no mercado. Sua fortuna é maior ou menor, exatamente na
proporção da extensão desse poder; ou seja, de acordo com a quantidade de trabalho
alheio ou - o que é a mesma coisa - do produto do trabalho alheio que esse poder lhe dá
condições de comprar ou comandar. O valor de troca de cada coisa será sempre
exatamente igual à extensão desse poder que essa coisa traz para o seu proprietário.
Entretanto, embora o trabalho seja a medida real do valor de troca de todas as
mercadorias, não é essa a medida pela qual geralmente se avalia o valor das mercadorias.
Muitas vezes é difícil determinar com certeza a proporção entre duas quantidades
diferentes de trabalho. Não será sempre só o tempo gasto em dois tipos diferentes de
trabalho que determinará essa proporção. Deve-se levar em conta também os graus
diferentes de dificuldade e de engenho empregados nos respectivos trabalhos.
Pode haver mais trabalho em uma tarefa dura de uma hora do que em duas horas
de trabalho fácil; como pode haver mais trabalho em uma hora de aplicação a uma
ocupação que custa dez anos de trabalho para aprender, do que em um trabalho de um
mês em uma ocupação comum e de fácil aprendizado. Ora, não é fácil encontrar um
critério exato para medir a dificuldade ou o engenho exigidos por um determinado
trabalho. Efetivamente, ao permutar entre si produtos diferentes de tipos diferentes de
trabalho, costuma-se considerar uma certa margem para os dois fatores. Essa, porém, é
ajustada não por medição exata, mas pela pechincha ou regateio do mercado, de acordo
com aquele tipo de igualdade aproximativa que, embora não exata, é suficiente para a vida
diária normal.
Além disso, é mais frequente trocar uma mercadoria por outras mercadorias - e,
portanto, comprá-las - do que por trabalho. Por conseguinte, é mais natural estimar seu
valor de troca pela quantidade de alguma outra mercadoria, do que com base no trabalho
que ela pode comprar. Aliás, a maior parte das pessoas tem mais facilidade em entender o
que significa uma quantidade de uma mercadoria específica, do que o significado de uma
quantidade de trabalho. Com efeito, a primeira é um objeto plenamente palpável, ao passo
que a segunda é uma noção abstrata que, embora possamos torná-la suficientemente
inteligível, não é basicamente tão natural e tão óbvia.” SMITH, Adam. A Riqueza das
Nações. volume I, Nova Cultural, 1988, Coleção "Os Economistas", pág. 17-54)
Unidade 09 - Trabalho e movimento sindical
ESTUDANDO E REFLETINDO
vários países.
No contexto da social democracia, a partir dos anos 50, os sindicatos
sindicalismo.
Na sua pesquisa, Rodrigues indica tendências para o movimento sindical,
Para esse autor, os assalariados são os mais afetados pela nova ordem
econômica mundial.
As conquistas obtidas durante décadas de atuação sindical que resultaram
em saldos sociais positivos dão espaço para a marcha da competitividade global
gerando fragilidades na organização sindical devido as características da
MOVIMENTO OPERÁRIOS
Por tantas adversidades, os trabalhadores chegaram à conclusão que precisavam
começar a lutar por seus direitos.
Ludismo
O Ludismo estorou em 1811, foi uma das primeiras revoltas dos operários que eram
contra os avanços tecnológicos, que substituíam homens por máquinas, e o nome deriva
de um dos líderes, Ned Ludd. Eram revoltas radicais, onde os trabalhadores invadiam as
fábricas, e destruíam as máquinas, ficando conhecidos como “quebradores de máquinas”.
Existiam esquadrões luditas, que andavam armados com martelos, pistolas, lanças, e
durante a noite, andavam de um distrito ao outro, destruindo tudo que encontravam.
Porém, muitos manifestantes foram condenados à prisão, à morte, à deportação e até à
forca.
O Ludismo ocorreu durante alguns anos, mas aos poucos os manifestantes constataram
que não eram contra as máquinas que deveriam reagir, e sim ao uso que os proprietários
faziam delas, abusando da mão-de-obra dos operários.
Cartismo
De forma um pouco mais organizada, em 1836 surgiu o Cartismo, constituído pela
“Associação dos Operários” e liderado por Feargus O’Connor e William Lovett.
Reinvidicavam direitos políticos, como o sufrágio universal (direito de voto), o voto
secreto, melhoria das condições e jornadas de trabalho. Redigiram a “Carta da Povo”,
onde pediam um conjunto de reformas junto ao Parlamento.
Inicialmente, as exigências não foram aceitas pelo Parlamento, havendo grandes
movimentos e revoltas por parte dos operários.
Depois de muitas tentativas e lutas, o Cartismo foi se dissolvendo até chegar ao fim.
Porém, o espírito do movimento não se perdeu, e ganhou maior presença política depois
de um tempo, fazendo com que algumas leis trabalhistas fossem criadas.
Trade-Unions e Sindicatos
Os operários chegaram à conclusão de que a união era fundamental para se contrapor ao
poder burguês, então criararam os “trade-unions”, associações formadas pelos operários,
mas que possuiam uma evolução muito lenta nas reinvidicações que faziam. Porém,
evoluíram e formaram os sindicatos, que eram sistemas de organização que defendiam
seus direitos, eram os focos de resistência à expolaração capitalista. Mas diferente dos
sindicatos de hoje, tinham muita dificuldade de atuação.
A burguesia via um grande perigo nessas associações, e os sindicatos eram ameaçados
pela violência. Portanto, as reuniões tinham que ser secretas, não havendo sedes
sindicais. Mas aos poucos foram se organizando e realizando greves e protestos. E os
proprietários levavam prejuízo, pois não tinha quem trabalhasse durante as
manifestações.
Em 1824, diante de todo esse crescimento das lutas operárias, a Inglaterra acaba
aprovando a primeira lei, que permite a organização sindical dos trabalhadores. Depois
dessa conquista, o sindicalismo se fortalece ainda mais.
A partir desse momento, começaram a surgir organizações de federações que unificavam
várias categorias dos trabalhadores, e em 1830 foi fundada a primeira entidade geral dos
operários ingleses. Chegou a ter cerca de 100 mil membros.
Em 1866, ocorreu o primeiro congresso internacional das organizações de trabalhadores
de vários países, que representou um grande avanço na unidade dos assalariados, onde
surge a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT).
Mas a burguesia sempre achava novos meios de interferir, e reprimir os sindicatos. A
história da legislação trabalhista dependeu de muitas lutas, os operários e sindicados
resistiram à muita pressão para que hoje, todos pudessem ter os direitos trabalhistas.
Fonte: http://revolucao-industrial.info/mos/view/Movimentos_oper%C3%A1rios/
Unidade 10 - O impacto da Revolução Industrial nas cidades
o qual provocou, entre outras coisas, uma maior concentração urbana e uma
ESTUDANDO E REFLETINDO
fazendo com que o crescimento urbano ou urbanização fosse uma das principais
características inglesas do século XVIII.
se.
No decorrer do século XIX o processo de urbanização intensificou-se, pois
tal modo que um número cada vez menor de trabalhadores rurais, auxiliados
pelas máquinas agrícolas, produziam cada vez mais alimentos e matérias-primas.
ESTUDANDO E REFLETINDO
superpotências.
Essa situação do mundo bipolar foi do pós-guerra até o fim da URSS em
outro país que superou suas expectativas foi a China, que se tornou a segunda
nos revela que a expansão agora pode dispensar a invasão de tropas, a ocupação
territorial. Agora a invasão é muito mais silenciosa, sutil e eficaz. Trata-se de uma
por uma moderna e intrincada rede de transportes, espalhadas pelo mundo. Há,
assim, uma globalização do consumo, com a intensificação do comércio que, na
Porém, a globalização tem uma face perversa, pois ela abarca o mundo de
forma bastante desigual. Alguns lugares, regiões e países estão mais integrados
tão competitivo.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Dimensões da Globalização
os pobres, mais pobres. Há muitos motivos para isso. Alguns deles: a redução das
tarifas de importação beneficiou muito mais os produtos exportados pelos mais
de energia.
3) Ação internacional dos governos mais poderosos; é o resultado da mobilidade
pobres.
Nessa tríade está a base da formação do modo de produção capitalista que
Globalização
o comércio de armas;
o a violência urbana;
o drogas;
o os direitos humanos;
o a ecologia;
o a biotecnologia;
o as guerras;
o a escassez de água;
o o crescimento demográfico (7 bilhões – 2011);
ESTUDANDO E REFLETINDO
Estado-Nação);
velocidade às comunicações;
Existência de uma sociedade planetária e outra nacional.
Fordismo
Ford aperfeiçoou o taylorismo, introduzindo o uso de esteiras móveis em toda
Toyotismo
Uso de máquinas sofisticadas com terceirização de várias atividades;
acabados;
O Modelo Japonês
A origem do atual sucesso do Japão é datada da época da segunda guerra
mundial, quando o Japão recebe o Dr. Deming, para um ciclo de palestras no país.
Deming fazia palestras sobre administração com os presidentes das vinte e
Porém, logo ele foi descoberto pelos americanos; isso aconteceu por meio
de uma repórter de televisão, Clare Crawfor-Mason, que produzia um
Outro fator importante é que foi passado também aos operários o TQC –
Controle da Qualidade Total, o JIT – Just in Time (ou apenas A Tempo), e o TPM –
planejá-la.
Stakhanovismo
BUSCANDO CONHECIMENTO
Vocabulário
Globalização – Termo cunhado pelos norte-americanos; significa, ao pé da letra:
nações.
Nacionalismo – Valorização do Estado como nação soberana. Com a globalização,
o Estado perde sua legitimidade e vigor porque suas instituições básicas –
soberania, estado social e defesa nacional – perdem poder. A ideia de pátria,
economia de mercado nos países da América Latina. Foi então proposto que
esses países se abrissem ao capital estrangeiro, adotando amplas privatizações,
científico-informacional.
O período pré-técnico ou meio natural está na fase pré-revolução, pré-
nesse momento, as redes estão difusas, não atuando apenas no próprio território,
mas em todo o mundo.
nos lugares. Com a atual globalização, a verticalização dos lugares é cada vez
mais forte.
Unidade 13 - Economia extrativista no Brasil colonial
ESTUDANDO E REFLETINDO
deram origem aos Estados Unidos da América. Essas colônias foram criadas por
pessoas que vieram morar no território. Famílias inteiras, que necessitavam de
cana-de-açúcar, etc. Nem sempre eram famílias que vinham, e foi utilizada a mão-
de-obra escrava. Esse tipo de colônia gerou países com grandes dificuldades para
.
As três primeiras décadas da colonização portuguesa em terras brasileiras.
indígenas brasileiros.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Texto Complementar
“Descoberto assim o território que haveria de constituir o Brasil, não se tardou muito em
procurar aproveitá-lo. As perspectivas não eram brilhantes. O famoso Américo Vespúcio,
que viajou como piloto alternadamente com espanhóis e portugueses, e que nos deu com
suas cartas a primeira descrição do novo mundo, escreverá a respeito: "Pode-se dizer que
não encontramos nada de proveito". E devia ser assim para aqueles navegantes-
mercadores que se tinham lançado em arriscadas empresas marítimas unicamente na
esperança de trazerem para o comércio europeu as preciosas mercadorias do Oriente. Que
interesse tinha para eles uma terra parcamente habitada por tribos nômades ainda na
idade da pedra, e que nada de útil podiam oferecer? Assim mesmo, contudo, o espírito
empreendedor daqueles aventureiros conseguiu encontrar algo que poderia satisfazer suas
ambições. Espalhada por larga parte da costa brasileira, e com relativa densidade,
observou-se uma espécie vegetal semelhante a outra já conhecida no Oriente, e de que se
extraía uma matéria corante empregada na tinturaria. Tratava-se do pau-brasil, mais tarde
batizado cientificamente com o nome de Caesalpinia echinata. Os primeiros contactos com
o território que hoje constitui o Brasil, devem-se àquela madeira que se perpetuaria no
nome do país.
Não foi difícil obter que os indígenas trabalhassem; miçangas, tecidos e peças de vestuário,
mais raramente canivetes, facas e outros pequenos objetos os enchiam de satisfação; e em
troca desta quinquilharia, de valor ínfimo para os traficantes, empregavam-se arduamente
em servi-los. Para facilitar o serviço e apressar o trabalho, também se presenteavam os
índios com ferramentas mais importantes e custosas: serras, machados. Assim mesmo, a
margem de lucros era considerável, pois a madeira alcançava grandes preços na Europa. O
negócio, sem se comparar embora com os que se realizavam no Oriente, não era
desprezível, e despertou bastante interesse.”
ESTUDANDO E REFLETINDO
colonizador, era necessário “ocupar para não perder”, visto que, frequentemente,
embarcações francesas aportavam no Brasil e realizavam o escambo de pau-brasil
com os nativos.
O nordeste brasileiro foi o ponto inicial da colonização, embora o primeiro
além do que, a região ficava mais próxima da Europa e isso facilitava a exportação
do açúcar.
“Na faixa litorânea, o Nordeste representou o primeiro centro de
colonização e de urbanização da nova terra. (...) Até meados do
século XVIII, a região nordestina concentrou as atividades
econômicas e a vida social mais significativa da Colônia. (...) A
empresa açucareira foi o núcleo central da ativação
socioeconômica do Nordeste. O açúcar tem uma longa e variada
história, tanto no que se refere a seu uso quanto à localização
geográfica. (BORIS, Fausto. História Concisa do Brasil. São Paulo:
Edusp, 2002, p. 38-39)
cujo nome era “Engenho de São Jorge dos Erasmos”. Localizado em São Vicente,
esse engenho foi administrado pelo português Martim Afonso de Sousa, o qual, a
canavieira no litoral.
Segundo Capistrano de Abreu em “Caminhos Antigos e Povoamento do
Brasil”:
mercantilista.
Produção de açúcar – para suprir a demanda de consumo das nações
comerciais mercantilistas.
Durante décadas, informações imprecisas afirmavam ser o negro mais forte
Filipe II da Espanha.
No contexto da União Ibérica, os portos brasileiros foram fechados para os
expulsão dos mesmos que, a partir de então, iniciaram uma produção de açúcar
açucareira nordestina.
BUSCANDO CONHECIMENTO
provocadas pela “corrida do ouro” e ocupação das terras na região das Minas
Gerais.
ESTUDANDO E REFLETINDO
ouro em pó.
Essas determinações tinham por objetivo aumentar a arrecadação tributária
Ibérica (1580-1640).
Alguns movimentos de contestação eclodiram na região em razão dos
Consequências da Mineração
do território brasileiro.
escravos).
Fundação de arraiais, vilas e cidades (urbanização) em decorrência da
exploração aurífera.
O apogeu da mineração no Brasil encontra-se entre os anos de 1733 a
BUSCANDO CONHECIMENTO
Vale do Paraíba.
ESTUDANDO E REFLETINDO
e, nesse momento de transição do século XVIII para o XIX, a agricultura volta a ser
industrializadas.
O algodão tornar-se-ia o principal produto das exportações brasileiras
contra a Inglaterra.
Durante esse período de conflito, o Brasil tornou-se o principal fornecedor
mão de obra escrava foi a base para a produção em larga escala destinada
Prevalecia no Brasil a lei do mais forte, isto é, quem tinha mais condições
de explorar a terra aproveitava, expandia seu território e lucrava com a produção,
Em 1868, foi construída a estrada de ferro que ligava Santos a Jundiaí por uma
companhia inglesa, a São Paulo Railway Co. Limited (SPR). A empresa não se
interessou por estender as estradas até Rio Claro e, então, os próprios fazendeiros
financiaram a construção da estrada de ferro, Boris Fausto (2008) enaltece o fato,
BUSCANDO CONHECIMENTO
“(...) Ocorre na segunda metade do século mais um fator particular que estimula a
agricultura brasileira. Até então, o grande gênero tropical fora o açúcar. Outro virá
emparelhar-se a ele, e sobrepujá-lo-á em breve: o algodão. Embora conhecido
imemorialmente, o papel do algodão nunca fora de destaque; em particular na Europa,
onde nada havia que o avantajasse às fibras de produção local então utilizadas para os
mesmos fins que ele: o linho ou a lã. Os progressos técnicos do séc. XVIII permitirão o seu
aproveitamento em medida quase ilimitada, e ele se tornará a principal matéria-prima
industrial do momento, entrando para o comércio internacional em proporções que este
desconhecia ainda em qualquer outro ramo. Arkwright constrói o seu fuso em 1769, no
mesmo ano em que Watt obtém patente para a máquina a vapor que tornaria possível o
emprego desta energia em larga escala. Em 1787 Cartwright inventa o tear mecânico. São
datas preciosas para o Brasil. O consumo do algodão na Inglaterra, o grande centro da
indústria têxtil moderna, acompanha estas datas. Não ia no quinquênio 1771/5 além de
4,76 milhões de libras (peso); no penúltimo do século (1791/5), logo depois da introdução
do tear mecânico, atingirá 26 milhões. Já não bastavam para este volume considerável os
antigos e tradicionais fornecedores do Oriente; e a América, aproveitando suas reservas
imensas de terras virgens, virá preencher a falta e tornar-se-á o grande produtor
moderno do algodão. O Brasil terá sua parte que a princípio não é pequena, neste surto
sem paralelo no passado do comércio algodoeiro.O algodão é produto nativo da
América, inclusive do Brasil, e já era utilizado pelos nossos indígenas antes da vinda dos
europeus. Com a colonização o seu cultivo se difundiu. Fiado e tecido em panos
grosseiros, servia para vestimenta dos escravos e classes mais pobres da população.
Exportou-se mesmo, ocasionalmente, em pequenas quantidades; e na falta da moeda, os
novelos de fio e panos de algodão chegaram a circular em certas regiões como tal; hábito
que tanto se arraigou, que no Maranhão, p. ex., exprimiam-se ainda naquelas
mercadorias, em princípios do séc. XIX, os valores monetários locais: novelo de fio, por
100 réis: e rolo de pano, por 10$000. Mas até o terceiro quartel do séc. XVIII, quando
começa a ser exportado regularmente, o algodão nada mais representa que uma
insignificante cultura de expressão local e valor mínimo. É somente quando se torna
mercadoria de grande importância no mercado internacional que o algodão começa a
aparecer, tornando-se mesmo uma das principais riquezas da colônia.
Verifica-se aí, mais uma vez, o papel que representa na economia brasileira a
função exportadora: é ela o fator único determinante de qualquer atividade econômica
de vulto. E isto se comprovará novamente neste mesmo setor da produção algodoeira,
pouco depois do período que ora nos ocupa, quando vem o reverso da medalha e a fibra
brasileira é desbancada e quase excluída do mercado internacional pelos seus
concorrentes. A produção decairá logo em seguida, e as regiões produtoras que não
contaram com um substituto, encerram com um colapso sua brilhante e curta trajetória. A
primeira remessa de algodão brasileiro para o exterior (com exclusão daquela remessa
pequena e intermitente exportação do séc. XVI, referida acima e que não progrediu),
data, ao que parece, de1760, e provém do Maranhão que neste ano exporta 651 arrobas.
De Pernambuco exporta-se a partir de 1778, sendo em quantidade insignificante até 1781.
A Bahia e o Rio de Janeiro seguirão o passo. Mas é no Maranhão que o progresso da
cultura algodoeira é mais interessante, porque ela parte aí do nada, de uma região pobre
e inexpressiva no conjunto da colônia. O algodão dar-lhe-á vida e transformá-la-á, em
poucos decênios, numa das mais ricas e destacadas capitanias. Deveu-se isto em
particular à Companhia geral do comércio do Grão-Pará e do Maranhão, concessionária
desde 1756 do monopólio desse comércio.
É esta companhia que fornecerá créditos, escravos e ferramentas aos lavradores;
que os estimulará a se dedicarem ao algodão, cuja favorável conjuntura começava a se
delinear. A Companhia não colherá os melhores frutos do seu trabalho: extingue-se em
1777 com a cessação do seu privilégio que não é renovado. Mas o impulso estava dado, e
o Maranhão continuará em sua marcha ascendente. Será ultrapassado mais tarde por
Pernambuco e Bahia, que contavam ao se lançarem na empresa com recursos de gente e
capitais muito mais amplos. Mas o Maranhão terá, pelo menos num momento, seu lugar
no grande cenário da economia brasileira.
ESTUDANDO E REFLETINDO
foram usadas apenas como planta ornamental. Foi na região sudeste (Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais) que a atividade cafeeira teve finalidades
comerciais.
A partir de meados do século XIX, o mercado consumidor externo
consumir café.
Também encontramos registros de que o café era a bebida da razão e,
desde a difusão dos ideais iluministas pela Europa no século XVIII, era a bebida
preferida dos pensadores, escritores, cientistas, intelectuais e comerciantes, pois
maior produtividade.
Vale do Paraíba, deu origem a uma nova classe social: a burguesia cafeeira que,
diferentemente dos antigos latifundiários açucareiros do nordeste brasileiro,
Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX, o preço
do café diminuía vertiginosamente, pois além das supersafras internas, que
BUSCANDO CONHECIMENTO
e fartura.
O comércio exterior se dinamizou, com a exportação crescente de café e a
Brasil.
A influência da Inglaterra na economia brasileira vinha desde os tempos
ESTUDANDO E REFLETINDO
Mas havia limites nesse processo, pois no Brasil ainda não havia indústria
de base, indústria pesada, tais como indústria siderúrgica e metalúrgica. Nesse
de novos tempos, mas o que de fato ocorreu foi um rearranjo, uma acomodação
dos interesses das elites, uma ruptura com “continuísmo”, pois a elite cafeeira
automobilísticas.
A construção de Brasília – a nova Capital Federal – foi a principal realização
empreiteiras do país.
A proposta de planejamento e estudo para a mudança da capital já estava
BUSCANDO CONHECIMENTO
A industrialização brasileira
Publicado por: Eduardo de Freitas
• Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a indústria
recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores e também em logística. Assim, houve a
construção de vias de circulação de mercadorias, matérias-primas e pessoas, proveniente
das evoluções nos meios de transporte que facilitaram a distribuição de produtos para
várias regiões do país (muitas ferrovias que anteriormente transportavam café, nessa
etapa passaram a servir os interesses industriais). Foi instalada no país a Companhia
Siderúrgica Nacional, construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema
importância no sistema produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias com
matéria-prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das mais
promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.
• Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa fase foi promovida
inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, que promoveu a abertura da economia
e das fronteiras produtivas, permitindo a entrada de recursos em forma de empréstimos e
também em investimentos com a instalação de empresas multinacionais. Com o ingresso
dos militares no governo do país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos
rumos, como a intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira
comprometendo o crescimento autônomo do país, que resultou no incremento da
dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países de economias
consolidadas. No fim do século XX houve um razoável crescimento econômico no país,
promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população brasileira, além de maior
acesso ao consumo. Houve também a estabilidade da moeda, além de outros fatores que
foram determinantes para o progresso gradativo do país.
Disponível em http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-industrializacao-brasileira.htm
Unidade 19 - Economia brasileira pós 64
ESTUDANDO E REFLETINDO
modelo econômico implantado por Juscelino Kubitschek, pois ele não rompe com
o padrão de desenvolvimento de JK.
No início dos anos 60, percebia-se uma crise econômica, que foi vista
como resultado da quebra do dinamismo econômico e uma diminuição do ritmo
interna.
Devido às pressões populares e ao fraco desenvolvimento e desempenho
inflação galopante, que seria enfrentada com o arrocho salarial, com uma nova
legislação trabalhista que atrelaria o trabalhador a uma poupança forçada, o que
para o crescimento econômico pós 68, porém ela vai estrangular a classe operária.
O Brasil fez empréstimos para crescer economicamente; esse período ficou
mundial do petróleo (1973) que gera uma crise interna. E a indústria multinacional,
por sua vez, fazia a descapitalização, não havendo capital para reinvestir
internamente.
A crise estava inserida nos altos juros dos empréstimos e no custo do
capital financeiro.
No governo Geisel, há uma tentativa de implantar o II PND Plano de
A falha política foi a adoção de uma estratégia que não conquistou o apoio
da classe econômica dominante.
Esta crise gera tensões que levam ao surgimento dos movimentos grevistas
que reivindicam empregos.
expansão do capitalismo.
O regime militar perde sua sustentação com o fim do milagre econômico,
que passa a ter um processo de abertura política.
No período do regime militar, houve um forte favorecimento às
BUSCANDO CONHECIMENTO
ESTUDANDO E REFLETINDO
A partir do final dos anos 80, já era possível identificar no Brasil os efeitos
da política econômica orientada pelo neoliberalismo. Na década de 90 as ações
consumo interno. Mas o que era festa virou preocupação para o governo. Com o
consumo em alta, temia-se a volta da inflação.
da economia
Outra iniciativa de destaque de FHC foi privatizar empresas estatais, como
a Vale do Rio Doce e Sistema Telebrás. Enfrentou muitas críticas de vários setores
da sociedade, principalmente de partidos de oposição, como o PT (Partido dos
Trabalhadores).
Surgiram muitas denúncias relacionadas às privatizações, de
dívida interna que pulou do patamar de 731 bilhões de reais no ano de 2002 para
um trilhão de reais em fevereiro de 2006.
Trabalho Infantil (Peti); Luz para todos; Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e
Adultos; ProUni ; Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE); Programa de
BUSCANDO CONHECIMENTO
[..]
[...]
REM: Em outras palavras, o que o senhor sugere é que o Brasil precisa voltar a ter
controle dos câmbios.
CELSO FURTADO: Exato. Assim, o País recuperará as alavancas de manejo que lhe
permitem ter uma política própria. Sem o controle desses instrumentos, pode haver a
qualquer instante uma fuga de capitais em grande escala, o que deixaria o Brasil de
joelhos. Porque a verdade é essa: o País continua ameaçado por uma saída de capitais
especulativos, o que cria, naturalmente, uma insegurança e uma vulnerabilidade enorme.
O perigo é sermos levados a reduzir significativamente nossos investimentos, e, por
conseguinte, aceitar a estagnação econômica – caso em que todos os outros problemas
se complicariam.
[...]
[...]
REM: A economista Maria da Conceição Tavares, certa feita, em palestra proferida na
UERJ, expressou um certo desalento ao comentar que ela havia sido professora de vários
economistas no controle das políticas econômicas brasileiras, tais como Gustavo Franco, e
de tudo o que ela ensinou eles haviam simplesmente ignorado o principal, ou seja, a
ética. O que o senhor pensa sobre isso?
CELSO FURTADO: O que mais me surpreende é o desinteresse e o pessimismo desses
economistas em relação ao Brasil. Quando houve essa mudança no cenário internacional,
e obrigaram o Brasil, até por cegueira de muitos, a aceitar essa forma de integração
indiscriminada – quando na verdade o País tivera um êxito enorme no modelo baseado
em mercado interno –, houve gente pensando que talvez eu estivesse errado. Falei com o
Fernando Henrique na época, e ele me disse: “Olhe, Celso, estou convencido de que o
Brasil não tem muita chance. O espaço disponível que temos para manobrar é muito
pequeno”. É difícil entender que esse pessimismo tenha se espalhado tanto. Se é assim,
vou defender o meu emprego, meus interesses imediatos.
No caso de um país, isso significava integrar-se de tal forma à economia mundial que se
perdia o ideal de nação, de interesse nacional.
A atual situação econômica mundial O que se pode dizer é que o conceito de projeto
nacional se fundava em bases frágeis. Sou originário das áreas mais pobres do Brasil, e
nos anos do imediato pós-guerra tive a oportunidade de viajar pela Europa destruída. Vi
a reconstrução européia, que foi fantástica. Na Alemanha, tinha gente quase passando
fome, mas trabalhando. Percebi que o homem tem recursos que são na verdade
subestimados. Daí a conclusão de que teríamos de encontrar nosso caminho. Se o Brasil
chegou ao grau de pessimismo e de pouca ética à que refere Maria da Conceição, talvez
seja porque, depois de uma fase de 50 anos de crescimento fácil, tenha entrado numa
fase de dificuldades. Os economistas do governo anterior ficaram imaginando qual seria a
saída mais conveniente.
Houve discussões entre eles sobre o modelo viável a partir de então. Imaginou-se até a
volta ao modelo de substituição de importações. Mas atualmente o problema é outro:
que possibilidade existe de investir em setores mais nobres, em tecnologia de vanguarda?
Muita gente me diz: “por esse caminho não se pode ir muito longe, pois nosso mercado
interno é pequeno”. Mas eu respondo que o nosso mercado é muito maior do que se
pensa. O importante é persistir, e não se desarmar, como se fez recentemente. O grande
erro do Brasil, principalmente no governo Fernando Henrique, foi se desarmar por
completo diante das forças internacionais, ficar na dependência do mercado. Mercado
esse que passou a ser uma assombração, e que nada mais é do que um conjunto de
interesses bem definidos. O chamado “mercado” acabou asfixiando a economia nacional,
e o Brasil entrou nessa fase de perda de identidade, de perda do autocontrole, sem as
alavancas de manejo que possuía. Um exemplo é o controle de câmbio, que as
autoridades monetárias sabiam manejar muito bem.
0800-772-8030
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