ANDERY, Maria Amália. et al. Para Compreender a Ciência: uma perspectiva histórica. 16 ed. Rio de Janeiro: Garamond; São Paulo: EDUC, 2012. p. 161-251
Visão geral sobre o material:
Diversas mudanças nos campos social, cultural, econômico, político
foram marcando uma nova fase na Europa durante o final da Idade Média e sua transição parta a Idade Moderna. Elas resultaram na crise do sistema feudal que esteve baseado numa economia agrária e de subsistência, dando início ao pré- capitalismo ou capitalismo comercial. Essa primeira fase do capitalismo vigorou do século XV ao XVIII e foi determinada pelo sistema mercantilista, por isso, é também chamada de Capitalismo Mercantil. Ele visava o acúmulo de riquezas e de capital, e ainda, a comercialização de bens com vistas a aumentar o lucro. Muitos fatores contribuíram para essa transição, por exemplo, o surgimento de uma nova classe social, a burguesia. Os burgueses foram contribuindo para o aumento e aceleração da economia mercantil através do surgimento da moeda. Sendo assim, o escambo que antes era praticado no sistema feudal, foi perdendo lugar para um novo modelo econômico baseado no comércio. Nessa fase, o Renascimento, movimento artístico e cultural que teve início na Itália, foi inserindo uma nova visão do lugar do homem no mundo. Ele esteve vinculado ao humanismo, que por sua vez, estava inspirado no antropocentrismo (homem no centro do mundo). Além disso, o cientificismo a partir de diversas descobertas e invenções, foi primordial para que a Igreja enfraquecesse seu poder, que no sistema feudal era indiscutível, e que aos poucos, foi perdendo muitos fiéis. Um exemplo significativo foi o sistema heliocêntrico (Sol no centro do universo), proposto por Copérnico, em detrimento do sistema geocêntrico (Terra no centro do Universo), disseminado pela Igreja. Podemos citar que o crescimento das cidades fortaleceu ainda mais o comércio (Renascimento comercial e urbano), de onde as feiras livres se tornaram essenciais para que terminasse definitivamente o sistema feudal do medievo. Na sequência as grandes navegações demostraram essa nova postura do homem moderno, com a exploração de novas terras no continente americano, resultando ainda mais na expansão do comércio.
Argumentos centrais do texto
O texto lido aponta o ser Humano como um ser inacabado que está sempre em processo de aprendizagem em busca de mudança, realçando que a hominização é o Homem em busca da razão, a singularização é a postura na sociedade que é única de cada um e a socialização é ser membro de uma comunidade aprendendo a conviver em grupo. A ciência e o conhecimento científico, para Bacon, são ferramentas de que o ser humano dispõe para dominar a natureza, por isso, elas devem dar ao ser humano a posição de domínio. Nesse sentido, a ciência antiga embasada nas teorias aristotélicas deve ser substituída por algo que garanta tal domínio humano.
Conceitos tratados no texto
Por volta do séc Xll, com a decadência do feudalismo, começa a surgir um novo sistema econômico marcando o novo modo de produção: o capitalismo. A característica essencial do novo sistema é o fato de nele, o trabalho ser assalariado e não mais servil como no feudalismo. Antes, no sistema do feudalismo o que importava sumariamente era quem as pessoas eram, pois não mudavam de classe; agora, com o capitalismo criou-se uma expectativa de que todos os humanos teriam a oportunidade de “ter” os mesmos bens ou consumir igualmente aos demais integrandes das diferentes classes sociais.
Questionamentos e/ou comentários:
1. O capitalismo, como sabemos, revolucionou as bases da existência humana. Através de lutas constantes se manteve no poder e conseguiu implementar sua imagem, exploratória das dinâmicas econômicas sociais. Conseguiríamos na atual conjuntura fazer desse modo de produção um sistema menos cruel?
2. Atualmente, as democracias buscam tentar reduzir as distâncias entre os ricos e
os pobres, num processo de distribuição de riqueza capaz de minimizar as discrepãncias entre as classes sociais, sobre tudo as mais baixas, contradições estas geradas na relação entre o capital e o trabalho. O “capital” permitirá que o trabalho se transforme numa ferramenta eficaz de correção desse abismo entre as classes sociais que mal conseguem obter as principais refeições para sua subsistência?