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ESCOLA MUNICIPAL DONA MARIA ROSA

PORTARIA SEE Nº 791/2001 de 04/10/2.001


Rua Rubens Mariano Pacheco, 61 – Bairro Realengo – Divinópolis/MG
Fone (37) 3214 4907 – emdmr@divinopolis.mg.gov.br

PRIMEIRO PERÍODO AVALIATIVO - 06/02/2023 À 28/04/2023


ALUNO(A): ARTHUR SANTANA GONTIJO PEREIRA
PROFESSOR: GABRIEL MOURA SILVA
TURMA: 8º ANO B
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
CARGA HORÁRIA: TRÊS AULAS SEMANAIS

PARTE I

HABILIDADE: (EF08HI01X) Identificar os principais aspectos conceituais do iluminismo e do


liberalismoe discutir a relação entre eles e a organização do mundo contemporâneo.

ILUMINISMO

O Iluminismo foi um movimento intelectual, filosófico e cultural que surgiu durante os séculos
XVII e XVIII na Europa e defendia o uso da razão contra o antigo regime e pregava maior liberdade
econômica e política. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas
nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias julgavam-se propagadores da luz e do
conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas.

O contexto do Iluminismo
Chamado de “século das luzes”, o
Iluminismo pode ser entendido como uma ruptura
com o passado e o início de uma fase de progresso
da humanidade. Essa fase é marcada por uma
revolução na ciência, nas artes, na política e na
doutrina jurídica, por exemplo.
Nessa época, o mundo começava a passar
por transformações. O Renascimento permitiu o
desenvolvimento cultural e intelectual baseado nos
ideais de liberdade política e econômica
defendidos pela crescente burguesia. O poder das
monarquias passou a ser criticado, os valores da
igreja foram questionados e o Antropocentrismo
colocou o homem como centro das questões.
O Iluminismo trouxe consigo grandes
avanços econômicos, a Revolução Industrial abriu caminhos para a produção e expansão dos mercados e
mudanças políticas que acabaram na Revolução Francesa. O Mercantilismo característico da época
anterior deu lugar para a liberdade econômica sem a intervenção doEstado.
Como surgiu o Iluminismo?
O Iluminismo surgiu como uma reação ao Absolutismo que dominava a Europa até então. No
Absolutismo todo o poder se concentrava na figura do rei, que vivia com luxos pagos pela classe mais
pobre através de impostos.
Os pensadores iluministas queriam trazer a humanidade para a luz da razão, iam contra o domínio
da Igreja Católica e da monarquia absolutista, defendendo o uso da ciência e da razão, assim como maior
liberdade nos campos da política e economia. Muitos deles eram contra a religião instituída, mas não
eram ateus, eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão.
Ao contrário do que pregava a religião, os intelectuais iluministas defendiam que o homem era o
detentor do seu próprio destino e que a razão deveria ser utilizada para a compreensão da natureza
humana. A razão era, portanto, elemento central dos ideais iluministas, afinal, somente a racionalidade
poderia validar o conhecimento. Eles acreditavam que a educação, a ciência e o conhecimento eram a
chave para essa libertação.
Durante a Idade Média, entre os séculos V e XV, a sociedade europeia foi marcada por forte
influência da Igreja Católica, que defendia uma visão teocêntrica da sociedade e boa parte do
conhecimento era fruto das crenças religiosas, de profecias e do próprio imaginário das pessoas. Entre o
final deste período e início da Idade Moderna, o progresso da ciência começou a colocar em questão
muitos conhecimentos e o próprio entendimento do mundo proposto pela religião.
A descoberta de que a Terra não era o centro do universo, por exemplo, abalou a supremacia do
conhecimento eclesiástico. O regime absolutista também era outro fator de insatisfação de boa parte da
população, onde as sociedades eram divididas em diversas classes sociais (estamentos) e o clero e a
nobreza, que estavam no topo da pirâmide social, eram sustentados com os impostos do povo.
Esse conjunto de descontentamentos por parte da população levaria à Revolução Francesa, que foi
inspirada nas ideias iluministas e representa o principal marco desse movimento intelectual.

As principais características do Iluminismo


O Iluminismo gerou grandes transformações durante os séculos que o movimento esteve presente.
Suas principais características foram:
• A razão era considerada o fator primordial e legítimo para o alcance da verdade e do
conhecimento;
• Avanço da ciência;
• Ignorava qualquer crença religiosa que fosse contrária à evidência científica;
• Oposição ao Absolutismo, ao Mercantilismo, as vantagens da nobreza e a Igreja Católica;
• Defesa de maior liberdade política e econômica (sem interferência do Estado);
• Alguns cientistas acreditavam que a natureza era capaz de explicar o comportamento da
sociedade;
• Predomínio da burguesia;
• Deus está presente na natureza e no próprio homem;
• O questionamento das coisas e das verdades era valorizado. Também era imprescindível realizar a
investigação com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a política, economia e sociedade.

O que influenciou o Iluminismo?

Uma das influências do Iluminismo foi a ciência, pois foi um período marcado por novas
descobertas e invenções em todo o continente europeu. O avanço científico dessa época colocou à
disposição do homem informações como a descrição da órbita dos planetas e do relevo da lua, a
descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação sanguínea e o conhecimento do
comportamento dos espermatozoides.
A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Foi quando Newton
elaborou um novo modelo para explicar o universo. Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação
universal, que explicava desde o movimento dos planetas até a simples queda de uma fruta. Newton foi
ainda responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz
branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.
Os campos da Biologia e da Química também tiveram influência durante o movimento. A
Biologia progrediu também no estudo do homem, com a identificação dos vasos capilares e do trajeto da
circulação sanguínea. Nesse período, descobriu-se também o princípio das vacinas.
Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavoisier, famoso pela precisão com que
realizava suas experiências. Essa característica auxiliou-o a provar que, “embora a matéria possa mudar
de estado numa série de reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no
fim como no começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: “Na natureza nada se perde,
nada se cria, tudo se transforma”.

O Século das Luzes


O apogeu deste movimento intelectual foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser
conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a
Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência
em outros movimentos sociais, como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na
Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela
sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa,
com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as
imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além
dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que
possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma de participação limitada.
Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, naquela forma de governo, o rei detinha
todos os poderes (absolutismo). Outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas
mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: No topo da sociedade estava o
clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim
deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios,
uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza),
como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.

Principais filósofos iluministas

❖ John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo
através do empirismo;
❖ Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância
religiosa;
❖ Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta
igualdade para todos;
❖ Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e
Judiciário;
❖ Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma
enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.

QUESTÕES
1- Qual o significado da razão para os iluministas?
2- Como o Homem era visto pelos iluministas?

3- Por que o Iluminismo é considerado um movimento da burguesia?

4- Cite três filósofos iluministas e as principais ideias que eles defendiam.

5- Como era dividida a sociedade no Antigo Regime?

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PARTE II

HABILIDADE: (EF08HI02X) Identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do século


XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa, enfatizando a importância da
Declaração dos Direitos de 1689 (Bill o Rigths) para ampliação de direitos de liberdade civil no mundo
contemporâneo.

REVOLUÇÃO INGLESA

A Revolução Inglesa é um processo histórico ocorrido na Inglaterra, Escócia e Irlanda no século


XVII. Trata-se um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que marcaram a ascensão da
burguesia na Inglaterra.
A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro fases principais:
• A Revolução Puritana e a Guerra Civil, de 1640 a 1649;
• A República de Oliver Cromwell, de 1649 a 1658;
• A Restauração da dinastia Stuart, com os reis Charles II e Jaime II, de 1660 a 1688;
• A Revolução Gloriosa, que encerrou o reinado de Jaime II e instituiu a Monarquia
Parlamentarista.
Revolução Puritana e Guerra Civil
Durante o reinado de Charles I houve uma disputa acirrada entre o rei e o Parlamento.
O monarca julgava que somente o rei deveria dirigir a nação, dispensando a ajuda das câmaras
parlamentárias. Devido a esta briga, Charles I dissolveu o Parlamento três vezes em 4 anos de reinado.
No entanto, ele tinha o desejo de unificar as igrejas da Escócia e da Inglaterra. A igreja da Escócia se
rebela contra esta ordem e o rei decide entrar em guerra contra os opositores.
Mas, para isso, precisava de dinheiro e este deveria ser autorizado pelo Parlamento. Seguiu-se,
então, uma disputa sobre quem deveria ter autorização para aumentar impostos: o rei que tinha o direito
divino de governar? Ou o Parlamento que representava alguns setores da nação?
Após muitas ameaças, o rei e o Parlamento organizam exércitos que se enfrentam em guerra civil
e culminam na derrota do rei Charles I. Condenado, sua morte abriu espaço para a primeira e única
experiência republicana inglesa.
Apesar de ter sido o primeiro rei inglês a ser condenado à morte por seus compatriotas, Charles I
tentou modernizar o país. Construiu estradas, aterrou pântanos, criou um serviço postal e começou um
serviço de busca de trabalho.
Igualmente foi patrono das artes e da arquitetura e tentou fazer de Londres uma grande capital,
trouxe pintores como Rubens para decorar seus palácios.

República de Oliver Cromwell


Após a execução do rei Charles I, Oliver Cromwell, antigo membro do Parlamento, assume o
governo britânico. Um dos primeiros atos de Cromwell beneficiou diretamente a burguesia que o apoiava.
Em 1650, ele estipulou os Atos de Navegação, que determinava que os produtos ingleses deveriam ser
transportados somente por navios de bandeira inglesa. Isto dispensava navios de outra nacionalidade e
fomentava a indústria naval interna.
No entanto, o próprio Cromwell sentia-se ameaçado pelo Parlamento e o fecha em 1653. Também
manda prender e executar os chefes do Exército burguês que ele mesmo mandara formar. Ainda consegue
colocar seu filho, Richard, frente ao governo.
Sem o mesmo prestígio que o pai, a própria burguesia pede a volta da monarquia. Em 1660,
Charles II, volta ao trono e restaura a dinastia Stuart na Inglaterra.

Restauração da Dinastia Stuart


Com a restauração dos Stuart, os problemas religiosos e políticos não acabam.
O rei Charles II era abertamente favorável a uma política de tolerância religiosa, mas o
Parlamento, dominado pelos protestantes era contra.
Igualmente, o soberano assina leis que favorecem a Igreja Anglicana em detrimento de outras
correntes do protestantismo e da Igreja Católica.
A disputa entre o Parlamento e o Rei se aprofundou quando se descobriu que o irmão de Charles
II, Jaime, era católico.
Isto fez surgir duas vertentes políticas que até hoje existem na política britânica:
Whigs: desejavam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono;
Tory: não queriam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono.
Naturalmente, o rei Charles II se alinhou aos Tories desencadeando uma perseguição aos Whigs.
Como não teve filhos com sua esposa e Jaime o sucederia, as sobrinhas tiveram que ser criadas
como protestantes.

Revolução Gloriosa (1688)


A Revolução Gloriosa encerra um período de revoluções na Inglaterra iniciado pela Revolução
Puritana.
Religião e política estavam intimamente ligadas nesta época. A crença do indivíduo determinava a
sua posição política e por isso era tão importante definir qual seria a religião do reino e do soberano.
Por isso, a burguesia só via com bons olhos o fortalecimento da religião protestante que defendia a
limitação do poder do monarca através do Parlamento.
Desta maneira, o católico Jaime II sempre foi visto com desconfiança. O Parlamento conspira para
que o trono seja entregue a seu sobrinho Guilherme que havia se casado com sua filha, a princesa Maria
II.
Jaime II foge para França. Por sua vez, Guilherme e Maria são recebidos como reis na Inglaterra.
Em seguida, é instituída a monarquia parlamentarista que limita consideravelmente o poder do soberano
no governo.

QUESTÕES

1- O que foi a Revolução Inglesa?

2- Como pode ser dividida a Revolução Inglesa?

3- Quem saiu derrotado na Revolução Puritana?

4- O que determinava os Atos de Navegação?

5- Religião e política estavam intimamente ligadas nesta época. A crença do indivíduo


determinava a sua posição política e por isso era tão importante definir qual seria a religião do
reino e do soberano. Diante disso: Qual religião a burguesia apoiava na Revolução Gloriosa?
Por que?
PARTE III

HABILIDADE: (EF08HI03X) Analisar os impactos da Revolução Industrial, suas transformações


tecnológicas na produção e circulação de povos, produtos e culturas e na formação de estruturas sociais
desiguais evidenciando os movimentos sociais para a conquista de direitos trabalhistas, a explosão do
consumo e o processo do crescimento urbano desordenado.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Introdução - o que foi e contexto histórico


A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos
sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na
Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção
acelerada, buscou alternativas para melhorar e aumentar a produção de mercadorias. Também podemos
apontar o crescimento populacional, na Inglaterra e em outros países europeus, como outra razão para o
aumento da demanda de produtos e mercadorias.

Pioneirismo Inglês
A Inglaterra foi o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial, do século XVIII.
Este pioneirismo pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão
mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as
locomotivas à vapor.
Além da fonte de energia disponível, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a
principal matéria-prima utilizada nesse período. A mão de obra disponível em abundância (desde a Lei
dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores
procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente
para financiar as fábricas, comprar matérias-primas e máquinas, e contratar empregados. O mercado
consumidor inglês também pode ser apontado como importante fator, que contribuiu para o pioneirismo
inglês.

Avanços da Tecnologia
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As
máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionaram o modo de produzir. Se por um lado
a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro, baixou o preço de
mercadorias e acelerou o ritmo de produção.

Locomotiva: importante avanço nos meios de transporte


Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor, conhecidas
popularmente como "Maria Fumaça". Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais
mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.
Principais invenções técnicas da Revolução Industrial: lançadeira volante de John Kay, tear mecânico de
Cartwright, máquina a vapor de JamesWatt e locomotiva de Stephenson.

A Fábrica
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de
trabalho. As condições eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os
salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos. Chegava-se até a empregar, em grande
quantidade, o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e
estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias,
décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício.
Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.

Reação dos trabalhadores


Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições
de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo
de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como,
por exemplo, o Ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam
fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta contra as condições de trabalho.
Outro movimento, o Cartismo, foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política,
conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.

Conclusão
A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a
ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou
também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra
humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado
das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade.
A Revolução Industrial teve grande importância para o avanço e desenvolvimento do capitalismo,
que surgiu com o fim do feudalismo no século XV e com o renascimento urbano e comercial.
Atualmente, o processo de industrialização encontra-se em pleno desenvolvimento. Os avanços
tecnológicos vieram dinamizar a produção. Porém, este processo fez aumentar significativamente o
número de desempregados na maioria dos países capitalistas.

Surgimento de grandes fábricas foi um dos efeitos da Revolução Industrial.


QUESTÕES

1- Quais as causas da Revolução Industrial?

2- Por que a Inglaterra foi o primeiro país a realizar a Revolução Industrial?

3- Como eram as condições das fábricas?

4- Explique o Ludismo.

5- Quais as consequências do processo de Revolução Industrial?

PARTE IV

HABILIDADE: (EF08HI04) Identificar e relacionar os processos da Revolução Francesa e seus


desdobramentos na Europa e no mundo, mundo, destacando a importância da Declaração dos Direitos
Humanos para a sociedade atual.
REVOLUÇÃO FRANCESA
Introdução
A Revolução Francesa foi um movimento social e político ocorrido na França no final do século
XVIII que teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado democrático que
representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos. A Revolução Francesa é considerada o mais
importante acontecimento da história contemporânea. Inspirada pelas ideias iluministas, a sublevação de
lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e
ascendendo os valores burgueses. Foi uma revolução burguesa, tendo vista a sua condição de destruidora
da velha ordem em nome das ideias e valores burgueses e por conta da ideologia burguesa predominante
durante praticamente todo processo revolucionário.

A França pré-revolucionária
A sociedade francesa anteriormente à revolução era uma sociedade moldada no Antigo Regime.
Ou seja, politicamente o Estado era Absolutista (Absolutismo Monárquico), economicamente
predominavam as práticas mercantilistas que sofriam com as constantes intervenções do Estado e na área
social predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população francesa era
camponesa. Em torno de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses,
pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza gerados pelo
trabalho dos campesinos em propriedades latifundiárias, ou feudos, dos nobres. Nas áreas urbanas a
situação não era muito diferente de quem vivia nas áreas rurais. A população urbana, composta em sua
maioria por assalariados de baixa renda, desempregados (excluídos) e pequenos burgueses (profissionais
liberais), também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado. Os
preços em geral dos produtos sofriam reajustes constantemente e isso pesava na renda dos trabalhadores
em geral – urbanos e rurais. Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família
Real – a realeza francesa: Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes – vivam em
palácios luxuosos – como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era
a residência de veraneio da Família Real e da elite – não pagavam impostos. Portanto, a sociedade
francesa era dividida em três Estados:
1º Estado - Clero
2º Estado – Nobreza
3º Estado – Burguesia, artesãos, operários, camponeses e os Sans-Culottes (os totalmente excluídos)

O Terceiro Estado carregando o Primeiro e o Segundo nas costas


A Revolução
No final do século XVIII a situação socioeconômica da França era de total calamidade. Numa
perspectiva de tentar resolver as situações problemas, o Monarca Luís XVI convocou seu Ministro das
finanças Necker, que estava afastado do cargo, para decidir quanto a situação de crise econômica e
financeira. Por sugestão de Necker, Luís XVI convocou, no dia 5 de maio de 1789, a Assembleia dos
chamados Estados Gerais que reunia os representantes políticos do 1º,2º, 3º Estados, os quais não se
reuniam desde o século XVII.
Na ocasião da convocação e da reunião dos Estados Gerais, depois de abrir a sessão, Luís XVI deu
por aberta as discussões e votações para os problemas que atingiam a sociedade francesa. A questão,
porém, centrava-se no sistema de votação dentro da Assembleia. Sobre a questão dos que pagam e dos
que não pagam impostos, por exemplo, o sistema de votação favoreceu ao 1º e ao 2º Estados. Como?
Como a votação era por Estado e não por indivíduo (individual), cada Estado tinha direito a um só voto,
os dois Estados permaneceram isentos da obrigação do pagamento de impostos, já que totalizou dois
votos contra um. Esse modelo de votação gerou revolta por parte dos deputados do 3º. Estado que
reagiram prontamente, exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjuntas e não separadamente
por Estados. Diante da negação, o 3º. Estado proclama-se em Assembleia Geral Nacional. O Rei,
desesperado diante do atrevimento dos representantes populares, manda fechar a sala de reuniões. Mas o
3º. Estado não se deu por vencido e seus deputados se dirigiram para um salão que a nobreza utilizava
para jogos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabelecido que permaneceriam reunidos até que
a França tivesse uma Constituição. Esse ato ficou conhecido com o nome de “O Juramento do Jogo de
Pela”. Os deputados que fundaram a Assembleia Nacional, nela juraram igualdade jurídica e direitos
políticos para todos os homens comuns. Portanto, concluindo, eles juraram
pela liberdade, igualdade e fraternidade – lemas da Revolução Francesa. No dia 9 de julho de 1789,
reúne-se uma Assembleia Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Constituição para a França.
Isso significava que o Rei deixaria de ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por sua vez,
apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789, toda a população parisiense avança, num movimento
nunca visto, para a Bastilha, a prisão política da época, onde o responsável pela prisão, o carcereiro, foi
espancado pela multidão vindo a falecer. Veja a imagem a seguir também parte do imaginário da Queda
da Bastilha:

Imagem também parte do imaginário da Queda da Bastilha


O momento agora é dos camponeses, que percebendo a fraqueza da nobreza, invadem os castelos,
executando famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança, de uma raiva acumulada durante
séculos. Avançam sobre a propriedade feudal e exigem reformas – sobretudo a Reforma Agrária. A
burguesia, na Assembleia, temerosa de que as exigências chegassem também às suas propriedades,
propõe que sejam extintas os direitos feudais como única saída para conter o furor revolucionário dos
camponeses. A 4 de agosto de 1789, extingue-se aquilo que por muitos séculos significou a opressão
sobre os camponeses: as obrigações feudais. Porém, os impostos continuaram altos, o custo de vida pouco
se alterou e a França continuava em guerras externas significando despesas altas para o Estado, agora
burguês. A burguesia, preocupada em estabelecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar, no dia
26 de agosto do mesmo ano (1789), um documento que se tornou mundialmente famoso: A Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão. Nesse documento a burguesia francesa declarava, entre outras,
quem era cidadão e não cidadão esperando que houvesse uma aceitação por parte das classes populares
que ainda encontravam-se insatisfeitas com as realizações políticas e sociais daqueles que se diziam seus
representantes políticos. Na realidade a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi uma forma
de legitimar a burguesia no poder político do Estado sendo ela a classe dominante, de elite. Portanto, para
a burguesia a revolução estava por encerrada uma vez que seus interesses já haviam sido conquistados por
ela. Era necessário impedir a radicalização do movimento revolucionário; ou seja, era necessário impedir
que a revolução se tornasse popular, o que não interessava à burguesia.

Fases da Revolução
Inserida em um quadro de revoluções que tiveram início na América do Norte no ano de 1770, a
Revolução Francesa não foi um movimento isolado, mas apenas um dos que envolveram uma ampla
revolução que assolou todo o Ocidente, atingindo seu ponto máximo na França. Houve três fases da
Revolução Francesa, que serão explicadas em tópicos a seguir.

Assembleia
Durante a primeira fase, foi fundada a Monarquia Parlamentarista ou Constitucional. A Assembleia
Nacional Constituinte, na fase que durou de 1789 a 1792, confiscou os bens do clero francês, que foram
usados para superar a crise financeira. O clero começa a reagir, mas a Assembleia determina a
Constituição Civil do Clero, tornando-os funcionários do estado e, consequentemente, quaisquer ações de
rebeldia seriam punidas com prisão. O rei começa a conspirar com emigrados no exterior para invadir a
França e derrubar o governo, restaurando o absolutismo. O monarca foge para a Prússia, mas é
reconhecido por camponeses e preso. Começa a indicação para a Constituição de 1791, que seria votada
e, se aprovada, estabeleceria que na França prevaleceria a Monarquia Parlamentar – o rei teria limitações
diante da atuação do poder legislativo, que seria escolhido por meio de voto censitário. Com isso, o poder
continuava dominado por uma pequena parte da população – a alta burguesia. A primeira fase teve fim
com a radicalização do movimento revolucionário quando, Robespierre – próximo do povo, pertencente
ao partido dos Jacobinos ou Montanheses – e seus seguidores incitaram a população a pegar armas e lutar
contra as forças conservadoras e a Assembleia.
Convenção

Considerada a fase mais radical, a 2ª fase foi marcada pela tomada do comando da revolução pelos
Jacobinos, liderados por Robespierre. Com duração entre os anos de 1792 e 1794/95, essa foi a fase mais
popular do movimento. No entanto, antes da queda da Monarquia Parlamentar, a burguesia chegou a
proclamar a República Girondina, decidindo, devido as tensões do momento, tirar o poder do rei e
transferi-lo para si, fazendo com que caísse a monarquia na França.
A Assembleia, no ano de 1792, aprovou a declaração de guerra contra a Áustria, mas a burguesia e a
aristocracia tinham razões diferentes para levar a guerra adiante: para aqueles, a guerra seria breve e
vitoriosa. Já para estes, seria a esperança do retorno ao velho regime. A aristocracia e o rei traíram o
movimento da França revolucionaria, e Luiz XVI e Maria Antonieta foram presos e decapitados como
traidores.
Com a queda da República Girondina, os Jacobinos declararam a sua nova república e, junto com ela, a
Constituição de 1793. Nela ficou determinado que todos os cidadãos, homens e maiores de idade
votariam, a lei do máximo, venda de bens públicos para recompor finanças, reforma agrária, extinção da
escravidão negra nas colônias e a criação do tribunal revolucionário.
Nessa fase, aconteceu a Era do Terror, implantada por Robespierre. Durante essa era, ele agiu de modo
ditatorial objetivando alcançar um governo democrático, condenando todos os que eram considerados
suspeitos à guilhotina. Foi então organizado um Golpe de Estado pelos próprios jacobinos, o golpe “9 do
termidor”.

Diretório

O golpe de estado conhecido como Reação Termidoriana, organizado pela alta burguesia financeira
marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário nessa fase que foi de 1795 a 1815.
Foi criado o novo governo denominado Diretório (1795-1799), que tinha aliança com o exército e
elaborou a nova constituição. O governo, no entanto, não era respeitado pelas outras camadas sociais, que
acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, ou uma espada salvadora que pudesse manter a
ordem. Foi quando surgiu Napoleão Bonaparte, general francês popular na época.

QUESTÕES

1- Qual o principal objetivo da Revolução Francesa?

2- Como eram as condições de vida da população antes da Revolução?

3- Como era dividida a sociedade francesa à época da Revolução?


4- Por que a Burguesia não queria voto por Estado na votação da Assembleia Geral,
convocada pelo rei Luís XVI?

5- Qual o principal objetivo da Declaração do Direitos do Homem e do Cidadão?

6- Quais as fases da Revolução Francesa?


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7- O que foi a Era do Terror?


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