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PARTE I
ILUMINISMO
O Iluminismo foi um movimento intelectual, filosófico e cultural que surgiu durante os séculos
XVII e XVIII na Europa e defendia o uso da razão contra o antigo regime e pregava maior liberdade
econômica e política. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas
nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias julgavam-se propagadores da luz e do
conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas.
O contexto do Iluminismo
Chamado de “século das luzes”, o
Iluminismo pode ser entendido como uma ruptura
com o passado e o início de uma fase de progresso
da humanidade. Essa fase é marcada por uma
revolução na ciência, nas artes, na política e na
doutrina jurídica, por exemplo.
Nessa época, o mundo começava a passar
por transformações. O Renascimento permitiu o
desenvolvimento cultural e intelectual baseado nos
ideais de liberdade política e econômica
defendidos pela crescente burguesia. O poder das
monarquias passou a ser criticado, os valores da
igreja foram questionados e o Antropocentrismo
colocou o homem como centro das questões.
O Iluminismo trouxe consigo grandes
avanços econômicos, a Revolução Industrial abriu caminhos para a produção e expansão dos mercados e
mudanças políticas que acabaram na Revolução Francesa. O Mercantilismo característico da época
anterior deu lugar para a liberdade econômica sem a intervenção doEstado.
Como surgiu o Iluminismo?
O Iluminismo surgiu como uma reação ao Absolutismo que dominava a Europa até então. No
Absolutismo todo o poder se concentrava na figura do rei, que vivia com luxos pagos pela classe mais
pobre através de impostos.
Os pensadores iluministas queriam trazer a humanidade para a luz da razão, iam contra o domínio
da Igreja Católica e da monarquia absolutista, defendendo o uso da ciência e da razão, assim como maior
liberdade nos campos da política e economia. Muitos deles eram contra a religião instituída, mas não
eram ateus, eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão.
Ao contrário do que pregava a religião, os intelectuais iluministas defendiam que o homem era o
detentor do seu próprio destino e que a razão deveria ser utilizada para a compreensão da natureza
humana. A razão era, portanto, elemento central dos ideais iluministas, afinal, somente a racionalidade
poderia validar o conhecimento. Eles acreditavam que a educação, a ciência e o conhecimento eram a
chave para essa libertação.
Durante a Idade Média, entre os séculos V e XV, a sociedade europeia foi marcada por forte
influência da Igreja Católica, que defendia uma visão teocêntrica da sociedade e boa parte do
conhecimento era fruto das crenças religiosas, de profecias e do próprio imaginário das pessoas. Entre o
final deste período e início da Idade Moderna, o progresso da ciência começou a colocar em questão
muitos conhecimentos e o próprio entendimento do mundo proposto pela religião.
A descoberta de que a Terra não era o centro do universo, por exemplo, abalou a supremacia do
conhecimento eclesiástico. O regime absolutista também era outro fator de insatisfação de boa parte da
população, onde as sociedades eram divididas em diversas classes sociais (estamentos) e o clero e a
nobreza, que estavam no topo da pirâmide social, eram sustentados com os impostos do povo.
Esse conjunto de descontentamentos por parte da população levaria à Revolução Francesa, que foi
inspirada nas ideias iluministas e representa o principal marco desse movimento intelectual.
Uma das influências do Iluminismo foi a ciência, pois foi um período marcado por novas
descobertas e invenções em todo o continente europeu. O avanço científico dessa época colocou à
disposição do homem informações como a descrição da órbita dos planetas e do relevo da lua, a
descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação sanguínea e o conhecimento do
comportamento dos espermatozoides.
A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Foi quando Newton
elaborou um novo modelo para explicar o universo. Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação
universal, que explicava desde o movimento dos planetas até a simples queda de uma fruta. Newton foi
ainda responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz
branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.
Os campos da Biologia e da Química também tiveram influência durante o movimento. A
Biologia progrediu também no estudo do homem, com a identificação dos vasos capilares e do trajeto da
circulação sanguínea. Nesse período, descobriu-se também o princípio das vacinas.
Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavoisier, famoso pela precisão com que
realizava suas experiências. Essa característica auxiliou-o a provar que, “embora a matéria possa mudar
de estado numa série de reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no
fim como no começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: “Na natureza nada se perde,
nada se cria, tudo se transforma”.
❖ John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo
através do empirismo;
❖ Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância
religiosa;
❖ Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta
igualdade para todos;
❖ Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e
Judiciário;
❖ Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma
enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
QUESTÕES
1- Qual o significado da razão para os iluministas?
2- Como o Homem era visto pelos iluministas?
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PARTE II
REVOLUÇÃO INGLESA
QUESTÕES
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Pioneirismo Inglês
A Inglaterra foi o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial, do século XVIII.
Este pioneirismo pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão
mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as
locomotivas à vapor.
Além da fonte de energia disponível, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a
principal matéria-prima utilizada nesse período. A mão de obra disponível em abundância (desde a Lei
dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores
procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente
para financiar as fábricas, comprar matérias-primas e máquinas, e contratar empregados. O mercado
consumidor inglês também pode ser apontado como importante fator, que contribuiu para o pioneirismo
inglês.
Avanços da Tecnologia
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As
máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionaram o modo de produzir. Se por um lado
a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro, baixou o preço de
mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
A Fábrica
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de
trabalho. As condições eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os
salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos. Chegava-se até a empregar, em grande
quantidade, o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e
estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias,
décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício.
Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Conclusão
A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a
ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou
também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra
humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado
das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade.
A Revolução Industrial teve grande importância para o avanço e desenvolvimento do capitalismo,
que surgiu com o fim do feudalismo no século XV e com o renascimento urbano e comercial.
Atualmente, o processo de industrialização encontra-se em pleno desenvolvimento. Os avanços
tecnológicos vieram dinamizar a produção. Porém, este processo fez aumentar significativamente o
número de desempregados na maioria dos países capitalistas.
4- Explique o Ludismo.
PARTE IV
A França pré-revolucionária
A sociedade francesa anteriormente à revolução era uma sociedade moldada no Antigo Regime.
Ou seja, politicamente o Estado era Absolutista (Absolutismo Monárquico), economicamente
predominavam as práticas mercantilistas que sofriam com as constantes intervenções do Estado e na área
social predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população francesa era
camponesa. Em torno de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses,
pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza gerados pelo
trabalho dos campesinos em propriedades latifundiárias, ou feudos, dos nobres. Nas áreas urbanas a
situação não era muito diferente de quem vivia nas áreas rurais. A população urbana, composta em sua
maioria por assalariados de baixa renda, desempregados (excluídos) e pequenos burgueses (profissionais
liberais), também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado. Os
preços em geral dos produtos sofriam reajustes constantemente e isso pesava na renda dos trabalhadores
em geral – urbanos e rurais. Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família
Real – a realeza francesa: Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes – vivam em
palácios luxuosos – como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era
a residência de veraneio da Família Real e da elite – não pagavam impostos. Portanto, a sociedade
francesa era dividida em três Estados:
1º Estado - Clero
2º Estado – Nobreza
3º Estado – Burguesia, artesãos, operários, camponeses e os Sans-Culottes (os totalmente excluídos)
Fases da Revolução
Inserida em um quadro de revoluções que tiveram início na América do Norte no ano de 1770, a
Revolução Francesa não foi um movimento isolado, mas apenas um dos que envolveram uma ampla
revolução que assolou todo o Ocidente, atingindo seu ponto máximo na França. Houve três fases da
Revolução Francesa, que serão explicadas em tópicos a seguir.
Assembleia
Durante a primeira fase, foi fundada a Monarquia Parlamentarista ou Constitucional. A Assembleia
Nacional Constituinte, na fase que durou de 1789 a 1792, confiscou os bens do clero francês, que foram
usados para superar a crise financeira. O clero começa a reagir, mas a Assembleia determina a
Constituição Civil do Clero, tornando-os funcionários do estado e, consequentemente, quaisquer ações de
rebeldia seriam punidas com prisão. O rei começa a conspirar com emigrados no exterior para invadir a
França e derrubar o governo, restaurando o absolutismo. O monarca foge para a Prússia, mas é
reconhecido por camponeses e preso. Começa a indicação para a Constituição de 1791, que seria votada
e, se aprovada, estabeleceria que na França prevaleceria a Monarquia Parlamentar – o rei teria limitações
diante da atuação do poder legislativo, que seria escolhido por meio de voto censitário. Com isso, o poder
continuava dominado por uma pequena parte da população – a alta burguesia. A primeira fase teve fim
com a radicalização do movimento revolucionário quando, Robespierre – próximo do povo, pertencente
ao partido dos Jacobinos ou Montanheses – e seus seguidores incitaram a população a pegar armas e lutar
contra as forças conservadoras e a Assembleia.
Convenção
Considerada a fase mais radical, a 2ª fase foi marcada pela tomada do comando da revolução pelos
Jacobinos, liderados por Robespierre. Com duração entre os anos de 1792 e 1794/95, essa foi a fase mais
popular do movimento. No entanto, antes da queda da Monarquia Parlamentar, a burguesia chegou a
proclamar a República Girondina, decidindo, devido as tensões do momento, tirar o poder do rei e
transferi-lo para si, fazendo com que caísse a monarquia na França.
A Assembleia, no ano de 1792, aprovou a declaração de guerra contra a Áustria, mas a burguesia e a
aristocracia tinham razões diferentes para levar a guerra adiante: para aqueles, a guerra seria breve e
vitoriosa. Já para estes, seria a esperança do retorno ao velho regime. A aristocracia e o rei traíram o
movimento da França revolucionaria, e Luiz XVI e Maria Antonieta foram presos e decapitados como
traidores.
Com a queda da República Girondina, os Jacobinos declararam a sua nova república e, junto com ela, a
Constituição de 1793. Nela ficou determinado que todos os cidadãos, homens e maiores de idade
votariam, a lei do máximo, venda de bens públicos para recompor finanças, reforma agrária, extinção da
escravidão negra nas colônias e a criação do tribunal revolucionário.
Nessa fase, aconteceu a Era do Terror, implantada por Robespierre. Durante essa era, ele agiu de modo
ditatorial objetivando alcançar um governo democrático, condenando todos os que eram considerados
suspeitos à guilhotina. Foi então organizado um Golpe de Estado pelos próprios jacobinos, o golpe “9 do
termidor”.
Diretório
O golpe de estado conhecido como Reação Termidoriana, organizado pela alta burguesia financeira
marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário nessa fase que foi de 1795 a 1815.
Foi criado o novo governo denominado Diretório (1795-1799), que tinha aliança com o exército e
elaborou a nova constituição. O governo, no entanto, não era respeitado pelas outras camadas sociais, que
acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, ou uma espada salvadora que pudesse manter a
ordem. Foi quando surgiu Napoleão Bonaparte, general francês popular na época.
QUESTÕES