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MATÉRIA: HISTÓRIA

Professor(es): Alline Pavlak, Irineu Nunes, Everton Silva, Clóvis Almeida.


Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS104): analisar objetos e vestígios da cultura Ideias Iluministas: contexto histórico e
material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, seu significado na formação de conceitos
valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a que moldaram o mundo ocidental
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no contemporâneo.
tempo e no espaço.
Revolução Francesa.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos
Segunda Revolução Industrial e seus
do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos
efeitos.
históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações,
em especial, os jovens, levando em consideração, na
atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e
informacionais.
O Iluminismo
O Iluminismo é um dos acontecimentos mais importantes na História das ideias, influenciando toda a
estrutura mental do Ocidente Contemporâneo. A palavra Iluminismo vem de Esclarecimento
(Aufklärung no original alemão), usada para designar a condição para que o homem, a humanidade,
fosse autônomo. Isso só seria possível, afirmava o Iluminismo, se cada indivíduo pensasse por si
próprio, utilizando a razão (SILVA; SILVA, 2012).

Foi um movimento filosófico e cultural que se


desenvolveu, sobretudo na França, e se espalhou por
várias partes do mundo, nos séculos XVII e XVIII,
também ficou conhecido com Época das Luzes. Nessa
época, o desenvolvimento intelectual, que vinha
ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a ideias de
liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam
essas ideias se julgavam propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de
iluministas.

Os iluministas defendiam a liberdade, seja ela a liberdade de expressão, liberdade política ou a liberdade
econômica, a igualdade, como um dos princípios reguladores da sociedade (pelo menos a igualdade
jurídica, esquecendo-se da busca pela igualdade social).

Os princípios Iluministas iriam interferir em muito na política e na economia do capitalismo que estava
se consolidando. Influenciaria nas independências das colônias americanas, na Revolução Francesa e
tantos outros movimentos políticos europeus e mundiais.

Os iluministas acreditavam que Deus está presente na natureza, portanto no próprio homem, que pode
descobri-lo através da razão. Para encontrar Deus, bastaria levar uma vida piedosa e virtuosa; a Igreja
tornava-se dispensável, eles combatiam a Igreja Católica e sua enorme influência social e política na
Europa do Antigo Regime. Os iluministas diziam que leis naturais regulam as relações entre os homens,
tal como regulam os fenômenos da natureza, e conhecer essas leis, era ir ao encontro do “progresso”, ou
seja, a transformação social para o melhoramento das relações humanas. Consideravam os homens todos
bons e iguais; e que as desigualdades seriam provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade.

Principais filósofos iluministas

Entre os principais filósofos do Iluminismo estão pensadores como Diderot, Montesquieu, Voltaire e
Rousseau. Cada um deles abordando a razão de uma perspectiva particular. Tais filósofos não seguiam
uma única corrente de pensamento, pelo contrário, possuíam múltiplos discursos, não tinham nenhum
manifesto ou programa de ideias, e muitos, inclusive, se contestavam mutuamente, todavia a maioria
desses pensadores compartilhava algumas ideias em comum: a defesa do pensamento racional; a crítica
à autoridade religiosa e ao autoritarismo de qualquer tipo; e a oposição ao fanatismo.

Diderot, por exemplo, foi um dos responsáveis pela elaboração da Enciclopédia, primeira obra a reunir
diversos ramos de conhecimento científico para tentar explicar o mundo.

Montesquieu, em 1748, publicou O Espírito das Leis, estudo sobre as formas de governo em que
destacava a monarquia inglesa e recomendava, como única maneira de garantir a liberdade, a
independência dos três poderes: Executivo (quem desenvolve e aplica a política estabelecida pelo
Legislativo); Legislativo (quem cria as leis), Judiciário (quem fiscaliza o cumprimento das leis e julga os
conflitos).

Voltaire, exilado na Inglaterra, publicou Cartas Inglesas, com ataques ao absolutismo e à intolerância e
elogios à liberdade existente naquele país. Foi conhecido pelo seu forte anticlericalismo. Satírico e
moderado, apesar de se opor ao Absolutismo, defendia uma monarquia “esclarecida”. Chegou mesmo a
inspirar os déspotas esclarecidos de seu tempo, como o rei Frederico II, da Prússia.

Rousseau por sua vez, discordou da maioria dos iluministas, pois era contrário ao progresso, ao luxo e à
vida mundana. Em Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens (1755), defendeu a tese
do “bom selvagem”. Ele defendia também que todo governo deveria emanar da soberania popular e ser
constituído a partir de um pacto social entre povo e governantes. Rousseau foi um pessimista, pois
acreditava que o progresso não traria benefícios para todos assim como que a civilização degradava o
homem. Em seu clássico, O contrato social, Rousseau diz que, ao se verem ameaçados (no estado de
natureza), os homens concordaram em se organizar politicamente, estabelecendo um contrato social
entre eles, que uniu cada um aos demais. Por esse contrato, ficava estabelecido que a vontade geral é
soberana, ou seja, só o povo é soberano; o governo é apenas delegado, comissário do povo. Sendo o
único detentor da soberania, o povo pode estabelecer e destituir o governo quando julgar necessário;
pode limitar, modificar ou retomar o poder quando lhe aprouver.
O economista escocês Adam Smith, escreveu A Riqueza das Nações (1765), em que defendeu que nem
a agricultura, como queriam os fisiocratas; nem o comércio, como defendiam os mercantilistas; o
trabalho era a fonte da riqueza. O trabalho livre, sem intervenções, guiado espontaneamente pela
natureza.

Para finalizar é importante destacar o despotismo esclarecido. Despotas esclarecidos foram monarcas
ou representantes de monarcas que pretenderam modernizar/reformar e enriquecer seus domínios e
ampliar seu poder tendo em vista alguns preceitos iluministas, tais como: modernização e ampliação do
sistema educacional; tolerância religiosa; abolição da tortura nos processos judiciais; laicização do
Estado; investimento em indústrias ou manufaturas. Dentre os monarcas do despotismo esclarecido,
cita-se Frederico II da Prússia (1712-1786); Catarina II da Rússia (1729-1796); e o ministro do rei
português, Dom José I, o Marquês de Pombal (1699-1782).

Resumindo, a ideias iluministas mudaram profundamente a maneira de ver e pensar o mundo e trouxe
grandes avanços as sociedades, tal como a Independência dos Estados Unidos da América e a Revolução
Francesa.

REVOLUÇÃO FRANCESA

https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-francesa.htm
Conhecida também como “Revolução Burguesa”, a Revolução Francesa marca o fim da Idade moderna
e início da Idade Contemporânea. Pode-se definir Revolução Francesa, conforme a enciclopédia
Larousse Cultural (1998, p. 5036) como o “conjunto de movimentos revolucionários que puseram fim
ao Antigo Regime, na França”, ou seja, a monarquia absolutista, concentrada nas mãos de um único rei,
foi substituída por uma monarquia constitucional,
limitando os poderes centralizados do Executivo.

A França vivia uma situação bastante contraditória no


período em que antecede a sua revolução liberal.
Vejamos o contexto histórico francês antes da
Revolução: A sociedade francesa do século XVIII era
estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide
social, estava o clero que também tinha o privilégio
de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques,
marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era
formada pelo terceiro estado que representava mais de 80% da população da França (trabalhadores,
camponeses e burguesia) e não possuía poder político, mas era o único que sustentava toda a sociedade
com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados
que aumentavam em larga escala nas cidades francesas. A vida dos trabalhadores e camponeses era de
extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho.
O estopim que espalhou o desejo revolucionário pela França foi a Queda da Bastilha, em que a
população francesa invadiu e tomou o controle da prisão que era o símbolo da opressão absolutista.
Depois disso, a revolução espalhou-se pelo país, alcançando novas cidades e chegando ao campo. que
aconteceu em 14 de julho de 1789

Resumidamente a Revolução Francesa possuiu três fases: a) Fase da Assembleia Nacional (1789-1792)–
período em que houve a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e da primeira
Constituição francesa; Fase da Convenção Nacional (1792-1795) – o governo ficou monopolizado por
dois grupos: os girondinos e os jacobinos; Fase do Diretório (1795-1799) – caracterizado pela instalação
de um novo governo, pelo retorno da alta burguesia no poder e uma grande instabilidade econômica e
política.

Os principais partidos eram girondinos, sentavam-se à direita na Assembleia. Era formado pela
burguesia comercial e industrial. Eram moderados e não desejavam maiores reformas. Lutavam pela
manutenção da monarquia constitucional e pela inviolabilidade da propriedade privada e os jacobinos,
sentavam-se à esquerda da Assembleia. Era formado por pequenos burgueses e possuía amplo apoio
popular. Eram favoráveis à continuação da Revolução, queriam um regime democrático, com
participação do povo nas eleições, melhor distribuição de riquezas e proteção ao trabalhador.

O período do terror: Esse período foi marcado por grandes conquistas populares e por uma repressão
violenta aos que eram considerados inimigos do regime. Em 1793, os Jacobinos promulgaram uma nova
Constituição, que abolia o voto pela renda e dava a todos os indivíduos do sexo masculino, acima de 21
anos, o direito de votar. No plano externo, o governo jacobino teve que fazer grandes esforços para
expulsar os exércitos invasores (Inglaterra, Áustria, Holanda e Espanha) de suas fronteiras. Milhares de
pessoas acusadas de serem traidores da Revolução foram guilhotinados, e até mesmo revolucionários de
primeira ordem. Devido a tamanha radicalidade, seu líder Robespierre foi retirado do governo, e depois
também foi guilhotinado.

No ano de 1779, Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório com o Golpe do 18 Brumário e assumiu o
governo francês (CALDEIRA, 2010).

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Segunda Revolução Industrial teve como principais causas fatores relacionados às ideias iluministas e
às Revoluções Burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, ocorridas entre os anos de
1640 e 1850. Teve início em meados do século XIX e estendeu-se aproximadamente até a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) e neste período houve várias mudanças, entre elas a aplicação de novas
fontes de energia tais como petróleo (motor a combustão), água (usinas hidrelétricas) e urânio (energia
nuclear). Enquanto na primeira revolução Industrial a Inglaterra concentrou todas as mudanças, na
segunda, as transformações romperam as fronteiras e outros países também se tornaram protagonistas,
tais como Estados Unidos da América (E.U.A), Japão, Rússia, França e Alemanha.
As consequências da Segunda Revolução Industrial podem ser vistas tanto na economia quanto na
sociedade. O desenvolvimento tecnológico propiciou a produção em massa e uma nova forma de
organização do trabalho, dando origem a novas relações entre os empregadores e empregados. Houve a
substituição do ferro pelo aço, que passou a ter um papel fundamental nas indústrias, a eletricidade
passou a fazer parte não só das indústrias, mas também do dia a dia de toda a população. Mas tudo tem o
lado bom e o lado ruim, e como exemplo negativo da Revolução podemos citar o intenso êxodo rural
motivado pela substituição da mão de obra por máquinas, fazendo com que muitos trabalhadores
deixassem o campo e dirigissem às cidades que acabaram ficaram lotadas causando alguns problemas,
como o inchaço urbano e a favelização. O desemprego causou o aumento da pobreza, da violência e da
desvalorização do trabalho.

O trabalho e sua importância para o ser humano

O trabalho muitas vezes está ligado à transformação da natureza, contudo, essa prática também está
relacionada à ação reflexiva ou intelectual. O fazer transformador do trabalho pode ser evidenciado a
partir das transformações materiais como também da elaboração/transformação de ideias e valores.
Com o passar dos anos percebemos que o mercado de trabalho está mais exigente, por uma questão
simples, precisa acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, efeitos das Revoluções Industriais. O
trabalhador precisa estar cada vez mais qualificado para conquistar seu lugar.

DESAFIOS DE HISTÓRIA
01) Explique o que foi o Iluminismo.
02) Quais os principais filósofos considerados Iluministas
03) Explique o significado de Despostas Esclarecidos.
04) O que foi a Revolução Francesa e por que ele é considerado um marco na História?
05) Quem eram os jacobinos e os girondinos no contexto da Revolução Francesa?
06)Quais os efeitos positivos e negativos da Segunda Revolução Industrial?

REFERÊNCIAS:
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2012.

PAZZINATO, Alceu Luiz; SENISE, Maria Helena Valente. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Ática.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm

https://www.youtube.com/watch?v=rPkEVGtBIM0

https://www.youtube.com/watch?v=rlmhBsXUXwA

https://www.youtube.com/watch?v=9Ic7f_ER-2U

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