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FLORESTAN
FERNANDES
UNIVERSIDADE BRASILEIRA:
revolução? surge portanto neste cial do ensino superior brasileiro foi
contexto. Reúne nove primorosos inicialmente pautada por diversos
“A propalada crise da universidade não é
ensaios de Florestan, muitos deles setores populares entre os anos 1950
REFORMA ou
outra coisa senão um efeito do caos reinante e 1960, sendo tema de uma série de
estruturados a partir das conferên-
na sociedade, da sua falta de integração encontros de organizações estudan-
cias realizadas no contexto mais
nacional em bases democráticas e de sua tis, como os da UNE entre 1961 e
REVOLUÇÃO?
amplo do que se convencionou
chamar “reformas de base”, entre os
impotência diante de minorias privilegiadas, 1963. As reivindicações à época
anos de 1967 e 1968. Inicialmente
prepotentes e egoístas, que monopolizam o incluíam o combate à estrutura
organizado para ser lançado em poder e impõem arbitrariamente a sua arcaica do ensino superior, à sua
vontade, como se ela fosse o querer coletivo privatização e ao elitismo dos
1969, ano da aposentadoria com-
pulsória do autor imposta pela da nação. O universitário só pode perceber a FLORESTAN exames vestibulares, e defendiam o
ditadura civil-militar, teve sua natureza e o sentido da reforma universitária FERNANDES aumento da participação dos estu-
primeira edição somente em 1975. quando ele atenta para esses marcos da dantes no processo decisório das
realidade e organiza o seu comportamento
REFORMA ou REVOLUÇÃO?
UNIVERSIDADE BRASILEIRA
instituições de ensino e a refunciona-
Os escritos registram a memória de nessa direção política. A reconstrução da lização destas para que se tornas-
intervenções públicas realizadas, universidade é possível e necessária. Mas sem subordinadas aos interesses do
de acordo com o autor, com o intui- ela não poderá ser alcançada sem que a povo brasileiro.
to de colaborar com estudantes, própria sociedade se reconstrua, modifican-
intelectuais, políticos e os colegas da A instauração e aprofundamento da
do-se completamente suas relações com a
resistência no processo de reflexão ditadura civil-militar atropelou esse
educação escolarizada, com a cultura e com processo, e assumiu a bandeira da
sobre a cooptação da bandeira da
a imaginação intelectual criadora.” Reforma Universitária, distorcendo-a
Reforma Universitária operada pelos
militares. completamente, concebendo-a
dentro do acordo MEC-USAID e
Este livro traz uma luminosa restringindo seu campo à moder-
contribuição para o estudo da escola nização administrativa e pedagógica,
superior tradicional, desse processo de acordo com o modelo estadu-
tortuoso de Reforma Universitária e nidense.
da passagem para o que Florestan
Florestan Fernandes tornou-se
chamava de universidade “multifun-
professor de sociologia da Universi-
cional e integrada”. Além de contar
dade de São Paulo em 1945, nos anos
com uma cuidadosa apresentação de
1950 se envolveu na Campanha de
Roberto Leher que demonstra a
Defesa da Escola Pública e seguiu
atualidade da obra e a necessidade
nessa defesa não só participando de
de se lutar por uma Universidade em
debates junto com os estudantes,
favor dos interesses do povo
mas também formulando teorica-
brasileiro.
mente sobre o tema.
UNIVERSIDADE BRASILEIRA:
REFORMA OU REVOLUÇÃO?
UNIVERSIDADE BRASILEIRA:
REFORMA OU REVOLUÇÃO?
1ª edição
Expressão Popular
São Paulo – 2020
Nota editorial........................................................................................ 7
PRIMEIRA PARTE
O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
Capítulo 1 – O problema da universidade......................................... 63
Capítulo 2 – Balanço da situação atual do ensino superior.............. 73
Capítulo 3 – Escola superior ou universidade?.................................115
Capítulo 4 – Universidade e desenvolvimento.................................151
Capítulo 5 – A gratuidade do ensino superior................................. 197
SEGUNDA PARTE
OS SENTIDOS DA “REFORMA UNIVERSITÁRIA”
Capítulo 6 – Reforma universitária e mudança social.................... 233
Capítulo 7 – A reestruturação da Universidade de São Paulo........ 263
Capítulo 8 – Os dilemas da reforma universitária consentida........ 299
Capítulo 9 – A universidade e a pesquisa científica......................... 359
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1
Roberto Leher, prof. Titular da Faculdade de Educação e do Programa de
Pós-Graduação em Educação, Pesquisador do CNPq, Colaborador da Escola
Nacional Florestan Fernandes, http://orcid.org/0000-0002-5063-8753,
http://lattes.cnpq.br/6873414697016839, e-mail: leher.roberto@gmail.com.
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Cf. Fernandes, Florestan. Apontamentos sobre a “teoria do autoritarismo”. São
Paulo: Expressão Popular, 2019.
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4
Esta introdução foi republicada em Fernandes, Florestan. Marx, Engels,
Lenin: a história em processo. São Paulo: Expressão Popular, 2012.
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