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TÍTULO DO TEXTO (indicar a referência completa no padrão ABNT)

MONTEIRO, John Manuel. Redescobrindo os índios da América portuguesa: incursões pela


História Indígena e do Indigenismo. In: Tupis, tapuias e historiadores: estudos de história
indígena e do indigenismo. Campinas, 2001. 235 f. Tese (Livre docência em História) –
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, p. 1-11.

I – ARGUMENTO (questão, hipótese ou tese central discutida pelo autor)


O autor destaca as heranças da sociedade brasileira advindas do período colonial, nas
quais a percepção que circunda a figura do indígena é fundamentada em preconceitos e
subjugações desmedidas. Durante todo o período que se estende do século XVI, quando,
inicialmente, estabeleceu-se o contato e a exploração da população indígena, ao século XX,
onde essa percepção herdada ainda se mostrava presente em setores da sociedade brasileira.
Apenas a partir de 1988, com a constituição cidadã que os indígenas passam a ter suas
distinções culturais e sociais asseguradas através da formulação de políticas voltadas aos
mesmos.

II – DEBATE (questões, assuntos, hipóteses ou teses com as quais o autor debate)


Monteiro apresenta as diferentes concepções sobre as comunidades indígenas,
concepções essas que atravessam o período colonial e permanecem até as últimas décadas do
século XX, mais precisamente no campo da historiografia brasileira, onde houve uma
resistência dos estudos historiográficos sobre as comunidades. O entendimento dessa medida,
reflete diretamente no aspecto de herança colonial, a qual desde muito tempo se empenhara em
apartar o indígena como elemento integrante da sociedade.
No século XIX, as comunidades indígenas apenas passavam a pertencer à sociedade a
partir dos processos de aculturação, cujo alastramento era fortemente disseminado e imposto,
com a finalidade de extinguir aquilo que era considerado uma barbárie, isto é, a permanência
dos costumes naturais da população nativa que no brasil encontrava-se muito antes da cultura do
colonizador europeu. Além disso, o indígena que não se situava integrado nesse sistema, era
considerado esconjuntado da esfera social brasileira, situando a margem da mesma.
Eventualmente os processos de aculturação, resultaram consequentemente em fatores
contribuintes de grande valor cultural na formulação da identidade cultural brasileira do século
XIX, contudo, essa contribuição não sobressai a contribuição europeia, demonstrando desse
modo o conceito imaginativo de posição inferior da cultura indígena alastrado perante o tempo
no Brasil.
III – IDEIAS CENTRAIS DO TEXTO (principais argumentos discutidos e/ou afirmações mais
importantes)
 Subjugação do indígena.
 Historiografia indígena tratada como inexistente.
 Desconsideração com a contribuição cultural indígena no processo de formação
nacional.
 Formulação de políticas voltadas aos indígenas atualmente refletem as ideias herdadas
de que a figura indígena pertence a um setor exterior da sociedade.

IV – FONTES DE PESQUISA (principais fontes utilizadas pelo autor e como fundamenta os


seus argumentos a partir das fontes indicadas)
 Gruzinski, Serge, 1988. La Colonisations de l’Imaginaire. Societès Indigènes et
Occidentalisation dans le Mexique Espagnol, XVIe-XVIIIe Siècles, Paris, Gallimard
 Lockhart, James, 1992. The Nahuas after the Conquest: A Social and Cultural History of
the Indians of Central Mexico, Sixteenth throug Eighteenth Centuries, Stanford, Stanford
University Press
O autor utiliza Gruzinski e Lockhart para ilustrar uma historiografia que se utilizava de
pinturas realizadas pelos próprios indígenas para compreender a colonização através do olhar do
próprio colonizado.

 Martius, Carls F. P. Von, 1982 [1838]. “O Estado do Direito entre os Autóctones do


Brasil”, em O Estado do Direito entre os Autóctones do Brasil, tradução Alberto
Lofgren, São Paulo e Belo Horizonte, Edusp/Itatiaia (Série Reconquista do Brasil, n.s.,
58), pp. 11-83
 Martius, Carl F. P. Von, 1982 [1845]. “Como se deve escrever a história do Brasil”, em
O Estado do Direito entre os Autóctones do Brasil, tradução Alberto Lofgren, São Paulo
e Belo Horizonte, Edusp/Itatiaia (Série Reconquista do Brasil, n.s., 58), pp. 85-107
John Monteiro cita Martius para exemplificar a subjugação do indígena pela corrente
historiográfica principal do século XIX, que via os povos primitivos como passiveis de extinção
e como não contribuintes para a sociedade moderna.

V – CONCLUSÃO (o que o autor comprova ao final do texto)


Monteiro concluí o texto expondo os novos rumos que a historiografia vem adotando
referente a retratação do índio, realizando uma fusão entre a teoria historiográfica e a
antropológica com características que englobam questões militantes do movimento indígena,
principalmente, no que diz respeito ao direito territorial, visto que esse vem obtendo maior
destaque político ao longo dos anos. Essas novas pesquisas proporcionaram um maior
questionamento e reflexão acerca de teorias que abordavam a questão indígena de um ponto de
vista europeizado, visando evitar a generalização dos povos nativos.
Por fim, o autor desmembra e elucida cada capítulo em sua individualidade, trazendo os
temas tratados em cada um deles e explicando sua importância

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