O autor discute as concepções sobre os povos indígenas no Brasil desde o período colonial até o final do século XX, marcadas pela subjugação e desconsideração da cultura indígena. Ele analisa como a historiografia refletiu essa herança colonial e como novas pesquisas passaram a questionar teorias eurocêntricas, reconhecendo a contribuição indígena e os direitos territoriais.
Descrição original:
Título original
Redescobrindo os índios da América portuguesa incursões pela História Indígena e do Indigenismo
O autor discute as concepções sobre os povos indígenas no Brasil desde o período colonial até o final do século XX, marcadas pela subjugação e desconsideração da cultura indígena. Ele analisa como a historiografia refletiu essa herança colonial e como novas pesquisas passaram a questionar teorias eurocêntricas, reconhecendo a contribuição indígena e os direitos territoriais.
O autor discute as concepções sobre os povos indígenas no Brasil desde o período colonial até o final do século XX, marcadas pela subjugação e desconsideração da cultura indígena. Ele analisa como a historiografia refletiu essa herança colonial e como novas pesquisas passaram a questionar teorias eurocêntricas, reconhecendo a contribuição indígena e os direitos territoriais.
TÍTULO DO TEXTO (indicar a referência completa no padrão ABNT)
MONTEIRO, John Manuel. Redescobrindo os índios da América portuguesa: incursões pela
História Indígena e do Indigenismo. In: Tupis, tapuias e historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. Campinas, 2001. 235 f. Tese (Livre docência em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, p. 1-11.
I – ARGUMENTO (questão, hipótese ou tese central discutida pelo autor)
O autor destaca as heranças da sociedade brasileira advindas do período colonial, nas quais a percepção que circunda a figura do indígena é fundamentada em preconceitos e subjugações desmedidas. Durante todo o período que se estende do século XVI, quando, inicialmente, estabeleceu-se o contato e a exploração da população indígena, ao século XX, onde essa percepção herdada ainda se mostrava presente em setores da sociedade brasileira. Apenas a partir de 1988, com a constituição cidadã que os indígenas passam a ter suas distinções culturais e sociais asseguradas através da formulação de políticas voltadas aos mesmos.
II – DEBATE (questões, assuntos, hipóteses ou teses com as quais o autor debate)
Monteiro apresenta as diferentes concepções sobre as comunidades indígenas, concepções essas que atravessam o período colonial e permanecem até as últimas décadas do século XX, mais precisamente no campo da historiografia brasileira, onde houve uma resistência dos estudos historiográficos sobre as comunidades. O entendimento dessa medida, reflete diretamente no aspecto de herança colonial, a qual desde muito tempo se empenhara em apartar o indígena como elemento integrante da sociedade. No século XIX, as comunidades indígenas apenas passavam a pertencer à sociedade a partir dos processos de aculturação, cujo alastramento era fortemente disseminado e imposto, com a finalidade de extinguir aquilo que era considerado uma barbárie, isto é, a permanência dos costumes naturais da população nativa que no brasil encontrava-se muito antes da cultura do colonizador europeu. Além disso, o indígena que não se situava integrado nesse sistema, era considerado esconjuntado da esfera social brasileira, situando a margem da mesma. Eventualmente os processos de aculturação, resultaram consequentemente em fatores contribuintes de grande valor cultural na formulação da identidade cultural brasileira do século XIX, contudo, essa contribuição não sobressai a contribuição europeia, demonstrando desse modo o conceito imaginativo de posição inferior da cultura indígena alastrado perante o tempo no Brasil. III – IDEIAS CENTRAIS DO TEXTO (principais argumentos discutidos e/ou afirmações mais importantes) Subjugação do indígena. Historiografia indígena tratada como inexistente. Desconsideração com a contribuição cultural indígena no processo de formação nacional. Formulação de políticas voltadas aos indígenas atualmente refletem as ideias herdadas de que a figura indígena pertence a um setor exterior da sociedade.
IV – FONTES DE PESQUISA (principais fontes utilizadas pelo autor e como fundamenta os
seus argumentos a partir das fontes indicadas) Gruzinski, Serge, 1988. La Colonisations de l’Imaginaire. Societès Indigènes et Occidentalisation dans le Mexique Espagnol, XVIe-XVIIIe Siècles, Paris, Gallimard Lockhart, James, 1992. The Nahuas after the Conquest: A Social and Cultural History of the Indians of Central Mexico, Sixteenth throug Eighteenth Centuries, Stanford, Stanford University Press O autor utiliza Gruzinski e Lockhart para ilustrar uma historiografia que se utilizava de pinturas realizadas pelos próprios indígenas para compreender a colonização através do olhar do próprio colonizado.
Martius, Carls F. P. Von, 1982 [1838]. “O Estado do Direito entre os Autóctones do
Brasil”, em O Estado do Direito entre os Autóctones do Brasil, tradução Alberto Lofgren, São Paulo e Belo Horizonte, Edusp/Itatiaia (Série Reconquista do Brasil, n.s., 58), pp. 11-83 Martius, Carl F. P. Von, 1982 [1845]. “Como se deve escrever a história do Brasil”, em O Estado do Direito entre os Autóctones do Brasil, tradução Alberto Lofgren, São Paulo e Belo Horizonte, Edusp/Itatiaia (Série Reconquista do Brasil, n.s., 58), pp. 85-107 John Monteiro cita Martius para exemplificar a subjugação do indígena pela corrente historiográfica principal do século XIX, que via os povos primitivos como passiveis de extinção e como não contribuintes para a sociedade moderna.
V – CONCLUSÃO (o que o autor comprova ao final do texto)
Monteiro concluí o texto expondo os novos rumos que a historiografia vem adotando referente a retratação do índio, realizando uma fusão entre a teoria historiográfica e a antropológica com características que englobam questões militantes do movimento indígena, principalmente, no que diz respeito ao direito territorial, visto que esse vem obtendo maior destaque político ao longo dos anos. Essas novas pesquisas proporcionaram um maior questionamento e reflexão acerca de teorias que abordavam a questão indígena de um ponto de vista europeizado, visando evitar a generalização dos povos nativos. Por fim, o autor desmembra e elucida cada capítulo em sua individualidade, trazendo os temas tratados em cada um deles e explicando sua importância
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