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Universidade Federal Rural de Pernambuco

Data 13/11/2017

Aluna: Thainná Barbosa de Almeida

Pof.: Aristeu Portela

Disciplina: Educação das Relações étnicos-raciais

O Caráter Educativo do Movimento Indígena Brasileiro (1970-1990) Cap. I


O processo civilizatório e o Movimento Indígena brasileiro.

1.1. As Políticas Indigenistas e a Visão sobre os Povos Indigenas

O autor Daniel Munduruku inicia o texto resgatando a chegada dos


portugueses ao Brasil, deixando claro que o processo de colonização do Brasil,
foi motivado por interesses econômicos por parte da coroa portuguesa. A
exploração começou com a extração do pau-brasil, uma planta que tinha em
abundancia no período colonial, e que posteriormente vai dá o nome do nosso
país.

Com a chegada dos portugueses veio também à igreja católica,


representada pelos jesuítas. Nesse momento a ideia que se considerava era
que os povos indígenas brasileiros eram desprovidos de crença, conhecimento
e isso justificaria a escravidão desses povos, tudo isso regido pela lei. O autor
aborda o relatório feito por Darcy Ribeiro a pedido da Unesco, cuja a intenção
era celebrar a incorporação dos povos indígenas a sociedade brasileira, mas
que o resultado do relatório mostrou o contrario, expões a desintegração social,
cultural e a perca da identidade coletiva da comunidades indígenas

1.2. Paradigma Exterminacionista

Esse paradigma citado acima tinha como objetivo a destruição em


massa dos povos indígenas. Esse período é marcado pelo predomínio da
violência física, com a autorização do governo português, aconteciam
assassinatos de tribos inteiras, com a intenção de promover uma “limpeza
étnica” em busca de uma nação “civilizada”.

A igreja mais uma vez ganha destaque nesse período, com a chegada
da Companhia de Jesus iniciou a catequese dos povos indígenas, impondo
valores morais e religiosos, demonizando e inferiorizando a cultura desses
povos, que chamamos de etnocídio, um processo tão violento quanto o
genocídio. A exploração para se legitimizada deturpou a imagem dos índios
aos argumentar que era preguiçoso, um atraso para a sociedade.

1.3. Paradigma Integracionista

O paradigma integracionista caracteriza se pela ideia que os povos


indígenas, e suas culturas, crenças, organização social, seu modo de viver
estavam destinadas ao desaparecimento e que eram inferiores. Devido a isso
era necessário tutela-los, foi então criada uma lei que buscava “proteger” os
índios, ensina-los uma atividade e integra-los a sociedade brasileira. O suporte
teórico desse paradigma foi o pensamento positivista que basicamente
defendia, que existia uma passagem natural do estado “primitivo” para o
“civilizado”.

Já no período republicano foi adotada uma nova política indigenista,


baseada nessa noção de tutela, foi criado o SPI, Serviço de proteção ao Índio,
que visava gerir as relações entre os diversos povos indígenas, entre esses
mesmo povos e os demais grupos sociais e com os representantes do Estado.
O SPI fracassou na sua intenção por falta de recursos financeiros, a falta de
qualificação de pessoas para trabalhar no órgão, o enfraquecimento político
que impediu o órgão de se impor perante os outros poderes e o golpe de 64
que colocou um fim ao SPI.

1.4. Fundação Nacional do Índio

A FUNAI inicialmente teve melhores condições para fazer um trabalho


com os povos indígenas, teve renovação de recursos, a saída de funcionários
corruptos e novas pessoas mais qualificadas para a criação de uma proteção
mais eficiente dos povos indígenas. Porém a FUNAI fracassou, adotou uma
política paternalista e assistencialista que não se sustentou com novo corte nos
recursos orçamentários, e a visão que a política indigenista tinha menor
importância, logo foi deixada de lado pelo poder político, que
consequentemente diminuiu a qualidade dos serviços de saúde a população
indígena e o aumento da mortalidade infantil dentro das comunidades.

1.5. A Constituição Federal do Brasil: Um Novo Paradigma para a


Política Indigenista Nacional.

A nova constituição federal trouxe uma nova política indigenista, devido


a ampla participação dos povos indígenas pondo fim a abordagem eurocêntrica
sobre os povos indígenas. A atual constituição veio para reconhecer a
diversidade étnica, linguística e cultural dos povos indígenas, deixando de lado
aquela ideia que se tinha de uma incapacidade dos índios de se integrar a
sociedade brasileira.

A nova política indigenista defendia o multiculturalismo, o pluralismo


jurídico, reconhecia à organização social, os costumes, as crenças e tradições
como direitos subjetivos dos povos indígenas. Também garantia os direitos
originários às suas terras tradicionais, independente da sua legitimação. Essa
nova concepção marcou o surgimento do movimento indígena brasileiro, não
que antes não existissem, mas hoje com muito mais força e expressividade.

1.6. A Transfiguração Étnica e o Movimento Indígena

O autor destaca a resistência dos povos indígenas ao processo violento


sofrido durantes anos no Brasil, porém os índios ainda encontrão muitas
dificuldades, o contato com as comunidades não indígenas e com os produtos
industrializados, acaba criando necessidades, fazendo os índios abandonarem
seus antigos hábitos alimentares por novos nada saudáveis. A organização do
movimento indígena junto com organizações dos direitos humanos foi de
grande importância para mostrar a força dos mais diversos povos indígenas,
que acreditavam já estarem desaparecendo.

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