O documento discute a teoria do reconhecimento de Axel Honneth e George Herbert Mead. Honneth parte da ideia hegeliana de que a identidade surge da interação social e do reconhecimento mútuo. Mead diferencia o Eu, que opera internamente, do Me, que é a autoimagem construída a partir das expectativas normativas dos outros. O reconhecimento recíproco na socialização leva o indivíduo a interiorizar normas sociais e a desenvolver autoestima.
O documento discute a teoria do reconhecimento de Axel Honneth e George Herbert Mead. Honneth parte da ideia hegeliana de que a identidade surge da interação social e do reconhecimento mútuo. Mead diferencia o Eu, que opera internamente, do Me, que é a autoimagem construída a partir das expectativas normativas dos outros. O reconhecimento recíproco na socialização leva o indivíduo a interiorizar normas sociais e a desenvolver autoestima.
O documento discute a teoria do reconhecimento de Axel Honneth e George Herbert Mead. Honneth parte da ideia hegeliana de que a identidade surge da interação social e do reconhecimento mútuo. Mead diferencia o Eu, que opera internamente, do Me, que é a autoimagem construída a partir das expectativas normativas dos outros. O reconhecimento recíproco na socialização leva o indivíduo a interiorizar normas sociais e a desenvolver autoestima.
Data: Disciplina: Teoria do Reconhecimento Prof.: Marcos André Aluna: Thainná Barbosa de Almeida
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos
sociais. São Paulo:Editora 34, 2003.
Cap. 4 Reconhecimento e socialização: Mead e a transformação naturalista da ideia
hegeliana.
Honneth inicia o texto afirmando que a identidade como uma experiência
de um reconhecimento intersubjetivo, a partir da interação entre os sujeitos. Nesse sentido a identidade do Eu possui uma gênese social, porque ela surgiu a partir da interação com outros sujeitos e não do indivíduo isolado. Essa ideia inicial é o ponto de referencia para explicar a evolução moral da sociedade. Mead afirmar que o Me é a identidade consciente de si mesma, a que opera no relacionamento social. Enquanto o Eu nunca entra no campo de visão. A partir da relação entre um Eu interno, que opera internamente, e um ME externo, teremos o conceito de autoconsciência, uma concepção intersubjetiva, assim se funda a visão naturalista da teoria do reconhecimento de Hegel: “(...) um sujeito só pode adquirir uma consciência de si mesmo na medida em que ele aprende a perceber sua própria ação da perspectiva, simbolicamente representada, de uma segunda pessoa”(HONNETH, 2003, p.131). Isso significa que a minha autoconsciência só nasce a partir da interação e da percepção do outro, a formação da autoconsciência vem de fora, para a experiência interna. Surge com o Me outra questão que é da autoimagem, sendo essa não mais composta pela reação do parceiro de interação, e sim de expectativas normativas. Mead irá dizer que “o Me se transforma de uma autoimagem cognitiva numa autoimagem prática: ao se colocar na perspectiva normativa de seu parceiro de interação, o outro sujeito assume suas referências axiológicas morais, aplicando‐as na relação prática consigo mesmo”(HONNETH, 2003, p.133). A formação da identidade humana está diretamente relacionada com a autoimagem prática que o indivíduo vai desenvolver no decorrer de sua vida, aos poucos vai sendo ampliada e tornando‐se mais universal, pois “migram para dentro da autoimagem prática da criança em desenvolvimento as normas sociais de ação de um outro generalizado” (HONNETH, 2003, p.134). O reconhecimento mútuo está nas relações intersubjetivas da socialização, onde o indivíduo aprender a interiorizar as normas de ação, vindas das expectativas de todos os membros da sociedade e aprender também a generalizar em si mesmo as expectativas normativas dos diversos parceiros de interação.
Não aprende só quais obrigações ele tem de cumprir em relação aos
membros da sociedade; ele adquire, além disso, um saber sobre os direitos que lhe pertencem, de modo que ele pode contar legitimamente com o respeito de algumas de suas exigências: direitos são de certa maneira as pretensões individuais das quais posso estar seguro que o outro generalizado às satisfará. (HONNETH, 2003, p.136‐137).
É no outro generalizado que estará à perspectiva normativa dos direitos e
deveres. No momento em que, pela concessão de direitos, o indivíduo é reconhecido e aceito na coletividade, a partir do valor social da sua identidade, se tem uma atitude positiva para consigo mesmo, essa consciência do próprio valor se tem o auto-respeito. “A experiência de ser reconhecido pelos membros da coletividade como uma pessoa de direito significa para o sujeito individual poder adotar em relação a si mesmo uma atitude positiva” (HONNETH, 2003, p.139). O desenvolvimento moral tanto dos indivíduos quanto da sociedade se explica pelo conflito entre a identidade pessoal e a identidade social, ou seja, a tensão entre a vontade global internalizada e as pretensões individuais, entendido como luta por reconhecimento, promove o desenvolvimento social e individual. Mead irá dizer que o Eu coresponde a reação do indivíduo à atitude da comunidade, os impulsos internos que se expressam nas relações involuntárias aos desafios sociais, enquanto o Me hospeda as normas sociais através das quais um sujeito controla seu comportamento em conformidade com as expectativas sociais, a fim de conferir expressão social à impulsividade do eu. É uma luta por reconhecimento de pretensões jurídicas que acaba colocando em questão a ordem institucionalizada. A ampliação do reconhecimento jurídico se dá através da luta, do conflito pela extensão dos direitos que lhes são intersubjetivamente garantidos e eleva o grau de autonomia pessoal. O membro da comunidade ganha em liberdade individual estendendo os direitos que lhe cabem à comunidade. Mead entende auto-realização com um processo em que um sujeito desenvolve capacidades e propriedades de cujo valor para o meio social ele pode se convencer com base nas reações de reconhecimento de seu parceiro de interação. A formação de indivíduos auto-realizados, com base numa personalidade única e insubstituível. Essa auto-realização vem com o trabalho, o indivíduo se sente auto-realizado no momento em que percebe a utilidade de seu trabalho para a coletividade e é valorizado e reconhecido pelos outros por suas capacidades e habilidades. O reconhecimento recíproco estará presente num sistema transparente de divisão do trabalho, trazendo uma resposta pós‐tradicional ao problema hegeliano de eticidade baseado em conceitos metafísicos.