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Honneth
Em sua obra O Direito da Liberdade, Honneth aborda questões tais
como a liberdade negativa, a liberdade reflexiva e a liberdade social. Ele
analisa de forma ampla a teoria da justiça na sociedade contemporânea, tendo
como pano de fundo as intuições essenciais de Hegel da sociedade moderna,
especialmente àquelas contidas na Filosofia do Direito.
Honneth afirma que os valores das sociedades liberal-democráticas
acabam se fundindo em um único valor, que é a liberdade (autonomia do
indivíduo). Para ele, cada esfera de nossa sociedade tende a ter uma noção de
liberdade individual de acordo com nossas experiências e, por isso, o conceito
de justiça pode se dividir em múltiplas esferas, procurando uma “maneira justa”
de legitimar essa liberdade em nossa sociedade contemporânea (Cf. Honneth,
2015, p.10). Honneth argumenta que uma teoria da justiça deve se preocupar
em analisar a sociedade de forma a procurar princípios puramente normativos,
os quais possam mensurar a legitimidade moral do ordenamento social.
A intenção de elaborar uma teoria da justiça como análise da
sociedade coincide com a primeira premissa, uma vez que a
reprodução das sociedades até hoje está ligada à condição de
uma orientação comum de ideias e valores basilares. Essas
normas éticas não apenas determinam ‘de cima’, sob a forma
de ‘ultimate values’ (Parsons), quais medidas ou
desenvolvimentos sociais podem ser concebidos, mas também
são determinados de baixo, precisamente como objetivos de
educação mais ou menos institucionalizados, pelos quais se
organizaria a vida do indivíduo no seio da sociedade
(HONNETH, 2015, p.19).