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ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE JABOTICABA

FILOSOFIA
ISABELLY SILVA CUNHA

LIBERDADE

QUIXABEIRA-BA
AGOSTO-2023
ISABELLY SILVA CUNHA

LIBERDADE

TRABALHO APRESENTADO PARA


AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE
FILOSOFIA DO TERCEIRO ANO DO
ENSINO MÉDIO DA ESCOLA FAMÍLIA
AGRÍCOLA DE JABOTICABA,
MINISTRADO PELA PROFESSORA
VALÉRIA ARAÚJO.

QUIXABEIRA-BA
AGOSTO-2023
Conceito de Liberdade

 Sócrates:

Na Apologia de Sócrates, a consciência da liberdade está intimamente


relacionada à verdade porque Sócrates considera a verdade como uma virtude
moral. Para ele o livre arbítrio é fazer escolhas éticas e morais. Ele acreditava
que ao juiz cabia, como conduta ética: ouvir atentamente; considerar
sobriamente e decidir imparcialmente”. Por isso, os juízes deviam ser virtuosos
e estarem incluídos nas classes dos livres, dos honestos, dos bravos e dos
sábios. Os homens que não fossem honrados não seriam livres, por isso, não
teriam liberdade para julgar.

Sócrates considerava que o “sábio é aquele que conhece os limites da própria


ignorância”, por isso, a sabedoria era uma honra ligada aos homens livres e
honestos que cultivavam a verdade: “A verdade não está com os homens, mas
entre os homens”, deixando a entender que é um valor aperfeiçoável aos
homens.

Para ele, viver sem a liberdade de ensinar a sua filosofia de vida, significava
apagar seus pensamentos e suas ideias. Significava eliminar a sua existência. 
A liberdade de pensar e de transmitir os ensinamentos era sua razão de existir.
Fora disso, não haveria vida livre. Ao contrário, haveria prisão e extinção do
pensamento livre. Sócrates leva a liberdade de escolha ou livre arbítrio ao
extremo. Essa liberdade está ligada à justiça e à moralidade, duas regras que
ele acredita existirem na alma humana ou na natureza humana, sem as quais
nenhuma verdadeira liberdade pode existir.

Por isso, Sócrates foi considerado um dos homens mais sábios de seu tempo.
Mesmo no momento de sua morte, ele não abriu mão de sua liberdade de
pensamento e viveu em plena liberdade de pensamento.

 René Descartes:

René Descartes associava a liberdade ao conceito de livre arbítrio. O homem é


livre na medida em que pode escolher fazer ou não fazer algo sem ser coagido
por uma força externa. Na visão cartesiana, liberdade é saber avaliar correta e
racionalmente todas as alternativas disponíveis antes de tomar uma decisão.
Para ele, quem melhor entende as alternativas antes da escolha age com mais
liberdade.

A partir da ideia filosófica fundada na verdade absoluta, Descartes trabalha as


concepções da liberdade sob duas perspectivas: a liberdade de acreditar ou
duvidar sobre as “verdades” absolutas dos fatos e a liberdade com a pré-
ordenação divina.

Segundo o pensamento de Descartes, o princípio segundo o qual a liberdade


de acreditar ou duvidar da verdade absoluta dos fatos é condição da razão
humana, que confere ao homem essa liberdade. No entanto, a liberdade inata
(acreditar ou duvidar), segundo essa visão do filósofo francês, refere-se à
condição de aceitar ou não aceitar o que é conhecido ou não, mas não
representa uma rejeição da fé (como liberdade) no Criador.

Nessa outra passagem, Descartes esclarece que o erro ou o sucesso, a


confiança ou a dúvida decorrente do exercício da liberdade está sujeita ao
julgamento certo ou errado, porém, nada disso permite reclamar de Deus.

Assim, a crença no Criador também é traduzida pela razão em: acreditar ou


duvidar, como princípio da liberdade natural. A afirmação "Penso, logo existo"
resume o racionalismo filosófico de Descartes, que quer designar que todos
têm uma identidade própria, da qual decorre o direito à liberdade de
pensamento e expressão, comunicar, confiar ou duvidar.

Segundo o pensamento de Descartes, a liberdade de duvidar do que se


apresenta como verdade absoluta no mundo racional é um meio de se
aproximar da verdade. Hoje, podemos dizer que a liberdade de duvidar é
consequência da liberdade de acreditar ou não acreditar, rejeitar ou não
rejeitar, aceitar ou não a partir de uma interpretação dos fatos, a fim de
transmitir seu ponto de vista. verdade absoluta e indiscutível.

 Immanuel Kant:

Para Kant, a liberdade é a autonomia de cumprir seu dever de acordo com as


Leis da Natureza. Dessa forma, somos donos de nós mesmos e de nossas
ações. Kant caracteriza a ideia transcendental da liberdade como uma
espontaneidade capaz de dar início a uma série de eventos que se desenrola
na natureza. Conceber a ideia transcendental de liberdade é problemático, pois
as ideias, para Kant, são criações da razão, quando esta não encontra solução
para seus impasses. 

Segundo Kant, a sociedade é organizada de acordo com a justiça, quando


cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, desde que isso não interfira
na liberdade dos outros.

Kant afirma que a base da legitimidade é o consenso. Se há um estado, há um


consenso. Portanto, os cidadãos não são capazes de se opor aos seus líderes.

Kant é um teórico libertário que vê o estado como um instrumento necessário


para a liberdade dos sujeitos individuais. A autonomia é inferida da liberdade
negativa, que a preserva e garante. A liberdade irrestrita no estado de natureza
é precária e exige o exercício da autonomia.

 Jean Paul-Sartre:

Após a Segunda Guerra Mundial, o filósofo Jean-Paul Sartre disse: "estamos


condenados a ser livres". Esta frase dá a liberdade como a única possibilidade
de existência. Ele entende que somos livres para existir e construir nosso
mundo interior a partir de escolhas.

Segundo a visão de Sartre, o homem está condenado a ser livre. Condenado


porque não criou a si mesmo e é libertado. E uma vez solto no mundo, ele será
responsabilizado por tudo o que fez. Essa liberdade trará angústia: a
responsabilidade por seus atos e a exclusão de outras possibilidades não
eleitas.

A escolha mostra a responsabilidade, diante de uma questão, o homem tem


que escolher uma opção e os critérios pelos quais essa opção é escolhida.
Angústia significa escolher entre alternativas sem critérios externos de seleção.
É necessário escolher porque devo ser livre. Portanto, sempre que há uma
ação, o homem é responsável por aquilo que ele escolhe, porque não há outra
escolha a não ser exercer sua liberdade.
Para Sartre, o homem é homem em virtude de sua liberdade. O homem é fruto
da liberdade porque ele escolhe as ações que vai realizar todos os dias. Desta
forma, a liberdade não é uma conquista humana, é uma condição da existência
humana.

Para a filosofia sartreana, o homem é livre para escolher, porque tem


consciência. Essa consciência cria a intencionalidade das ações realizadas e
envolve a sociedade, porque a liberdade é um dever pesado que leva à
responsabilidade pelo seu próprio destino e pelo dos outros ao seu redor.

Ao escolher, o homem representa a escolha que considera ideal para toda a


humanidade. Dessa forma, sua liberdade o vincula à sociedade, o
responsabiliza, pois ele escolhe o tipo de pessoa que quer ser e também como
os outros devem ser. A partir de então, as escolhas do homem sartreano
despertaram um senso de responsabilidade que o atormentava ao perceber
que era responsável por si mesmo e, até certo ponto, pelo mundo.

 Karl Marx:

No final do século XIX, Karl Marx criticou a liberdade e sua relação com o
capitalismo. Para ele, quando a sociedade se divide entre o proletariado e o
capital, o homem se torna apenas uma ferramenta de produção e a produção
se torna uma compulsão, a vida humana é apenas uma existência. Isso é o que
ele chama de "o essencial". Qualquer um que precise comer a todo custo fará
todo o possível para fazê-lo e precisa. Quando conseguimos nos livrar da
necessidade, entra em cena a ideia de “sair”. Marx dizia que a redução da
jornada de trabalho é condição para que as pessoas sejam livres e
desenvolvam integralmente sua personalidade e capacidade.

Marx identificou a liberdade como um atributo constitutivo da existência social


e, como tal, inerente ao homem e não aos indivíduos sociais divididos em
domínios que a limitam à propriedade privada, o que inverte o sentido daquilo
que constitui a sociedade humana: o trabalho.
Teoria mais aceitável:

Acredito que todas as teorias são aceitáveis e possuem um fundo de verdade,


não há nenhuma a qual eu tenha me identificado 100%, porém, as que mais
concordo são a de Descartes e Sartre.

Para mim a de Descartes é aceitável porque é compatível com o racionalismo,


trabalha o equilíbrio entre liberdade e razão e traz ênfase à autonomia, em
resumo, na teoria de Descartes a liberdade está penetrada na capacidade da
mente humana de fazer escolhas racionais baseadas na razão e no
conhecimento.

Já a de Sartre trabalha a ênfase na realidade, a emancipação individual e


desafia a aprovação pessoal e social. Para Sartre, a liberdade é a capacidade
humana inata de escolher e agir, mas essa liberdade também implica
responsabilidade por nossas escolhas e o fardo de dar sentido a um mundo
aparentemente sem sentido. Sartre desafia as pessoas a enfrentar
verdadeiramente essa liberdade, evitar a malícia e assumir total
responsabilidade por suas vidas. Mas essa teoria não é tão bem vista por
todos, pois muitos acreditam que a ênfase na liberdade radical ignora a
influência do contexto social e político nas escolhas individuais e pode levar ao
isolamento excessivo.
Referências Bibliográficas:

Morais, Océlio de Jesús C. A liberdade em Sócrates (o general e o filósofo). O


Liberal. Disponível em: https://www.oliberal.com/colunas/ocelio-de-jesus-c-
morais/a-liberdade-em-socrates-o-general-e-o-filosofo-1.348803. Acesso em:
11 de agosto de 2023;

Cunha, Carolina. Filosofia - o tema da liberdade. Uol. Disponível em:


https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/filosofia-o-
tema-da-liberdade.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 11 de agosto de 2023;

Morais, Océlio de Jesús C. René Descartes e a liberdade. O Liberal. Disponível


em: https://www.oliberal.com/colunas/ocelio-de-jesus-c-morais/rene-descartes-
e-a-liberdade-1.377286. Acesso em: 11 de agosto de 2023;
KANT: a liberdade, o indivíduo e a república. Jusbrasil,2023. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/kant-a-liberdade-o-individuo-e-a-republica/
148401929. Acesso em: 11 de agosto de 2023;
da Silva, A. M. V. B. A Concepção de Liberdade em Sartre. Revistas
Eletrônicas,
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/alinesilv
a.pdf, vol. 6, nº 1, 2013.

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