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CE BENEDITA JORGE FILOSOFIA

O Conceito de Liberdade segundo a Filosofia


Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a
própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e
não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de ideias liberais e dos
direitos de cada cidadão. Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência
do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. A liberdade é um
conceito utópico, uma vez que é questionável se realmente os indivíduos tem a
liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou não. Diversos
pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade como Sartre, Descartes, Kant,
Marx e outros. No meio jurídico, existe a liberdade condicional, que é quando um
indivíduo que foi condenado por algo que cometeu, recebe o direito de cumprir toda,
ou parte de sua pena em liberdade, ou seja, com o direito de fazer o que tiver
interesse, mas de acordo com as normas da justiça. Existe também a liberdade
provisória, que é atribuída a um indivíduo com cunho temporário. Pode ser obrigatória,
permitida (com ou sem fiança) e vedada (em certos casos como o alegado
envolvimento em crime organizado).
A liberdade de expressão é a garantia e a capacidade dada a um indivíduo, que lhe
permite expressar as suas opiniões e crenças sem ser censurado. Apesar disso, estão
previstos alguns casos em que se verifica a restrição legítima da liberdade de
expressão, quando a opinião ou crença tem o objetivo discriminar uma pessoa ou
grupo específico através de declarações injuriosas e difamatórias. Com origem no
termo em latim libertas, a palavra liberdade também pode ser usada em sentido
figurado, podendo ser sinônimo de ousadia, franqueza ou familiaridade. Ex: Como
você chegou tarde, eu tomei a liberdade de pedir o jantar para você. A liberdade pode
consistir na personificação de ideologias liberais. Faz parte do lema “Liberdade,
Igualdade e Fraternidade“, criado em 1793 para expressar valores defendidos pela
Revolução Francesa, uma revolta que teve um impacto enorme nas sociedades
contemporâneas e nos sistemas políticos da atualidade.

SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMÁS DE AQUINO


Aurelius Augustinus, mais conhecido como Santo Agostinho, foi uma das principais
figuras que mesclou filosofia grega com as tradições religiosas judaica e cristã. Um
dos mais importantes filósofos medievais, seus ensinamentos influenciaram Descartes
e continuaram a exercer sua influência até os dias de hoje
A linha de pensamento de Santo Agostinho girava em torno de dualismos, herança de
Platão e dos maniqueístas orientais. Bem e mal, corpo e espírito eram totalmente
separados. O filósofo condenava os pecados da carne e alegava que a fé era o
essencial para a vida. A questão da existência de sofrimento no mundo levanta muitas
perguntas teológicas. Por exemplo, como pode um Deus que é bom e Todo Poderoso
ter criado um mundo com tanto sofrimento?
Santo Agostinho afirmou que Deus criou um mundo perfeito, mas que os seres
humanos utilizaram seu livre arbítrio para se distanciar Dele e que foi assim que o mal
adentrou o mundo. Adão cometeu o pecado original e, de acordo com Santo
Agostinho, todos os seres humanos carregam a culpa por tal pecado. Por esse motivo,
há o mal natural no mundo – desastres naturais como terremotos, erupções de
vulcões, etc. Todos os seres humanos são, portanto, castigados pelo pecado original.
São Tomás de Aquino ia na contramão de Santo Agostinho, colocando a razão
em primeiro lugar. Tentava até mesmo explicar a fé por meios racionais, alegando que
podia provar a existência de Deus. Argumentava que tudo está em movimento e todo
movimento é causado por alguém; desse modo, é preciso que haja uma causa inicial,
um “primeiro motor”, como chamava. Além disso, constatou que é preciso que haja um
Deus para que o universo esteja em tão perfeita harmonia.

SARTRE
Para Jean-Paul Sartre (1905-1980), a liberdade é a condição ontológica (investigação
teórica do ser) do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é nada
antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se,
encerrar-se, esgotar a si mesmo. O tema da liberdade é o núcleo central do
pensamento do filósofo francês e resume toda a sua doutrina. Sua tese é: a liberdade
é absoluta ou não existe. Sartre recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma
de condicionamento. Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a
liberdade não existe justamente porque Deus tudo sabe e tudo prevê. Mas como, para
Sartre, Deus não existe, a liberdade é absoluta.
E recusa também o determinismo materialista: se tudo se reduzisse à matéria, não
haveria consciência e não haveria liberdade. Qual é, então, o fundamento da
liberdade? É o nada, o indeterminismo absoluto. Agora entende-se melhor a má-fé: a
tendência a ser termina sendo a negação da liberdade. Se o fundamento da
consciência é o nada, nenhum ser consegue ser princípio de explicação do
comportamento humano. Não há nenhum tipo de essência – divina, biológica,
psicológica ou social – que anteceda e possa justificar o ato livre. É o próprio ato que
tudo justifica. Por exemplo: de certo modo, eu escolho inclusive o meu nascimento.
Por quê? Se eu me explicasse a partir de meu nascimento, de uma certa constituição
psicossomática, eu seria apenas uma sucessão de objetos.
Mas o homem não é objeto, ele é sujeito. Isso significa que, aqui e agora, a cada
instante, é a minha consciência que está “escolhendo”, para mim, aquilo que meu
nascimento foi. O modo como sou meu nascimento é eternamente mediado pela
consciência, ou seja, pelo nada. A falsificação da liberdade, ou a má-fé, reside
precisamente na invenção dos determinismos de toda espécie, que põem no lugar do
nada o ser. A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante
de sua condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está
condenado a fazer escolhas, e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva
que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem
aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas
e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.

FONTE
https://socientifica.com.br/o-conceito-de-liberdade-segundo-filosofia/
https://www.educabras.com/enem/materia/filosofia/aulas/santo_agostinho

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