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ESCOLA ESTADUAL ARI DA FRANCA

EXISTENCIALISMO

DISCIPLINA: Filosofia e Humanidades

PROFESSOR: Osmar

NOME DO ALUNO: Sõnia Maria de Souza Castr

TURMA: EJA 1 NOTURNO

20 de Março de 2024
INTRODUÇÃO:
As três ideias que considero mais importantes e interessantes do
existencialismo de Jean-Paul Sartre (1905-1980) são:

1- “A existência precede a essência.” O Ser e o Nada, 1943. “O homem, antes de


tudo, existe, encontra a si mesmo, surge no mundo - e se define depois.” O
Existencialismo é um Humanismo, 1946.

2- “O homem está condenado a ser livre.” O Existencialismo é um Humanismo,


1946.

3- “O inferno são os outros”. Entre Quatro Paredes (peça de teatro), 1945.

DESENVOLVIMENTO:

O existencialismo foi um movimento filosófico iniciado no século XIX por Soren


Kierkegaard (1813-1855) e Friedrich Nietzsche (1844-1900) que defendia
concepções de mundo como “A existência do homem vem antes da essência do
homem”, “É da matéria e da energia que vêm a essência” e “As verdades são
subjetivas, historicamente datadas, perspectivistas e temporárias”.

O existencialismo encontrou em Jean-Paul Sartre o seu maior sistematizador e


divulgador acadêmico e popular. Não sem motivo, Sartre foi o ganhador do Prêmio
Nobel de Literatura no ano de 1964, prêmio esse que foi recusado pelo filósofo
francês. A Real Academia Sueca desconsidera recusas, assim, mesmo que Sartre
tenha recusado a medalha de ouro e o prêmio em dinheiro, para todos os efeitos,
ele é o vencedor do Nobel de Literatura de 1964.
As três ideias mais interessantes de Sartre serão explicadas a seguir.

1- “A existência precede a essência”.

Quando surgiu a filosofia com pendores metafísicos na Grécia antiga do século


VI a. C. o “essencialismo” era dominante. De Tales de Mileto, passando por Pitágora
de Samos, até Platão e Aristóteles, a concepção de mundo era de que primeiro
existia a essência da entidade em algum lugar (no Mundo Inteligível ou escondido
na natureza) e depois a entidade se corporificava tornando-se um ser.

Platão, por exemplo, acreditava que existia um “Mundo das Ideias Eternas e
Imutáveis ou um Mundo Inteligível” que continham a essência de todas as coisas.
Assim, cada cavalo individual do mundo tinha como essência o “cavalo ideal” do
Mundo Inteligível que era copiado no mundo sensível em todos os cavalos
possíveis.

Esse exemplo serve para os seres humanos também. No Mundo das Ideias
existe o “ser humano” ideal, eterno e imutável, e no nosso mundo, o mundo
sensível, temos 8 bilhões de seres humanos cada um diferente do outro mas
comportilhando a “essência” de ser um “animal racional”.

Já Sartre pensava diferente. O filósofo e dramaturgo francês supunha que as


entidades primeiro existiam (primeiro eram seres materiais) e só depois adquiriam
uma “essência” ou um modo de ser, pensar e se comportar.

Primeiro nasce uma criança e só depois de passado algum tempo, a criança


adquire uma essência. A criança, quando se torna adulta, ela pode ser qualquer
coisa dentro de um conjunto de potencialidades possíveis. O adulto pode ser
médico ou pode ser criminoso, mas não pode ter os poderes do Superman.

2- “O homem está condenado a ser livre”.

O debate sobre a possibilidade dos seres humanos terem livre-arbítrio ou serem


condicionados pela natureza biológica ou pelo meio ambiente já dura 2500 anos.

Os filósofos em sua maioria , da Idade Antiga até a Idade Média Cristã,


defendiam o livre-arbítrio por razões lógicas e teológicas: era preciso defender que
os homens eram livre para escolher entre o “bem e o mal” ou o “certo e o errado”
para separar os puros dos pecadores. “Só vai para o Paraíso dos Bem-aventurados
quem é bom.” “Só vai para a prisão quem é mau.”

Em 1525 Martinho Lutero, pai da Revolução Protestante lançou o livro “De


Servo-arbitrio” desafiando o pensamento teológico hegemônico, onde era defendido
que o homem não é livre para escolher entre as supostas infinitas opções, antes
porém, é condicionado a escolher aquilo que o seu espírito concupiscente está
programado para escolher.

O problema surgia quando alguém perguntava “Quem vai ser salvo no Dia do
Juizo Final se todo mundo é condicionado e condicionado para o pecado}” A
resposta de Lutero era “Pela Graça Divina alguns serão salvos”.

Sartre abriu mão dessa recente forma de pensar e defendeu que cada homem
era responsável por suas próprias escolhas sejam elas boas ou ruins, dessa forma o
homem torna-se responsável por tudo de bom ou ruim que acontece com ele. Cada
homem precisa carregar o Fardo de saber que é inteiramente livre para escolher e
inteiramente responsável por suas escolhas equivocadas e, consequentemente, por
todos os seus fracassos.

Isso é bastante perturbador pois coloca uma responsabilidade imensa nas


costas de todos nós. Por isso, dizer que “o homem está condenado a ser livre” soa
como uma punição mesmo. ser livre não é necessariamente uma coisa boa.

3- “O inferno são os outros”.

Cada ser humano tem o seu próprio conjunto de crenças, desejos, sonhos e
objetivos que, na maioria das vezes, não está de acordo com o conjunto de crenças,
desejos, sonhos e objetivos de qualquer outra pessoa no mundo. Logo, temos
conflitos inevitáveis com as pessoas que não concordam com a nossa visão de
mundo. Temos conflitos de interesses com nossos irmãos, pais, amigos, inimigos,
professores, colegas e patrões ou superiores que nos impedem de realizar os
nossos sonhos.

Se “os outros” nos sabotam até de forma inconsciente, nos afastando da


felicidade, então nada mais natural do que dizer que “o inferno são os outros”.

CONCLUSÃO:

Penso que Jean-Paul Sartre se equivoca em dizer que "primeiro o homem


existe e depois ele ganha uma essência" pois, nas Escrituras Sagradas temos:

"Criou Deus, pois o homem à sua imagem, a imagem de Deus o criou;


homem e mulher os criou."
GÊNESIS Cap: 1 Vers. 27

Se Deus criou o homem e a mulher como são, então, a essência de cada um já está
presente desde a sua concepção. O homem nasce com a essência de homem e a mulher
nasce com a essência de mulher.

BIBLIOGRAFIA:

Primária:

SARTRE, Jean-Paul. O Ser e o Nada. Editora Vozes, 24 edição: Petrópolis, 2015.


SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Vozes de Bolso; 4
edição: Petrópolis, 2014.

SARTRE, Jean-Paul. Entre Quatro Paredes. Editora Civilização Brasileira; 8


edição: São Paulo, 2022.

Secundária:

GILES, Thomas Ransom. Dicionário de Filosofia: termos e filósofos. EPU


Editora Pedagógica e Universitária: São Paulo, 1993.

REYNOLDS, John. Jean-Paul Sartre. Stanford Encyclopedia of Philosophy:


California, 2022.

VERGES, Andre & HUISMAN, Denis. História dos Filósofos Ilustrada pelos seus
Textos. Folha Carioca Editora LTDA: Rio de Janeiro, 1984.

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