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Existencialismo

O existencialismo foi uma doutrina filosófica e um movimento intelectual surgido na Europa, no final do século XIX, mas
ganhou notoriedade no século XX, a partir do desenvolvimento do existencialismo francês.
Está pautado na existência metafísica, donde a liberdade é seu maior mote, refletida nas condições de existência do ser.
Características do existencialismo
O existencialismo sofreu influência da fenomenologia (fenômenos do mundo e da mente), cuja existência precede a
essência, sendo dividido em duas vertentes:
 existencialismo ateu: negam a existência de uma natureza humana.
 existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.
Para os filósofos existencialistas, a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de sua experiência no
mundo e de suas escolhas, uma vez que possui liberdade incondicional.
Em outras palavras, a corrente existencialista prega que o ser humano é um ser que possui toda a responsabilidade por
meio de suas ações. Assim, ele cria ao longo sua vida um sentido para sua própria existência.
Para os existencialistas, a vida humana é baseada na angústia, no absurdo e na náusea causada pela vida não possuir um
sentido para além da própria existência.
A partir da autonomia moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos. Nesse caso, toda
escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas possibilidades que nos são postas.
Assim, para os existencialistas, a liberdade de escolha é o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada pode ser
responsável pelos encaminhamentos da vida. Os indivíduos são seres "para-si", livres e plenamente responsáveis.
Principais Filósofos Existencialistas
Sören Kierkegaard
Considerado o “Pai do Existencialismo”, Sören Kierkegaard (1813-1855) foi um filósofo dinamarquês. Fez parte da linha do
existencialismo cristão, no qual defende, sobretudo, o livre-arbítrio e a irredutibilidade da existência humana.
Da mesma maneira que outros existencialistas, Kierkegaard focou na preocupação pelo indivíduo e pela responsabilidade
pessoal. Segundo ele:
“Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.”
Martin Heidegger
A partir da obra de Kierkegaard e da crítica à história da filosofia, Heidegger (1889-1976) vai desenvolver a ideia de que o
ser humano pode experimentar uma existência autêntica ou inautêntica.
“O que determinará esta existência será sua atitude face à morte e as escolhas que tomará diante a finitude de sua vida.”
“O ser humano não é o senhor dos seres, mas o pastor do ser.”
Jean-Paul Sartre
Um dos maiores representantes do existencialismo, Sartre (1905-1980) foi filósofo, escritor e crítico francês. Para ele,
estamos condenados a ser livres:
“Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por
tudo quanto fizer.”
Simone de Beauvoir
Simone de Beauvoir (1908-1986) foi filósofa, escritora, professora e feminista francesa nascida em Paris.
Personalidade ousada e libertária para sua época, Simone cursou filosofia e enveredou pelos caminhos do existencialismo e
da defesa da liberdade feminina. Segundo ela:
“Não se nasce mulher: torna-se.”
Essa frase confirma sua tendência existencialista, cuja existência precede a essência, essa última sendo algo que se
constrói durante a vida.
Em sua obra fundamental, o livro O Segundo Sexo (1949), a filósofa desenvolve as bases do pensamento feminista do
século XX. Ela critica o pensamento tradicional que associa o ser humano ao masculino, relegando à mulher um papel de
subalternidade, como seres humanos de segunda classe.
Albert Camus
Filósofo e romancista argelino, Camus (1913-1960) foi um dos principais pensadores do “absurdismo”, uma das ramificações
teóricas do existencialismo. Foi amigo de Sartre com quem discutiu muito sobre os aspectos e a essência do ser.
Em seu ensaio filosófico “Mito de Sísifo” (1941) aborda sobre os diversos absurdos da vida, segundo ele:
“Como deve viver o homem absurdo? Claramente, não se aplicam regras éticas, como todas elas são baseadas em poderes
sobre justificação.”
“Integridade não tem necessidade de regras”.
“Tudo é permitido" não é uma explosão de alívio ou de alegria, mas sim, um amargo reconhecimento de um fato.”
Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, em 1957.
Merleau-Ponty
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi filósofo e professor francês. Fenomenólogo existencialista, junto a Sartre, fundou a
revista filosófica e política “Os Tempos Modernos”.
Centrou sua filosofia na existência humana e no conhecimento. Para ele, “A Filosofia é um despertar para ver e mudar o
nosso mundo.”
Karl Jaspers
Filósofo existencialista, professor e psiquiatra alemão, Karl Theodor Jaspers (1883-1969), acreditava na fusão entre a fé
filosófica e a crença religiosa.
De acordo com ele, a fé é a expressão máxima da liberdade humana, sendo o único caminho que leva à certeza existencial
e à transcendência do ser. “A filosofia busca tornar a existência transparente a ela mesma.”
Suas principais obras são: A Fé Filosófica, Razão e Existência, Orientação Filosófica do Mundo, Filosofia, Explicação da
Existência e Metafísica.

Texto escrito pelo professor Mestre Pedro Menezes - Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e
Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto (FPCEUP).
Fonte: https://www.todamateria.com.br/existencialismo/
Metafísica é a base da Filosofia e também o ramo responsável pelo estudo da existência do ser. Por
meio da metafísica se procura uma interpretação do mundo, sobre a natureza, a constituição e
estruturas básicas da realidade.

Essência é aquilo que faz que um ser ou um objeto seja aquilo que é. Para a metafísica, a essência é a
realidade persistente num ser mais além das modificações que surgem acidentalmente. Quando se diz
sobre a essência de uma pessoa isso pode ser descrito como a natureza e características que
constituem uma pessoa.

Fenomenologia é o estudo de um conjunto de fenômenos e como se manifestam, seja através do


tempo ou do espaço. É uma matéria que consiste em estudar a essência das coisas e como são
percebidas no mundo.

“O homem está condenado a ser livre; porque uma vez lançado ao mundo, ele é responsável por
tudo o que faz. Cabe a você dar um sentido à [vida].”
Jeal-Paul Sartre

Justificativa: A célebre frase de Jeal-Paul Sartre expressa a ideia de que antes de o homem existir


enquanto homem, não há nada que defina o seu ser. Isso significa que não existe uma essência,
natureza, ou vontade divina que guie seus atos e o torne o que ele é.

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