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Ao longe se vê chegando duas barcas a um porto, quem vê pensa que seria um lugar
comum mas é aí onde se engana.
Diabo : Eu não preciso da aprovação de um dos lacaios do cara lá de cima. Além de tudo o
que você pode fazer para me jogar para o meu próprio reino?
Anjo : Ah pode ter certeza que vou, ainda me livro de você seu embuste, pelo menos eu não
fui expulso do céu como certas pessoas.
Diabo : Ao menos posso tratar qualquer um como bem entender, e não preciso vestir uma
máscara de "boa entidade".
Diabo : Se quiser saber como é, só continue com o ótimo trabalho porque aquele o seu
apartamento está bem decorado.
Anjo : Quer saber de uma coisa nunca mais me dirija a palavra eu nem sei porque ainda
falo com você.
Então entrou na região a primeira alma, um Fidalgo carregando muito ouro e roupas
luxuosas.
FIDALGO: Essa barca, vai para onde tão maltratada desse jeito?
(indaga com altivez abordando o diabo em tom imperativo, como se o ordenasse que lhe
respondesse)
Diabo (Olhando com tédio para o Fidalgo): Até o lar dos condenados.
FIDALGO: E para lá vai você, tão horrendo quanto o barco que pilota?(responde com
sarcasmo)
FIDALGO: Vejo nessa embarcação a miséria que há em você... (diz em tom de desprezo
um pouco mais baixo)
Diabo: Bom, graças aos caminhos que passamos eu não me preocupo em cuidar da
pintura.
Diabo: Nos nove círculos, em lagos de fogo, câmaras de desespero, a mansão dos... ta, ao
inferno, já tá óbvio.
FIDALGO: Não é de se admirar que seja tão cheio, as mais baixas classes são muito
volumosas... (diz em tom irônico)
Diabo: Reis, rainhas, padres, papas, consigo montar um castelo inteiro com pessoas da
nobreza.
FIDALGO: Não vem com essa. Se preciso, compro você, seu barco e toda essa terra que
você chama de inferno.
Diabo: Acredita que consegue se livrar do inferno? Que consegue se livrar de mim? Só com
essa porcaria que você chama de dinheiro?
FIDALGO: Tenho em vida quem reze por mim, Deus não se esqueceria de mim, além disso
sou um homem de muitos negócios, tenho muita importância no meio político.
Diabo (Sorrindo com escárnio): Alguém que esteja rezando, por você? Importância política
eu também possuo, por que você acha que sua família está onde está? Se sente na barca
eu garanto seu reencontro com o seu querido pai.
Diabo: Você já tinha recebido o sinal em vida o caminho que seguiria aqui, por mais que a
outra barca exista, ela não é para você.
Diabo: Família rica, humilhar os menos favorecidos, acreditar ser superior ao que está lá em
cima, acreditar que é superior a mim.
Já ao pé da outra barca:
FIDALGO: Oh da barca! Para onde vai? Não me ouve? Me responde logo, Deus, estou
perdido. Que criatura estúpida pensa que sou um animal para grunhir e implorar por sua
atenção?
Anjo: O dia começou me dê paciência. Deus porque se der força eu mato de novo.
(ignorando o Fidalgo e mexe na barca como se fizesse algo)
Anjo: Essa é sim a barca que leva ao paraíso! O que o senhor precisa?
Anjo (Murmurando): Se eu sou imbecil esse aí é uma ameba. (muito irônico e se arrepende
no final)
Anjo: Olha eu não posso permitir sua entrada com todo esse ouro, minha barca é muito
estreita e não vai caber (Resmungando e baixo) até por que toda essa arrogância não cabe.
FIDALGO: Você não reconhece quem sou para negar minha entrada? E o que disse?
Anjo : Não cabe, não permitirei sua entrada se retire, por favor. (Fala educado)
FIDALGO: Não há cortesia para pessoas de classe? Desça já essa prancha aqui e me tire
logo desse lugar seu inútil.
Anjo: Deus Deus me perdoe mas não dá (muito bravo ) olha tu era um poço de arrogância
em vida, fez mais mal do que bem, e ganância deveria ser seu sobrenome, nem se eu
tivesse bêbado eu te deixaria passar .
Anjo: Sabe eu não vou nem perder meu tempo amaldiçoando QUEM JÁ É
AMALDIÇOADO, imagine queimar o resto da eternidade e ainda conviver com coisas como
você. (aponta com desdém para o Fidalgo) (Dá uma risada irônica) agora vaza daqui.
FIDALGO: Não há outro jeito, para o inferno vou então. Não pensei que esse destino eu
teria... (fala com lamento, enquanto anda e se vira e dizendo)
FIDALGO: Quer saber? Vão se foder. Eu nunca iria para um lugar tão nojento e insalubre,
de gente simples e maltrapilha. Não. Meu destino não terminaria assim, vou voltar a outra
vida e rever minha esposa que se mata de rezar e espera por mim.
Diabo (Solta uma breve risada): Alguém que se mataria por você? É assim que você se
refere a sua mulher?
FIDALGO: ÓBVIO.
Diabo: Te garanto que ela está sentindo algo, e te garanto que sua morte vai ajudá-la a
sentir ainda mais esse algo, já que aparentemente para ela você não era nem perto do
suficiente. Talvez ela se mate por algum dos outros cinco.
FIDALGO: Isso é mentira. Não poderia ser verdade, e todas as cartas que ela escrevia para
mim? (estava mais aflito, seu orgulho havia sido quebrado).
Diabo (Se abaixa falando com calma próximo ao rosto do Fidalgo): Você não sabe notar a
merda de uma carta com mensagens falsas e ainda se sente alguém?
FIDALGO: Por que ri do meu sofrimento, seu animal? Aberração. Você não tem empatia?
Diabo (Ajeitando sua postura): Por que me importaria com uma classe inferior a mim?
FIDALGO: Tudo o que você diz é apenas uma mentira, eu não acredito. (Estava
desesperado, não sabia mais o que fazer ou o que pensar, apenas não aceitava o que ali
ocorria).
FIDALGO - Mas e o quanto ela chorou e a tristeza que dizia ter? (diz aflito em um tom mais
alto)
Diabo: Caro ser miserável é tão inocente para não notar sequer lágrimas falsas?
FIDALGO: Esta barca fede e é quente. Argh que ódio. (Diz, por fim, em lamento e nojo).
Após a entrada do Fidalgo a barca do inferno não tardou a aparecer um parvo, Joane. Um
homem simples e de coração puro.
Parvo (Diz ajeitando as roupas): Bom dia senhor, para onde vai esse barquinho aí?
Diabo (Olhando com desdém): Ao inferno, e pare com esse bom humor.
Parvo (Dizendo de maneira envergonhada e com um pouco de medo): Então senhor coisa
rui- digo Lúcifer, eu vou só verificar aquela outra barca ali e já volto tá bom? Fica com Deus.
Parvo (Respirando pesadamente): O-oi senhora de roupa engraçada como vai você? Isso
são borboletas e flores de verdade
Anja: Está melhor que a sua, e claro que não sou contra a violência animal.
Parvo: Tudo bem, essa é a barca 'pro céu né? e-e-eu p-posso entrar?
Anjo: vamos analisar essa alma (olha ele de cima a baixo minha) nossa, quanta inocência e
quanta bondade no seu coração. Estou encantada, pode entrar lindo não seria nem louca
de negar uma vaga para você aqui.
Algum tempo depois se aproxima das barcas um Frade que trazia consigo sua amante pela
mão seguro de si por ser um homem da igreja ele vai em direção às barcas.
Flor: Não deveria ter ido com o senhor a essa viagem religiosa.
Frade: Não dava para prever que seríamos mortos pelo caminho mas não se preocupe
vamos agora a caminho dos céus.
* nessa cena, O Frade vem a barca cantarolando (você escolhe uma música
que se sinta à vontade que não seja religiosa)
Frade: Graças a Deus, servi à igreja por toda minha vida. (sentia-se um pouco confiante ao
dizê-lo).
Diabo: Um padre não me é incomum, mas um que não chega cantando mais de um canto é
algo inesperado, você sabe algum canto além desse?
Frade: Claro que sei! Como eu um homem de Deus não saberia os cantos para o exaltar?
Eu só não acho que a necessidade de os cantarolar durante todo o tempo (diz prontamente
como se fosse ofendido)
Diabo: Ótimo quando chegarem ao nosso destino faremos uma festa. Mas agora padre me
responda, quem é essa mulher? A sua?
Frade: Ela é minha, a que mais gosto. A amei muito mais que todas as outras e assim
manterei até em outras vidas.
Diabo: A sim a que você amou, mas o celibato não impede coisas como essa?
Frade: Muitos sacerdotes fazem até pior, não há nada de errado em satisfazer meus
desejos.
Frade: Para o inferno? Eu devotei minha vida toda aos caminhos da igreja.
Diabo: Não me lembrava de constar que vocês deveriam ir em festas, enganar fiéis, ah e
claro quebrar o celibato.
Frade: O quê?! Eu não fiz isso, não por mal como fala. Tudo se tratava da obra divina, um
caminho para a purificação, eu mereço meu galardão como diz a bíblia, meu pagamento por
tanto ter feito.
Diabo: Eu não me importo e sei que mais ninguém se importa. Entrem na barca os dois.
Florença, vendo que havia perigo de serem levados ao inferno diz ao Diabo:
Diabo: Sim, sempre há mais de um jeito de resolver as coisas, mas essa já está resolvida.
Frade: Veja como é mais belo. Anjo, dê licença para que eu e Florença entremos.
Parvo: PADRE, como vai você? Aquele cantinho no céu que o senhor me vendeu é
realmente útil, obrigadão hein.
Anjo : Não posso permitir que você entre, sabe como é Frade uma mulher, extorquindo as
pessoas da igreja e essa mulher (Falar apontando para a Florença) extremamente impura
como posso deixar vocês entrarem!?
Frade: Nos deixe passar anjo eu um homem de Deus com apenas alguns pecados.
Parvo: Padre. Assim, ter uma mulher com você não é contra o celibato?
Frade: Ah, aqui também não me parece o lugar para nós. Não vejo aqui outra maneira, é
melhor aceitarmos nossa sentença. (diz sem lamento para Florença)
Florença: Pra mim está certo, nunca gostei de conservadorismo mesmo. O inferno é mais
quente, em todos os sentidos.
Est: A culpa não é minha se ele não tirava os olhos das minhas pernas.
Briz: Olhou tanto para suas pernas que não olhou para porcaria da ravina, uma vergonha,
você é uma vergonha. (Fala indo até ela e dando um tapa na mesma)
A personagem Tiffany vai dar a entender toda hora que quer ir perguntar
algo a Briz.
Est: Eu não fiz por querer senhora (chorando e assustada) por favor me perdoe.
Briz: Agora anda! Anda! (bate placar estranha os dedos ou algo assim) vamos embora!
vamos! Porque eu tenho pressa de entender onde estamos, temos que nos situar e dar
nosso jeito de começar a ganhar dinheiro aqui, precisamos saber como faz para ir para o
além (repara que a outra menina tentava falar com ela ) Diga Tiffany o que foi mulher?
Tif: Veja os dois barcos ali, e duas pessoas na porta devem ser eles que nos levam ao outro
lado senhora.
Briz: Ótimo suas inúteis! Vamos naquele barco com o belo homem, podemos usar
nossos dotes com ele.
Est: Nós acabamos de morrer, me explique como quer que alguém aqui tenha paciência,
animal?
Tff: Infelizmente morremos por culpa nossa, afinal embebedamos o cocheiro para ele nos
trazer de graça.
Este: A culpa não é minha se o cocheiro não tirou os olhos da minha perna.
Briz: Olá, quem é o belo cavalheiro, esse terno te cai bem, o senhor seria?
Diabo (Falando olhando por cima): Eu sou quem me convém, e você seria quem? Por mais
que eu já saiba.
Briz: Sou Brízida Vaz mais conhecida como aquela que te consegue as meninas mais lindas
do reino.
Briz: Sempre tão agradável padre. Sente muita falta de minhas garotas? Inclusive você
ainda me paga por fugir com Florencia (Bem irônica)
Diabo (Voz alta): Calem a boca, agora eu falo. (Suspiro lento) Vocês conseguem brigar até
mortos, ninguém merece isso, enfim entrem na barca e se ajudem a remar.
Estef: Nem eu, senhora eu acho isso suspeito veja só o outro barqueiro está trajado de
branco não acha...
Briz : Aí senhor não tem noção, sofri tanto por anos de vida, sou tão sofrida, eu comi o pão
que o diabo amassou...
Tff: Senhora por favor eu te imploro vamos ao menos olhar a outra barca .
Diabo : Diga aquela anjo que ela vai se identificar com vocês afinal possuem as mesmas
manias.
Anjo: Mais respeito com os passageiros da minha barca obrigada. (com muita educação e
gentileza)
Tif: O outro Barqueiro mandou falar que você vai se identificar com a gente pois temos o
mesmo gosto. Então o que acha de nos deixar entrar?
Anjo : Desgra... você é um anjo, se controle ou nunca será promovida a cupido ou Anjo da
guarda e se livrar desse lugar horrível. (Fala resmungando muito )
Anjo: Claro, aposto que é algo puro e centrado só que não. (Resmungando falando baixo e
com muita ironia)
Elo: Tá bom, tem (peças íntimas) (o Parvo podia falar algo ou não) não precisa comentar.
esse chicote ....
Anjo : Não há espaço para isso aqui sinto muito devem se dirigir a outra barca.
Briz : O que?
Anjo : Não posso permitir a entrada de vocês, afinal Estefânia não era uma moça
comprometida quando você a conheceu, e você não disse a Tiffany que a daria uma carona
para a cidade vizinha e vendeu a pureza dela e a mesma não se entregou aos prazeres da
carne. Acha que alguém assim merece um lugar no céu? Então não me questione por favor.
Est: O anjo mandou avisar que é para você aproveitar enquanto queima no inferno.
Diabo: Já era tão óbvio que voltariam que sequer trás graça. Não estou com paciência,
apenas entrem na barca.
Como de costume, mais um homem chega à barca. Olha só o que temos aqui! Um
Corregedor. Muito bem trajado por sinal. (Entonação de voz) Pena que seu traje está
prestes a queimar no calor ardente do inferno. (Volta o tom de voz normal) Vamos ver o que
ele tem a falar.
Fidalgo: Pelo menos não é outro pobre para que eu tenha que conviver.
Diabo: Acredito que está para chegar. Entre na barca, se sente e cale a boca.
Corregedor (Fala com desprezo): Quanto desgosto ao me receber não acha? porque quer
que eu entre em sua barca?
Diabo: Eu preciso por algum motivo te tratar bem? Vou adorar ver você e seu amiguinho
remando na minha adorável barca, vão aproveitar bem para onde vão.
Um homem de terno e gravata se aproxima. Juntamente trás uma maleta e uma bolsa cheia
de papéis. Parece que temos um homem de negócio por aqui, um Procurador! Ele ocupa
um importante cargo de juiz em sua cidade!
Estefani: Nossa ele é lindo Briz, eu farei o que aquele homem quiser, por favor senhora me
deixe me divertir com ele.
Procurador: Achei que estivesse vindo para meu julgamento, não para um bordel. (começa
a procurar com o olhar) Ainda tenho que me encontrar com alguém hoje.
O procurador avista o Corregedor perto da barca e se aproxima. Eles são antigos colegas
de negócios, melhor dizendo, rivais. O procurador vai até próximo da barca e se junta ao
Corregedor.
Procurador: Olá barqueiro, cheguei na hora errada? Vejo que já tem um passageiro.
Diabo: Em excelente hora na verdade, entre! Imagino que já conheça meu companheiro.
Diabo: Vocês não fizeram alguns negócios bem interessantes envolvendo propina.
Corregedor: Olha só, você por aqui! Não sabia que você tinha morrido. Se matou pra vir
atrás de mim é?
Procurador (irônico): Ha Ha. Muito engraçado você! Não?
Corregedor: (se direciona para o Diabo) Ei, você, para onde essa barca me leva? Acredito
que para os berços do céu, certo?
Diabo: Como vocês chamam? Lago de fogo, terra dos arrependidos? Lago dos cães ? ah!
ao inferno.
Diabo: Bem, aparentemente o suborno é correto, acredito eu, não é, santo descorregedor?
Corregedor (Fala por cima da fala anterior): Eu não tenho nada haver com isso!
Diabo: Mas adorava o dinheiro que recebia não é? E as funcionárias que sua mãozinha
ridícula (Diz acenando todos os dedos e na frente do rosto do corregedor) passou a mão.
Parvo: Cruzes!
Corregedor (perde a postura): O QUE?!! Pecadora! filha de uma prostituta! vou atrás dela
até o quinto dos infernos!
Briz: Não fui eu que parei essa coisa não, teria abortado.
Briz: Olha, com um macho desse em casa não sei como ela foi procurar na rua.
Diabo: Calem a boca. Deixem o nosso amigo entrar. Vejo que o senhor Procurador é um
homem muito ocupado. Me dê seus papéis.
Procurador: Não toque nos meus papéis! Deixe que eu mesmo os leve! Esse cara é muito
estranho. Eu vou para outra barca!
Diabo: Está devendo alguma coisa? Vá para outra barca então! Nós veremos novamente
daqui a pouco.
Corregedor: Eu vou com você! Ele não me parece confiável! Aquele ser de branco ali
parado deve me levar ao céu!
Corregedor: um ser divino, e puro! Quanto tempo eu não via um deste. Me leve para o céu
por favor!
Anjo: (sussurra) Mais um para me bajular. Tenha santa paciência. (Suspirando e esfregando
a mão no rosto)
Corregedor (impaciente): Ande logo minha filha, não temos tempo para você! Logo você
uma mulher, como ousa nos parar! logo nós homens da lei.
Anjo (olhando para cima): Eles pediram, sério depois do todos essa outros ainda aguentar
esses dois idiotas.
Anjo: Senhor Correchifrudo, é você que aceita mais propina que o político brasileiro. Mais
respeito comigo por que além de ser mulher sou eu quem decide quem vai para o céu,
vocês dois estão cheio de pecado.
Corregedor: Oh meu querido anjo, se duvida de mim, saiba que eu bem me confessei ao
padre. Estou livre de meus pecados!
Procurador: Você ainda acha que vai pro céu? HA ha Ha! Que tolo.
Corregedor: Só não sujo minhas mãos com você porque não quero me rebaixar ao seu
nível.
Anjo: Pois saiba que os dois estão no nível mais baixo que conheço! Vão aproveitar na
barca do inferno.
Corregedor: você sabe com quem você está falando, meu querido? Eu tenho uma aliança
com o rei! Eu vou passar querendo ou não!
Parvo: Do que vale ter aliança com o rei? Até o Fidalgo da Corte foi para o inferno.
Corregedor (grita para outra barca): Fidalgo?! O que você faz aí?
Fidalgo (grita de volta): Aparentemente desprezar alguns meros inúteis e ter algum pequeno
luxo na vida agora se tornou pecado.
Anjo: vocês vão para o inferno, de qualquer forma não tenho nada pra oferecer pra vocês!
Saiam daqui!
Procurador: Como assim vamos para o inferno?! Que se dane. Vamos para o inferno todos
juntos então. Bora marcar o churras?
Parvo: Nós vamos ter churrasco também? Não curto muito carne de porco tudo bem?
Anjo: Nenê não se iluda com os prazeres falsos que esses impuros te oferecem, logo você
estará aproveitando o paraíso.
Diabo: Vocês sequer tem graça de infortunar. Apenas entrem na barca e não reclamem.
Briz : Sente perto de nós já que estamos ferrados vamos então as vergonhas dessa vida
abandonar.
Diabo: Diabo (Em voz alta): Mas enfim, sentem se comecem a remar, a nossa barca irá
partir agora. (suspiro e abaixar o tom de voz) Quer saber, faço isso a dois mil anos, vocês
gostam dessa coisa de morrer né? E pelo visto minha barca vai ter que aumentar para
aguentar tantos números de pessoas que me acompanharão. Mas vamos aproveitar, a
maré é calma e isso é raro pois no nosso caminho até o mais breve ventinho pode matar o
mais bravo marinheiro.
Sendo assim, apenas o Parvo se salvou. Seu coração inocente e sua bondade o cederam
um lugar ao céu, enquanto na barca para o inferno os outros se foram. Já o Diabo e o Anjo
saíram deixando o porto para voltarem às suas moradas, à espera do dia seguinte, onde
tudo se iniciaria de novo.
FIM.