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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SANTO AGOSTINHO

Kamayura Fabius Ribeiro Paes

VIDA HUMANA

Trabalho realizado como requisito


avaliativo da Disciplina Ensino
Religioso, ministrada pelo Prof.
Rodrigo Guiomar, do 9º ano, sala 32.

Breves - Pará
2023
Antropologia/Humana:
O que é Antropologia?
A antropologia é a ciência que tem como objeto de estudo o homem e a
humanidade visando o comportamento humano, a biologia humana e a evolução,
estudando padrões de comportamento e investigando sociedades antigas e presentes. O
campo biológico da antropologia estuda o desenvolvimento biológico dos humanos bem
como o comportamento dos primatas e antepassados.
Antropologia estuda as constituições do ser humano em suas origens e de
maneira irrestrita. A antropologia busca compreender como o ser humano formou-se e
tornou-se o que ele é.
A natureza humana é o conjunto de características que os seres humanos têm
independentemente da influência cultural.
A Antropologia tem em seu campo de estudo a observação e compreensão dos
seres humanos e sociedades como um todo, porém tomando como um dos seus
elementos principais a cultura e a análise e desenvolvimento do conceito de alteridade.
O nome antropologia advém de anthropos: ser humano; e logos: razão,
pensamento, discurso.
Considerações:
Para pensar as sociedades humanas, a antropologia preocupa-se em detalhar,
tanto quanto possível, os seres humanos que as compõem e com elas se relacionam,
seja nos seus aspectos físicos, na sua relação com a natureza, seja na sua especificidade
cultural. Para o saber antropológico o conceito de cultura abarca diversas dimensões:
universo psíquico, os mitos, os costumes e rituais, suas histórias peculiares, a linguagem,
valores, crenças, leis, relações de parentesco, política, economia, arte, entre outros
tópicos.
Embora o estudo das sociedades humanas remonte à Antiguidade Clássica, a
antropologia nasceu, como ciência, efetivamente, da grande revolução cultural iniciada
com o iluminismo.
A antropologia, sendo a ciência da humanidade e da cultura, tem um campo de
investigação extremamente vasto: abrange, no espaço, toda a terra habitada; no tempo,
pelo menos dois milhões de anos e todas as populações socialmente e devidamente
organizadas. Divide-se em duas grandes áreas de estudo, com objetivos definidos e
interesses teóricos próprios: a antropologia física (ou biológica) e a antropologia cultural,
para alguns autores sinônimo de antropologia social, que focaliza, talvez, o principal
conceito desta ciência, a cultura. Segundo o Museu de Antropologia Cultural da
Universidade de Minnesota, a antropologia cultural abrange três tópicos gerais que por
sua vez subdivide-se e constituem-se como especialidades: etnografia / etnologia,
linguística aplicada à antropologia e arqueologia. A cultura e a mitologia correspondem ao
desejo do ser humano de conhecer a sua origem, ou produzem um modo de
autoconhecimento que é a identidade, diferenciando os grupos em função de suas
idiossincrasias e adaptação em ambientes distintos.
A antropologia possui diversas áreas de estudo diferentes, como por exemplo
arte, mídia, música e imagem entre outros, cada uma delas com um modo de se mapear
a cultura, origens, crenças etc...
A partir da antropologia moderna o ser humano pode ser definido como: O animal
que mais que elabora, ensina e recorda, amparado na sua racionalidade, e que mais sofre
os efeitos da cultura.
Existencial/Psicológico:
O que é o existencialismo?
O existencialismo é uma forma de investigação filosófica que explora o problema
da existência humana e centra-se na experiência, vivida, do indivíduo que pensa, sente e
age. Na visão do existencialista, o ponto de partida do indivíduo foi chamado de "angústia
existencial", uma sensação de pavor, desorientação, confusão ou ansiedade diante de um
mundo aparentemente sem sentido ou absurdo. Os pensadores existencialistas
frequentemente exploram questões relacionadas ao significado, propósito e valor da
existência humana.
“Cada indivíduo, não a sociedade ou religião, é o único responsável por dar
sentido à vida e vivê-la com paixão e sinceridade, ou "autenticamente"”
(Søren Kierkegaard)
Jean-Paul Sartre postula a ideia de que "o que todos os existencialistas têm em
comum é a doutrina fundamental de que a existência precede a essência".
Em uma palestra feita em 1945, Sartre descreveu o existencialismo como "a
tentativa de extrair todas as consequências de uma posição de ateísmo consistente".
Para outros, o existencialismo não envolve a rejeição de Deus mas "examina a busca dos
mortais, por um significado, em um universo sem sentido". Considerando menos "o que é
a vida boa?" (para sentir, ser ou fazer bem) em vez de perguntar "a vida é boa para o
quê?".
Conceitos:
A existência precede a essência:
Jean-Paul Sartre argumentou que uma proposição central do existencialismo é
que a existência precede a essência, o que significa que os indivíduos se moldam ao
existir e não podem ser percebidos por meio de categorias pré-concebidas e a priori, uma
"essência". A vida real dos indivíduos é o que constitui o que poderia ser chamado de sua
"essência verdadeira", em vez de uma essência atribuída arbitrariamente que outros
usam para defini-los. O ser humano, por meio de sua própria consciência, cria seus
próprios valores e determina um sentido para sua vida. Esta visão está em contradição
com Aristóteles e Tomás de Aquino que ensinaram que a essência precede a existência
individual.
O existencialismo sofreu influência da fenomenologia (fenômenos do mundo e da
mente), cuja existência precede a essência, sendo dividido em duas vertentes:
1. existencialismo ateu: negam a existência de uma natureza humana.
2. existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.
Alguns interpretam o imperativo de definir a si mesmo como significando que
qualquer um pode desejar ser qualquer coisa. No entanto, um filósofo existencialista diria
que tal desejo constitui uma existência inautêntica, o que Sartre chamaria de "má-fé". Em
vez disso, a frase deveria ser entendida para dizer que as pessoas são definidas apenas
na medida em que agem e que são responsáveis por suas ações. Alguém que age
cruelmente com outras pessoas é, por esse ato, definido como uma pessoa cruel. Essas
pessoas são responsáveis por sua nova identidade (pessoas cruéis). Isso se opõe a que
seus genes, ou a natureza humana, sejam culpados.
Como Sartre disse em sua palestra, existencialismo é um *humanismo: "o
homem, antes de tudo, existe, se encontra, surge no mundo e se define depois". O
aspecto terapêutico mais positivo disso também está implícito: uma pessoa pode escolher
agir de uma maneira diferente e ser uma pessoa boa em vez de uma pessoa cruel.
Jonathan Webber interpreta o uso de Sartre do termo essência não de uma forma
modal, ou seja, como características necessárias, mas de uma forma teleológica: "uma
essência é a propriedade relacional de ter um conjunto de partes ordenadas de forma a
coletivamente realizar alguma atividade".[29]:3[6] Por exemplo, faz parte da essência de
uma casa manter o mau tempo do lado de fora, por isso ela tem paredes e um telhado.
Os humanos são diferentes das casas porque, ao contrário das casas, eles não têm um
propósito embutido. Eles são livres para "escolher" seu próprio propósito e, assim, moldar
sua essência. Assim sua existência precede sua essência.
O absurdo:
A noção de absurdo contém a ideia de que não há sentido no mundo além do
sentido que lhe damos. Essa falta de sentido também abrange a amoralidade ou
"injustiça" do mundo. Isso pode ser destacado na forma como se opõe à perspectiva
religiosa abraâmica tradicional, que estabelece que o propósito da vida é o cumprimento
dos mandamentos de Deus. É isso que dá sentido à vida das pessoas. Viver a vida do
absurdo significa rejeitar uma vida que encontra ou busca um sentido específico para a
existência do homem, pois não há nada a ser descoberto. Segundo Albert Camus, o
mundo ou o ser humano não é em si um absurdo. O conceito só emerge pela
justaposição dos dois e a vida torna-se absurda devido à incompatibilidade entre o ser
humano e o mundo que habita. Essa visão constitui uma das duas interpretações do
absurdo na literatura existencialista. A segunda visão, elaborada pela primeira vez por
Søren Kierkegaard, sustenta que o absurdo se limita às ações e escolhas dos seres
humanos. Estes são considerados absurdos, pois emanam da liberdade humana,
minando seus alicerces fora de si mesmos.
O absurdo contrasta com a afirmação de que "coisas ruins não acontecem a
pessoas boas". Para o mundo, metaforicamente falando, não existe pessoa boa ou
pessoa má, o que acontece, acontece e, pode acontecer, tanto a uma pessoa "boa"
quanto a uma pessoa "má". Por causa do absurdo do mundo, qualquer coisa pode
acontecer a qualquer pessoa a qualquer momento e um evento trágico pode levar alguém
a um confronto direto com o absurdo.

Influências do existencialismo fora da filosofia:


Arte:
Cinema e televisão:
Neon Genesis Evangelion é uma série de animação de ficção
científica japonesa criada pelo estúdio de animes Gainax e
foi dirigida e escrita por Hideaki Anno. Temas existenciais de
individualidade, consciência, liberdade, escolha e
responsabilidade são fortemente invocados ao longo de toda
a série, particularmente através das filosofias de Jean-Paul
Sartre e Søren Kierkegaard. O título do episódio 16, "A
doença até a morte, e..." ( 死に至る病、そして , shi ni itaru
yamai, soshite) é uma referência ao livro de Kierkegaard, A
doença até a morte.

Espiritual/Teologal
O que é espiritualidade:
A espiritualidade pode ser definida como uma "propensão humana a buscar
significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de
um sentido de conexão com algo maior que si próprio". A espiritualidade pode ou não
estar ligada a uma vivência religiosa.
Segundo diversas confissões religiosas, a espiritualidade traduz o modo de
viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação com o
transcendental. Cada doutrina religiosa comporta uma dimensão específica a esta
descrição geral; mas, no aspecto religioso, pode-se traduzir a espiritualidade como uma
'dimensão do homem', como ser naturalmente religioso, e que constitui, de modo temático
ou implícito, a sua mais profunda essência e aspiração.
Alguns autores, porém, defendem a existência de uma espiritualidade inclusive
em meio ao ateísmo. André Comte-Sponville fala de uma "espiritualidade sem Deus" no
sentido de uma abertura para o ilimitado, um reconhecimento de sermos seres relativos,
mas abertos para o absoluto. Seria o reconhecimento da dimensão misteriosa e ilimitada
da existência, que não precisaria passar por alguma explicação religiosa; uma experiência
que vai além do intelecto.
Atualmente, a espiritualidade tem sido bastante estudada no que se refere às
suas relações com a saúde humana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem
aprofundando as investigações sobre a espiritualidade enquanto constituinte do conceito
multidimensional de saúde; atualmente, o bem-estar espiritual vem sendo considerado
mais uma dimensão do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e
sociais.
O sentido da vida humana para o Cristianismo:
Ao olhar para a Sagrada Escritura, percebe-se que o conceito de vida, no
Antigo Testamento, está acentuado na compreensão de que Deus é fonte e doador de
vida ao seu povo.
O homem tem sentido em sua vida a partir de Deus. “Deus é o que vai nortear
a vida, a caminhada do ser humano na face da terra. Lembrando que Deus deixa o ser
humano livre para fazer o seu caminho, mas no coração de todo o ser humano tem uma
lei de que tudo deve ser voltado para Ele. Então a razão primeira e última do ser humano
está centrada em Deus”.
Na cultura dos povos a chegada da nova vida humana, normalmente, é
saudada com boas-vindas e celebrada, de tempos em tempos, com manifestações
festivas. Tudo revela que gostamos de viver e conviver. Aliás, gostaríamos que a vida
neste mundo não tivesse fim. Contudo, toda pessoa humana traz escrito no mais profundo
do seu ser o destino para a morte biológica, que gravita sobre a sua existência qual
necessidade inevitável e como constante ameaça, sobretudo nos tempos de insegurança
que vivemos hoje. O tema da morte atinge profundamente a pessoa humana, a tal ponto
que ela até muda seu comportamento com Deus, com as outras pessoas, com o mundo e
consigo mesma. O Concílio Vaticano II afirma: “Diante da morte, o enigma da condição
humana atinge seu ponto alto… A semente da eternidade… insurge-se contra a morte”
(GS 18). Dentro de nós existe uma ânsia de eternidade, uma esperança de plenitude. De
fato, fomos criados à imagem e semelhança do Criador. Existe em nós a semente da
eternidade, da imortalidade, que vem chocar-se com a situação do limite humano, criado
pelo pecado, trazendo consigo a morte. Era preciso, portanto, uma redenção para que a
vida eterna fosse novamente possível, mesmo tendo que passar pela morte humana.
Para os cristãos, esta redenção já foi conquistada por Jesus Cristo, esperando nossa
adesão a ela pelo batismo e pela vida cristã coerente. Aliás, sem esta profissão de fé e
prática consequente, os enigmas da vida e da morte tornam-se mistérios insolúveis. Sem
Jesus Cristo, nossa vida na terra oferece no máximo uma espécie de sucesso vazio, que
passa e se esvai como areia entre os dedos. Jesus resume o sentido da vida numa única
frase: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (Jo 3, 36).
Através da história a pessoa humana sempre tentou dar resposta à cruciante
pergunta sobre o sentido da sua existência. E há uma quantidade inumerável de
respostas. No entanto, não existe resposta satisfatória sem o recurso à fé, à religião; ou
temos que ser coerentes como o filósofo ateu Jéan Paul Sartre, que afirma ser a vida um
caminhar para o nada, o vazio, a morte; sendo a vida, portanto, uma “paixão inútil”. Neste
contexto, o grande líder espiritual e pacifista indiano, Mahatma Ghandi, afirma: “Uma vida
sem religião é como um barco sem leme”. O físico judeu Albert Einstein diz que “não há
oposição entre ciência e religião; apenas há cientistas atrasados”. O gênio da física
também se pergunta: “Tem um sentido a minha vida? A vida de um homem tem sentido?
Posso responder a tais perguntas se tenho espírito religioso. Mas, ‘fazer tais perguntas
tem sentido?’ Respondo: ‘Aquele que considera sua vida e a dos outros sem qualquer
sentido é fundamentalmente infeliz, pois não tem motivo algum para viver”. E conclui: “Só
uma vida dedicada aos outros merece ser vivida”.

REFERÊNCIAS:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Existencialismo
https://www.cnbb.org.br/dom-aloisio-dilli-o-sentido-da-vida/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritualidade

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