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Fenomenologia e Existencialismo : articulando

nexos e costurando sentidos.


“O homem nada mais é
do que aquilo que ele faz a si mesmo:
é esse o primeiro princípio do existencialismo”
(Sartre, 1987, p. 6).
Introdução

Nas linhas que se seguem tentamos levantar um breve esboço sobre a


compreensão da Fenomenologia e o Existencialismo nos primeiros movimentos,
percebendo a importância de diversos autores e suas concepções, visto a abrangência e
subjetividade da visão de mundo e do ser em si, que a psicologia busca ferramentas para
compreender.
Os Primórdios da Psicologia Existencial

Fundamentar o conhecimento era a principal preocupação de Edmund Husserl


(1859-1938), autor pioneiro a investigação chamada fenomenologia, corrente da
psicologia que se desenvolveu no século XX, e foi precursora de outros movimentos
como a Existencial e a Gestalt.

Difundir idéias sobre a inexistência de dúvidas sobre a concepção da realidade


pela ótica da realidade generalizada, uma visão que pode ser vista por todos, Husserl
partia deste principio para conceder uma atitude fenomenológica, podemos pensar que a
fenomenologia busca mais compreender do que explicar o fenômeno, o que instigou
vários filósofos encontrar ferramentas para entender o contexto, chegando ao
existencialismo, elaborado de uma forma de psicologia e psicoterapia chamada Dasein
análise ou psicologia existencial. A Psicologia Existencial teve grande influência da
fenomenologia e do existencialismo que ajudou a ampliar um movimento de idéias,
reflexão, investigação e intervenção terapêutica com base no fenomenológico-
existencial.

Com a Fenomenologia, Edmund Husserl e Franz Brentano desenvolveram novas


filosofias, conceitos para desenvolver suas teses para a distinção entre os fenômenos
psíquicos e fenômenos físicos que comportam uma intencionalidade de maneira que
pudessem ser percebidos e que a percepção original tenha que constituir um
conhecimento fundamental, partindo da experiência em que podemos atingir o concreto
e o mundo da consciência.

Já no Existencialismo, Soren A. kierkegaard e Jean Paul Sartre, buscaram uma


filosofia da existência onde a proposta é compreender o existente de modo que a
consciência se relacione com o mundo, com os outros e consigo mesmo.
Esta nova abordagem coloca como centro o próprio sujeito, a escolha de si
mesmo, esta autenticidade faz com que o indivíduo tenha uma maturidade no seu
desenvolvimento pessoal e social caracterizando assim a sua existência individual. A
isso, Heidegger chamou de existência imprópria ou inautêntica, para o indivíduo o estar
no mundo, é estar integrado a sua existência de forma que esta possa ser explorada na
suas dimensões física, social, psicológica e espiritual, concentrando-se na construção da
auto afirmação e no desenvolvimento da sua consciência perante a sua existência em
relação a si mesmo.
Este não determinismo em relação a realidade humana dito por Sartre, colocando
a liberdade como escolha determinante, retirando a idéia de natureza humana, coloca o
existencialismo como forma de humanismo, “a existência precede a essência”.
O objetivo da abordagem existencial é focado no encontro da autenticidade que
o indivíduo, no processo gradual da sua compreensão, torne-se verdadeiro e coerente
consigo próprio, tendo o domínio e maior percepção, abrindo novas perspectivas para o
sentido de sua existência.

Esta nova idéia de conceber o ser humano foi como muitas idéias que mudaram
nossa visão de mundo ao longo da história, rejeitada, nas mãos de Sartre ganhou
popularidade pela sua autentica expressão aos meios de comunicação na ocasião de
1944, percebemos que entra realmente na arena da crítica social, negando o alheiamento
e alienação principalmente situada na ocasião dentro de uma situação de guerra, aonde a
Europa, cenário desses filósofos, atravessava naquele momento.
Conclusão

Baseado no texto lido podemos concluir que, existir significa revelar-se a cada
momento na construção de quem queremos ser, entre dois ambientes: o da familiaridade
e o da estranheza. Mas o que isso quer dizer? Que transitamos entre aquilo que nos é
familiar, que nos protege e ampara, surgindo então à necessidade de permanecer, de
ficar nessa condição “confortável”, e entre aquilo que é desconhecido, e que, portanto
nos impulsiona para fora do nosso casulo, desalojando-nos da estabilidade do cotidiano,
e daí a necessidade de movimento, de ir adiante. Existir é deparar-se o tempo todo com
a angústia que se instala em nosso cotidiano e nos adverte da necessidade de mudanças,
adaptações e na busca de superações.
A Psicoterapia Fenomenológico-Existencial irá auxiliar a pessoa no encontro
com aquilo que lhe é único – a sua expressão autêntica e o compromisso com suas
próprias escolhas. No processo psicoterapêutico, a pessoa reconhece a responsabilidade
pela própria vida e a liberdade para realizar suas escolhas, compreendendo quem é de
fato e buscando quem quer ser.
Referências:

EWALD, Ariane P. Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando


sentidos. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1808-42812008000200002&lng=pt&nrm=iso , Acessado em
21/03/2011.

SCHULTZ, Duane P. SCHULTZ, Sidney Ellen. História da Psicologia

HALL, Calvin Springer. Teorias da Personalidade. São Paulo. Epu, 1984. PP 81-95.

MARQUES, Ilda Helena. Sartre e o Existencialismo. Disponível em Revista Eletrônica


Funrei, METANOIA, São João del-Rei, MG, n.01 p 75-80, Jul 1998.
http://www.ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/revistalable/numero1/ilda9.pdf. Acesso
em 22/03/2011.

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