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EXERCÍCIOS DE REVISÃO 3º EM

1 - Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a


liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: “se Deus não existe,
tudo é permitido”. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas
consequências que dele podem ser derivadas.
[…] tudo é permitido se Deus não existe e, por conseguinte, o homem está
desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se
agarrar. Para começar, não encontra desculpas. […] Estamos sós, sem
desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a
ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é
livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova
Cultural, 1987, p. 9 (coleção “Os Pensadores”).
Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e
nas informações acima, assinale a alternativa correta.
a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não
engajada, isto é, uma filosofia que não deve se importar com os
acontecimentos sociais e políticos de seu tempo.
b) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de
sermos absolutamente livres ou como ele afirma “o homem está condenado a
ser livre”.
c) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os
planos que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira
liberdade.
d) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos
projetos que cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da
existência e, portanto, das ordens de Deus.

2 - Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito


a) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio metafísico regulador.
b) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da totalidade no seio do
que é.
c) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o
constitui.
d) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se pode realizar, não se
pode afirmar, porque está cheio, completo.

3 - O Período Helenístico inicia-se com a conquista macedônica das cidades-


Estado gregas. As correntes filosóficas desse período surgem como tentativas
de remediar os sofrimentos da condição humana individual: o epicurismo
ensinando que o prazer é o sentido da vida; o estoicismo instruindo a suportar
com a mesma firmeza de caráter os acontecimentos bons ou maus; o ceticismo
de Pirro orientando a suspender os julgamentos sobre os fenômenos. Sobre
essas correntes filosóficas, assinale o que for correto.
01) Os estóicos, acreditando na ideia de um cosmo harmonioso governado por
uma razão universal, afirmaram que virtuoso e feliz é o homem que vive de
acordo com a natureza e a razão.

02) Conforme a moral estóica, nossos juízos e paixões dependem de nós, e a


importância das coisas provém da opinião que delas temos.
04) Para o epicurismo, a felicidade é o prazer, mas o verdadeiro prazer é
aquele proporcionado pela ausência de sofrimentos do corpo e de
perturbações da alma.
08) Para Epicuro, não se deve temer a morte, porque nada é para nós
enquanto vivemos e, quando ela nos sobrevém, somos nós que deixamos de
ser.
16) O ceticismo de Pirro sustentou que, porque todas as opiniões são
igualmente válidas e nossas sensações não são verdadeiras nem falsas, nada
se deve afirmar com certeza absoluta, e da suspensão do juízo advém a paz e
a tranquilidade da alma.

4 - Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.

Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais próximo


da letra da canção “Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em parceria
com André Filho.
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que
apreendemos pela intuição mental.
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois é
deste que nós somos donos.
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à
divindade, mas se deve deixá-la livre de todo encargo, em sua completa
felicidade.
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças,
mas para impedir que as sofram.
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres
humanos nobres ou ignóbeis, e, sim suas ações e intenções.

5 - Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma


passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da
Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a
ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda
contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação
aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 2000 na pista do nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998
(adaptado).
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o
autor considera que houve um processo de:
a) mercantilização das crenças religiosas.
b) transformação das representações sociais.
c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

6 - O nada, impensado para Parmênides, encontrou em Sartre valor ontológico,


pois o nada é o ponto de partida da existência humana, uma vez que não há
nenhuma anterioridade à existência, nem mesmo uma essência. Esta tese
apareceu no livro O Ser e o Nada. Tal afirmação encontra-se também em outro
livro, O existencialismo é um humanismo, no qual está escrito: “Porém, se
realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é.
Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na
posse do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.”
SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia
Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 6. Coleção Os Pensadores.
A responsabilidade para Sartre diz respeito:
a) Ao indivíduo para consigo mesmo, já que o existencialismo é dominado pelo
conceito de subjetividade que restringe o sujeito da ação à sua esfera interior,
circunscrita pelas suas representações arbitrárias, que exclui o outro; toda
escolha humana é a escolha por si próprio.
b) Ao vínculo entre o indivíduo e a humanidade, já que para o existencialista,
cada um é responsável por todos os homens, pois, criando o homem que cada
um quer ser, estaremos sempre escolhendo o bem e nada pode ser bom para
um, que não possa ser para todos.
c) À imagem de homem que pré-existe e é anterior ao sujeito da ação. É uma
imagem tal qual se julga que todos devam ser, de modo que o existencialismo,
em virtude da sua origem protestante com Kierkegaard, renova a moral asceta
do cristianismo, que exige a anulação do eu.
d) Ao partido político que tem a primazia na condução do processo de
edificação da nova imagem de homem comprometido com a revolução e que
faz de cada um aquilo que deverá ser, tal como ficou célebre no mote
existencialista: o que importa é o resultado daquilo que nos fizeram.
7 - Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram
informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a
mãe. Para evitá–la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém,
penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses
que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia
quando se tornou
adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que,
perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou–se com Laio e seu
séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e
matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu
verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma
Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou–se rei de Tebas e casou–se
com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em: 28 ago. 2010
(adaptado).
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do
determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação
entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que toma
como pressuposta a tese do determinismo é:
a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo."
Jean Paul Sartre
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o
que quiser." Santo Agostinho
c) “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte." Arthur
Schopenhauer
d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo."
Michel Foucault
e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança."
Friedrich Nietzsche

8 - Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não


necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã
opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são
necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil
obter sua satisfação ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F. Textos de
filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.

No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim


a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.
d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade.
e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.

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