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ESTUDO DIRIGIDO
Questões:
1. Como compreender a máxima existencialista de que “a existência, precede a
essência”?
Para Sartre se nós pensarmos nas coisas que conhecemos, podemos concluir que antes de
elas existirem de fato, já exista uma “concepção” pré-definida, ou seja, já existe um projeto para as
coisas e para que elas sirvam; mas para o existencialismo sartriano esse raciocínio não pode ser
aplicado aos seres humanos. Isso porque esse existencialismo do filósofo é ateu. Assim, se não há
um Deus para conceber o homem e para lhe dar alguma finalidade (a prévia das coisas), um Deus
logo construiria o homem à sua “imagem e semelhança”, então esse homem (Deus) simplesmente
existe, e a sua “essência” será apenas aquilo que ele fizer de si mesmo, aquilo que ele quiser.
O “Dasein” é diferente do pensar cartesiano por estar “sempre já” no mundo, e não
separado dele. Enquanto Descartes trata a sua mente de forma qualificada como uma fonte de
certeza e compara o mundo das coisas materiais com ela, Heidegger enfatiza a realidade vivida de
nosso ser em um mundo que não é de nossa própria escolha. Dasein tem um envolvimento muito
maior assim como uma existência incorporada e física situada no tempo e no cenário sócio-
histórico e até dimensões ignoradas pelo Eu cartesiano. O Ser de Dasein é um projeto em aberto
de “vir a ser”: ora, criamos a nós mesmos através de nossas escolhas e ações. Heidegger faz a
descrição das dimensões afetivas do ser, tais como as experiências do tédio, ansiedade, culpas e
medos. E por lidar com problemas gerais da condição humana, ele é visto, muitas vezes, como o
pai do existencialismo.
Cada ser humano é único e dono do seu destino, os nossos pensamentos quando
verbalizados em ações, invocam não o outro, mas a nós mesmos assumir a escolha, ou seja,
assumir a responsabilidade por todas as nossas ações, e os resultados que estas geram em nossas
vidas. Na clínica existencial somos exclusivamente senhores dos nossos destinos, não se pode
fugir das noções substancializadas por essas escolhas.
A seguinte afirmação é do filósofo Husserl, que indagou que os nossos atos mentais,
psíquicos tudo o que temos na consciência tem por finalidade um objeto; as coisas não ocorrem
aleatoriamente, nada ocorre no vazio, sem uma causa..e o método fenomenológico foi para ele a
terceira via, logo, as ideias só seriam ideias debruçadas sobre algo sobre si mesmas; os fenômenos
e as ideias(criação) se interligam, se provocam e a fenomenologia iria nessa busca da essência,
para vir como a experiência das coisas seriam processadas nas impressões da realidade, como vir a
coisa como ela é? Mas para isso precisaria que a pessoa fizesse a suspensão de seus juízos
analíticos sobre tudo que há; ser um expectador de si mesmo; sem afirmações, sem negar, com
uma renúncia do mundo e de si mesmo, uma espécie de redução fenomenológica a epoche – cessar
– e vivendo nesse estado de repouso mental, hibernação dos juízos, para assim, ao ser humano o
mundo real, objetivo só estaria pairado aquilo que seria impossível de ser negado, na consciência
como por ex. “eu existo” é o agora, não temos a garantia de nada” É uma observação pura do
pensamento e o objeto desse pensamento.