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Medicina indígena – Wikipédia, a


enciclopédia livre
39-54 minutos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Medicina indígena corresponde ao comportamento orientado


para obtenção e preservação da saúde através das práticas
culturais dos povos ameríndios. Segundo Estrella, (1985) [1] a
medicina indígena apresenta os seguintes elementos estruturais:

a) aplicação de um conjunto de regras, modelos rituais,


expressões ou ações que emergem historicamente da vida
prática e da ideologia de um grupo social, e que conforma uma
série de enunciados acerca da saúde e da doença.

b) prática esta que propicia o desenvolvimento de um “saber


médico” onde se pode identificar: grupos de objetos ou
enunciados, jogos de conceitos, séries de escolhas teóricas.
Elemento que não constituem uma ciência, como uma estrutura
idealmente definida e nem são tampouco conhecimentos
amontoados procedentes de experiências, tradições ou
descobrimentos unidos apenas pela identidade do sujeito que os
gerou. São elementos a partir dos quais é possível construir
proposições coerentes (ou não), desenvolver descrições mais ou
menos exatas, elaborar teorias.

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Pajé em aquarela de E. Goodall, 1842


c) os enunciados desse saber médico se constituem sobre
elementos empíricos, mágicos, míticos religiosos e racionais
sendo especial a influência da ideológica exercida pela religião
católica.

d) os enunciados, conceitos e práticas deste saber médico estão


em boa parte, em oposição à ideologia dominante da formação
social.

A natureza do conhecimento indígena[editar |


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Generalizações sobre as práticas médicas ameríndias ou de


qualquer outra região do planeta, apesar de necessárias na
perspectiva de estudos teóricos, são perigosas porque, existe
certa especificidade em cada sistema de crenças mítico-religioso
e/ou prática cultural destinada à recuperação da saúde que
podem ficar ocultas no exercício da comparação (etnocêntrica).
[2] [3] [4]

Por outro lado a comparação, como se fossem atalhos


indicadores das linhas de pesquisa, nos permite ampliar o

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conhecimento, organizando este sob a forma de modelos


etiológicos e terapêuticos fundamentados em teorias de base
empírica e científica. [5] O que antes se apresenta como um
conhecimento aparentemente desordenado e não lógico,
embora cada vez mais reconhecido, especialmente quanto ao
uso de plantas, uso de técnicas de êxtase ou mesmo sobre esse
conjunto de práticas, ditas primitivas, que nos permitem curar
doenças, conhecer e controlar estados de consciência, controlar
emoções ou modificar sentimentos como prática de saúde
mental.

Segundo o antropólogo Lévi-Straus, 1976, o "pensamento


selvagem" diferencia-se do conhecimento científico por ser
analógico, basear-se na intuição sensível em lugar da percepção
e da imaginação. Um aproximando-se da bricolagem e poesia
(inspiração artística) e o outro apropriando-se lógica de
contradições.[6]

Considerando-se a equivalência dos sistemas etnomédicos, o


trabalho é compreender as especificidades que adquirem em
função da adaptação à áreas ecológicas, grupos linguísticos e
níveis de tecnologia resultantes do processo histórico de
acúmulo de conhecimento. Assim procedendo as diversas
conquistas de cada povo ou etnia podem ser integrados a
grupos de práticas semelhantes, tornado-se mais
compreensíveis as razões de sua permanência ou extinção.
Lyons e Petrucelli (1997) [7] associam o valor das técnicas ou
medicamentos à sua permanência na(s) cultura(s).

Observe-se também que o conhecimento antropológico não


constitui somente um luxo cognitivo mas uma condição da
adequação das políticas sanitárias a seus objetivos de
erradicação das grandes endemias, como da melhoria do estado
nutricional e sanitário das populações, diga-se de passagem,

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uma proposição não atingida através da biomedicina. O


conhecimento antropológico por sua capacidade de reconhecer
a existência, a validade e a eficácia de outros sistemas de
interpretação e de resolução de doenças pode contribuir para se
buscar os meios de adaptar ou ajustar esse modelo médico aos
recursos terapêuticos já existentes. [8]

Arte Médica dos índios brasileiros[editar | editar


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No livro de 1844, de von Martius, Karl Fridrich Philipp: Natureza,


Doenças, Medicina e Remédios dos Índios Brasileiros [9] esse
autor, com toda a carga de preconceitos do século XIX, observa
que o médico, chamado pajé na língua tupi, apesar de não ser
doutor, nem mesmo um mestre ou seja possuir os títulos de um
professor ou médico europeu, apesar de não fazer parte de
grêmio ou corporação que lhes dê direito de curar, possui mais
poder e influência na tribo que os seus congêneres europeus,
segundo ele, graças à ignorância desta.

No seu entender, a medicina indígena é comparável à magia e


feitiçaria e ao xamanismo dos nômades asiáticos. Compara
ainda, o pajé, ao sacerdote, profeta e adivinho, o zelador das
cousas sagradas, conselheiro e legislador, sempre um indivíduo
de ascendência e influência na tribo, que se distinguem pelo
espírito de observação, astúcia e laboriosidade, observando que
esse mister, às vezes, também está nas mãos de mulheres
velhas.

Em vários momentos de sua obra, faz referência a um culto ou


saber desaparecido de modo semelhante aos xamãs siberianos.
Declara-se pessimista quanto a possibilidade destes (a raça
ameríndia) encontrarem uma resolução de suas demandas de

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saúde por recursos próprios, ou face a sua condição social, pelo


alcance da ciência médica europeia. Reconhecendo, porém, seu
vigor, constituição robusta e longevidade, sobretudo antes de
seu contato com a civilização.

Não reconhece nenhuma doença da época como exclusiva dos


indígenas e atribui origem nas Índias Ocidentais à cholera
morbo, febre amarela e na Costa Oriental Africana à vena
medinensis (dracontíase). Na Europa atribui a origem da varíola
e sífilis, doenças por serem exógenas não possuíam tratamentos
específicos na medicina indígena.

Em sua "História geral da medicina brasileira" Santos Filho relata


que no Brasil do século XVI os indígenas acreditavam que as
doenças eram causadas por vontade de algum ser sobrenatural,
ação dos astros, agentes climáticos, força de uma praga ou
castigo. Elas eram denominadas de acordo com o órgão ou a
parte do corpo afetada. O tratamento era baseado nas
propriedades medicinais da imensa flora local. Para ulcerações,
a bouba, ferimentos e dermatoses as plantas indicadas eram
a copaíba (Copaifera officinalis), a capeba ou pariparoba (Piper
rohrii), a maçaranduba (Mimusops elata, Lucuma procera), a
cabreúva (Myrocarpus fastigiatus) e a caroba (Jacaranda
caroba, Jacaranda brasiliana); contra febres a jurubeba
(Solanum panicyulatum, Solanum fastigiatum), quineiras
brasileiras (Strychnos pseudo-quina, Cantarea speciosa), o
maracujá (Passiflora de várias espécies); como diuréticos e
sialagogos o cajú (Anacardium occidentale), o ananás (Ananas
sativus), o jaborandi (Pilocarpus pinnatus); como purgativo e
para disenterias o andá-açu (Johannesia princeps) a
ipecacuanha ou poaia (Psychotica emetica, Cephaelis
ipecacuanha), a batata-de-purga (Ipomoea altissima), a
umbaúba (Ceropia peltata) e o guaraná (Paullinia cupana); para

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mordeduras de cobras e outros animais venenosos a caapiá


ou contra-erva (Dorstenia multiformis), o pau-cobra (Potalia
amara) e a erva-de-cobra (Mikania opifera); para afecções
respiratórias e outras doenças o jataí (Hymenaea courbaril) e
o petume ou tabaco (Nicotiana tabacum). O conhecimento dos
indígenas sobre as propriedades medicinais da flora foi mantido
graças aos registros de missionários, barbeiros-cirurgiões e
barbeiros e a tradição oral.Os indígenas também lançavam mão
de outros recursos como medicamentos: sangue humano ou de
animais (reconstituinte), saliva (cicatrizante), urina (excitante e
vomitiva), cabeça ou cauda de ofídios e gordura de onça e
outros animais. Bicos, garras, chifres, ossos e cabelos eram
calcinados e pulverizados, assim como sapos. Os remédios
eram geralmente reduzidos a pó entre duas pedras e depois
dissolvidos em água ou sucos. Emplastros feitos com o mesmo
vegetal utilizado para uso interno eram aplicadas sobre a parte
afetada. [10] [11]

Uma proposição[editar | editar código-fonte]

Por recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) os


Estados nacionais devem integrar seus sistemas de saúde
oficiais às medicinas tradicionais indígenas. Proposição esta que
se depara diante do desafio de identificar elementos comuns ou
padrões nas diversas medicinas tradicionais, falas indígenas
saberes e a práticas de autoatenção que se constituirão como
base da "indigenização" das políticas públicas mais apropriadas
a reorganização sociocultural do cuidado com a saúde em
contextos específicos.[12] [13]

Sabe-se porém que os sistemas etnomédicos (xamanismo) ou


medicinas tradicionais derivadas dos sistemas míticos religiosos
possuem muitas características não comparáveis à prática

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médica ocidental, menos ainda à moderna medicina baseada em


evidências. Contudo, o exercício de identificação da coerência e
unidade desse saber, pode favorecer a tarefa de oferecer
serviços de saúde as populações indígenas remanescentes,
identificando a forma como o percebem e utilizam [14]

No Brasil a saúde das populações indígenas está sob


responsabilidade Secretaria Especial de Saúde Indígena
(SESAI) e nos EUA Estados Unidos da América do Norte ao
Indian Health Service.

Sem pretender elucidar as questões da importância fundamental


do idioma ou de outros elementos culturais, especialmente
níveis de tecnologia ou civilização, pode-se ter como referência
o conjunto dos principais troncos e famílias linguísticas para, a
partir destes grandes grupos, reunir dados etnográficos dos
sistemas míticos religiosos e práticas xamânicas dos povos
indígenas superando-se as barreiras linguísticas da
nomenclatura das regiões anatômicas do corpo, "tradução" da
designação dos sinais e sintomas [15][16][17] e/ou como
estabelecidos nos projetos participativos de pesquisa-ação da
FUNASA (SESAI), classificados em três eixos transversais:
sistemas tradicionais de parto indígenas; plantas medicinais
além do xamanismo e intermedicalidade.[18]

Assim sendo identifica-se no Brasil como principais grupos


linguísticos,[19][20] em torno dos quais estão reunidos os
achados etnográficos relativos às práticas de saúde:

O Tronco Tupi e a família Tupi-Guarani

O Tronco Macro-Jê

A família Karib

As Famílias Aruák e Arawá

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As famílias Tukano, Maku e Yanomami

ou seja vislumbra-se a possibilidade de identificar-se mitos e


referências específicas à práticas de saúde nas línguas
indígenas e áreas culturais em que estas se subdividiram, no
mínimo como um vocabulário para subsídio da organização das
intervenções sanitárias e diálogos com essas populações. Numa
proposição mais ampla (povos ameríndios) temos ainda os
seguintes troncos e famílias linguísticas na América:

Tipi utilizado na cerimônia do Peiote


Esquimó (aleuta)

Na dene

Algonguiano - ritwan

Siouan inclui os Iowa

Salishan

Iroquês

Otomangue (Zapoteca)

Nahualt (Asteca)

Chibcha

Maia

Quechua (Quechumaran) - Aimara

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Diversidade de práticas terapêuticas[editar | editar


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Apesar da diversidade linguística das Américas o conjunto de


práticas terapêuticas é relativamente mais limitado e com
características comuns a muitas das culturas. Incluem-se na
medicina tradicional dos povos da América do Sul: o uso do
Tabaco (Nicotina tabacum), [21] [22] aplicação de calor e
defumação, massagens, fricções, extração da doença por
sucção/ vômito, escarificação no tórax e locais inflamados; [23]
rituais com uso de plantas psicoativas como a Jurema (Mimosa
nigra; M. hostilis), a Ayahuasca ou Hoasca (Banisteria caapi &
Psichotria viridis), o Paricá (Piptadenia peregrina, P.
macrocarpa). [24] [25] [26] [27] [28] A utilização de produtos animais
como as secreções do anuro Phyllomedusa bicolor, utilizado
popularmente no norte do país como "vacina do sapo". [29]

Na América do Norte e Central, encontraremos rituais com


plantas psicoativas como a Datura (Datura stramonium) e cactos
(Lophophora williamsii - o Peiote); além de fungos ou cogumelos
(Psilocibe e Stropharia) e técnicas semelhantes à sauna
(câmaras de suar – "sweat lodge". [30] [31] [32] [33]

O estudo da distribuição desses saberes e práticas por área


geográfica é limitado quanto a organização específica desse
sistemas em relação à práticas empíricas de diagnosticar
doenças (ou seja, a distribuição das técnicas não respeita a
geografia) mas extremamente útil para selecionar plantas e
dietas a serem utilizadas como medicamentos genéricos. O
saber específico de cada etnia - tarefa da Etnobotânica, por sua
vez, possivelmente obedece a lógica da derivação de idiomas e
distribuição demográfica em áreas culturais.

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Escarificação e cirurgias[editar | editar código-fonte]

Flebotomia, entre nativos americanos registrado por Wafer,


Lionel (1699)
É pratica comum na América a escarificação no tórax e locais
inflamados com bico, dentes de animais ou fragmentos de
cristais equivalentes às antigas técnicas de sangria. Houve
época que essa última técnica associou-se à medicina dos
cirurgiões barbeiros e aplicadores da sanguessugas (Hirudus
medicinalis ou bicha como era conhecida no Brasil antigo) e as
terapias por aplicação de ventosas que atualmente são práticas
em extinção. [34]. Quanto a prática da flebotomia ter origem na
medicina indígena ou dos colonizadores, Santos Filho [10] e Sá
Menezes [35] descrevem o registro dessa prática por diversas
fontes, assinalando ainda este último de sua utilização como
técnica abortiva e de tratamento odontológico.

Uma variante da escarificação é a aplicação pelo pajé (Bisamus


entre os Cariris) de irritantes químicos como a Urtiga e o
Cansanção em locais específicos do corpo pelos índios Kiriris
(Siqueira, 1978) [36], o leite de cansanção é também aplicado
sobre a cárie (buraco do dente) (Bandeira, 1972) [37]. Ainda hoje,
na medicina popular a urtiga é utilizada em aplicação local e chá

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para dores reumáticas. Há referências a utilização de pimenta


cumim externamente sobre o corpo de gestantes para aliviar a
dor do parto (Bandeira, o.c.) o que hoje se explica pela presença
do elemento ativo Capsaicina com propriedades analgésicas.

Alguns antropólogos chamam atenção para especificidade das


medicinas das antigas civilizações Inca na América do Sul,
Asteca e Maia na Mesoamérica especialmente a primeira,
relativamente mais conhecida, e importante para a região
amazônica. A medicina inca, famosa por apresentar
medicamentos com o a quina (Cinchona) que contém quinina
poderoso agente contra a malária, incluía práticas cirúrgicas
como trepanações do crânio com finalidade neurocirúrgica não
completamente esclarecida (descompressão de tumores,
tratamento de concusão ou hemorragias - remoção de
coágulos,?).[38],[39]

Segundo Jürgen Thorwald, (1990) [40] o surpreendente nos


achados do Peru é a alta percentagem dos sobreviventes da
trepanação, refere-se que entre quatrocentos crânios
examinados por Tello havia duzentos e cinqüenta casos de cura,

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e entre os setenta e um casos examinados por MacCurdy foram


encontrados apenas doze sem sinais de regeneração ou
sobrevivência.

Civilizações americanas[editar | editar código-fonte]

Os médicos historiadores Lyons e Petrucelli (o.c.) descrevem as


culturas pré-colombianas como sistemas de intrincadas misturas
de religião, magia e empirismo semelhantes ao das sociedades
arcaicas: religião, porque alguns deuses provocavam doenças
enquanto outros protegiam os seus devotos; magia, porque
muitas doenças que se consideravam causadas por
encantamentos de inimigos ou rivais, deviam ser curadas por
meios mágicos; empirismo, porque se usavam plantas, minerais
e técnicas cujo valor ainda hoje se mantém.

A medicina inca, além de intervenções cirúrgicas possuía ampla


farmacopeia com plantas importadas das mais longínquas
regiões da América. A etnia Kallawaya, que se integrava ao
império tem fama, sobretudo, de ter desenvolvido (aprendendo
com de outras etnias, coletando e climatizando) grande parte
das plantas utilizadas por todo o império, tal qual pesquisadores
especializados em etnofarmacologia que hoje realizam
pesquisas de bioprospecção.

Entre os tratamentos utilizados no sistema etnomédico da macro


etnia neoincaica, utilizando-se a expressão de Ribeiro [41],
incluía também substancias enteógenas misturados com pelo

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menos uma dezena de plantas curativas ou plantas mestras


(plantas professoras). Tanto o efeito combinado (sinérgico)
dessas misturas como a cura através de rituais com substancias
psicoativas ainda não foram compreendidos por nossa medicina
científica - cosmopolita e precisam ser melhor estudados.

Ainda hoje, em algumas regiões da América, encontram-se


associação das medicinas tradicionais da região com práticas
europeias específicas como a hidroterapia e medicina natural
desenvolvida no Chile por Manuel Lezaeta Acharán (1881-1959)
– bastante conhecido no Brasil pela nova geração de médicos
naturalistas [42]. Resta-nos, nesse caso a tarefa de pesquisar até
que ponto a doutrina térmica proposta por esse autor tem a ver
com os conceitos do efeito do frio e quente da nossa cultura
popular (extensível à qualidade de alimentos e medicamentos)
em especial entre os xamãs (machi) da cultura Mapuche do
Chile - Argentina.

Os costumes indígenas de enterrar-se na beira dos rios, ou


permanecer na água corrente para controle de febres das
grandes epidemias de varíola e sarampo referidos por Martius
teriam vindo de práticas já consolidadas empiricamente(?) tipo a
utilização da argila pelos médicos naturalistas (?). Segundo
Martius as febres cíclicas eram explicadas como associadas ao
ciclo lunar. Por outro lado o uso da calor também está associado
a uma série de doenças por eles diagnosticadas. Encontram-se
gravuras dos primeiros viajantes mostrando a utilização do fogo
para aquecer os doentes em leitos de madeira colocados
próximos de fogueiras. Pode se perguntar se tais práticas assim
como a das câmaras de suar (saunas), que ainda são utilizadas
na América do Norte, influenciaram-se mutuamente (?) e se
fundamentam em padrões explicativos semelhantes (como
propõe Estrella, 1985) em todos os povos que utilizam tais

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recursos (?).

Contribuições da Amazônia[editar | editar código-


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O uso terapêutico da Ayahuasca

O uso da Ayahuasca, hosaca, Yagé ; Nixi honi xuma, Capi, ou


seja dos preparados da Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis
com e sem outras plantas de efeito medicinal é sem dúvida uma
das maiores contribuições da medicina inca e indígena da
Amazônia. Sua utilização é milenar e sua sobrevivência e
expansão nas Américas no mínimo atesta a importância da
necessidade de pesquisas sobre seu efeito terapêutico.

De acordo com Takiwasi Centre um centro de tratamento do


abuso de drogas que usa ayahuasca e outras medicinas
tradicionais como parte do programa terapêutico, as medicinas
tradicionais oferecem respostas satisfatórias (comparáveis em
termos de eficiência e eficácia) à problemática de saúde mental
que poderia se imaginar características das culturas que a
utilizam originalmente. Contudo a experiência médica tem
demonstrado o oposto, essa prática tem atingindo dimensões
transculturais em áreas onde a medicina ocidental é bastante
deficiente como o das toxicomanias.

Propriedades semelhantes a dos agentes serotoninérgicos e


alguns estudos realizados nos EUA apontam a utilização da
hoasca para tratamento da depressão, inclusive de pacientes
terminais (associando-se principalmente nesse último caso à
orientação religiosa espiritual). Recentemente a Universidade
Johns Hopkins tem selecionado voluntários para estudos
científicos da pratica espiritual e meditação com utilização da
Psilocibina uma substancia enteógena presente em cogumelos

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utilizados pela medicina nahualt. As pesquisas da etnopsiquiatria


e terapia com alucinógenos hoje denominados enteógenos
iniciada com as pesquisas com LSD, proibidas face utilização
descontrolada dessas substancias na expansão da contracultura
hippie, tem sido retomadas e utilizadas em pesquisas que
incluem patologias como autismo e cefaleias além dos dois
transtornos psiquiátricos acima referidos (depressão e
drogadição).

Na Amazônia Ocidental estudos apontam de 40 a 72 grupos que


fazem uso da ayahuasca (Ribeiro, 1986 [43]; Luna, apud Labate,
2002 [44]). Os referidos grupos tribais que tem o yagé ou
ayahuasca como elemento estruturante de mitos e ritos
concentram-se na região do Solimões (Alto Amazonas) e
predominam grupos de idiomas das famílias:

Quéchua (Quechumaran) a exemplo dos Ingano (Ingas); Kofan


(Cofán); Kamsá (Camsás ou Quillacigas) Kallawaya Encostas
andinas do Vale Sibundoy – (Colômbia) ou da macro-etnia neo-
incaica;

Aruák e Arawá (Baniuas; Machigenguas; Piros; Culinas,


Ashaninka ou Campas, Tarianas e outros);

Tukano (Airo-pai; Barasana; Cubeo; Desana; Tuiúcas ; Makuna ;


Siona)

Pano (Marubos, Caxinauás, Yaminawas, Shipibo-conibo)

e de línguas menores e/ou não classificadas como Ashuar


(Jivaro ou Shwaras e Secoya) Katukina; Maku; Uitoto.

No Brasil a utilização da Hoasca nos grupos religiosos urbanos e


tradições da amazonas está em plena expansão. Encontra-se
ainda o uso isolado por curandeiros - vegetalistas tal como ainda
é utilizado na Amazônia peruana; a integração dessa prática

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com religiões africanas e tradições locais, [45] [46] até o processo


de urbanização em grupos religiosos formalmente identificados
tal como: o Santo Daime criado por Raimundo Irineu Serra
(Mestre Irineu) em 1930 [47]; Centro Espírita e Culto de Oração
Casa de Jesus Fonte de Luz (Barquinha) em 1945 por Daniel
Pereira de Matos (Mestre Daniel) [48] e o Centro Espírita União
do Vegetal criado em 1961 por José Gabriel da Costa [49]
respectivamente os dois primeiros em Rio Branco no Acre e o
segundo em Porto Velho, Rondônia.

MacKena [50] e Ricciardi [51] ressaltam as diferenças de contexto


no efeito do chá, no uso individual no uso terapêutico proposto
por curandeiros - vegetalista e no uso ritual de caráter religioso e
de auto – ajuda que vem se desenvolvendo nos grupos
religiosos acima citados.

Strassman,[52], e outros autores [53][54] ressaltam que a


ayahuasca é uma das várias infusões ou decocções psicoativas
preparada a partir de Banisteriopsis spp. As bebidas resultantes
são farmacologicamente complexas e utilizadas com propósitos
xamânicos, etnomédicos e religiosos. Pesquisadores ocidentais
já registraram uma variedade de 200-300 plantas diferentes
utilizadas no seu preparo. A associação destas plantas deve ser
considerada no contexto de cada realidade etnomédica onde
também se inclui as prescrições comportamentais reafirmando a
questão levantada por Strassman de que a utilização da hoasca
deve ser considerada como uma infusão medicinal xamânica,
num plano equivalente à medicina ayurvedica ou tibetana.

Outras contribuições

A vacina do sapo de origem em grupos Pano, Aruaque e Aruá


(ver verbete específico) insere-se na utilização numa ampla
farmacopeia ainda não completamente conhecida das

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populações indígenas. Entre as substancias utilizadas


encontram-se substancias psicoativas (utilizadas sem ritual
"religioso") incluindo Coca (Erythroxylum coca) ou epadu/ ipadu
[55] ; Marapuama (Ptychopetalum olacoides), [56] sendo a mais
conhecida o Guaraná (Paullinia cupana) e preparados com
Castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) [57] ; calmantes como a
Casca preciosa (Aniba canelilla) [58]; medicamentos de efeito
anti-inflamatórios e antibióticos como Paratudo (o Ginseng-
brasileiro - Pffafia glomerata) [59] , Andiroba (Carapa guianensis)
[60], Unha-de-gato (Uncaria tomentosa)[61] ; Carapanaúba /
Carapanã-uba (Aspidosperma nitidum) [62]; Pau d'arco (Tabebuia
avellanedae) [63] [64] entre outras.

O mais conhecido, mas também ainda não utilizado plenamente


para desenvolvimento da região, são as frutas como Açaí
(Euterpe oleracea), Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Bacuri
(Platonia insignis), Bacaba (Oenocarpus bacaba), Pupunha
(Bactris gasipaes). Observe-se porém que há uma série de
produtos da floresta de valor nutricional tipo batatas, carás e/ou
condimentos, que poderiam ser incluídos na alimentação das
populações rurais (e urbanas caso comercialmente explorados)
e não são sequer conhecidos. [45]

Por outro lado, como ressalta Eliade, 2002 [65], entre as grandes
contribuições do Xamanismo estão os mundos fabulosos,
descobertos e descritos pelos antigos xamãs, tão necessários ao
combate dos demônios e desordens na esfera do sagrado (leia-
se linguagem ou inconsciente numa interpretação psicanalítica).
Utilizando símbolos eles são capazes de conduzir pessoas a
transformar os sentimentos ruins em bons dirimir inimizades que
ameaçam o bom convívio social. O xamã é alguém que pode ver
esse mundo invisível e sobrenatural e se dispõe a curar, ouvir,
compreender e até mesmo a ensinar a ser xamã, curandeiro,

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mestre ou pajé. [66] Tarefa na qual nenhuma das plantas da


Amazônia aqui referidas é tão útil e amplamente utilizada como
a ayahuasca e o complexo mundo simbólico da floresta
imaginada, povoada de espíritos e divindades vivas nas
sobrevivências das tribos e culturas da América.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Povos indígenas do Brasil

Línguas indígenas do Brasil

Nativos americanos nos Estados Unidos da América.

Línguas indígenas das Américas

Povos ameríndios

Indígenas

Etnomedicina

Medicina tradicional

Pajelança

Xamanismo

Curandeirismo

Antropologia médica

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Outras leituras sobre xamanismo e sistemas


etnomédicos[editar | editar código-fonte]

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