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Histologia Humana
É a parte da Biologia que estuda os TECIDOS (histo = tecido; logia = estudo). Os tecidos
do corpo dos animais vertebrados desempenham variadas funções que por sua vez são
formados por células especializadas. Os tecidos fundamentais nos animais são Epitelial,
Conjuntivo, Muscular e Nervoso. Nos invertebrados, estes tipos de tecido são basicamente
os mesmos, porém com organizações mais simples. A maioria dos tecidos, além de serem
compostos de células, apresentam entre elas substâncias intracelulares (intersticiais).

1. TECIDO EPITELIAL

• Avascular (nutrição a partir do tecido conjuntivo por difusão);

• Formado por células justapostas, pouco diferenciadas;

• Pouca ou nenhuma substância intersticial (intercelular ou matriz extracelular);

• Funções de revestimento, secreção, absorção e proteção;

• Originado nos três folhetos embrionários (Endoderma, Mesoderma e Ectoderma);

• Pode ser de Revestimento ou Glandular.

1.1 EPITELIAL DE REVESTIMENTO – Encontrado na superfície externa do corpo e nas cavi-

dades corporais internas dos animais. Sua principal característica é ser formado por células
justapostas, isto é, bem encaixado entre si de modo a não deixar espaços entre elas, a fim
de evitar penetração de microrganismos e também a perda excessiva de água. Nos epitélios,
nunca se encontram vasos sanguíneos. Quanto ao número de camadas celulares, podem
ser: simples ou uniestratificados (formados por uma única camada); estratificado, composto
ou multiestratificado (formado por várias camadas) e pseudoestratificado (uma só camada
de células com alturas diferentes).

1.2 EPITELIAL GLANDULAR ou SECRETOR – Formado por glândulas que produzem e elimi-
nam substâncias nas superfícies dos tecidos, podem ser: Exócrinas (secretam para o meio
externo ou cavidade corporal. EX.: sudoríparas, salivares, sebáceas, mamárias e lacrimais);
Endócrinas (secretam diretamente na corrente sanguínea. EX.: hipófise, timo, tireoide, pa-
ratireoides, suprarrenais, testículos e ovários) e Mistas ou Anfícrinas (secretam para o meio
externo ou cavidade corporal e na corrente sanguínea. EX.: pâncreas, testículos e ovários).

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2. TECIDO CONJUNTIVO

• Considerado o “cimento” do organis-

mo humano, sendo responsável por forma-
ção de fibras, conexão entre os órgãos, sus-
tentação do corpo, defesa do corpo contra
patógenos e reações inflamatórias, reserva
energética, transporte de substâncias e pro-
dução de elementos do sangue;

• Possui diversos tipos celulares (mesen-

quimais ou mesenquimatosas, fibroblastos,
adipócitos, leucócitos, macrófagos, plasmó-
citos, mastócitos...);

• Em sua maioria são altamente vascularizados (exceto o cartilaginoso), com células

afastadas e diversas substâncias intercelulares (matriz intercelular - constituída basica-
mente por uma substância amorfa e fibras de origem proteica, classificadas em elásticas,
colágenas e reticulares);

• Origem: Mesodérmica.

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2.1 FROUXO – Apresenta substâncias intercelulares e fibras colágenas, elásticas e poucas

reticulares; Tecido flexível e pouco resistente (consistência delicada); Função de preenchi-
mento de espaços entre a pele e os órgãos; suporte e nutrição dos epitélios; envolvimento
de nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos e; cicatrização de tecidos lesados.

2.2 DENSO – Semelhante estruturalmente ao TC Frouxo, entretanto há um predomínio

acentuado de fibras colágenas; Tecido menos flexível e mais resistente; Dependendo do
modo de organização das fibras colágenas o TC Denso pode ser: Modelado ou Tendíneo (ten-
dões e ligamentos) e Não Modelado ou Fibroso (derme, pericôndrio e periósteo).

2.3 ADIPOSO – Predomínio de células adiposas ou adipócitos (ricas em gotículas de gor-

duras); Tecido de reservatório de lipídios (finalidade energética); Também serve como iso-
lante térmico, amortecedor de impactos e modelador; Existem dois tipos: Unilocular (gordu-
ra amarela) e Multilocular (gordura parda).

2.4 CARTILAGINOSO – Consistência rígida, avascular, não inervado e baixa atividade me-
tabólica; Funções de sustentação (presente no nariz e nas orelhas), revestimento de su-
perfícies articulares e crescimento de ossos longos; Células: Condroblastos (células jovens,
formam a matriz extracelular), Condrócitos (células adultas, mantém a matriz) e Condro-
clastos (células velhas, renovação do tecido); As cartilagens se dividem em Hialina, Fibrosa
e Elástica.

2.5 ÓSSEO – Forma os ossos, alto grau de rigidez e resistência à pressão, vasculariza-
do e inervado; Funções de movimentação, armazenamento (cálcio e fósforo) proteção e
sustentação - cerca de 99% do cálcio de nosso corpo concentra-se no esqueleto; Compo-
nentes: Matriz Inorgânica (impregnada de sais de cálcio e fósforo) + Matriz Orgânica (gran-

de quantidade de fibras colágenas e elásticas) + Células

(Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos).

2.6 RETICULAR ou HEMATOPOIÉTICO – Constitui es-

trutural e funcionalmente a medula óssea que é o órgão
responsável pela hematopoese; Funções: formação de
células sanguíneas que substituirão as que foram per-
didas nos processos fisiológicos ou patológicos; Compo-
nentes: Fibras e células reticulares; Distribuição:

• Tecido Mielóide ou Medula óssea vermelha – Origi-

na o TECIDO SANGUÍNEO que é responsável pelo trans-
porte de gases e nutrientes, defesa do organismo e coa-
gulação sanguínea.

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CÉLULAS SANGUÍNEAS: Hemácias constituem 99,9% das células do sangue, concentra o

pigmento hemoglobina, sendo responsável pelo transporte de oxigênio; disco circular bi-
côncavo, achatado no centro, sem núcleo; Leucócitos combatem os microrganismos e par-
tículas invasoras, destruindo também células e tecidos velhos. Os principais tipos são ba-
sófilos, eosinófilos, neutrófilos, monócitos e linfócitos; Plaquetas são pequenos fragmentos
de citoplasma, sem núcleo e em forma de disco, com funções de prevenir ou interromper
hemorragias.

Tecido Linfóide – Origina o SISTEMA IMUNOLÓGICO que é formado por um conjunto de

células (leucócitos – macrófagos e linfócitos) e órgãos linfáticos (timo, medula óssea, baço,
linfonodos e linfa) com função de fagocitar células velhas da corrente circulatória, defender
o organismo de agentes patogênicos e produzir alguns anticorpos.

3. TECIDO MUSCULAR

• Corpo humano: 40 a 50% de músculos;

• Relacionado à movimentação e contração dos membros;

• Constituição: Fibras Musculares ou Miócitos (células contráteis) + Miofibrilas ou Miofi-

lamentos (filamentos de proteína);

• Origem Embrionária: Mesoderma;

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• Classificado em Não estriado ou Liso e Estriado (esquelético ou cardíaco).

• OBS: Devido suas características peculiares, os elementos estruturais das fibras muscu-
lares recebem nomes especiais: Membrana Plasmática = Sarcolema; Citoplasma = Sarcoplas-
ma e REL = Retículo Sarcoplasmático (armazena cálcio).

3.1 NÃO ESTRIADO ou LISO – Presente em órgãos internos (estômago, intestino, útero, em
dutos de diversas glândulas e nas paredes de artérias e veias). Contração muscular fraca,
lenta e involuntária.

3.2 ESTRIADO ESQUELÉTICO – Constitui

a maior parte da musculatura corporal dos
vertebrados, estando ligados aos ossos do
esqueleto. Contração muscular forte, rápida,
descontínua, voluntária e pouco duradoura.

3.3 ESTRIADO CARDÍACO – Presente so-

mente no coração, constituindo o miocárdio.
As células musculares cardíacas conectam-
-se umas às outras por meio de especiali-
zações da membrana plasmática denomi-
nadas discos intercalares, que transmitem
o estímulo nervoso rapidamente, fazendo o
coração se contrair. Contração muscular for-
te, rápida, contínua, involuntária, precisa e
rítmica.

4. TECIDO NERVOSO

• Responsável pelo ajustamento do orga-

nismo ao ambiente. Sua função é perceber
e identificar as condições ambientais exter-
nas, bem como as condições reinantes den-
tro do próprio corpo e elaborar respostas
que adaptem a essas condições;

• Origem: Ectodérmica.

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COMO SE PROPAGAM OS IMPULSOS NERVOSOS?

O sentido de propagação de um impulso nervoso em um neurônio é DENDRITO, CORPO

CELULAR e AXÔNIO. Ao atingir a extremidade de um axônio, o impulso nervoso é transmitido
para outra célula, que pode ser outro neurônio ou uma célula muscular. A região de proximi-
dade entre a extremidade de um axônio e a célula vizinha, por onde se dá a transmissão do
impulso nervoso, é a sinapse nervosa.

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Vamos praticar?
1. (ENEM) A definição de queimadura é bem ampla, porém, basicamente, é a lesão causada
pela ação direta ou indireta produzida pela transferência de calor para o corpo. A sua ma-
nifestação varia desde bolhas (flictenas) até formas mais graves, capazes de desencadear
respostas sistêmicas proporcionais à gravidade da lesão e sua respectiva extensão. Muitas
vezes, os primeiros socorros prestados à vítima, ao invés de ajudar, acabam agravando ain-
da mais a situação do paciente.
Ao se deparar com um indivíduo que sofreu queimadura com formação de flictenas, o pro-
cedimento de primeiros socorros que deve ser realizado antes de encaminhar o paciente ao
hospital é:
a) colocar gelo sobre o flictena para amenizar o ardor.
b) utilizar manteiga para evitar o rompimento do flictena.
c) passar creme dental para diminuir a ardência da flictena.
d) perfurar o flictena para que a água acumulada seja liberada.
e) cobrir o flictena com gazes molhadas para evitar a desidratação.

2. (ENEM) Pesquisadores criaram um tipo de plaqueta artificial, feita com um polímero ge-
latinoso coberto de anticorpos, que promete agilizar o processo de coagulação quando in-
jetada no corpo. Se houver sangramento, esses anticorpos fazem com que a plaqueta mude
sua forma e se transforme em uma espécie de rede que gruda nas lesões dos vasos sanguí-
neos e da pele.
(MOUTINHO, S. Coagulação acelerada. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 19 fev. 2013, adaptado).

Qual a doença cujos pacientes teriam melhora de seu estado de saúde com o uso desse
material?
a) Filariose.
b) Hemofilia.
c) Aterosclerose.
d) Doença de Chagas.
e) Síndrome da imunodeficiência adquirida.

3. (ENEM) De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com
dengue hemorrágica morrem. A dengue hemorrágica tem como base fisiopatológica uma
resposta imune anômala, causando aumento da permeabilidade de vasos sanguíneos, que-
da da pressão arterial e manifestações hemorrágicas, podendo ocorrer manchas vermelhas
na pele e sangramento pelo nariz, boca e gengivas. O hemograma do paciente pode apre-
sentar como resultado leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos), linfocitose
(aumento do número de linfócitos), aumento do hematócrito e trombocitopenia (contagem
de plaquetas abaixo de 100 000/mm3). (Ciência News, 2012).
Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com dengue hemorrágica e os possí-
veis achados do hemograma, constata-se que:

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a) as manifestações febris ocorrem em função da diminuição dos glóbulos brancos, uma vez
que estes controlam a temperatura do corpo.
b) a queda na pressão arterial é ocasionada pelo aumento do número de linfócitos, que têm
como função principal a produção de anticorpos.
c) o sangramento pelo nariz, pela boca e gengiva é ocasionado pela quantidade reduzida de
plaquetas, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio.
d) as manifestações hemorrágicas estão associadas à trombocitopenia, uma vez que as pla-
quetas estão envolvidas na cascata de coagulação sanguínea.
e) os sangramentos observados ocorrem em função da linfocitose, uma vez que os linfócitos
são responsáveis pela manutenção da integridade dos vasos sanguíneos.

4. (ENEM) A produção de soro antiofídico é feita por meio da extração da peçonha de ser-
pentes que, apos tratamento, é introduzida em um cavalo. Em seguida são feitas sangrias
para avaliar a concentração de anticorpos produzidos pelo cavalo. Quando essa concentra-
ção atinge o valor desejado, é realizada a sangria final para a obtenção do soro. As hemácias
são devolvidas ao animal, por meio de uma técnica denominada plasmaferese, a fim de
reduzir os efeitos colaterais provocados pela sangria.
(Disponível em: http://www.infobibos.com .Acesso em: 28 abr. 2010, adaptado).

A plasmaferese é importante, pois, se o animal ficar com uma baixa quantidade de hemá-
cias, poderá apresentar:
a) febre alta e constante.
b) redução de imunidade.
c) aumento da pressão arterial.
d) quadro de leucemia profunda.
e) problemas no transporte de oxigênio.

5. (ENEM) A toxina botulínica (produzida pelo bacilo Clostridium botulinum) pode ser encon-
trada em alimentos malconservados, causando até a morte de consumidores. No entanto,
essa toxina modificada em laboratório está sendo usada cada vez mais para melhorar a
qualidade de vida das pessoas com problemas físicos e/ou estéticos, atenuando problemas
como o blefaroespasmo, que provoca contrações involuntárias das pálpebras.
Revista Eletrônica Pesquisa Médica, 2009.

O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é consequência da ação da toxina modificada so-

bre o tecido:
a) glandular, uma vez que ela impede a produção de secreção de substâncias na pele.
b) muscular, uma vez que ela provoca a paralisia das fibras que formam esse tecido.
c) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da camada de queratina que protege a pele.
d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantidade de substância intercelular no tecido.
e) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da camada de células de gordura do tecido.

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