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CAMPINA GRANDE - PB
09/12/2022
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1. INTRODUÇÃO
O coração é um órgão localizado no mediastino e formado por duas bombas
que funcionam em conjunto, o coração direito e coração esquerdo, sendo cada um
destes responsável por impulsionar o sangue para áreas diferentes do organismo. O
coração direito é o responsável pela propulsão da circulação pulmonar, enquanto o
coração esquerdo é responsável pela propulsão da circulação sistêmica. Ambos os
lados do coração possuem 2 câmaras, sendo elas: átrio e ventrículo, os quais são
separados por valvas atrioventriculares (tricúspide no lado direito e mitral no lado
esquerdo). O átrio é uma fraca bomba de escorva que recebe o sangue de volta ao
coração e transfere esse líquido para o ventrículo, os quais fornecem o
bombeamento principal para circulação fora do coração, seja para o tronco
pulmonar no ventrículo direito ou para artéria aorta no ventrículo esquerdo.
Cabe mencionar que algumas lesões, deformidades e doenças podem
acometer o sistema cardiovascular e impedir o seu funcionamento normal enquanto
bomba. Sendo assim, a cirurgia cardíaca surge como um dos principais métodos de
correção desses possíveis acometimentos. Alguns dos principais procedimentos
cirúrgicos cardíacos são: revascularização do miocárdio, reparos e trocas das
válvulas cardíacas e correções de patologia cardíacas congênitas.
Ademais, algumas complicações podem elevar a morbidade e mortalidade
dos pacientes durante o período pós-operatório, tendo em vista quão invasivo é o
procedimento e os efeitos advindos anestesia no sistema respiratório, a disfunção
orgânica gerada pela circulação extracorpórea, as alterações mecânicas na caixa
torácica, entre outros impactos resultantes das particularidades do procedimento.
Sendo assim, faz-se necessário uma abordagem que proporciona melhor qualidade
de vida e previna o surgimento de complicações cardiopulmonares. Nesse sentido,
a fisioterapia apresenta-se como uma importante coadjuvante durante o pré e pós
operatório dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, visando uma recuperação
adequada e proteção contra as complicações supracitadas.
2. PRÉ-OPERATÓRIO
O atendimento fisioterapêutico inicia-se no período pré-operatório, através do
rastreamento dos pacientes que apresentam maior risco de complicações
pulmonares pós-operatórias, tendo como indicativos de risco: idade, IMC maior que
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30kg/m², diabetes, pressão arterial pulmonar média maior que 20mmHg, volume
sistólico menor que 30 ml/m², albumina sérica baixa, histórico de doença vascular
cerebral, ICC, DPOC, angina instável e tabagismo. A identificação do risco para o
paciente permite planejamento de intervenção eficiente e atuação de forma
preventiva, minimizando os efeitos do processo cirúrgico.
O fisioterapeuta é responsável por realizar uma avaliação um dia antes da
cirurgia e elucidar aspectos relacionados ao período pós-operatório (principalmente
em relação a intubação orotraqueal e restrição ao leito).
Consoante Feltrim, uma das partes importantes para fisioterapia durante o
período pré-operatório é o treinamento muscular inspiratório, visando reduzir
complicações, sob a perspectiva que a endurance dessa musculatura será afetada
devido a anestesia e outros fatores.
3. PÓS-OPERATÓRIO
O pós-operatório é uma etapa de extrema importância pois representa as
repercussões da cirurgia cardíaca sobre a fisiologia dos subsistemas, que, devem
ser entendidas como variações previstas de suas funções, caso permaneçam dentro
dos limites preestabelecidos. O papel do fisioterapeuta neste momento é avaliar o
paciente fisicamente , adaptá-lo corretamente a ventilação mecânica e conforme a
estabilidade clínica e hemodinâmica do paciente, evoluir o seu desmame. Ademais,
a fisioterapia promove uma minimização das complicações, otimizando ao paciente
o seu processo de recuperação e garantindo a ele uma melhor qualidade de vida.
Programas de exercícios são essenciais principalmente para pacientes pós-
cirúrgicos e devem ser iniciados o quanto antes, a fim de restabelecer a frequência
cardíaca após o procedimento cirúrgico, mas também para recuperar a função
muscular devido ao longo período de internação.
4. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
O fisioterapeuta atua no pós-operatório imediato primeiramente realizando a
admissão do paciente pela equipe multidisciplinar. Previamente, o fisioterapeuta
deverá testar o ventilador mecânico, para que no momento de admissão o paciente
possa ser conectado, e com isso, fixar a cânula orotraqueal e realizar uma ausculta
pulmonar para avaliar a simetria de expansibilidade torácica do paciente. Os dados
cirúrgicos, ventilatórios e complicações do paciente devem ser anotados na ficha de
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8. CONCLUSÃO
A correção cirúrgica é uma alternativa para muitas doenças do sistema
cardiovascular, no entanto, por ser um processo invasivo o paciente pode ser
acometido de complicações que reduzem uma melhora do processo de recuperação
pós-cirúrgico. A fisioterapia age nesse aspecto buscando minimizar os efeitos
adversos da cirurgia, otimizando ao paciente o seu processo de recuperação e
garantindo a ele uma melhor qualidade de vida.
Programas de exercícios são essenciais principalmente para pacientes pós-
cirúrgicos e devem ser iniciados o quanto antes, a fim de restabelecer as variáveis
cardíacas após o procedimento cirúrgico, mas também para recuperar a função
muscular devido ao longo período de internação.
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REFERÊNCIAS
UMEDA, Iracema Ioco Kikuchi. Manual de fisioterapia na reabilitação cardiovascular.
Barueri, SP: Manole. 2005.
HALL, John E. Guyton & Hall. Tratado de fisiología médica. Elsevier Health
Sciences, 2021.
LIMA, Paula Monique Barbosa et al. Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia
cardíaca: a percepção do paciente. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery,
v. 26, p. 244-249, 2011.